Göttinger Predigten im Internet
ed. by U. Nembach und J. Neukirch

Quinto Domingo Após Pentecostes - 04 de julho de 2004
Série Trienal C – Evangelho: Lucas 9.18-24 – Adolpho Schimidt


“Estando ele orando à parte, achavam-se presentes os discípulos, a quem perguntou: Quem dizem as multidões que sou? Responderam eles: João Batista, mas outros, Elias; e ainda outros dizem que ressurgiu um dos profetas.
Mas vós, perguntou ele, quem dizeis que eu sou? Então, falou Pedro e disse: Tu és o Cristo de Deus.
Ele, porém, advertindo-os, mandou que a ninguém declarassem tal coisa, dizendo: É necessário que o Filho do Homem sofra muitas coisas, seja rejeitado pelos anciãos, pelos principais sacerdotes e pelos escribas; seja morto e, no terceiro dia, ressuscite.
Dizia a todos: Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, dia a dia tome a sua cruz e siga-me.
Pois quem quiser salvar a sua vida perdê-la-á; quem perder a vida por minha causa, esse a salvará.”
(Lucas 9.18-24 (SBB, RA))

Mui prezados leitores!

Hoje, dia 04 de julho de 2004, os Estados Unidos da América do Norte comemoram os 228 anos da “unânime Declaração de Independência dos treze Estados unidos da América”.

Os anseios por liberdade na ex-colônia inglesa foram satisfeitos em 1776. No início do NT, em Israel, os judeus queriam livrar-se dos romanos. Talvez fosse Jesus o homem forte, o “Messias”, o “Cristo”, o “Ungido de Deus” para lhes dar e garantir liberdade!?

Num retiro, Jesus, erguendo-se da oração a Seu Pai, perguntou aos discípulos quem as multidões diziam ser Ele. Veio a resposta: João Batista, Elias ou um dos profetas, redivivo. - Jesus quis então o posicionamento dos discípulos. Pedro respondeu: “Tu és o Cristo de Deus” (“Cristo” - em hebraico, “Messias”; em português, “Ungido”). Pedro respondeu corretamente. Mas, em referindo-se este título a Jesus, Pedro e os outros sabiam de fato e a fundo o seu significado?

O Cristo não estava pesquisando se o povo o elegeria, se os Seus discípulos o aprovavam para ser Rei de Israel. Ele não necessita nem quer ser escolhido ou eleito por pessoas (Jo 6.15; 15.16). A Sua posição é a do Poder Celestial, Sua credencial é a do próprio Deus.

Os “ungidos” nos tempos do Antigo Testamento eram homens consagrados por ordem de Deus, para três ofícios especiais: de Profeta, Sumo Sacerdote e Rei. Sendo os respectivos titulares fiéis ao Senhor,

o profeta dizia e expunha a indivíduos e ao povo de Israel a Palavra de Deus,
o sumo sacerdote servia no templo e oferecia sacrifícios pelos pecados próprios e do povo a Deus,
o rei governava e defendia Israel segundo as ordens de Deus.

O Ungido de Deus e o Novo Testamento

Iniciados os tempos do NT, as multidões consideravam Jesus um ungido, profeta, mas meramente um entre outros. Pedro, no entanto, afirmou em palavras corretas e categóricas: “Tu és o Cristo”!

Mas por que Jesus não permitiu aos discípulos espalharem a notícia? Este reconhecimento não era verdadeiro? – Realmente, não! Era ainda falho e, por isso, errôneo. Os ouvintes não poderiam ter percepção exata de quem Ele de fato é, como Ele fala e age, por que e para que Ele veio! Seria fatal para os que assim, superficialmente, dele ouvissem, pensassem e falassem, então nele confiassem e o seguissem esperançosos. Os discípulos deviam antes aprender todo o necessário, para Ele então os enviar a proclamá-lo.

Noutra ocasião, Ele lhes disse que ainda não suportariam ouvir e ver tudo que lhes faltava. Precisavam aguardar a vinda do Espírito da Verdade, Ele os guiaria a toda a Verdade (Jo 16.12s.). Após sofrimento e morte, ressurreição e ascensão do Cristo, o Senhor lhes revelou tudo e eles entenderam (Lc 24.44-53) – e se tornaram os fiéis apóstolos!

Seria errônea, inútil e trágica, para nós e outros, também a nossa proclamação do Cristo se saíssemos dizendo apenas que Jesus, o Salvador, salva de doença, de pobreza, de inimigos; dá saúde ao corpo, riqueza à família, segurança ao País etc. Apontaríamos a aspectos variáveis, não essenciais, não à totalidade dos feitos do Senhor. Não seria a mensagem bíblica do Cristo.

Verdade é que Ele continua realizando, sem estardalhaço, as Suas obras, como outrora em Israel. Pois, não fosse o Cristo, hoje nenhum médico curaria um único enfermo; nenhum pobre seria erguido da miséria; nenhum país teria segurança e paz, nem mesmo temporária e aparentemente. Todos seriam inimigos uns dos outros. Por que e para que Deus então ainda manteria um mundo e uma humanidade já condenada, sem chance de ser salva? Ele já teria eliminado esta criação!

Pelo que sentimos, pensamos, desejamos, falamos ou fazemos, em causa própria, com nosso esforço, mesmo com as melhores intenções, até para o bem espiritual e físico nosso e do nosso próximo e para a glória de Deus - nunca realizaríamos algo agradável a Ele! Seria ação sem valor eterno. Pois conhecimento, força e bênção vêm unicamente do Senhor, e a fonte é a Sua Palavra! O Cristo quer que primeiro conheçamos bem a Sua pessoa e a essência da Sua obra. As condições prévias para o envio dos Seus mensageiros não mudam: Podem ir - e irão! - após o Espírito Santo lhes ter aberto o entendimento, para compreenderem as Escrituras.

O Cristo é a Excelsa Autoridade em tudo que se refere ao imprescindível conhecimento para a vida espiritual de cada um bem como da totalidade de Seus seguidores, que é a santa igreja cristã.Mediante os Seus ensinamentos:

- recebemos o Espírito Santo, que “procede do Pai e do Filho”, e assim cremos Nele;

- confiamos em tudo que a Bíblia nos fala de Deus e de nós, do mundo, do tempo e da eternidade;

- reconhecemos não haver novas ou diferentes revelações, que as únicas verdadeiras são as Dele, já feitas e delimitadas, nas Escrituras Sagradas (Antigo Testamento e Novo Testamento).

Encontramos, agora, as respostas nas Santas Escrituras, na sua proclamação verídica pelos Seus servos e na administração dos Seus santos Sacramentos (o Santo Batismo e a Santa Ceia) como Ele próprio os instituiu. São estes os Seus santos meios de comunicar e ensinar, de oferecer e dar os bens celestiais, por Ele para nós obtidos. Estes bens são recebidos mediante a fé, gerada, fortalecida e mantida pelo Espírito Santo.

Desejando, pois, alguém conhecer este Grande, pergunte a Ele próprio - e faça-o enquanto é tempo da Graça! O Cristo se nos apresenta na Bíblia. O mundo foi criado e continua sendo mantido habitável, enquanto assim a Deus agradar (Gn 8.22; 9.8-17; Mt 24.14). Ao retirar o Pai a Sua mão do que o Ele fez por meio do Cristo (Gn 1 e 2; Jo 1.1-3), desabará e desaparecerá o universo! Sem Ele, Mediador, nada poderíamos fazer, nem mesmo viver. Mas Ele e o Espírito Santo e o Pai querem que os pecadores sejam salvos, por isso ainda perdura Sua longanimidade.

Ainda o Reino do Cristo está, (também!) neste mundo, mas “não é deste mundo” (Jo 17.11,15s.; 18.36). Seu amor e poder não se restringem a preencher carências temporais. Não são as principais obras do Cristo estas, restritas à vida terrena das pessoas. O Cristo de Deus não é um ‘cristo, um ‘messias’ desejado, imaginado e moldado pela igreja da época ou outrem, mas o Cristo anunciado pelos profetas (veja Is 52 e 53!) e testemunhado pelos evangelistas e apóstolos. Infinito é Seu domínio, além de todo humano entendimento, sobre terra e céus, o mundo temporal e o mundo eterno. Apresenta-se aqui gracioso, para buscar e salvar os perdidos. Mas já predisse o fim deste mundo. “Novo céu e nova terra” - eis onde Ele reina e reinará sem fim em glória e poder.

E hoje, os ouvintes e leitores querem este Messias da Bíblia? Ou preferem moldar-se um ‘cristo’ com alguns ingredientes bíblicos somente, correspondendo à emoção natural, ao intelecto humano e às aspirações seculares? Tal ‘cristo’ Jesus não é nem jamais será. Por mais que seja desejado, Ele não muda de opinião ou estratégia. Quer ser recebido tal qual Ele é – quem o quiser diferente não o encontrará, antes desprezará e odiará – e não terá o verdadeiro Cristo (Jo 6)! Portanto:

1.Sejamosatentos discípulos do Cristo, o Profeta do Altíssimo.

Não proclamemos mensagens falsas, mas, no poder do Espírito Santo, os ensinamentos bíblicos. Para sempre melhor anunciarmos e apresentarmos fielmente por palavras e com todo o nosso viver o Cristo, Salvador dos pecadores, firmemo-nos em Seu conhecimento (Rm 12.1ss.).

Sempre apresentemos o Cristo de Deus aos que ainda se encontram como e onde nós estávamos, para que também recebam “remissão dos pecados”, sejam incluídos na “comunhão dos santos”, anunciem o Cristo, tenham a feliz “ressurreição da carne” e a plenitude da “vida eterna”.

2. Sejamoshumildes anunciadores do Cristo, o nosso Grande Sumo Sacerdote.

Precisamos saber com clareza: Árduo é este trabalho, desprezado e odiado por muitos. Mas, em nome do Senhor, a abnegação traz saborosos frutos (Is 55; Mt 13 par.). Grande é o júbilo diante dos anjos de Deus por um pecador que se arrepende (Lc 15). Incontáveis serão os salvos (Ap 7)!

Na Sua obra magna Ele nos incluiu, valoriza, engrandece e honra: somos Sua propriedade, livre, justa e santa, Seus servos amados, protegidos e abençoados. Assim, a nossa vida, terrena, perecível e breve, vale ser vivida - e sofrida - por causa da vida nova a qual já nos conquistou, deu e garante eternamente o nosso Profeta, o Grande Sumo Sacerdote, o Rei dos Reis! Portanto:

3. Sejamos corajosos combatentes do Cristo, o Rei dos reis e Senhor dos senhores

Utilizemos as Suas armas, espirituais, de ataque e de defesa - e seremos vencedores (Ef 6.10-18). A Sua Autoridade sobre todos os inimigos, os traiçoeiros e os ameaçadores, os perceptíveis e os ocultos, faça-nos aplicar os Seus divinos ensinamentos na ética pessoal, familiar, profissional, cidadã, eclesial – a fim de que, como o próprio Cristo, sejamos aqueles que estão neste mundo, mas dele não são, e para que com crescente nitidez como tais sejamos reconhecidos.

O nosso lema seja: Confiar e obedecer! Jamais querer “enfrentar o inimigo” por iniciativa e conta própria. Na primeira investida, seríamos derrotados e, talvez, eliminados das fileiras. No Cristo seja a nossa total confiança e a Ele a conseqüente obediência. Vamos, pois, anunciá-lo, não em nosso, mas em Seu nome e poder. Grande honra! Grande responsabilidade! Grande alegria!

Ele nos envia para que, por meio da Sua Palavra e do nosso exemplo de vida cristã (Rm 12.1s.), influenciemos outros a se tornarem cidadãos sob o Rei bondoso e assim cresça o Seu Reino eterno. Em Sua Palavra, Ele nos informa e incentiva:

“Vós sois ... “o Sal da terra”, “a Luz do mundo”, “ramos da Videira”, “membros do Corpo”, “pedras vivas” no Santo Edifício, “raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz”!

Jamais nos contentemos com menos do que tudo o que o Cristo de Deus nos oferece, dá e garante. O Cristo de Deus é o Mestre, Salvador e Senhor. Por graça e misericórdia,

Ele nos ensina toda a Verdade - de si, sobre nós, toda a humanidade, mundo, tempo e eternidade;

Ele ofereceu a si próprio por nós e todos e intercede pelos Seus sem cessar junto ao Pai;

Ele quer ser o Senhor da nossa vida neste mundo e conduzir-nos à feliz ressurreição.

Conheçamos bem a vida e obra do Grande Deus e nosso Salvador – não de um dos grandes deste mundo, mas do único verdadeiramente Grande, não deste mundo.

Sejamos discípulos do Profeta, servos do Sumo Sacerdote, cidadãos no Reino do Senhor!

Senhor Deus! Agradecemos-te pela Tua Palavra que nos legaste. Perdoa-nos toda ignorância. Abre-nos o entendimento. Faze-nos reconhecer o Teu Cristo. Capacita-nos para que, em Teu Espírito, obedientes por fé, ousados, humildes e sábios proclamemos com palavras e todo o viver o Teu Nome. Ó único Deus verdadeiro, nosso Deus, o Teu Reino é eterno. A Ti adoramos. Amém.

Adolpho Schimidt
Igreja Evangélica Luterana do Brasil (IELB)
Brasília, Distrito Federal, Brasil
adolphoschimidt@hotmail.com
adolphoschimidt2003@yahoo.com.br


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