Göttinger Predigten im Internet
ed. by U. Nembach, J. Neukirch, C. Dinkel, I. Karle

Sétimo Domingo após Pentecostes – 23 de julho de 2006
Série Trienal B – Mc 6.1-6 – Horst R. Kuchenbecker
(Sermões atuais: www.predigten.uni-goettingen.de)


Mc 6.1-6:
Tendo Jesus partido dali, foi para a sua terra, e os seus discípulos o acompanharam.
Chegando o sábado, passou a ensinar na sinagoga; e muitos, ouvindo-o, se maravilhavam, dizendo: Donde vêm a este estas coisas? Que sabedoria é esta que lhe foi dada? E como se fazem tais maravilhas por suas mãos?
Não é este o carpinteiro, filho de Maria, irmão de Tiago, José, Juds e Simão? E não vivem entre nós suas irmãs? E escandalizavam-se nele.
Jesus, porém, lhes disse: Não há profeta sem honra, senão na sua terra, entre os seus parentes e na sua casa.
Não pôde fazer ali nenhum milagre, senão curar uns poucos enfermos, impondo-lhes as mãos.
Admirou-se da incredulidade deles. Contudo, percorria as aldeias circunvizinhas, a ensinar.

Introdução. Que coisa terrível a incredulidade: Ela conduz à eterna condenação! Nosso evangelho mostra – para nossa advertência – a incredulidade dos habitantes de Nazaré, cidade natal de Jesus. Incredulidade que evoluiu de tal forma, causando espanto e admiração a Jesus.

Chocado e em profunda tristeza, Jesus se retirou de Nazaré e nunca mais voltou para lá. Não pode acontecer nada pior a uma cidade e lugar do que isto, de Jesus se retirar dali. Seja isso uma advertência para todos nós, a fim de não desprezarmos a Palavra de Deus.

1. Nazaré. Nazaré é uma pequena cidade na Galiléia do norte, que ainda hoje existe. Alias, ali foi rodado o filme: Jesus, conforme Lucas. Uma cidade privilegiada por Deus. José e Maria e o menino Jesus moravam ali. Jesus residiu ali até aos 30 anos. A palavra de Deus era pregada todos os sábados na Sinagoga.

Tendo completado 30 anos, Jesus foi para Jerusalém. Foi batizado por João Batista, foi ungido pelo Espírito Santo, foi tentado no deserto, escolheu seus discípulos e iniciou seu ministério.

Subiu então para a Galiléia, onde pregou e fez milagres. Sua fama correu pelas cidades. Então foi também para sua cidade natal, Nazaré. Chegou, provavelmente, numa sexta-feira, à tardinha. A notícia correu rapidamente.

Sábado, Jesus, como de costume, foi para a sinagoga. O povo afluiu. O presidente desta escola/igreja convidou Jesus para a leitura do livro dos profetas. A leitura do dia era de Isaías, capítulo 60. Todos ouviram a leitura respeitosamente de pé. Então Jesus, fechando o livro, pediu que todos se sentassem e começou a explicar a profecia. Temos isso também em Lucas 4.16-30. Hoje, disse ele, esta profecia se cumpriu. O ano aceitável está iniciando, é o tempo do Novo Testamento. Eu vim para cumprir a lei, para salvar o que estava perdido, vim abrir os olhos aos cegos, ensinar e dar testemunho da verdade, e libertar das garras de Satanás. Que mensagem do puro evangelho, do amor redentor de Deus em Cristo!

A mensagem causou impacto. Muitos ficaram admirados. Este também é um quadro muito comum em nossos dias. Especialmente em datas festivas, congressos, batizados, casamento... O povo sai admirado! Ouvem-se exclamações como: ‘Foi muito bonito!’ ‘Foi sensacional!’ ‘Foi emocionante!’ A mensagem causa certos impactos. Pessoas sentem-se tocadas pela palavra. Dizem até: ‘Pastor, muito obrigado! Eu quero vir mais seguidamente ao culto. Eu preciso repensar minha vida e dar mais atenção à palavra de Deus.’ Parecido assim foi em Nazaré.

2. Murmurações. Mas na medida em que olhavam para Jesus e pensavam no que ele estava dizendo, surgiram indagações. ‘Não é ele o filho de Maria? Conhecemos seus irmãos. O que ele quer ensinar? Quem ele pensa que é? Diz ser o Messias. Ele, pobre assim?’

Alguns mais destemidos pediram satisfação: ‘Com que autoridade tu fazes isso? Olha aqui um doente, cura-o, queremos ver. Faze algum milagre para podermos ver.’

Ainda hoje é assim. Muitos ouvem a Palavra. Ficam impressionados, mas depois começam a refletir. A inimizade da razão começa a se manifestar. Chocam-se com a doutrina de Cristo. Especialmente a pregação da lei, o chamado ao arrependimento, a mensagem do evangelho de ser Cristo o Filho de Deus, único e suficiente salvador da humanidade, e a mensagem: Quem quer vir após mim, tome a sua cruz e siga-me (Mt 16.24) Sim a pregação da cruz e o tomar a cruz sobre si, pois por muitas tribulações vos importa entrar no reino dos céus (At 14.22). Não! Não! Não é isto que queriam. Eles queriam demonstração de poder, de milagres. Eles queriam curas e ver dias felizes aqui e agora.

Além disso, somam-se hoje ainda as muitas fraquezas dos membros da Comunidade, a falta de amor, etc. As pessoas gostariam de ver uma igreja gloriosa, sensacional, com o poder de cura, sim, com poder, visível, audível, palpável.

3. Admoestação . Jesus percebeu as murmurações. Então, com muito amor e seriedade, admoestou os ouvintes. Cuidado com as murmurações. Vocês lembram o profeta Elias? Qual era a causa da grande seca daquele tempo? A incredulidade do povo. Vocês lembram. Em Israel havia muitas viúvas sofrendo com a seca, mas Deus enviou o profeta para fora de Israel, para Sidom, ali havia uma viúva temente a Deus, a qual Deus sustentou. Vocês recordam o tempo do profeta Eliseu. Ele residiu num humilde casebre de barro. Poucos lhe davam importância. E havia muitos leprosos em Israel, mas só Naamã, que veio da Babilônia, foi curado. Porque em Israel reinava a incredulidade.

Qual foi o resultado dessa admoestação? O povo ficou furioso. Toda a incredulidade do coração veio à tona. A reunião foi tumultuada. Empurraram Jesus para fora da sinagoga. Com gritos o empurraram para um penhasco. E Jesus o permitiu. Até chegarem ao penhasco, então Jesus deu meia volta. Olhou para o povo. Passou no meio dele e foi embora. O seu poder fez com que ninguém o pudesse tocar. Até aqui e não mais adiante. Assim Jesus governa e protege ainda hoje sua igreja e seus fiéis.

Ainda hoje é assim. Onde a palavra de Deus é pregada de forma correta, com clara divisão e aplicação de lei e evangelho. Onde pessoas são admoestadas ao arrependimento e fé na graça de Cristo, a inimizade do coração vem à tona. Inimizade que se tem mostrado muitas vezes, tanto no Antigo como no Novo testamento como ódio, resultando em agressão aos profetas, apóstolos e pastores e membros fiéis, sim, em perseguições aos cristãos. E aqui vale a admoestação de Jesus: Bem-aventurado é aquele que não achar em mim motivo de tropeço (Mt 11.6).Bem-aventurados são os que ouvem a palavra de Deus e a guardam (Lc 11.28).

4. Só poucos creram. Só poucos creram. Só poucos reconheceram que, apesar de toda a humilhação e simplicidade, ali estava Jesus, o Salvador. E creram nele. Confiaram na graça de Deus e foram salvos. Não devemos desanimar se após todos os esforços em nossa Comunidade e esforços missionários em torno da Comunidade, junto a pessoas que tiveram contato com a Comunidade por ocasião de batismo, confirmações, casamentos, sepultamentos, dias festivos, que ficaram maravilhados, elogiaram e prometeram vir, não vieram. Importa trabalharmos de forma alegre e com firmeza adiante, pois ainda é

5. O ano aceitável do Senhor . Ainda é tempo da graça, importa que anunciemos destemidamente e com perseverança, com muito amor à palavra de Deus.

Importa pedir sabedoria a Deus para anunciar ao nosso mundo, tomando aqui apenas um exemplo concreto, para proclamar aos jovens com suas cabeças cheias de música entorpecente a palavra de Deus. Que Deus Espírito Santo nos oriente na clara pregação destemida da lei de Deus para arrependimento e o doce evangelho para consolo e salvação. Que Deus nos abençoe nisso. Amém.

Horst Reinhold Kuchenbecker – São Leopoldo – RS – Brasil
Igreja Evangélica Luterana do Brasil
horstrk@cpovo.net
www.ielb.org.br


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