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ISSN 2195-3171





Göttinger Predigten im Internet hg. von U. Nembach

14º Domingo após Pentecostes, 14.09.2014

Predigt zu Gênesis 50:15-21, verfasst von Elisângela Borchardt Röwer

 

Prezada comunidade!

Um devocionário custa R$ 10,00, um CD com hinos do povo de Deus custa R$ 20,00, uma Bíblia com comentários de Lutero custa R$ 30.... Receber o perdão de alguém, perdoar um irmão, uma irmã, ser perdoado por Deus e ganhar a vida eterna - isso não tem preço! É uma bênção que só pode ser vivida por quem tem amor no coração, por quem tem Deus em seu coração.

Perdão! Palavra maravilhosa! Perdão. Palavra salvadora! Palavra capaz de salvar relacionamentos, capaz de salvar famílias, capaz de salvar amizades, capaz de salvar vidas, capaz de trazer a paz. A paz entre as pessoas e a paz de espírito. Perdão de Deus. Palavra que traz salvação.

Perdão é a palavra central do texto do Evangelho e do texto de Gênesis que acabamos de ouvir. No texto de Mateus, a pergunta de Pedro revela como nós seres humanos pensamos - tudo tem um limite até o perdão! Também não posso ficar sempre perdoando! Será? A resposta de Jesus a Pedro nos revela que perdoar não tem limite. Devemos perdoar sempre e assim como demonstrado na parábola, ou seja, de modo gratuito.

De certa forma, no texto de Gênesis, que é o foco da mensagem de hoje, também percebemos que os irmãos de José pensavam assim como Pedro. Quando o pai Jacó morre, eles pensam que o perdão de José dado a eles chegou ao seu limite. Mas José havia perdoado-os do fundo do seu coração. Apesar de tudo, ele não guardava mágoas por eles.

José havia sido excluído pelos irmãos por seguir sempre o que era correto. Quando não parecia ter como piorar o relacionamento, seus irmãos o vendem como escravo. Queriam se ver livres de José. Quando José tem a faca e o queijo na mão para castigar seus irmãos, ele cuida deles, e cuida do seu pai Jacó.

No texto de Gênesis, que ouvimos, os irmãos de José ficam com medo quando Jacó morre, pois acreditam que José só cuidou deles até agora por causa do pai, e agora Jacó estava morto. Eles chegam a José e pedem: Perdoa a nossa maldade, os nossos erros, perdoa os nossos pecados, pois somos servos do Deus do seu pai. Eles não entendem José. Não entendem que o perdão é maior do que a raiva. Não entendem porque José chora. Não entendem que o que eles tinham feito, Deus havia transformado em bem. José respondeu: "Não tenham medo. Estaria eu no lugar de Deus? Vocês planejaram o mal contra mim, mas Deus o tornou em bem, para que fosse preservada a vida de muitos. Por isso, não tenham medo. Eu cuidarei de vocês e dos seus filhos (19-20)."

Pela leitura do texto, não sabemos exatamente se os irmãos de José pediram perdão a ele porque estavam arrependidos de fato ou porque tinham medo da vingança. Poderiam ser as duas coisas ao mesmo tempo. Além disso, o argumento que usaram parece envolvido por um espírito de esperteza. Eles não se identificam simplesmente como irmãos que erraram, mas como "servos do Deus de teu pai". José não questionou a sinceridade dos irmãos. Ele simplesmente perdoou.

Pensar no perdão assim como José o fez, pode parecer estranho para nós também. José foi maltratado. Foi vendido como escravo. Não pode mais viver ao lado de seus pais. Sofreu no Egito. Ou seja, ele tinha todos os motivos para guardar raiva, ressentimento e desejo de vingança. Mas não! Ele os perdoou!

Querida comunidade, e como nós agimos? Sabemos perdoar? Ou guardamos aquele velho ressentimento por décadas? Saberíamos perdoar como José o fez se estivéssemos em seu lugar? Ou antes, de perdoar queremos colocar tudo na ponta da caneta para ver quem errou mais? Sabemos simplesmente perdoar e buscar um novo começo, independentemente de quem foi a culpa? Penso que isso é difícil para nós.

Esse texto nos fala de relações familiares, corações que sabem perdoar e corações que têm dificuldade para entender o que é o verdadeiro perdão. Esse texto fala daquilo que vivemos em nossa vida constantemente. Quantos lares, famílias infelizes, despedaçadas porque o erro ocorreu, porque ocorreu uma briga, mas após o erro não veio o perdão! Não veio o reconhecimento da culpa e o pedido de perdão. E aquela velha história passa anos cozinhando e destruindo corações, pessoas, famílias. Perdão, palavra poderosa!

Perdão, palavra também por vezes esquecida em nossos relacionamentos em comunidade! Comunidade cristã entre pessoas que não conseguem perdoar-se, isso é possível? Isso seria algo totalmente contraditório ao central da fé cristã - Cristo morreu por nós na cruz para perdoar os nossos pecados e de forma gratuita! E nós vamos reter o perdão que deveríamos conceder ao nosso irmão? Vocês lembram da parábola do servo impiedoso que ouvimos há pouco? Ele teve a sua grande dívida perdoada, mas não perdoou a pequena dívida de seu devedor. Se agimos como esse servo, então nós tiramos a glória que é de Deus. Nossos olhos precisam estar atentos para o que Deus fez em nós, por nós. Ele perdoou uma dívida impagável. Em Cristo, nos declarou justos. Cristo nos deixou a lição do perdão. E crer em Jesus Cristo não é apenas receber o perdão, mas também perdoar. Perdoados, perdoamos. Vamos exercitar isso em família, com os irmãos, em comunidade!

Conta-se que certa vez, havia um membro muito participativo numa comunidade, mas para ele o altar deveria estar encostado na parede. Quando um novo pastor chegou naquela igreja com idéias novas que havia aprendido na faculdade, ele logo afastou o altar e começou a realizar os cultos de frente para a comunidade. Aquele membro nunca mais voltou para o culto e quando o pastor foi para outro local, na primeira oportunidade que teve, ele colocou o altar de volta encostado na parede. E voltou para os cultos. Será que não seria muito mais importante estar na presença de Deus? Não houve perdão e reconciliação nem na pessoa desse membro nem na pessoa do pastor.

Quando ouvimos uma história assim, achamos a situação ridícula. Quanta cabeça dura! Mas nem percebemos que muitas vezes nós mesmos nos envolvemos em situações como essas e criamos a maior briga, pode ser em casa, na comunidade, no trabalho. Um diálogo saudável entre aquele membro e o pastor poderia ter resolvido a controvérsia numa boa. Um deveria ceder um pouco, mas não acabaria com a vida de ninguém.

Isso nos leva ao texto de Romanos de hoje. Esse texto nos ensina que os cristãos devem ter tolerância entre si. Existem questões abertas em que a diferença de opinião é possível. Quando essas diferenças aparecem, isso não significa que não seja possível conviver. Todos devem colocar-se diante do Senhor, e então a convivência, até mesmo entre os diferentes, é possível. Se um prefere a Santa Ceia no cálice comum, tudo bem, se o outro prefere no cálice individual, tudo bem. O importante é que tudo seja feito em amor para e com Deus.

O próprio Salvador Jesus Cristo nos ensina isso com seu exemplo. Ele recebe pessoas com culturas, costumes e opiniões diferentes. Ele ama a todos. Isso não significa tolerância com o pecado, mas perdão e amor. Vamos discutir, vamos divergir, mas vamos fazê-lo em amor.

Irmãos e irmãs na fé, o amor de Deus e o perdão entre irmãos transformou a família de Jacó e o desejo do Pai, nosso Deus, é que a nossa família e a nossa comunidade também sejam transformados pelo perdão. Sendo perdoados por Deus e perdoando.

Querida comunidade, agora ao final dessa mensagem peço perdão. Peço perdão por um equívoco que cometi ao iniciar esta mensagem. Não. Não é verdade que o perdão não tem preço. Teve preço sim. O mais alto de todos. Por causa do seu amor por você, Jesus pagou o preço que era devido - pelo nosso perdão pagou com a sua vida na cruz! Mas o perdão entre irmãos é gratuito! Não custa nada para perdoar e ser perdoado. Pelo contrário, todos ganham e muito no exercício do perdão. Amém!




P. Elisângela Borchardt Röwer
Cuiabá/MS
E-Mail: borchardtrower@yahoo.com.br

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