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11º Domingo após Pentecostes – 20 de agosto de 2006 |
Estimados irmãos e irmãs em Cristo.
Em Jo 6.1-15 vemos Jesus alimentando quase 5 mil homens, mais mulheres e crianças, com apenas 5 pães e 2 peixinhos. No dia seguinte acontece o que lemos no texto do evangelho de hoje: o povo procura Jesus e o encontra do outro lado do lago. Podemos dividir o encontro do povo com Jesus em 5 partes, que queremos analisar agora. I. A procura. Esta aparece no v. 24. Depois de verem Jesus fazendo tamanha maravilha, alimentando milhares de pessoas com apenas 5 pães e 2 peixes, e ainda sobrarem 12 cestos cheios de pão, as pessoas procuram Jesus. Mas, com que intenção o buscam? Para fazê-lo rei, como mostra o v. 15, e porque ele tinha matado sua fome de graça e sem esforço, como lemos no v. 26. Nessa procura por Jesus, o povo vence distâncias e até atravessa o lago. Querem estar perto dele, mas não percebem que precisam decidir-se sobre ele, tomar uma posição, como Jesus mesmo coloca em Jo 3.15,18, e não apenas esperar dele mais pão e mais milagres. Hoje muitos também procuram Jesus e querem ficar perto dele, mas esta proximidade por si só não resolve o maior problema das pessoas – o pecado. Muitos buscam Jesus e esperam dele o pão, as coisas materiais, como saúde, riquezas, bens, etc., e milagres, mas não crêem nele como seu Salvador e como aquele que dá a vida eterna, que é verdadeira missão dele no mundo, como lemos em Jo 3.14-16. II. O encontro. Quando a multidão encontra Jesus, ele contraria seus interesses e vontades e mostra que o seu maior interesse não é satisfazer suas necessidades físicas. Para eles seria muito confortável e conveniente se Jesus continuasse a multiplicar alimentos. Mas Jesus usa o encontro para mostrar-lhes que seus milagres querem indicar uma verdade maior – que Ele é o pão da vida, que conduz ao Pai, o único que pode dar a comida que não se estraga e dura para sempre. Seus milagres são obras de amor, mas principalmente sinais de sua divindade, apontando para o seu maior milagre – a salvação de todas as pessoas pelo seu sacrifício na cruz. III. O apelo. Jesus diz: Não trabalhem a fim de conseguir a comida que se estraga, mas a fim de conseguir a comida que dura para a vida eterna. O Filho do Homem dará essa comida a vocês porque Deus, o Pai, deu provas de que ele tem autoridade. O apelo de Jesus mostra que ninguém é capaz de produzir esta comida, mas é possível recebê-la do próprio Jesus, que tem a autoridade do Pai para isso. Este apelo coloca o povo diante da necessidade de uma posição e decisão em relação a Jesus. O relacionamento correto com Jesus é o que ele quer dizer quando os convida a “trabalhar” pela comida que é eterna. IV. A dúvida. O povo pergunta a Jesus: O que é que Deus quer que a gente faça? A resposta de Jesus é clara e não envolve obras, como talvez eles esperassem – façam isso ou aquilo, e como muitos hoje entendem – façam muito jejum e oração, corrente, propósito disso, promessa daquilo, usem tal coisa, não comam isso, não bebam aquilo, e assim por diante. A resposta de Jesus é a mesma que Pedro dá ao povo em At 2, que Filipe dá ao tesoureiro da rainha em At 8 e que Paulo dá ao guarda da prisão em At 16, quando todos esses perguntam o que deveriam fazer: Ele (Deus) quer que vocês creiam naquele que ele enviou! “Creiam em mim”, é o que Jesus está dizendo. E isto na verdade não é uma obra, mas um dom do próprio Deus (cf. 2.8-9) no coração das pessoas. Jesus também mostra que há um pão mais importante e de efeito muito maior que aquele que Deus enviou ao povo de Israel no deserto – é o pão que dá vida ao mundo – o próprio Jesus, que diz: Eu sou o pão da vida. Com isso, Jesus deixa claro que a vida humana tem uma necessidade muito maior do que a segurança material; é a necessidade da vida espiritual e eterna, que é o que Ele verdadeiramente veio suprir. V. A oferta. Jesus é direto e oferece a si mesmo como o pão da vida, que sacia a fome e sede dos que vêm a Ele e crêem nele. Ao vir a Jesus e crer nele como o pão vivo enviado por Deus, o ser humano recebe aquilo do que mais necessita – a paz com Deus, o perdão dos pecados e a salvação eterna, que são alimento para a alma, vida verdadeira e eterna. O que você, irmão e irmã, busca nos seus encontros com Jesus? Apenas pão e milagres? Apenas um rei que sacia suas vontades? Ou, como colocamos no último boletim paroquial, o que você busca na igreja? Satisfazer as emoções, ver um show, ouvir palavras agradáveis, pedir vantagens pessoais e ganhos materiais? O que você busca em Jesus, e o que você busca na igreja, são na verdade a mesma pergunta, pois a Bíblia diz que a igreja é o corpo de Cristo ele é a cabeça desse corpo. Certamente Jesus quer e vai nos dar tudo do que necessitamos – não tudo o que desejamos! – pois diz em Mt 6.32b-33: O Pai de vocês, que está no céu, sabe que vocês precisam de tudo isso. Portanto, ponham em primeiro lugar na sua vida o Reino de Deus e aquilo que Deus quer, e ele lhes dará todas essas coisas. Mas, o maior desejo de Jesus é nos dar a vida verdadeira – a vida nova e eterna, que começa quando cremos nele e nunca termina, pois é eterna. Para isso, meus irmãos, Jesus mostra o que Deus quer que a gente faça: Ele quer que vocês creiam naquele que ele enviou! Aqui, nesta igreja, temos encontros com Jesus. No seu grupo de estudo bíblico você se encontra com Jesus. Na sua casa, ao ler a Bíblia e fazer a meditação com a sua família, vocês têm encontro com Jesus. Aproveitem esses encontros para buscar em Jesus o que só ele pode nos dar: pão vivo que dá vida e eterna salvação. Aproveitem esses encontros com Jesus para levar outras pessoas a se encontrar com o verdadeiro Salvador, o pão da vida! Amém.
Leandro Daniel Hübner
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