Göttinger Predigten im Internet
ed. by U. Nembach, J. Neukirch, C. Dinkel, I. Karle

Quinto Domingo de Páscoa – 14 de maio de 2006
Isaías 49.15 – Lindolfo Pieper
(Sermões atuais: www.predigten.uni-goettingen.de)


O AMOR DE MÃE

Isaías 49.15: “Acaso pode uma mulher esquecer-se do filho que ainda mama, de sorte que não se compadeça do filho do seu ventre? Mas ainda que esta viesse a se esquecer dele, eu, todavia, não me esquecerei de ti”.

Quando começaram a remover as ruínas da Segunda Guerra Mundial, os trabalhadores se depararam nos porões de um prédio destruído, em München, Alemanha, com um quadro impressionante. O bombardeio havia rompido o encanamento de água e os refugiados, nos fundos deste porão, morreram afogados. E entre os muitos mortos encontrava-se, bem ao fundo, o esqueleto de uma mãe erguendo nos braços o esqueleto do filho.

Era uma das mães desconhecidas que procurava salvar desesperadamente o seu filho das rajadas dos metralhadores e da água que enchia o esconderijo. O quadro dessa mãe, erguendo seu filho, é o retrato do amor de uma mãe.

O amor de mãe é o amor terreno mais bonito e perfeito que existe sobre a terra. Uma mãe é capaz de fazer tudo pelo seu filho, até mesmo dar a sua vida por ele. A mãe não se importa de passar noites acordados, cuidando do seu filho doente. Com carinho prepara a sua mamadeira e, depois de grande, ainda continua se preocupando com ele.

O amor de mãe é tão grande e tão bonito que chega a ser comparado na Bíblia com o próprio amor de Deus. Diz o Senhor no Livro do Profeta Isaías, capitulo 49, versículo 15: “Acaso pode uma mulher esquecer-se do filho que ainda mama, de sorte que não se compadeça do filho do seu ventre? Mas ainda que esta viesse a se esquecer dele, eu, todavia, não me esquecerei de ti”.

Hoje, segundo domingo de maio, nos lembramos de nossas queridas mães, aquela a quem tanto devemos. Nesse dia nos lembramos da rainha do lar, da educadora dos filhos, de quem depende o bom andamento do lar.

Desejamos neste dia prestar a nossa homenagem às mães. Às mães jovens e às mães idosas, às mães que sofrem e às mães que sorriem de felicidade; às mães donas de casa e às mães que trabalham fora.

Um médico foi chamado às pressas de noite para atender uma mãe que estava em perigo de vida. Quando chegou na casa, viu que para salvar a vida daquela senhora tinha que operá-la imediatamente. Mesmo sem anestesia, em plena consciência, a mãe não deu um gemido. Depois da operação, o médico cumprimentou a mãe pela sua coragem. Mas ela o interrompeu, dizendo: “Doutor, não fale alto, pois o senhor poderá acordar os meus filhos que estão dormindo do outro lado, no quarto”.

Em todo mundo, no espaço de apenas uma hora, realizam-se 1300 casamentos e 100 divórcios. Nesse mesmo período nascem 7200 crianças. Tornar-se mãe é muito fácil. Mas ser mãe de fato é que é difícil. Não basta apenas o afeto natural de mãe para com o filho. Isso os animais também têm.

Para muitas mães os filhos são um verdadeiro peso, uma grande cruz. Passam o dia todo reclamando e xingando os seus filhos. A mãe cristã, no entanto, reconhece no filho um presente de Deus e desde cedo o procura educar no caminho do Senhor. A grande missão da mulher é ser mãe. A mulher foi feita para guardar e dar vida. Deus conferiu à mãe uma alta dignidade e uma importante tarefa na família, na comunidade e na esfera social. Disse alguém: “A mão que embalo o berço é a mão que governa o mundo”.

Por trás de todo grande homem há uma grande mulher. Samuel não teria sido um grande profeta se não tivesse tido uma mãe como Ana. Tivemos que ter mães como Sara e Rebeca para vermos filhos como Isaque e Jacó.

A mãe cristã é tão importante e marca tão profundamente a vida dos seus filhos que o próprio Jesus, nos últimos momentos de sua vida, pendurado na cruz, se lembrou de sua mãe.

A mãe cristã tem consciência do seu sagrado dever de ser colaboradora de Deus. Ela reconhece nos seus filhos uma grande bênção de Deus e se sente responsável pela educação e formação do lar.

Na China comunista Mão Tse Tung instituiu nas escolas o apredizado obrigatório de armas de fogo. Ele deu às crianças armas de verdade para aprenderem desde cedo a se defenderem do perigo.

As mães cristãs têm o sagrado dever de ensinar desde pequenino aos seus filhos o uso da arma do espírito, que é a Palavra de Deus, para se defenderem do pecado. Ninguém pode se queixar se o seu filho se tornou ladrão, vagabundo ou viciado em drogas. Pois Deus nos deu uma arma para combater esses males, que é a sua Palavra.

Diz um ditado: “Muitos filhos, muitas orações”. Todas as mães devem compreender de que os lares são escolas para a eternidade, e que cada mãe é uma professora. Elas devem ensinar aos seus filhos as sagradas letras.

Alguém perguntou certa vez a um cristão qual era na sua opinião a melhor tradução da Bíblia. Sem vacilar, ele respondeu: “Da minha mãe”. Espantado, o interlocutor lhe perguntou se a sua mãe era estudada, se conhecia o grego e o hebraico. O cristão então respondeu: “Minha mãe não tem estudo, nem entende de grego e hebraico. Mas ela traduziu a Bíblia para mim, explicando-a e vivendo-a na vida diária”.

Mãe, você tem a grande oportunidade de mostrar aos seus filhos que o céu não está fechado, mas que Cristo o abriu para todos os homens. Você deve de falar de Cristo aos seus filhos.

O trabalho da mãe não é só construir para esta vida, mas para a eternidade. De que adiante vocês, mães, ensinar aos seus filhos como viver bem aqui na terra se não sabem como ir para o céu? O preparo para esta vida é importante, porém mais importante ainda é o preparo para a eternidade.

Neste mundo instável as mães são colunas seguras. Se tivéssemos mais mães cristãs muitas cadeias estariam vazias. Mais do que nunca o nosso mundo precisa de mães que estão em permanente contato com o Pai celeste e que formam cordeiros de Jesus.

Chamo aqui a atenção para o perigo que muitas mães correm. Muitas mães, na ânsia de deixar a casa bem arrumada, sempre em dia, não conseguem tempo para os seus filhos. Elas dizem: “Tenho tanto serviço para fazer que não sobra tempo para me ocupar com os filhos”.

Concordamos que os deveres da mãe são muitos. Mas a mãe cristã deve saber tirar tempo para os seus filhos. É muito perigoso quando a mãe se preocupa demais com o lado material dos filhos e se esquece do lado espiritual.

Mãe, o que vale o seu filho ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? De que adianta ele se vestir bem aqui na terra e no além viver eternamente na desgraça?

Por isso, prezada mãe, não se preocupe apenas com o lado material dos seus filhos, mas também pelo seu lado espiritual. Leve-o sempre à igreja, leia diariamente a Bíblia com ele. Enfim: aproveite todas as oportunidades que você tem para educar o seu filho no caminho do Senhor. E você vai se sentir recompensada.

Lindolfo Pieper
Jaru, RO – Brasil
Igreja Evangélica Luterana do Brasil
piperlin@uol.com.br
www.ielb.org.br


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