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Domingo de Páscoa – 16 de Abril de 2006 |
RESSURREIÇÃO João 5.28,29: “Vem a hora em que todos os que se acham nos túmulos ouvirão a sua voz e sairão: os que tiverem feito o bem para a ressurreição da vida; e os que tiverem praticado o mal para a ressurreição do juízo”. Na Segunda Guerra Mundial era costume na Alemanha, quando um filho ia para a guerra, colocar uma estrela azul numa das janelas da casa, para que todos soubessem que naquela casa havia alguém servindo a pátria. Quando o filho morria na batalha, o governo mandava uma estrela dourada. Para fazer a troca da estrela azul pela estrela dourada era convidado um pastor, que fazia uma cerimônia fúnebre, consolando os familiares. Aconteceu certa vez que um pai perdeu o seu filho na guerra e convidou o pastor para fazer a cerimônia da substituição das estrelas. Na cerimônia o pastor procurou consolar os familiares cantando hinos da Páscoa e falando da ressurreição dos mortos. Dias depois o pastor recebeu uma ligação telefônica. Logo percebeu quem era. Era o pai do menino que havia morrido na guerra. O pai, com a voz embargada, cheio de emoção, dizia: “Pastor, o Jim não morreu. Ele está aqui comigo. Ao meu lado. Foi um engano. O Jim está vivo, o Jim está vivo!” Podemos imaginar a alegria desse pai, que achava que o seu filho estava morto, de repente descobre que ele está vivo. I Pois foi esta alegria que sentiram os discípulos de Jesus na manhã de Páscoa, que achavam que Jesus estava morto, de repente descobrem que ele está vivo, ao seu lado. Esta mesma alegria vai se repetir no dia do Juízo Final, quando reencontrarmos os nossos familiares, que nos antecederam na morte: o nosso pai, a nossa mãe, o nosso irmão, o nosso filho. Eles estarão ao nosso lado, vivos, de corpo e alma. Vai ser uma alegria de todo o tamanho. Sim, pois a Bíblia dia que os mortos vão ressuscitar e que nós os veremos novamente. Diz a Palavra de Deus em João capítulo 5: “Vem a hora em que todos os que se acham nos túmulos ouvirão a sua voz e sairão: os que tiverem feito o bem para a ressurreição da vida; e os que tiverem praticado o mal para a ressurreição do juízo”. Quando uma pessoa morre, dá-se a separação do corpo da alma. O corpo é enterrado e o espírito volta para Deus. Lemos em Eclesiastes, capítulo 12, versículo 7: “O pó volta a terra, como era; e o espírito volta a Deus, que o deu”. O autor aqui está se referindo a criação do homem. Quando Deus criou o homem, ele o fez do pó da terra. Pegou um punhado de barro e fabricou o homem. Mas era um boneco sem vida. Então Deus soprou nas suas narinas e colocou nele o seu espírito. E o homem se tornou alma vivente. Pois esse espírito, colocado por Deus no homem, não morre na hora em que ele morre. Ele sai da pessoa e volta para Deus. Foi o que aconteceu com Jesus. Na hora da sua morte, ele entregou o seu espírito a Deus. Na manhã de Páscoa, no terceiro dia, Deus devolveu o espírito de Jesus ao seu corpo, e este tornou a viver. II Quando uma pessoa morre, está ali, junto do corpo moribundo, o anjo de Deus. Este anjo pega a alma dessa pessoa e a leva à presença de Deus. E Deus nessa hora lhe dá a sentença: de salvação ou condenação. Foi o que aconteceu com aquele pobre da história do Rico e Lázaro que Jesus contou. Diz a Bíblia que, quando Lázaro morreu, ele foi levado pelo anjo para o céu, para junto de Deus. O rico também morreu. Só que em lugar de céu, ele foi mandado para o inferno, onde ele se encontra até agora. Um dia, quando Cristo voltar, eles vão receber de volta os seus corpos. O rico vai então de corpo e alma para o inferno, e Lázaro de corpo e alma para o céu. É isso que nós chamamos de ressurreição: o retorno da alma ao corpo. Diz a Palavra de Deus que quando Cristo vier, ele vai trazer junto as almas dos que estiverem no céu, e o inferno vai devolver as almas que foram para lá. Essas almas vão entrar nos corpos que tiveram aqui na terra. Acontece daí o grande julgamento, em que Deus vai explicar porque ele salvou uns e condenou outros. Então a pessoa vai de corpo e alma para o céu ou de corpo e alma para o inferno. Lemos em Apocalipse, capítulo 20, versículo 13: “Deu o mar os mortos que nele havia. A morte e o além entregaram os mortos que neles havia. E foram julgados, um por um, segundo as suas obras”. III Um exemplo do que vai acontecer na ressurreição encontramos em Ezequiel, capítulo 37. Lá nos é dito que o profeta viu um vale cheio de ossos de mortos. Diz ele: “Veio a mim a palavra do Senhor. Ele me levou pelo espírito e me deixou no meio de um vale que estava cheio de ossos e me fez andar ao redor deles. Eram mui numerosos na superfície do vale e estavam sequíssimos”. Então Deus lhe perguntou se ele acreditava que esses ossos poderiam reviver. Como o profeta não desse uma resposta satisfatória, Deus resolveu fazer um teste com ele. Mandou que pregasse para esses ossos. E o profeta obedeceu. Qual não foi a sua surpresa em ver de repente, enquanto ele pregava, os ossos se ajuntando, um ao outro. Depois começou a crescer em cima deles carne, veias, nervos e pele, até formar uma pessoa humana. Relata o profeta: “E aconteceu que enquanto eu profetizava houve um ruído, um barulho de ossos que batiam contra ossos e se ajuntavam, cada osso ao seu osso. Olhei e eis que havia tendões sobre eles e cresceram as carnes e se estendeu sobre eles a pele. E o espírito entrou neles e viveram e se puseram de pé, um exército sobremodo numeroso”. E Deus, para deixar bem claro que estava falando da ressurreição dos mortos, acrescenta: “Eis que abrirei as vossas sepulturas e vos farei sair delas. Então sabereis que eu sou o Senhor, quando eu abrir as vossas sepulturas e vos fizer sair delas, ó povo meu”. Em 1 Tessalonicenses capítulo 4, versículo 13 a 18, Paulo nos fala da situação dos mortos, o que vai acontecer com eles na vinda de Cristo. Primeiro ele nos diz para não ficarmos tristes como aqueles que não tem esperança, pois assim como Cristo ressuscitou dos mortos, nós também ressuscitaremos. Depois ele nos diz que as almas dos que morreram crendo em Cristo estão com Jesus no céu. No dia em que Cristo voltar, eles virão juntos com ele para receber de volta o seu corpo. Eles irão então de corpo e alma para o céu. E o apóstolo então concluiu, dizendo: “Consolai-vos, pois, uns aos outros com estas palavras”. Este é o grande e único consolo diante da morte: o consolo da ressurreição, de um feliz reencontro no céu. Consolemo-nos, pois, conforme diz o apóstolo, com esta verdade. Lindolfo Pieper
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