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ISSN 2195-3171





Göttinger Predigten im Internet hg. von U. Nembach

19º Domingo após Pentecostes, 07.10.2012

Predigt zu Marcos 10:2-12, verfasst von Dione Baldus

"Que a graça de nosso Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus o Pai/a Mãe, e a comunhão do Espírito Santo esteja contigo!"

Prezadas irmãs e irmãos!

Durante uma bênção matrimonial, o pastor perguntou ao casal e à comunidade: qual é o órgão do corpo humano que mais ajuda na vida matrimonial e qual é o órgão que mais atrapalha? Depois de as pessoas escreverem em um papel as suas respostas, o pastor deu a sua resposta: a língua. A língua é o órgão do corpo humano que tem o poder de manter ou não os relacionamentos entre as pessoas.

Você pode até ficar surpreso/a num primeiro momento, mas, ao refletir, vai concordar que o órgão que mais ajuda e mais atrapalha a vida é a língua. Talvez, não a própria língua, mas as palavras que são pronunciadas que vem de dentro do coração e que transmitem os sentimentos e o próprio caráter da pessoa. De fato, as palavras proferidas podem colaborar para um relacionamento saudável de crescimento espiritual e amoroso, como também podem fomentar a separação de um casal, de uma família e de amigos, trazendo grandes tristezas e sofrimentos.

O livro de Provérbios traz grandes ensinamentos ligados à língua e à palavra, entre eles destaco dois provérbios: "As palavras bondosas nos dão vida nova, porém as palavras cruéis desanimam a gente" (Pv 15.4) e "O que você diz pode salvar ou destruir uma vida; portanto, use bem as palavras e você será recompensado (Pv 18.21). Esses textos destacam o quanto a palavra pronunciada é importante e evoca os mais diferentes sentimentos de quem fala e também da pessoa que é a ouvinte. O diálogo exercitado é uma espécie de remédio para os sentimentos feridos e a compreensão dentro do matrimônio e de outros relacionamentos.

Também é uma Palavra, a Palavra de Deus, descrita no texto de Gênesis e lida anteriormente, que reflete sobre a união matrimonial entre um homem e uma mulher. Deus criou o homem e a mulher para se unirem e formarem uma só pessoa, por isso eles deixam seus pais e suas mães para se tornarem um só corpo. Essa união corresponde a uma aliança de afeição, diálogo, aceitação e cuidado mútuo, compromisso de fidelidade, companheirismo, intimidade e de um amor crescente e sustentador. A aliança, como símbolo da união, tem o sentido da complementaridade, da continuidade e do compromisso firmado.

No tempo de Jesus, e talvez para algumas pessoas ainda hoje, a pergunta sobre o compromisso do casamento está muito presente e traz um grande desafio. O crescente número de separações e de uniões estáveis sem casamento nos leva a refletir sobre o porquê desta aliança quebrada e também sobre o porquê de muitas pessoas optarem por não assumir esse compromisso diante de Deus.

É o próprio Jesus quem nos ajuda a entender. Quando Jesus foi perguntado pelos fariseus sobre o divórcio, ele argumentou de duas formas diferentes:

Primeiro: lembrou que as separações acontecem devido à dureza dos corações humanos. Se pensarmos na história inicial, diríamos: devido às palavras que traduzem os sentimentos do coração duro. Um coração que só enxerga a si mesmo, é egoísta, quer dominar e buscar somente seu próprio prazer, externa esses sentimentos pelas palavras e ações. Normalmente, essas atitudes afastam pessoas e corroem os relacionamentos. Em um relacionamento matrimonial construído com estes sentimentos, o resultado será a própria morte do relacionamento.

Essa reflexão sobre a dureza do coração humano também serve para os jovens e adolescentes que, em seus relacionamentos rápidos e múltiplos, não aprendem a compreender, a ceder, a dialogar, a interagir com a outra pessoa e também não aprendem o sentido do compromisso mútuo e da partilha.

O segundo argumento de Jesus fala do porque do casamento. Foi Deus quem criou o homem e a mulher para se tornarem uma só carne. Para que pudessem ser o sustento, o apoio, o ombro amigo um do outro. Para que pudessem crescer como indivíduos e como casal partilhando a intimidade, o amor e a família. A Palavra de Deus afirma "que ninguém separe o que Deus uniu".

Querida comunidade! O compromisso firmado diante de Deus numa bênção matrimonial tem importante valor na condução da vida matrimonial. As pessoas que se colocam sob a vontade de Deus e buscam na espiritualidade (oração, participação comunitária, reflexão bíblica) o crescimento como pessoas individuais, família e também como casal, tem uma maior possibilidade "de manter a união santa e indissolúvel até que a morte os separe". E esse é o desejo de Deus - a construção de relacionamentos sólidos, sinceros e felizes. Por isso Ele se coloca ao lado auxiliando, fortalecendo e amparando todas as pessoas que o buscam com sinceridade.

Chamou-me a atenção que, no texto do Evangelho, depois que Jesus dialoga com os fariseus, são os discípulos que perguntam a Jesus sobre a questão do divórcio. A Palavra de Jesus equipara os direitos e deveres entre os maridos e as esposas, reforçando que o objetivo principal é de que a união matrimonial seja indissolúvel. Manter essa união santa e indissolúvel é compromisso tanto do homem como o da mulher e exige esforço e vontade de cada parte.

No entanto, é importante ressaltar que, se a união matrimonial, diante de muitas tentativas, traz grande sofrimento para uma das partes, então, talvez o melhor caminho seja a separação. Nesse sentido, reconhecer a sua própria culpa na quebra de um relacionamento e colocar-se diante de Deus com o pedido por perdão é uma atitude que colabora para a reconstrução da sua própria vida e, quem sabe, a reconstrução da relação com alguém outro.

A Igreja Evangélica de Confissão Luterana realiza a bênção matrimonial de pessoas divorciadas porque crê que a confissão dos pecados e o clamor pelo perdão são ouvidos por Deus. Deus estende a mão sobre os cansados e os sobrecarregados e lhes concede alívio e recomeço. Assim, rogamos que cada pessoa use das palavras vindas do coração para construir laços eternos, que vencem as dificuldades, superam as tristezas e comemoram as alegrias e dádivas sempre sob a vontade de Deus.

Na carta aos Hebreus ouvimos ser a Palavra de Jesus a força que sustenta o universo. Essa palavra nos lembra da dureza de nossos corações, do propósito da criação do homem e da mulher para que se unam e formem um só corpo. Ela nos lembra também da igualdade que Jesus estabelece para homens e mulheres em direitos e deveres. É pela Palavra que somos convidados e convidadas a construir relacionamentos sadios, sólidos, duradouros, fiéis e comprometidos. Fazendo assim seremos exemplos de uma vida cristã com espiritualidade que se coloca a serviço do Reino de Deus.

Amém!



Pa. Dione Baldus
Maripá, PR, Brasil
E-Mail: dionebaldus@yahoo.com.br

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