Göttinger Predigten im Internet
hg. von U. Nembach

Décimo-sexto Domingo após Pentecoste – 4 de setembro de 2005
Série Trienal A – Mateus 18.15-20 – Alex M. Schmökel
(Sermões atuais: www.predigten.uni-goettingen.de)


Tema: Acolhendo o irmão faltoso

Que o Deus e Pai de toda graça, amor e misericórdia nos abençoe durante o ouvir e o meditar de Sua Santa Palavra, em nome e por amor de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Amém.

INTRODUÇÃO

Todos nós conhecemos aquela história bíblica da mulher pega em adultério. Esta mulher fora levada até a presença de Jesus pelos escribas e fariseus (que eram versados na Lei de Moisés e se julgavam sem pecados, julgando todos os outros por seus erros e pecados).

Ao trazerem a mulher diante de Jesus, Lhe disseram: “Mestre, esta mulher foi pega em adultério. E na Lei, Moisés ordenou que tais mulheres sejam apedrejadas até a morte. O que tu tens a nos dizer?”

E para surpresa deles, Jesus se levantou e disse: “Quem não tiver pecados que atire a primeira pedra”. E com esta resposta, eles foram se retirando um após o outro.

E vendo que todos se retiraram, Jesus perguntou para a mulher: “onde estão aqueles que te acusaram? Ninguém te condenou?”

E a mulher respondeu: “Ninguém, Senhor!”

E Jesus então lhe disse: “Nem eu te condeno. Vai e não peques mais!”

Jesus tem um jeito especial e diferente de tratar com as pessoas, seus problemas, erros, falhas e pecados. Diferente do jeito dos judeus; e, com certeza, diferente do nosso jeito.

CONTEXTO

Isto nós constatamos no contexto em que nosso texto – Mt 18.15-20 – está inserido. Jesus ensina aos seus discípulos e também a nós para que sejamos simples e humildes como as crianças; que não sejamos pedra de tropeço para as outras pessoas e que nos importemos realmente com nosso irmão afastado e faltoso.

E o resumo de todo este ensino de Jesus está no versículo que antecede nosso texto, o versículo 14: “Assim, pois, não é da vontade de vosso Pai celeste que pereça um só destes pequeninos”.

E agora vem a diretriz de como devemos tratar o irmão faltoso, de como devemos acolher e nos importar com o irmão que nos faz um mal e nos prejudica.

I

A primeira orientação que Jesus dá é o tratamento em particular entre a pessoa ofendida e a que ofende. Em outras palavras poderíamos dizer que Jesus recomenda ser discreto, ou seja, falar com o irmão faltoso em particular e não “espalhar aos quatro ventos”, aquilo que aconteceu, como é a tendência do ser humano, como é a nossa tendência. E este falar com o irmão em particular tem como objetivo levá-lo a reconhecer o seu pecado e conceder-lhe uma chance para que possa se arrepender e receber perdão.

Se a primeira recomendação de Jesus - falar em particular - não der resultado, Ele já cita uma outra forma de aproximação do irmão, usada e recomendada por Deus ao Seu Povo já no Antigo Testamento: ter duas ou três testemunhas para que a pessoa seja advertida do erro que cometeu ou está cometendo ainda.

Mas muitas vezes estes passos se tornam difíceis e acabamos devolvendo o troco com a mesma moeda ou fazendo justiça com as próprias mãos, quando na verdade deveríamos acolher nosso irmão faltoso e nos reconciliar novamente com ele.

Jesus vai mais longe e se isto não der resultado, o pecado da pessoa que ofendeu ao outro, pode ser conhecido pela Igreja. E Jesus não esgota o assunto, Ele diz: e se este irmão ainda não quiser ouvir a admoestação da Igreja, ele deve ser considerado como um gentio e um publicano - que na época de Jesus eram pessoas que não queriam saber absolutamente nada das coisas espirituais, mas que eram o alvo da missão de Jesus; também eram alvos do amor de Deus.

No versículo 18 temos o que conhecemos por Ofício das Chaves - e eu creio que vocês devem se lembrar disso de quando estudaram o Catecismo na Instrução de Confirmandos. Este ofício foi dado por Cristo à Igreja para que esta perdoe os pecados dos pecadores que se arrependem e retenha os pecados dos pecadores que não se arrependem.

Martinho Lutero em seu Catecismo Menor quando fala deste Ofício das Chaves com relação ao perdão dos pecados, ele diz que isto é tão válido e certo no céu como se Cristo mesmo tratasse pessoalmente conosco.

E isto não precisa ser somente um ofício da Igreja, nós também podemos conversar, avisar e mostrar ao nosso próximo o seu erro para que ele corrija sua vida, conforme ouvimos antes na leitura de Ez 33.7-9, em que Deus fala da função do atalaia, ou seja, de vigiar, avisar e denunciar o erro. E nós cristãos somos estes atalaias do Senhor, para trazermos de volta nosso irmão faltoso ao convívio e de volta à comunhão com os demais irmãos na fé.

Por isso, administrar o perdão ou a retenção dos pecados é um privilégio e um direito que Jesus deu à Igreja e a todos nós. Sim, a cada um de nós individualmente.

E nos dois últimos versículos do nosso texto temos uma oração e uma promessa. Ao se tratar com o irmão faltoso, deve haver a oração, principalmente por parte daquele que admoesta, para que o irmão faltoso venha a se arrepender do seu pecado. E Deus promete atender as orações, e nunca a nosso modo, mas sempre a Seu modo. E estas orações devem ser feitas em nome de Jesus, pois Ele mesmo prometeu onde dois ou três estiverem reunidos em Seu nome Ele estaria no meio deles.

II

Como você e eu estamos tratando o nosso irmão faltoso?

Estamos levando-o ao conhecimento do seu erro e lhe mostrando o perdão de Deus? Ou temos retribuído a ofensa com a mesma moeda? Ou estamos simplesmente julgando e condenando o erro de nosso irmão, como fizeram os fariseus e escribas da história que contei no início da mensagem?

E uma das razões de não acolhermos e tratarmos com nosso irmão faltoso é o orgulho que está em nosso coração corrompido pelo pecado. E se há o orgulho falta a humildade.

Também outra tendência em muitas pessoas é “levar tudo na ponta da faca”, ou seja, se ofender muito fácil e não fazer como nos orienta Martinho Lutero na explicação do Oitavo Mandamento em interpretar tudo da melhor maneira.

Pois, como pessoas cristãs, precisamos seguir o exemplo e a recomendação de Jesus em tratar com as pessoas em erro e acolhê-las de volta ao seio da igreja, pois esta é a nossa tarefa como pessoas cristãs, como atalaias do Senhor.

Este texto, juntamente com o texto de Ezequiel 33.7-9, que já citei antes, pode nos auxiliar muito na nossa vida cristã quando alguém tem alguma coisa contra nós e vice-versa, ou seja, são dois textos que nos ensinam como podemos perdoar, acolher e ajudar nosso próximo a mudar seu modo de vida.

CONCLUSÃO

Portanto, meus amados!

Queremos sempre seguir as recomendações de Jesus sobre como tratar um irmão faltoso e como acolhê-lo novamente em nosso meio.

Que Deus nos dê entendimento e nos ilumine com Seu Santo Espírito para não agirmos como os fariseus e os escribas do tempo de Jesus em logo julgar e condenar o erro e as falhas de nossos irmãos, mas que ajamos sempre como Jesus, mostrando que há o perdão e também praticando o perdão para com nosso irmão faltoso. E como seres humanos, não levar tudo “na ponta da faca”, como é a tendência do orgulho humano, mas seguir as recomendações e orientações de Martinho Lutero em interpretar tudo da melhor maneira.

Que Deus nosso Pai nos abençoe e nos capacite a nos exercitarmos nesta prática do amor cristão. Em nome de Jesus. Amém.

E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o vosso coração e a vossa mente em Cristo Jesus. Amém.

Soli Deo Gloria!

 

RAÇÃO DA COLETA: Amado e gracioso Deus, nós te louvamos e agradecemos por novamente termos a oportunidade de nos reunirmos em Tua Casa para te prestar culto. Queremos neste momento te pedir, Senhor Deus para que possamos sempre ser teus instrumentos para mantermos a paz e a boa ordem dentro de tua igreja, não permitindo que nenhum dos teus pequeninos se perca, mas que continue a trilhar o caminho da salvação aberto para cada um de nós por meio da morte e ressurreição de Teu Amado Filho Jesus Cristo, em nome de quem nós oramos. Amém.

ORAÇÃO GERAL: Senhor Deus, Pai celestial, começamos outro dia seguros da tua proteção. Aceita nossos hinos e canções de louvor. Por tuas leis, que refreiam a violência dos maus, nós te agradecemos. Pela segurança da família e dos amigos, Senhor, nós te cantamos louvores.

Como pessoas que desfrutam da ordem que estabeleceste para o bem-estar de todos, lamentamos as nossas falhas. Muitas vezes falhamos em chamar a atenção dos desobedientes. Pelo nosso desprezo à tua autoridade constituída na terra deixamos de ser exemplos de obediência. Nossas transgressões contra ti e ao nosso semelhante indicam que nosso amor deixa muito a desejar. Por isso te pedimos, perdoa-nos, ó Senhor.

Dirige, santifica e governa nossas vidas com o teu Espírito Santo, para que possamos viver para a tua honra e glória e para o benefício das outras pessoas. Dá sabedoria, compreensão e discernimento àqueles que nos governam. Concede paz à nossa nação e ao nosso mundo. Que possam os doentes experimentar a tua restauração. Dá coragem aos desanimados, e garante aos solitários a tua presença. Abençoa os esforços da tua igreja no desempenho da responsabilidade de levar o Evangelho a todos os homens. Refreia a negativa influência de Satanás, que procura trazer desunião ao teu corpo, a igreja.

De acordo com a tua promessa de responder quando dois de nós concordarmos em qualquer coisa que pedimos, ouve a nossa oração em nome de Jesus. Amém.

Alex M. Schmökel
Vera Cruz - RS - Brasil
Igreja Evangélica Luterana do Brasil

 


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