Göttinger Predigten im Internet
hg. von U. Nembach

Segundo Domingo no Advento – 4 de dezembro de 2005
Série Trienal B - Is 40.1-11; Mc 1.1-8 – Lindolfo Pieper

(Sermões atuais: www.predigten.uni-goettingen.de)


 ADVENTO

Marcos 1.2,3: “Conforme está escrito na profecia de Isaías: Eis aí envio diante de tua face o meu mensageiro, o qual preparará o teu caminho. Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas”.

A cidade está diferente. As vitrines estão enfeitadas. O movimento nas lojas está aumentando. Homens, mulheres e crianças estão saindo com pacotes debaixo dos braços. Tudo está mudado. É o povo se preparando para uma grande festa. É a festa de Natal.

Com toda a cristandade, estamos na época do Advento. Faltam poucos dias para o Natal.

No Advento nós nos preparamos para o Natal. Uns estão limpando o jardim, outros estão pintando a casa, outros estão comprando presentes. Outros estão enviando cartões, outros ainda estão enfeitando a árvores de Natal. E ainda outros estão tomando providências para que não falte o peru recheado e o garrafão de vinho. Por mais simples que alguém seja, está de uma ou de outra forma se preparando para o Natal.

E os nossos corações, como estão? Estamos também os preparando para o Natal?

O preparo exterior pode ser muito importante, mas não faz do Natal um verdadeiro Natal: uma festa de amor, de paz e de perdão. É no preparo interior, do nosso coração, que está a verdadeira felicidade do Natal.

Por ocasião do primeiro Natal, quando Jesus nasceu, Deus enviou na frente João batista a fim de preparar o coração do povo. Eis o que ele anunciava: “Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas”.

Sempre quando uma alta personalidade visita uma determinada localidade, toda a população se prepara. Tudo é analisado, planejado e executado nos mínimos detalhes com grande antecedência. É preciso receber a autoridade à altura do seu cargo. Foi o que aconteceu com João Paulo II, a rainha Elizabeth, o rei da Suécia e George Bush quando estiveram aqui no Brasil. Todas as localidades onde eles estiveram se prepararam com grande antecedência.

Quem vem a nós no Natal? Que visita recebemos nesse dia? Nada mais e nada menos do que o Rei dos reis e o Senhor dos senhores. É aquele que tem todo o poder, no céu e na terra, e que um dia julgará o mundo: Jesus!

De que maneira devemos nos preparar para receber a vinda de Jesus nesse Natal? Esta é a grande pergunta que devemos nos fazer nessa época de Advento. A mesma pergunta que o poeta sacro já a fazia há muitos anos:

“De que maneira ornado irei te receber. Do mundo o desejado, minha alma a enternecer. Ó Cristo me ilumina a mente natural. E o teu prazer me ensina de modo magistral”.

I

Em primeiro lugar: devemos preparar o nosso coração, arrependendo-nos dos nossos pecados. Foi o que João Batista anunciou no primeiro Natal: “Arrependei-vos, porque está próximo o reino do céu”.

O pecado é uma ofensa a Deus, uma barreira que nos separa dele. Num coração pecaminoso não há lugar para Cristo. Cristo não pode habitar num coração cheio de pecado.

É preciso que façamos uma limpeza, uma faxina completa nos nossos corações. Devemos expulsar dele todo o pecado, como: o ódio, a idolatria, o roubo, a cobiça, a mentira e a ingratidão.

Esses pecados são como um lixo ou como barreiras no meio da estrada. É preciso que a patrola da lei de Deus passe por ela e tire de lá toda a imundície. Esta foi exatamente a mensagem de João Batista, prenunciada pelo profeta Isaías: “Voz do que clama no deserto: preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas. Todo o vale será aterrado e os montes aplanados. As estradas tortas ficarão retas e os caminhos morrados ficarão planos”.

Está você preparando o seu coração para o Natal, expulsando dele toda a maldade e pecado?

II

Em segundo lugar: devemos preparar a nossa mente, evitando correrias e preocupações desnecessárias.

Por incrível que pareça, o Advento em lugar de ser uma época de preparo, é um período de muita agitação. A preocupação com as coisas exteriores deixa a nossa mente confusa e agitada. Quando chega o dia de Natal não temos mais disposição para nada, nem para ouvir a mensagem do nascimento de Jesus. Então acontece aquilo que Jesus disse na parábola do semeador: a semente cai entre os espinhos e é sufocada pelos cuidados, riquezas e deleites da vida.

Assim o Natal perde todo o sentido. Vira uma coisa mundana, sem nenhum proveito espiritual.

Como está a sua mente nessa época? Cheia de preocupação, ansiedade e fadiga? Ou tranqüila, pronto a festejar e a ouvir a mensagem de Natal?

III

Em terceiro lugar: devemos preparar o nosso espírito, meditando nos acontecimentos que tiveram lugar no Natal.

Para alguém entender bem um filme é preciso ler alguma coisa sobre o mesmo, senão o seu proveito será pouco. Quanto mais estudar o assunto, melhor vai ser a sua compreensão. Assim é com o Natal. Não é possível celebrar o Natal sem saber o que aconteceu nesse dia e que significado tem isso para nós.

Posso ilustrar com um exemplo. Todos os anos comemoramos o Dia da Independência. Mas a comemoração desta data perde todo o sentido se não soubermos o que realmente aconteceu nesse dia. Para muitos esse dia não passa de um feriado qualquer.

É o que acontece com o Natal. Se não soubermos do seu verdadeiro significado, esse dia não passa de um feriado como qualquer um outro. Não só isso: pode ainda, além de perder o significado, mudar completamente de sentido.

Por isso não é de se admirar que a figura central desse dia seja o Papai Noel, aquele velhinho bonzinho, que no Natal distribui balas e presentes para todo mundo e no comércio oferece tudo abaixo do preço.

Perguntem uma vez para a uma criança o que o Natal significa para ela; a resposta será presentes. Perguntem a um comerciante o que o Natal significa para ele; a resposta será boas vendas. Perguntem a uma pessoa do mundo o que o Natal significa para ela; a resposta vai ser um dia de festa, peru assado, vinho e muita farra.

Mas Natal, longe de ser uma dessas coisas, é um dia sagrado. Nesse dia se deu um dos acontecimentos mais importantes da terra.

No dia de Natal Deus olhou lá dos céus, viu os seus filhos aqui na terra perdidos e condenados. E ficou com pena deles.

Então, lembrando-se da promessa que havia feito a Adão, depois repetida a Abraão e a toda a sua descendência, enviou o seu Filho ao mundo para salvá-los de todos os pecados.

Isso é Natal: Deus amando o mundo, lembrando-se dos homens e arranjando uma solução para o problema do pecado.

O povo de Jerusalém e os judeus em geral não tinham essa compreensão e por isso quando se deu o primeiro Natal eles não sentiram nada. Para eles era um dia como qualquer um outro: de trabalho, de negócios e de exploração. Os pastores ficaram cuidando do rebanho no campo, o povo de Jerusalém vendendo e comprando no templo e os hotéis de Belém cobrando preços exagerados.

A não compreensão do correto sentido do Natal leva a isso: ao abuso e a indiferença.

Isso aconteceu por ocasião do primeiro Natal, está acontecendo com o mundo hoje e pode acontecer com nós cristãos agora.

Por isso, preparemos o nosso espírito, meditando no que aconteceu nesse dia. Preparemos a nossa mente, evitando correrias e preocupações.

Sobretudo, preparemos o nosso coração, expulsando de lá todo o pecado, para que Jesus encontre nele um lugar digno do Salvador do mundo – e não uma estrebaria, cheia de imundície, estrume e sujeira.

Façamos aquilo que João Batista nos pede, ecoando as palavras do profeta Isaías: “Voz do que clama no deserto: preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas. Todo o vale será aterrado e todos os montes serão nivelados. As estradas ficarão retas e os caminhos morrados ficarão planos. E toda a carne verá a salvação de Deus”.

Que Deus nos abençoe. Em nome de Jesus. Amém.

Lindolfo Pieper
Jaru, RO – Brasil
Igreja Evangélica Luterana do Brasil
pieperlin@bol.com.br
www.ielb.org.br

 

 

 


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