Göttinger Predigten im Internet
hg. von U. Nembach

PALMARUM – 20 de Março de 2005
Quaresma – João 12. 12-19 - José A. Schwanke
(Sermões atuais: www.predigten.uni-goettingen.de)


Texto Bíblico
No dia seguinte, a numerosa multidão que viera à festa, tendo ouvido que Jesus estava de caminho para Jerusalém, tomou ramos de palmeiras e saiu ao seu encontro, clamando: Hosana! Bendito o que vem em nome do Senhor e que é Rei de Israel! E Jesus, tendo conseguido um jumentinho, montou-o, segundo está escrito: Não temas, filha de Sião, eis que o teu Rei aí vem, montado em um filho de jumenta. Seus discípulos a princípio não compreenderam isto; quando, porém, Jesus foi glorificado, então, eles lembraram de que estas coisas estavam escritas a respeito dele e também de que isso lhe fizeram. Dava, pois, testemunho disto a multidão que estivera com ele, quando chamara a Lázaro do túmulo e o levantara dentre os mortos. Por causa disso, também, a multidão lhe saiu ao encontro, pois ouviu que ele fizera este sinal. De sorte que os fariseus disseram entre si: Vede que nada aproveitais! Eis aí vai o mundo após ele.

“EIS AÍ TE VEM O TEU REI!”

Introdução

O Evangelho nos apresenta uma cidade em festa. Muitos visitantes já tinham chegado; outros tantos ainda estavam a caminho. E havia uma enorme expectativa! O grande profeta do povo estava para chegar. E esse profeta projetava uma imagem maior do que todos os outros. Ele arrastava multidões atrás de si, curava, consolava, expulsava demônios, ressuscitava mortos...

Alguns já o identificavam com o Messias. Outros viam nele marcas identificativas do próprio Deus em pessoa. E ele estava chegando à cidade santa para visitar o seu povo. O seu caminho está coberto por um tapete de folhas e de mantos; passa entre o crepitar dos aplausos e o sacudir de ramos festivos.

Com o entusiasmo nas alturas e a emoção incontida, as multidões, tanto as que o precediam como as que o seguiam, romperam em exultação: “Hosana ao Filho de Davi! Bendito o que vem em nome do Senhor! Hosana nas maiores alturas!” (Mt 21. 9).

Neste estado de espírito, a procissão flui como um rio ao oceano, para dentro de Jerusalém. E os seus moradores, alarmados e sem poder conter a excitação, começam a perguntar-se sobre o que isto significaria, e quem é este que vem montado num jumentinho. E a resposta que veio das multidões foi: “Este é o profeta Jesus, de Nazaré da Galiléia” ( Mt 21. 11).

Sobre este Profeta nós queremos dirigir a nossa atenção neste momento. Queremos conhecê-lo melhor e saber para quê ele veio a essa festa.

1 – Jesus, o Divino Profeta

Nazaré era uma cidadezinha insignificante e muito pobre. Quando Natanael pela primeira vez ouviu que Jesus era um profeta de Nazaré, ele desdenhosamente perguntou: “De Nazaré pode sair alguma coisa boa?” (Jo 1. 46). Sim, nós sabemos que de Nazaré veio a melhor coisa que alguém poderia esperar: Jesus Cristo.

Quando ele pregava, seus ouvintes logo percebiam que se tratava de alguém que “falava como quem tem autoridade” (Mc 1. 22). Na verdade, este era o último grande Profeta de quem Moisés havia dito: “O Senhor, teu Deus, te suscitará um profeta do meio de ti, de teus irmãos, semelhante a mim; a ele ouvirás” (Dt 18. 15). A maioria do povo, entretanto, não quis escutá-lo. Embora Ele, pessoalmente, se tenha manifestado por meio de palavras e obras como Filho de Deus e Salvador do mundo, as pessoas não lhe deram ouvidos. E neste dia, ele entra mais uma vez em Jerusalém, desta vez montado num jumentinho, para dar a esta cidade tão favorecida a última oportunidade de ouvi-lo, a fim de que saiba o que é preciso para conseguir a paz (Lc 19. 42). E, entrando ele em Jerusalém, toda cidade se alvoroçou, e perguntavam: Quem é este? (Mt 21. 10).

Quem poderia dar-nos maiores informações a respeito deste Profeta, e da razão de tão grande recepção que lhe fizeram? Os seus discípulos? Não, nós queremos escutar o que o profeta Zacarias nos diz a seu respeito 500 anos antes: “Exulta, ó filha de Jerusalém: eis aí te vem o teu Rei, justo e salvador, humilde, montado em jumento, num jumentinho, cria de jumenta” (Zc 9. 9).

2 – Jesus, o Rei profetizado

É um Rei que está entrando em Jerusalém!

Mas este Rei que entra em Jerusalém não é um rei terreno. Suas qualidades o distinguem de todos os reis do mundo. Ele é em tudo diferente dos outros reis. A sua humildade, porém, em nada contraria o seu grande reinado, antes dá evidências de que Ele é o maior de todos os reis. Ele é o Rei dos reis, o Senhor dos senhores. Pilatos não está presente para recepcionar o Rei na sua chegada. Mas cinco dias depois haveria de encontrá-lo, quando lhe perguntaria: “Logo tu és rei?” (Jo 18. 37).

O que Pilatos não viu, o que a massa do povo com seus guias espirituais não entende, e o que ainda hoje os homens na sua maioria não entendem e percebem é que o reino de Cristo não é deste mundo. Seu reino ultrapassa os limites geográficos de um país e abrange a terra e os céus. O seu reino não tem origem terrena, mas procede da graça divina, que acolhe os pecadores resgatados pelo sangue do Cordeiro. O seu reino não se expande no mundo pelo poder de armas terrenas, mas unicamente pela pregação da verdade da cruz.

Este Rei não distribui bens e tesouros terrenos, mas riquezas espirituais e eternas. Em fim, o seu não é um reino que oferece posições de destaque, títulos brilhantes e honrarias tão cobiçadas, antes nos faz partilhar a humildade do nosso Rei, que entra na cidade montado num jumento, em busca de um trono que seria erguido no alto do Calvário.

3 – Jesus, Deus e Salvador

Quem é este que entra em Jerusalém naquele Primeiro Domingo de Ramos? As multidões clamavam: “Hosana ao Filho de Davi! Bendito o que vem em nome do Senhor!” Mesmo que as pessoas não tivessem a inteira compreensão do tributo que prestavam ao ilustre visitante, as palavras deste grandioso hino pascal são corretamente associadas ao Senhor Jesus. Ele era o Descendente, o Filho de Davi. Muitos anos antes da sua vinda em carne, o rei Davi o reconhecera Senhor e Deus (Sl 110). Na plenitude do tempo Deus enviou a Davi o seu Senhor, fazendo-o nascer da linhagem de Davi, como Filho de Davi.

Ele é um Rei justo e salvador, o que aponta claramente para a missão que veio realizar, ou seja, salvar os pecadores. O rei Davi, além de vencer o gigante Golias, alcançou muitas outras vitórias aos israelitas. Mas o “Filho de Davi” obteve a maior de todas as vitórias para o seu povo. Durante estas últimas semanas na Quaresma, mais uma vez pudemos contemplar em espírito aquela violenta luta do maior “Filho de Davi” contra as forças do pecado, da morte e do inferno. Ele enfrentou a luta por nós, desamparados e escravizados por estas mesmas forças, vencendo-as.

Conclusão

Profeta de Nazaré! Filho de Davi! Rei da filha de Sião! Enquanto estes entusiásticos tributos ecoarem em nossos ouvidos, juntemos as nossas vozes ao grande coral das multidões do Domingo de Ramos para entoar: “Hosana ao Filho de Davi! Bendito o que vem em nome do Senhor! Hosana nas maiores alturas!” Pois, para nós que já fomos com Ele até o Calvário, cada um destes gloriosos títulos está tingido com o sangue carmesim que ele derramou.

Quem é este?

Alegres e confiantes, nós respondemos: Este é o meu Deus e o meu Senhor; é o meu Salvador e o meu Rei! Amém.

Pastor José A. Schwanke
Igreja Evangélica Luterana do Brasil
Erechim,  RS – Basil
jaschwanke@tpo.com.br


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