|
|
|
Domingo da Santíssima Trindade – 11 de junho de 2006 |
Tema: Os Privilégios dos Filhos de Deus Que a graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo sejam com todos vós neste momento em que queremos meditar na Sua Santa Palavra. Amém. INTRODUÇÃO Sabemos pela Santa Palavra de nosso Deus, que não é da Sua vontade que as pessoas se percam e pereçam em seus pecados. Isto está claramente registrado na Primeira Epístola de Paulo a Timóteo, no capítulo dois, versículo quatro. Bem como também no Evangelho que afirma: Deus enviou Seu Filho Jesus Cristo ao mundo não para julgar o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por Ele. E neste Domingo da Santíssima Trindade, queremos meditar um pouco nos privilégios que nós temos como filhos de Deus. CONTEXTO Se olharmos para todo o capítulo 8 de Romanos, veremos que o apóstolo Paulo vem descrevendo o contraste que há entre a carne e o Espírito, a ponto de dizer no versículo 8 “Portanto, os que estão na carne não podem agradar a Deus” , ou seja, a carne, a natureza humana é completamente inimiga de Deus. Por isso, aqueles que são guiados pelo Espírito de Deus, desfrutam de certos privilégios que Deus lhes concede, unicamente por Sua Divina Bondade, sem nenhum mérito nosso. Se olharmos nas nossas Bíblias, o título que vem sobre nosso texto já nos aponta esses privilégios - Filhos e Herdeiros. I - SÃO GUIADOS PELO ESPÍRITO Nossa condição é de seres humanos, cristãos pecadores, mas salvos e redimidos do pecado, pelo sangue de Cristo. A partir do momento em que fomos salvos e redimidos pelo sangue de Cristo, passamos a ser filhos de Deus, pois em nós Deus colocou o Seu Espírito para nos conduzir em Seus retos caminhos. Mas muitas vezes nossa condição de pecadores não quer aceitar as coisas de Deus. A nossa natureza humana pecaminosa sempre está se inclinado para as coisas da carne e não para as do Espírito. Assim acabamos sempre nos voltando para o espírito de escravidão, cf. o versículo 15. E esta escravidão é a escravidão do pecado, em que o homem, o ser humano, se ilude que pode fazer ou manter sua vida e liberdade tendo como referência somente a si mesmo e ao seu limitado poder, procurando seus próprios interesses e recusando a ajuda de Deus. Na sua Epístola aos Gálatas o apóstolo Paulo enumera as coisas que a natureza humana, afastada de Deus, prefere e produz. Diz ele, que nossa natureza humana prefere e produz “imoralidade, impureza, ações indecentes, adoração de ídolos, feitiçarias, inimizades, brigas, ciúmes, acesso de raiva, ambição egoísta, desunião, invejas, bebedeiras, farras e outras coisas parecidas com essas”. E o apóstolo também dá uma palavra dura de alerta sobre estas coisas, dizendo: “os que fazem essas coisas não herdarão o Reino de Deus” Gl 5.19-21. No versículo 14 de nosso texto, o apóstolo deixa claro que todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus. Vemos aqui a ênfase do apóstolo na passividade do ser humano, ou seja, não é o ser humano que se deixa guiar pelo Espírito, mas é o próprio Espírito de Deus que guia o ser humano. Isto é um privilégio de um filho de Deus: ser guiado pelo Espírito de Deus; pois as ações de um filho de Deus, guiado pelo Espírito de Deus, serão “amor, alegria, paz, paciência, delicadeza, bondade, fidelidade, humildade e domínio próprio”, conforme escreve o apóstolo Paulo aos Gálatas, no capítulo 5, versículos 22 e 23. Ser guiado pelo Espírito de Deus, é um privilégio que somente nós cristãos temos, ninguém mais tem. Porque o Espírito de Deus nos leva a prática de ações cristãs em relação ao nosso Deus, como a adoração única e exclusiva do Deus Triúno - Pai, Filho e Espírito Santo. Leva-nos à prática do amor cristão, para com nosso próximo. II - SÃO FILHOS DE DEUS Os cristãos, além de terem o privilégio de serem guiados pelo Espírito de Deus, também têm o privilégio de serem filhos de Deus. Sim! Nós cristãos, conforme nosso texto, fomos adotados por Deus, como Seus filhos. Já no Salmo 27, o salmista Davi expressou esta paternidade de Deus para conosco, ao dizer as seguintes palavras: “Porque, se meu pai e minha mãe me desampararem, o SENHOR me acolherá”. Ser filho de Deus é um grande privilégio que nós temos. E este privilégio nos permite chamarmos nosso Deus de Pai. No versículo 15 de nosso texto, temos a expressão final “Aba, Pai”. Esta palavra Aba significa pai nas línguas hebraica e aramaica. Martinho Lutero ao traduzir esta expressão para a língua alemã, a traduziu assim: “Abba, lieber Vater” (querido Pai). Em muitos lares de nosso povo vemos as crianças fazerem esta oração “Abba, lieber Vater. Amen”. Com isto, Lutero quer enfatizar o aspecto de carinho, amor e ternura, com os quais nós podemos nos achegar diante de Deus que é o nosso Pai. Muitas vezes, olhamos para Deus como um velhinho de barbas brancas, severo e bravo, que nos deixa com muito medo. Também muitas vezes olhamos para as explicações de Lutero aos Mandamentos, quando diz: “Devemos temer e amar a Deus”. A palavra temer é vista no sentido de ter medo, quando na verdade, o seu sentido é ter respeito, respeitar. Se nós, filhos de Deus, deveríamos ter medo de Deus, não haveria nenhuma razão e sentido para estas palavras e esta autorização, de chamar nosso Deus de Pai, estar nas Escrituras Sagradas. Nós temos este privilégio de nos dirigirmos ao nosso Deus, chamando-O de Pai. Não é assim que fazemos na oração do Pai Nosso, que Jesus nos ensinou? Claro que sim. Nós somos filhos de Deus, porque Jesus Cristo nos comprou para Ele com Seu Santo e Precioso Sangue, como disse o apóstolo Pedro, na sua primeira epístola “Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz” 1Pe 2:9. São estas coisas que nos dão o privilégio de podermos chamar nosso Deus de Pai. Esta nossa imagem que muitas vezes fazemos de Deus, como sendo um velhinho de barbas e muito severo, é pura fantasia de nossa mente, pois Deus é amor, diz João. III - SÃO HERDEIROS DE DEUS E CO-HERDEIROS COM CRISTO Outro privilégio que nosso texto nos apresenta é o privilégio de que nós que somos filhos de Deus temos uma herança, esta herança é a vida eterna com Deus no céu. Somos co-herdeiros com Cristo, ou seja, herdamos o céu juntamente com Cristo. Que herança maravilhosa, Deus deixou para Seus filhos, a herança da vida eterna, juntamente com Cristo no céu. Não existe nada no mundo que se compara a esta maravilhosa herança, que somente nós cristãos, guiados pelo Espírito de Deus e Seus filhos, um dia poderemos experimentar, herdar. Este privilégio de sermos herdeiros de Deus nos consola, nos anima, nos fortalece nos momentos de dor, sofrimento, aflição, pois a herança que nos está reservada no céu, é o que alimenta a nossa esperança em não precisarmos mais passar por todos estes sofrimentos. Martinho Lutero soube expressar isso muito bem na quarta estrofe do hino Castelo Forte é nosso Deus, quando diz: “O Verbo Eterno ficará, sabemos com certeza. E nada nos perturbará com Cristo por defesa. Se vierem roubar, os bens vida e o lar, que tudo se vá, proveito não lhes dá, o céu é nossa herança”. CONCLUSÃO Portanto, meus amados! Podemos ver neste nosso texto a ação do Deus Triúno em nossas vidas. Temos tantos privilégios que recebemos da parte de Deus, que têm um único objetivo, nos conduzir à vida eterna. Por isso o Espírito de Deus está sempre nos guiando em direção à vida eterna, dando-nos o privilégio de podermos chamar nosso Deus de Pai e nos dando a herança da vida eterna. Permaneçamos, pois na fé em Cristo, deixando o Espírito de Deus nos guiar, produzir suas obras em nós, afastando-nos sempre das paixões da nossa carne, da nossa natureza pecaminosa. Que Deus nosso Pai abençoe estas palavras em nossos corações, em nome e por amor de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Amém. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o vosso coração e a vossa mente em Cristo Jesus. Amém. Soli Deo Gloria! Alex Marciano Schmökel |
|
(zurück zum Seitenanfang) |