Göttinger Predigten im Internet
hg. von U. Nembach

Ano Novo – 1º de janeiro de 2006
Lucas 2.25-35 – Lindolfo Pieper
(Sermões atuais: www.predigten.uni-goettingen.de)


DEUS E OS NOSSOS PLANOS

Lucas 2.29-32: “Agora, Senhor, despede em paz o teu servo, porque os meus olhos já viram a tua salvação, a qual preparaste para todos os povos: luz para revelação dos gentios e para a glória do teu povo Israel”.

Um dia, num lugar muito bonito, onde havia árvores, flores e um lindo lago, numa das árvores surgiu um casulo. Quando ele se rompeu, de dentro saiu voando uma linda mariposa.

A borboleta ficou tão encantada com o lugar, que voou para cada pedacinho daquele novo mundo, brincou nas flores, no alto de uma colina, no lago e nas nuvens. Quando ela já tinha conhecido tudo, avistou uma casa.

Curiosa, destinada a conhecer tudo o que a vida lhe oferecia, a mariposa voou até aquela casa, entrou por uma janela e foi até a cozinha. De repente, ela viu sobre a mesa uma tigela cheia de sopa, parecida com manjar. Pensando que fosse nuvens, mergulhou naquela sopa, ficando toda lambuzada. E quanto mais ela se mexia, tentando escapar, mais ela afundava.

A borboleta então começou a rezar, pedindo que Deus a libertasse, prometendo, que se conseguisse sair dali, dedicar o resto de sua vida a ajudar o seu semelhante.

Enquanto esperneava, apareceu na cozinha o dono da casa. Olhou para dentro da tigela e viu a mariposa. Pegou-a pelas asas e a atirou pela janela.

A mariposa então se arrastou para um pedacinho de grama, começou a se limpar. Quando se viu liberta, lembrou-se da promessa que havia feito a Deus de dedicar o resto de sua vida a ajudar os outros insetos voadores. Mas estava tão cansada, que orou prometendo cumprir a sua promessa a partir de amanhã.

E a mariposa adormeceu. Mas, o que ela não sabia, e você talvez também não sabe, é que as mariposas vivem apenas um dia. E, naquele pedacinho de grama, a mariposa adormeceu, e nunca mais acordou.

I

Muitas pessoas, a semelhança dessa mariposa, fazem grandes planos e muitas promessas. Mas elas se esquecem de que a sua vida é passageira e de que a qualquer momento poderão morrer. Diz o salmista no Salmo 90 que “os dias da nossa vida são como o sonho, que não dura mais que uma hora; são como a flor do campo, que brota de manhã, e à tarde murcha e seca”.

Os dias da nossa vida, como a de Simeão, podem chegar até aos noventa anos. Mas neste caso, a maior parte deles á canseira e enfado, pois tudo passa rapidamente e nós voamos.

Por isso a Palavra Deus nos orienta a incluir sempre a Deus em nossa vida, que, toda vez que fizermos algum plano, sempre digamos: “Se Deus quiser, farei isso ou aquilo”. Diz o apóstolo Tiago: “Agora escutem, vocês que dizem: Hoje ou amanhã iremos a tal cidade e ali ficaremos fazendo negócios e ganhando muito dinheiro! Vocês não sabem como será a sua vida amanhã, pois vocês são apenas como uma neblina passageira, que aparece por algum tempo e logo depois desaparece. O que vocês deveriam dizer é isto: Se Deus quiser, estaremos vivos e faremos isso ou aquilo” (Tiago 4.13-15).

Pois a vida não termina com a morte, mas com a morte começa uma nova etapa: ou com Deus no céu, ou com o diabo no inferno. É por esse motivo que o salmista, depois de dizer que os nossos dias são breves, ele ora a Deus, dizendo: “Senhor, ensina-nos a contar os nossos dias, para que alcancemos corações sábios”. Lutero traduziu assim este versículo: “Senhor, ensina-nos a lembrar que vamos morrer, a fim de nos tornarmos sábios”.

II

A grande pergunta é: “Qual é esta sabedoria da qual fala o salmista, e que salva o ser humano da morte eterna?”

Esta sabedoria não consiste em ajuntar riquezas, casas, bens ou outros bens materiais. Pois eles nada nos poderão valer na hora da morte.

Aquele rico da história que Jesus contou em Lucas 16, que se vestia de púrpura e linho finíssimo e que se regalava esplendidamente, foi na hora da morte para o inferno, apesar de toda a sua riqueza.

E aquele outro rico, do qual fala Jesus em Lucas 12, cujos campos tinham produzido em abundância, e que disse a sua alma: “Alma, tens em depósito muitos bens para muitos anos: descansa, come, bebe e regala-te”. Para aquele homem Deus disse: “Louco, esta noite te pedirão a tua alma, e o que tens preparado, para quem será?”

Esta sabedoria que salva o ser humano da morte eterna também não consiste em freqüentar universidade e adquirir muita sabedoria humana. Tudo isso nada nos adiantará na hora da morte.

A única sabedoria que nos salva da ira de Deus e da morte eterna é a que o apóstolo Paulo recomenda ao carcereiro de Felipos, quando disse: “Crê no Senhor Jesus e serás salvo, tu e a tua casa”.

Esta sabedoria consiste na confiança absoluta nas palavras das Sagradas Escrituras, que diz: “Certamente ele (Jesus) tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si. O castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados”.

É a sabedoria que confessamos com o poeta cristão: “Corre uma fonte divinal de sangue do Senhor. Ali terá perdão real o pobre pecador. //Eu nessa fonte banharei meu negro coração. Junto a Jesus então terei completa redenção”.

Se assim achamos em Cristo o perdão de nossos pecados, então temos paz de coração, segurança e tranqüilidade, podendo dizer como o velho Simeão: “Agora, Senhor, despede em paz o teu servo, porque os meus olhos já viram a tua salvação, a qual preparaste para todos os povos: luz para revelação dos gentios e para a glória do teu povo Israel”.

Pode você dizer o mesmo? Está você preparado para a morte? Se você morresse hoje, estaria você preparado?

III

Num dos cemitérios de Brasília há uma catacumba, cuja inscrição chama a atenção de todos os que passam por ela. Em cima está escrito: “Ó tu mortal, que vais passando, tu eras como eu era e serás como eu sou!”

Hoje estamos vivos, amanhã podemos estar mortos. Hoje podemos ver ou até levar uma pessoa para o cemitério, amanhã podemos ser nós que estamos sendo levados para lá. Por isso diz o profeta Amós: “Prepara-te para te encontrar com o teu Deus”.

Quem está preparado para se encontrar com Deus, também está preparado para enfrentar a morte: hoje, amanhã, neste ano, no ano que vem – ou daqui a 60 ou 80 anos.

Incluamos, pois, Deus em todos os nossos planos, a fim de que não sejamos surpreendidos pela morte totalmente desprevenidos, como aquela borboleta; mas sim, preparados e confiantes na graça do Senhor Jesus, como o velho Simeão.

Um feliz e abençoado Ano Novo a todos!

Lindolfo Pieper
Jaru, RO – Brasil
Igreja Evangélica Luterana do Brasil
piperlin@uol.com.br
www.ielb.org.br

 

 

 

 

 

 

 

 


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