Göttinger Predigten im Internet
ed. by U. Nembach, J. Neukirch, C. Dinkel, I. Karle

Sexto Domingo após Epifania – 12 de Fevereiro de 2006
Série Trienal B – Marcos 1:40-45 – José Aragão
(Sermões atuais: www.predigten.uni-goettingen.de)


Texto Bíblico : Aproximou-se dele um leproso rogando-lhe, de joelhos: Se quiseres, podes purificar-me. Jesus, profundamente compadecido, estendeu a mão, tocou-o e disse-lhe: Quero, fica limpo! No mesmo instante, lhe desapareceu a lepra, e ficou limpo. Fazendo-lhe, então, veemente advertência, logo o despediu e lhe disse: Olha, não digas nada a ninguém; mas vai, mostra-te ao sacerdote e oferece pela tua purificação o que Moisés determinou, para servir de testemunho ao povo. Mas, tendo ele saído, entrou a propalar muitas coisas e a divulgar a notícia, a ponto de não mais poder Jesus entrar publicamente em qualquer cidade, mas permanecia fora, em lugares ermos; e de toda parte vinham ter com ele. Marcos 1:40-45

MILAGRES?

Lutero disse certa vez que o nosso Deus é conhecido por criar coisas do nada. Alguma situação na sua vida já fez se sentir um completo nada? A historia de dois leprosos - o desconhecido curado por Jesus e a de Naamã – mostram duas pessoas que sofriam, e talvez se sentiam como um completo nada por causa da enfermidade de lepra.

Os milagres de Deus ajudam as pessoas em necessidades, sem levar em consideração a posição social, a raça e a cor. Não importa, milagres não escolhe situações, e normalmente são respostas à fé humilde que tudo espera de Deus e coloca as angustias em suas mãos.

Um leproso desconhecido é agraciado por Cristo. As palavras e a maneira com que ele se dirige a até Jesus nos faz pensar. Angustiado com sua doença de pele, se ajoelha e afirma que Jesus podia curá-lo. Esta atitude indica que o leproso tinha ouvido falar de Jesus e de seu poder de curar. O fato de conhecer Jesus deu-lhe condições de confiar no amor e poder.

Mais bonito ainda é a forma como Jesus responde ao Leproso. Ele demonstra carinho, compaixão e o cura. Assim Jesus liberta o doente da discriminação e da marginalização social, reintegrando-o na comunhão com Deus e com as outras pessoas. Mesmo tendo o poder de curar, Jesus não quer ser reconhecido como milagreiro, mas encaminha o doente à vivencia da fé e do amor com Deus. Não duvide, milagres acontecem! O desconhecido Leproso sabe disso.

Naamã, general amado por seu rei, também sabe que existe o milagre de Deus (2 Reis 5.1–14). Depois do testemunho de uma menina levada cativa de Israel como serva de se sua mulher, Naaman é aconselhado a se lavar no Rio Jordão e é purificado. Deus providencia a cura e é ouvido através de Eliseu. A escolha de um profeta, e não um rei, só poderia ser coisa de Deus! O lugar escolhido por Deus ia bem mais além do que uma localização geográfica! Não foi aqui que Jesus se submeteu ao batismo antes de ir ser tentado pelo Diabo no deserto? Ambos representam a submissão ao mandato divino, não o orgulho de um bravo ou de um rei, fazendo com que ele se abra para a divina cura. Declarar fé ao único Deus e o não pagamento para o profeta, era o resultado planejado por Deus, pois Deus não cobra por suas obras, apenas concede por graça e amor.

O general já tinha se humilhado ao vir para uma terra que ele conquistou buscando ajuda e isso acontece novamente por ter que banhar em águas que outrora eram inferiores aos rios de da sua terra. O milagre requeria que o visitante se despisse do orgulho, que esperasse pacientemente e que confiasse apenas no que não é espetacular, como acontece com os meios da graça na igreja, a cura de Deus. O ato de cura revela a vontade de Deus em ajudar a um não israelita, afirmando que o poder do Deus de Israel é para todos e que ele maior que todos os outros deuses. Este ato também afirma a autoridade de Eliseu, o profeta, que substituía o grande profeta Elias. Naamã também sabe que existe milagre.

O que aconteceu aos dois leprosos, Deus quer fazer conosco e com todo o mundo. O mundo no qual vivemos sofre da enfermidade chamada pecado. Nações se angustiam com a probabilidade e resultado de guerras. Outras nações passam fome e vivem em guerras civis. Crianças famintas são observadas e não são alimentadas. Há políticas equivocadas. Tudo é um negócio financeiro. Medicina, alimentos, habitação, vestuário são necessários; mas nem todos conseguem tê-los. Isso tudo é a enfermidade externa do pecado em nós. O homem está intimamente se corroendo e apodrecendo com a ferida do ódio, da ganância, da inveja, da vingança, da rebeldia, da luxúria, do assassinato e da vingança. Agindo assim, ele torna a enfermidade ainda pior e se diverte com a morte e se danifica cada vez mais em sua própria miséria.

Mas, milagres existem! Ainda bem que nosso Deus é conhecido por criar todas as coisas do nada. Deus pode suscitar vida da morte. Do pecado, o perdão. Da angustia e tristeza, a alegria. Da enfermidade, a saúde. Os milagres existem porque Jesus toma sobre si nossa enfermidade e cremos em sua compaixão pelos aflitos, por aqueles que se sentem um completo nada. Jesus cura isso. Não podemos duvidar! Deus ainda cria coisas e situações do nada e a experiência destes dois leprosos demonstra isso.

Por isso não podemos hesitar em pedir a Deus ou orar por aquilo que muitas vezes nossas mentes perdidas no pecado nos afirmam ser impossíveis. Isso é fraqueza, pois Cristo nos garantiu que atenderá nossas orações, como aconteceu aos dois leprosos. Entretanto temos que ser humildes em observar que Deus nem sempre responderá nossas orações exatamente conforme nossos desejos querem ou “se oramos com fé suficiente”. O certo é que tudo o que pedirmos a Ele, teremos. Ele sempre nos atende e todas as coisas sempre cooperam para o bem daqueles que o amam.

Sim milagres existem! Pois Cristo é o grande médico, tanto do corpo como da alma, porque ajuda em uma área onde o homem não consegue. Tudo isso, ele faz segundo a sua paterna e graciosa vontade. Com amor e compaixão manifestado na cruz ele estende sua mão, nos levanta e nos salva, tanto fisicamente como espiritualmente. Jesus quer nos transformar com suas palavras e toques amorosos.

Finalmente, temos que falar de uma menina, que também teve sua vida transformada pelo “milagre de Deus”. Ela não tinha nenhum motivo para fazer o que fez, considerando que foi tirada a força de sua terra e dada como escrava da esposa de Naamã. Mas mesmo assim, essa menina, testemunha sua fé compartilhado a mensagem ao seu senhor. Seja lá qual for a situação, sempre temos que olhar para as coisas boas. Ainda que em meio a enfermidade e dificuldade, temos coisa boas para falar. As coisas boas que Deus em Cristo fez com nossas vidas. Sempre temos motivos de alegria em nossas vidas, seja lá qual for a situação.

Definitivamente as coisas não são o que parecem ser. Assim, a história do Leproso, de Naamã e da jovem serva, revelam uma história de fé humilde, que tudo espera, que tudo entrega e obtém de Deus; porque milagres existem e Deus pode criar coisas do nada. Amém

Rev. José Aragão
Brasília, DF, Brasil
Igreja Evangélica Luterana do Brasil
www.ielb-guara.org.br

 


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