Göttinger Predigten

Choose your language:
deutsch English español
português dansk

Startseite

Aktuelle Predigten

Archiv

Besondere Gelegenheiten

Suche

Links

Konzeption

Unsere Autoren weltweit

Kontakt
ISSN 2195-3171





Göttinger Predigten im Internet hg. von U. Nembach

7º Domingo da Páscoa , 24.05.2009

Predigt zu João 17:1,6-19, verfasst von Heinz Ehlert

 

Querida comunidade, prezados ouvintes:

Uma comunidade entrou em crise. Uma briga feia surgira, ameaçando a sua unidade. A tensão entre as lideranças parecia insuportável. Não havia mais diálogo. Um grupo lançava acusações contra o outro. Foi nesta situação que o membro de um dos grupos lançou uma idéia: "Precisamos orar", sugeriu. "Está tudo emperrado. Devemos orar a Deus para nos inspirar. Do contrário não haverá solução". Dito e feito. Um grupo de oração se reuniu espontaneamente, pelo menos uma vez por semana, durante semanas. Não foi de imediato, mas aos poucos foi retomado o diálogo e a paz começou a voltar à comunidade. Ainda bem que alguém reconheceu: é hora para oração.

"...é chegada a hora..." assim fala o senhor Jesus em nosso trecho. Era uma determinada hora para a missão dele na terra. Era chegado o fim. Neste momento de despedida dos discípulos, era também hora de oração, segundo o evangelista João. Transmite-nos a célebre oração de Jesus onde ele se comunica intensivamente com o Pai e intercede pelos seus. Aborda a situação atual em que ele se encontra com a sua missão e a situação em que os seus estão e estarão no futuro. Esta parte também tem a ver com a comunidade cristã hoje, pois pelo batismo também nós pertencemos aos "seus". Além disso, afirmamos expressamente no Credo Apostólico que cremos no Pai, no Filho e no Espírito Santo. Vale, pois, o que Jesus falou dos "seus": "...Porque eu lhes tenho transmitido as palavras que me deste e eles as receberam e verdadeiramente conheceram que saí de ti, e creram que tu me enviaste".

A oração de Jesus é profética, pois falando do futuro dos discípulos, refere-se ao "mundo" em que têm que viver e agir. Para nós é importante lembrar que Jesus "...está à direita de Deus e também intercede por nós" (Romanos 8.34). Chama atenção que a oração de Jesus acentua que os seus sejam guardados. Estão expostos a perigos e ameaças. O mundo em que nos cabe viver e agir é também um mundo hostil e perigoso. Por isso convém olhar um pouco mais de perto como é o nosso "mundo".

A primeira preocupação de Jesus é com a unidade dos cristãos: "Pai santo, pelo poder do nome que me deste, guarda-os para que sejam um, assim como tu e eu somos um." O mundo em que vivemos, portanto, não favorece a unidade dos cristãos, pelo contrário. E as divisões estão aí, no grande corpo do cristianismo, como nas próprias comunidades de uma Igreja local ou nacional. Isto tanto mais, quando adotamos regras e estruturas vigentes neste mundo, p.ex. quando um quer ser melhor do que o outro, quando a pessoa é considerada segundo o que ela tem e não pelo que ela é. Certamente precisamos de estruturas e regras, mas não podem estar acima do amor. As brigas e divisões geralmente surgem por causa do egoísmo, da ambição e falta de amor das pessoas. Vejam, por que se constituem hoje sempre novas denominações religiosas. Ou, por que entre nós acentuamos jeitos de cantar, formas de comunhão, declarando que a nossa é a certa. Jesus indicou a humildade, o arrependimento e o perdão para a convivência em comunidade. Isto implica reconhecer os próprios erros, assumir e confessar culpa. Estamos nós prontos para isso?

É consolador que Jesus intercede pela nossa unidade, mas também precisamos buscar a unidade, entre nós luteranos e nós cristãos. Como? Ora, conhecendo-nos e falando sobre nossa fé. Melhor ainda é ter ações conjuntas, tanto na evangelização, quanto na diaconia, na ação social e política. E, para não esquecer, orar em conjunto. As divisões prejudicam nosso testemunho ao mundo.

A outra preocupação de Jesus era com o mundo hostil, o mundo que odeia. Será que nós sentimos isto, hoje? O nosso mundo, isto são os homens que não agem segundo a Palavra e a vontade de Deus, mas segundo as suas próprias idéias e ambições. Quem não se incomoda com os líderes políticos nos diferentes partidos que só se interessam pelo poder e não realmente pelo bem comum; que secretamente ou mesmo descaradamente praticam a corrupção para conseguir seus intentos escusos? Ou que até não excluem conflitos armados entre as nações? Mas devemos pensar também no mundo que abusa da natureza, do meio ambiente para ter mais lucro. A hostilidade nem sempre é aberta e dirigida contra indivíduos. Ela pode ser camuflada e dirigida contra a coletividade.

A preguiça - a nossa própria e a de outros - de fazer algo ou desistir de algum conforto para melhorar a situação de nossos semelhantes, a exemplo dos menores abandonados, e lutar contra as drogas e em favor dos dependentes, tudo isto faz parte deste quadro. Jesus pediu a Deus que os guardasse do mal (ou do maligno). Precisamos da ajuda de Deus nesse combate ao mal e no esforço de escapar dele.

Há muitas formas do mal. Um delas também consiste na ordem - ou desordem? - econômica neste mundo globalizado. Práticas econômicas irresponsáveis, visando o lucro fácil, sem qualquer princípio ético, resultaram nesta crise financeira global que está aí. Os males que dali advém, todos nós os sofremos em maior ou menor escala. Só por Deus e com orientação em sua vontade uma nova ordem econômica, mais justa e mais humana pode ser instituída.

Há ainda uma terceira preocupação na oração de Jesus. Ela diz respeito ao envio, à missão dos seus no mundo e ao mundo: "Santifica-os na verdade; tua palavra é a verdade. Assim como tu me enviaste ao mundo, eu também os enviei". A missão de Deus no mundo continua como missão dos cristãos. Então Deus não quer a destruição, nem dos homens, nem do mundo. Pelo contrário: quer a salvação, pois foi esta a mensagem de Jesus desde o início: "Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu seu Filho unigênito para que todo o que nele crê, não pereça, mas tenha a vida eterna". É esta a missão que não terminou quando Jesus se despediu, a saber, anunciar a todos os homens, em todas as situações a boa nova, o evangelho de Cristo.

Não raro temos a impressão, que as Igrejas, especialmente as nossas Igrejas "históricas", estejam um tanto acomodadas. Fazer missão, isto é para os outros. E de fato podemos observar, como diferentes denominações hoje estão fanaticamente empenhadas na missão de trazer pessoas para o seu arraial. A missão de Deus, no entanto, não significa engrossar as fileiras de minha Igreja. É tratar em primeiro lugar da salvação das pessoas, de seu bem-estar físico e espiritual e da capacidade de participar da vida na comunidade e sociedade. É esta missão é nossa, de cada membro da Igreja, ou seja: Divulgar o Evangelho, por palavras e ações.

Para que isto aconteça é necessária a santificação. Jesus pediu a Deus: "Santifica-os na verdade; tua palavra é a verdade". Precisamos, pois, da santificação que quer dizer uma entrega pessoal e total a Deus. Ela aontece, onde a palavra de Deus é levada a sério e praticada no dia a dia. Isto implica levar uma vida digna do evangelho, no sentido de sermos luz do mundo e sal da terra. Nesta perspectiva, podemos ter esperança para o dia de amanhã e para as gerações futuras.

Amém!



P. em. Heinz Ehlert
Curitiba, PR, Brasilien
E-Mail: ehehlert@ig.com.br

(zurück zum Seitenanfang)