Göttinger Predigten im Internet
hg. von U. Nembach

Décimo Domingo após Pentecostes - 8 de Agosto de 2004
Série Trienal C -
Lucas 11, 1-13, por Adolpho Schimidt
(-> A las predicaciones actuales: www.predigten.uni-goettingen.de)


Pedem os discípulos:

SENHOR, ENSINA-NOS A ORAR!

Responde-lhes Jesus:

QUANDO ORARDES, DIZEI: PAI, SANTIFICADO SEJA O TEU NOME...

Orar é estar em comunhão com Deus. Disto o Senhor Jesus é o exemplo perfeito. Orar. Sempre, em toda parte. Isso Lhe era atividade comum durante o Seu estado de humilhação. E continua sendo, após Ele, Deus e Homem, ter assumido todo o poder nos céus e na terra.

Os discípulos desejam aprender a orar. Não se fiam em seu saber e discernimento para distinguir necessário e benéfico de inútil e prejudicial. Não, porque percebem que Jesus tem contato direto com Deus, que as Suas orações são atendidas. Confiam Nele e pedem o ensinamento. Com isto, já estão orando – a Ele! – sem perceberem, ao que parece, o alcance do seu pedido. Com o pedido, obedecem de forma positiva ao mandamento que diz:

“Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão, porque o Senhor não terá por inocente o que tomar o seu nome em vão”. Isto quer dizer que “devemos temer e amar a Deus e, portanto, em seu nome não amaldiçoar, jurar, praticar a feitiçaria, mentir ou enganar; mas devemos invocá-lo em todas as necessidades, orar, louvar e agradecer”.

Para os discípulos Jesus era a Bíblia aberta, o ensinamento vivo, imprescindível a todos os que desejam comunicar-se com o Deus eterno.

A nossa oração agrada a Deus e chega ao Seu coração e trono - se confiamos Nele, a fim de que Ele nos atenda e corrija, conduza nosso louvor, nossa gratidão e nossas petições. Do contrário, faríamos pedidos imprestáveis, egoístas, de auto-satisfação, da nossa inclinação perversa. (Lc 18.9-14). Orar, de maneira agradável a Deus, para a honra Dele e para o bem físico e espiritual nosso e do nosso próximo – isto aprendemos de Jesus!

Hoje, aprende-se a orar do Manual de Deus para a humanidade, a Escritura Sagrada. Nela e por meio dela Jesus se manifesta, Deus nos fala. É Livro completo em relação ao que nos é necessário para a nossa fé, vida cristã e salvação eterna.

A nossa oração seria imperfeita. Mas perfeito é Jesus, em nome do qual oramos ao Pai. Pois não somos justos e santos por dignidade e mérito próprios, mas devido à dignidade e ao mérito de Jesus. Podemos observar que desde que Deus nos converteu à fé em Jesus, há em nós, por assim dizer, duas naturezas conflitantes: a velha natureza corrupta, do nosso pecado, e a nova natureza da justiça e santidade de Cristo. Somos simultaneamente justos e pecadores durante a vida neste mundo físico. Por isso sempre precisamos considerar:

Jesus, no qual confiamos e ao qual confiantes obedecemos, justifica, santifica e valida assim a nossa oração. Pois Ele é o nosso Mediador, Representante, Advogado perante o Pai. Se, ao orarmos, confiamos no Cristo de Deus, o Pai ouve e atende. O Pai não vê a nossa culpa, mas vê entre Ele e nós o Seu Filho com Sua Justiça e Santidade – e aceita nossa petição!

Agora podemos e devemos orar em nome de Jesus, para que não recaiamos às coisas antigas apegando-nos ao que é perecível e condenável, mas permaneçamos firmes no Cristo e vivamos a nova vida valiosa e eterna, na bênção e proteção de Deus.

A necessidade da oração se encontra em nós, e a sua eficácia encontra-se em Jesus.

Não o egoísmo, mas o desejo, criado pelo Santo Espírito em nós, de vivermos segundo a boa vontade de Deus induz-nos a orar.

Nós e o nosso próximo necessitamos de ajuda.O Pai quer que oremos e promete atender-nos – e nos atende!

A primeira lição deste nosso aprendizado com Jesus começa pela indicação:

“Quando vocês orarem, digam: Pai!”

Isto porque Ele veio do Pai, tornou-se nosso irmão e nos representa perante o Pai. Por nós próprios jamais nossas palavras seriam atendidas pelo Pai. Ele nos mostra que o Pai nos ama e que agora podemos dirigir-nos a Ele “sem temor e com toda a confiança, assim como os filhos amados ao seu pai amado”.

Pai nosso! Ao intercedermos, em nome de Jesus, uns pelos outros e pelos que ainda estão alheios à Promessa, o Pai celestial nos atende por causa do auto-sacrifício perfeito de Seu amado Filho por nós e toda a humanidade.

Aprendemos de Jesus a desejar e pedir que o nome do Pai seja santificado.

O nome de Deus, santo em e por si mesmo, é santificado entre nós:

  • quando a Palavra de Deus é ensinada clara e puramente;
  • quando nós, como filhos de Deus, vivemos uma vida santa, isto é, em conformidade com esta Palavra.

É o que desejamos e pedimos como amados filhos de Deus.

Mas o nome de Deus é profanado, desrespeitado, desprezado e até odiado abertamente:

  • quando alguém ensina de modo diverso do que a Palavra de Deus diz e
  • quando alguém vive de modo diverso do que a Palavra de Deus ensina.

Nós não podemos tornar santo o nome de Deus. Mas, ensinando a Palavra de Deus em pureza, sem acréscimos nem subtrações ou alterações, bem como vivendo uma vida santa, o nome de Deus é santificado entre nós e os outros. Glorificamos assim o Seu santo nome.

Aprendemos de Jesus a desejar e pedir que venha o Reino do Pai.

Suplicamos que o Reino da graça de Deus venha a nós e se expanda a todo o mundo e que venha em breve o Reino da Sua glória. Pedimos, pois, que o nosso Pai celestial nos dê o Seu Espírito Santo, para crermos, por Sua graça, em Sua santa Palavra, e vivermos uma vida santa neste mundo e na eternidade.

Aprendemos de Jesus a desejar e pedir de Deus o pão nosso de dia em dia.

O próprio Jesus, nosso Mestre de oração, diz (Mt 6.33): “Buscai, pois, em primeiro lugar, o Seu Reino e a Sua Justiça, e todas estas coisas” (alimentação e saúde, vestuário e moradia, emprego e profissão etc.) “vos serão acrescentadas”. Restritos os bens físicos à duração da nossa vida terrena, ficam subordinados ao bem eterno e, por isso, condicionados a que agradem a Deus como úteis para a nossa permanência na fé em Jesus o Salvador.

Não haveria proveito em ficarmos ansiosos, prejudicaríamos assim a nós mesmos e outras pessoas, por não confiarmos no Senhor, Doador e Mantenedor da vida. Não sede de riqueza, poder e fama, mas confiança na providência divina cotidiana de dia em dia com todo o necessário, eis o que é virtude cristã. Basta termos para viver e ajudar a quem não tem, tornando-se assim conhecido o amor de Deus por meio daqueles que crêem em Cristo.

Não podemos esperar que outros ajudem, que o governo assuma. A nossa oração ao Pai nosso pedindo o Pão nosso aponta para as diversas necessidades entre as pessoas com as quais convivemos e pressupõe a nossa solidariedade com elas, a nossa prontidão a “dar o anzol e ensinar a pescar”, envolvendo o auxílio à saúde e ao aprendizado das pessoas carentes, doação direta de gêneros alimentícios, especialmente aconselhamento espiritual e psicológico, dedicação de tempo, tudo para conduzir o nosso próximo a ver-se como criatura de Deus, amada, destinatária da mensagem da salvação eterna.

Aprendemos de Jesus a pedir perdão a Deus e a perdoar ao nosso próximo.

Somos diferentes de Jesus: Ele jamais precisou pedir, para si, perdão a Deus ou a qualquer pessoa, porque Ele é perfeito, justo e santo. Mas Deus o puniu por nossa causa: “Aquele que não conheceu pecado, Ele o fez pecado por nós; para que Nele fôssemos feitos Justiça de Deus” (2Co 5.21).

Se nós recebemos o por nós imerecido amor de Deus, este fato nos renova e torna diferente todo o nosso relacionamento com Deus e com as pessoas. Nós amamos a Deus e ao nosso próximo porque Deus nos amou primeiro. Perdoamos ao nosso próximo porque Deus nos perdoou primeiro.

Todavia, quem foi libertado do castigo eterno, e não quer perdoar uma culpa ao seu próximo, chama sobre si a ira de Deus, recai à desobediência e incredulidade. Se vivemos na graça de Deus, faz parte desta nova vida estarmos também sempre prontos a perdoar.

Na leitura bíblica do AT para este domingo há o exemplo de Abraão, que intercedeu pelo povo das cidades de Sodoma e Gomorra, rogou insistentemente que Deus não as destruísse, por amor aos poucos fiéis que nelas houvesse (Gn 18.20-32). O apóstolo Paulo, especialmente, intercedeu por Israel, a fim de que Deus fizesse esse povo reconhecer que Jesus é o Cristo.

Temos incontáveis motivos para suplicar a Deus por pessoas, países e todo o mundo. Ante tanta perversidade, agressão brutal, vingança ainda mais violenta entre várias nações e, dentro dos países, guerras civis, facilmente aderimos ao coro geral, inclinados a seguir nossas emoções e nossos critérios humanos de justiça, desejando o extermínio dos maus. É parte indispensável das nossas orações suplicarmos a Deus pela salvação também dos poderosos deste mundo, que são miseráveis diante Dele como nós e qualquer um.

Enganamo-nos classificando pecados dos outros como mais terríveis do que os nossos. Os discípulos de Jesus também caíram nessa cilada do maligno. Mas Jesus os educou a se reconhecerem bem e desejarem a mesma salvação aos outros, preparada para eles e todos.

De Jesus aprendemos a desejar e pedir que o Pai não nos deixe cair em tentação.

Jesus sabe o que é ser tentado, até as profundezas, pelo maligno. E Ele sabe como resistir e ser vitorioso. A base de resistência é a firmeza da confiança na Palavra de Deus. Hb 4.14-16.

Por vezes, Deus permite que os Seus filhos passem por provações. Seu propósito é fortalecer a nossa fé. Podemos dizer que esta é uma tentação para o bem.

Mas existe a tentação para o mal. Esta consiste em que o diabo, o mundo sem Deus e a nossa própria natureza corrupta nos enganam e seduzem a crenças falsas, a desespero, a grande vergonha e vícios e tantos outros tipos de pecados, que reconhecemos à luz da Lei de Deus.

Suplicamos, pois, ao Pai que nos guarde, para que a tentação não nos assalte, e se Ele quiser que venha, nos fortaleça e nos guarde, para que vençamos afinal e retenhamos a vitória.

O Pai atende as orações dos que lhe pedem em nome do Filho. Ele pode e quer dar aos Seus filhos a dádiva por excelência: o Espírito Santo.

Jesus elucida esta realidade por meio da parábola do amigo importuno.

Após a gloriosa ressurreição e ascensão de Jesus aos céus, o Espírito Santo, prometido por Jesus capacitou os discípulos: Eles assumiram o serviço intensivo de proclamar a mensagem da salvação, acompanhado sempre pela oração, em nome de Jesus, certos de que o Pai atende incondicionalmente os pedidos por bênçãos espirituais, mas os pedidos por bênçãos materiais, corporais, físicas sob a condição de serem proveitosas para a vida cristã bem como para ainda incrédulos verem as boas obras e glorificarem o Pai que está nos céus.

o Evitemos pedir coisas vãs ou nocivas.

o Estejamos atentos para perceber se Deus quer que tenhamos certo bem ou não.

o Não podemos prescrever a Deus tempo nem maneira de Ele nos ajudar.

o Sejamos pacientes em esperança quando não percebemos logo o auxílio de Deus.

Como na presente vida ainda não dispomos de perfeição, consolemo-nos com esta palavra:

“Também o Espírito, semelhantemente, nos assiste em nossa fraqueza; porque não sabemos orar como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós sobremaneira, com gemidos inexprimíveis” (Rm 8.26).

“Ora, Àquele que é poderoso para fazer infinitamente mais do que tudo quanto pedimos ou pensamos, conforme o seu poder que opera em nós, a Ele seja a glória, na Igreja e em Cristo Jesus, por todas as gerações, para todo o sempre. Amém.” Ef 3.20s.

Adolpho Schimidt
Igreja Evangélica Luterana do Brasil (IELB)
Brasília, Distrito Federal, Brasil
adolphoschimidt@hotmail.com


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