Göttinger Predigten
Göttinger Predigten im Internet hg. von U. Nembach
4º Domingo de Advento, 20.12.2009
Predigt zu Miquéias 5:2-5a, verfasst von Daniel Kreidlow
Que a graça de nosso Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus e a comunhão do Espírito Santo estejam com todos e todas. Amém
O texto que é base para a mensagem deste domingo se encontra no livro do profeta Miquéias, capítulo 5.2-5a. Eu passo a ler o trecho...
Querida comunidade! No texto que ouvimos, o profeta Miquéias espera que Deus faça surgir um novo rei, diferente de todos os outros reis e governantes que o povo até então havia conhecido. O povo já tinha sido enganado tantas vezes com promessas de paz e segurança, de justiça e igualdade, de felicidade e prosperidade. Mas não houve mudança. Nenhum governante havia conseguido cumprir o que prometia, nem conseguido suprir as verdadeiras necessidades humanas.
Na verdade, este rei esperado por Miquéias nasceria de maneira diferente que todos os demais. Ele não nasceria na capital do país, no centro de tudo, mas num simples lugarejo, numa vila pequena, sem muita importância política e econômica. Ele não nasceria num palácio, cheio de luxo e riquezas. Na verdade nem teria lugar nenhum para nascer. Esse rei acabaria nascendo numa estrebaria, onde ficam os animais, um lugar sujo e desprezado. Esse rei anunciado não teria um berço macio, rodeado de brinquedos e mimos. Sua cama seria uma manjedoura, o coxo de onde se alimentavam as vacas e outros animais. Ou seja, esse rei nasceria bem diferente da maneira como costumam nascer os reis que geralmente governam no mundo. Ele não nasceria rico, mas pobre.
Somente um rei assim, diferente, poderia de fato trazer tempos diferentes, tempos de paz, de verdadeira justiça, de verdadeira segurança, de verdadeira igualdade. Só um rei que nascesse numa pequena cidade, sem importância nenhuma do ponto de vista político e econômico, um rei que nascesse em condições tão humildes e pobres, poderia de fato colocar-se ao lado do povo tão cansado de ser explorado, tão cansado de promessas de prosperidade, tão cansado de sofrer com miséria e pobreza, enquanto os reis e governantes viviam em luxo e riqueza às custas de todo esse sofrimento. Somente uma promessa dessas, escandalosa e cheia de novidade poderia suscitar novamente esperança e transformação.
Querida comunidade, nós queremos um rei assim? Queremos um rei pobre, desprovido de poder, ao menos na nossa concepção habitual de poder e glória? Queremos um rei que não tenha onde nascer? Às vezes tenho a impressão de que o nascimento de um tal rei vai contra tudo o que desejamos, também contra tudo que o povo de Israel sonhava naquele tempo. Eles de fato queriam um rei diferente, que governasse com justiça. Mas não um rei miserável, sem ter onde nascer. Queriam um rei que se importasse com suas necessidades, mas não um rei que passasse por tamanhas necessidades e privações. Queriam um rei para trazer paz, mas não um rei assim humilde, sem nenhuma ambição, sem nenhuma expectativa de crescimento. Afinal, um rei assim humilde e pobre seria até uma vergonha para o país, não é verdade?
O povo de Deus vivia em advento, vivia na expectativa da chegada do Rei-Salvador. Ele esperava ansiosamente pelo Libertador, por aquele que viria trazer um reino diferente. E nós, estamos também nós ansiosos por sua chegada? Ou já estamos acostumados e acomodados com as coisas do jeito como estão? Será que advento e natal ainda têm sentido para nós? Ou essa época não passa de um motivo a mais para festejar e celebrar, para trocar presentes, para comer e beber, sem que nada mude em nossas vidas? E será que nós temos um lugar para esse rei prometido a nascer há tanto tempo? Ou nossas portas estão fechadas, esperando alguém mais importante chegar, alguém com mais riqueza, com mais prestígio, com mais influência?
Caros irmãos e irmãs, nosso Salvador, o nosso rei já nasceu para nos trazer paz, segurança, justiça, igualdade, felicidade e alegria, sim tudo o que mais sonhávamos ter e que este mundo, mesmo com seus milhares de anos, não conseguiu nos oferecer. Mas o rei que trouxe o que nós tanto sonhávamos foi ignorado. Não quiseram esse rei, mataram esse rei, crucificaram esse rei. Ele morreu na cruz para trazer e nos dar a salvação que tanto pediram, que tanto desejaram, que tanto sonharam. E quando ela chegou, mataram aquele que a trouxe.
Entretanto, no terceiro dia ele ressuscitou e depois voltou para junto de seu Pai. Prometeu voltar e trazer seu reino definitivamente, tanto para os que quiserem o recebê-lo como também para os que não quiserem o recebê-lo. Os que receberem esse reino viverão em paz, em segurança, em justiça e felicidade como nunca se ouviu e se imaginou no mundo. Os que não quiserem receber esse rei quando ele voltar, infelizmente jamais encontrarão essa paz.
É por isso que ainda vivemos advento e natal. Vivenciamos advento e natal para nos prepararmos para a chegada do nosso salvador e rei, para dessa vez deixar que ele reine e traga paz, segurança, justiça e felicidade a todas as pessoas, sem distinção, sem escolher os melhores, sem procurar os que merecem, simplesmente a todos os que o aceitam.
Que neste Natal nós realmente tenhamos um lugar para o nosso Salvador em nossos corações. Que nós possamos estar entre os que querem que este rei venha, trazendo consigo seu reino de paz e justiça, como ele prometeu. Que nós possamos estar entre aqueles que se alegram pela chegada desse rei tão diferente, mas tão especial, e que nós deixemo-lo reinar sobre nossas vidas e famílias trazendo-nos o que tanto sonhávamos: paz, justiça, alegria e salvação.
Amém.