Göttinger Predigten im Internet
hg. von U. Nembach

TERCEIRO DOMINGO DE PENTECOSTES – 05 de Junho de 2005
Série Trienal A – Mateus 9. 9-13 – Aldo Julio Zilki

(Sermões atuais: www.predigten.uni-goettingen.de)


“Jesus saiu dali e, no caminho, viu um cobrador de impostos, chamado Mateus, sentado no lugar onde os impostos eram pagos. Jesus lhe disse: Venha comigo. Mateus se levantou e foi com ele. Mais tarde, enquanto Jesus estava jantando na casa de Mateus, muitos cobradores de impostos e outras pessoas de má fama chegaram e sentaram-se à mesa com Jesus e seus discípulos. Alguns fariseus viram isso e perguntaram aos discípulos: Por que é que o mestre de vocês come com os cobradores de impostos e outras pessoas de má fama? Jesus ouviu a pergunta e respondeu: Os que têm saúde não precisam de médico, mas sim os doentes. Vão e procurem entender o que quer dizer este trecho das Escrituras Sagradas: ‘Eu quero que as pessoas sejam bondosas e não que me ofereçam sacrifícios de animais’. Porque eu vim para chamar os pecadores e não os bons”. Mt 9.9-13.

Meus estimados irmãos e irmãs em Cristo Jesus, nosso Salvador: Que o nosso Deus Pai, Filho e Espírito santo derrame sua graça a cada um de vocês. Assim, permitam que ele dê novo rumo à vossa existência. Dessa forma, poderão ajuda-lo a arrecadar almas para o reino de Deus. Amém.

Lendo a Literatura Clássica, me chamou atenção, como a lira de Orfeu encantava a todos com sua música. As aves paravam de voar, os animais perdiam o medo e as árvores se encurvavam para escuta-lo. Todos saíam de seus lugares para segui-lo. Isso me faz lembrar a Cristo como nosso Orfeu Celestial. Ele, com a música da sua graciosa voz atrai para junto de si aqueles que são menos susceptíveis a influências benignas do que as feras, as árvores e as pedras. Cristo chama para segui-lo, especialmente, as almas pobres, endurecidas, insensíveis e pecaminosas. Permita que Cristo tanja a sua harpa dourada e sussurra em seu coração: “Segue-me”. E você, por sua vez, como Mateus, será conquistado pelo Salvador.

É nesse sentido que:
JESUS QUER DAR UM NOVO RUMO A SUA VIDA.

Primeiramente Jesus quer dar novo rumo a sua vida:

I. Livrando-lhe da perdição eterna.

Nosso texto nos diz que Jesus viu Mateus sentado no lugar onde arrecadavam impostos para os romanos. O Salvador convidou-o para segui-lo. Ele o seguiu. Mas, o que é que este Mateus tinha de tão importante para que Jesus o convidasse para segui-lo? Ele era um cobrador de impostos para Roma. Os romanos dominavam a Palestina há um século. Essa dominação era imposta, especialmente pela força das armas e pela cobrança escorchante de impostos ou tributos. Com isso, privavam os judeus da liberdade e da vida. Evitavam exporem-se para não acirrar os ânimos dos dominados. Para isso, usavam judeus dispostos a enfrentar vexames, acusações e desaforos sendo seus “testas de ferro” ou “laranjas”. Eles não recebiam salário dos romanos. Tinham que se virar. Eles se viravam muito bem: iam sempre acompanhados por policiais e cobravam sempre além do estipulado. Isso era o seu sustendo. E, graças a essa disponibilidade de cobrar impostos em favor dos opressores, essas pessoas eram odiadas e desprezadas pelos seus compatriotas. Todos viam neles uns colaboracionistas, exploradores, sem-vergonhas e prepotentes. Ou seja: tudo aquilo que nós vemos no nosso pior inimigo.

Essa condição foi veementemente combatida pelos fariseus. Eles consideravam os publicanos como gentalha da pior espécie. Por sua vez, manifestavam uma piedade exterior que era seu cartão de apresentação. Ostentavam uma pureza aos olhos das pessoas, porém, sob suas vestes e em seu coração se escondia uma sujeira sem tamanho. Eles se achavam tão santos que não precisavam de um Salvador.

No entanto, Jesus veio para salvar a todos, também os fariseus. Mas para buscar ajuda médica é preciso antes se reconhecer doente. E isso os fariseus não admitiam.Eles negam o ponto de partida, aquilo que desencadearia neles o processo de cura. São doentes terminais e não querem reconhece-lo e nem admitem que alguém possa cura-los. Com isso caminham para sua perdição eterna.

É preciso analisar também nossa vida à luz da palavra de Deus para medir nosso farisaísmo. Certamente veremos as muitas vezes que julgamos outras pessoas puras ou impuras. Com isso as catalogamos como próprias ou impróprias para sentarem-se à nossa mesa. Outras vezes, com uma “santidade de parede” oferecemos culto exterior a Deus acompanhado de pomposos sacrifícios que apenas demonstram a nossa enfermidade. No fundo estamos doentes e não queremos admiti-lo, pois nos julgamos puros e sem necessidades de salvação. Isso nos faz merecedores das pradarias infernais.

Vemos que Mateus e os outros cobradores de impostos reconheceram a necessidade de cura. Tinham fome e justiça do Reino. Eles a buscaram e a encontraram. Mateus a encontrou no olhar de Jesus que penetra fundo sem apontar o dedo acusador. Ele a encontrou na intimidade que não vasculha a vida nem expõe preconceitos. Ele a encontrou em Jesus que senta junto e compartilha tudo o que tem e o que é.

Jesus também vem a nós dizendo: ”Venham cá, vamos discutir esse assunto. Os seus pecados os deixaram manchados de vermelho, manchados de vermelho escuro; mas eu os lavarei e vocês ficarão brancos como a neve, brancos como a lã”. Is 1.18. Ele também quer nos curar. Prestemos atenção no olhar de Jesus e, mesmo que tenhamos que chorar amargamente nossas traições, peçamos-lhe perdão pelos nossos erros. Confiemos-lhe nossa vida. Jesus nos diz: “Porque o Filho do Homem veio para salvara quem estava perdido”. Mt 18.11. Assim ele também nos perdoará e dará um novo rumo à nossa existência.

II. Ele nos ajudará a arrecadar almas imortais para o reino do céu.

Jesus chamou Mateus da perdição para a vida. Ele não tinha nada de bom para oferecer-lhe ou que o tornasse digno de seguir a Jesus. Foi pura graça. Sua salvação encorajou outros publicanos a virem a Jesus Sua casa aberta deu oportunidade a que seus amigos ouvissem a Jesus. Seu ministério pessoal conduziu outros ao Salvador. O seu Evangelho escrito tem convencido a muitos. Ele continuará a faze-lo até o fim dos tempos.

Deus também nos tirou das trevas para sua maravilhosa luz a fim de que anunciemos suas obras em favor da humanidade. Assim, ele nos chama para sermos seus colaboradores. Ele quer que sejamos seus porta-vozes ali no nosso trabalho, no nosso lar através do nosso exemplo. Mas ele também espera que nos dispomos a segui-lo levando a sua mensagem salvadora às pessoas que se acham afastadas do caminho. Jesus quer que anunciemos às pessoas que ele é o caminho a verdade e a vida e que ninguém pode chegar ao Pai senão por meio dele. É preciso anunciar a que Jesus veio para buscar e salvar aquele que está perdido.

Ao mesmo tempo, é necessário analisar nosso “publicanismo”.O que costuma acontecer é que é mais fácil sentar-nos em nossa “coletoria” e contribuirmos para enriquecer o inimigo. Paralisamos em nossa atitude de querer ganhar sempre mais dinheiro e nos esquecemos das nossas necessidades espirituais e das do próximo. Outras vezes, ouvimos chamado do Salvador e não queremos segui-lo para não comprometer-nos com a causa de Cristo.

Se permanecermos nessa atitude de indiferença diante do chamado de Cristo, certamente não será nada animador o futuro que nos espera.Estaremos jogando no lixo o grande presente que Cristo nos oferece: o perdão dos pecados, vida eterna e salvação. E com ele também vai o grande privilégio de sermos sócios de Cristo nesse empreendimento de arrecadar almas para o Reino do céu.

Por isso, mantenhamos nosso olhar firmemente posto em Jesus. Sintamos que seu olhar percorre todo o nosso corpo e todo o nosso ser, sem ferir, sem acusar, simplesmente olhando-nos com amor. Ele vê tudo o que os outros vêem, mas de forma nova e insuperável. Por isso, convidemo-lo para ser nosso hóspede permanente sem prevenções. Acolhemo-lo sem burocracia ou protocolos. Não é preciso tentar justificar nossos pecados e fraquezas. Reconheçamo-nos pecadores e necessitados do médico. Ele certamente nos olhará com profundo amor e nos curará de nossa enfermidade. O médico é Jesus. O remédio é o seu próprio sangue, que pela fé é aplicado sobre nossas vidas, nos purificando de todo pecado (I João 1.7,9). O tratamento é arrependimento, conversão e perdão. Receba o perdão de Deus, perdoe a si mesmo, peça perdão aos outros e também conceda perdão. O resultado será a cura interior.

Somente seremos pessoas bondosas. Somente assim ele poderá dar um novo rumo a nossa vida livrando-nos da perdição eterna e recebendo-nos como seus colaboradores no sentido de arrecadar almas para o seu reino. Que ele nos abençoe nessa tarefa. Amém.

Pastor Aldo Julio Zilki
Igreja Evangélica Luterana do Brasil
são Paulo - SP – BRASIL
revaldojulio@yahoo.com.br

 


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