Göttinger Predigten im Internet
ed. by U. Nembach, J. Neukirch, C. Dinkel, I. Karle

22º Domingo após Pentecostes – 05 de novembro de 2006
Hebreus 4.9-16 – Pastor Ilmo
(Sermões atuais: www.predigten.uni-goettingen.de)


TEMA: “Ele simpatiza conosco”!

É do nosso linguajar de todos os dias. Ao vermos alguém pela primeira vez, só pela cara, dizemos: “Não simpatizo muito com ele”. Em outras palavras: “Eu não gostei dele”. Eu não fui com a cara dela. O Kiko, do Chaves, muito indignado pergunta: “Você não vai com a minha cara?” – Na nossa chegada na Argentina, uma senhora veio matricular sua filha para a doutrina. Ao voltar para casa disse: “Eu não achei nada de simpático neste pastor”. Hoje são nossos melhores amigos.

O texto de Hebreus nos revela de forma simpática alguém simpático. Este alguém se chama: Jesus. O Grande Sacerdote. O mega Pastor. Um super pastor. A frase no nosso texto está assim: “Ele não é como aqueles que não são capazes de compreender as nossas fraquezas”. Não está ali, mas a palavra original é: simpatizar.

Ele simpatiza conosco em nossas fraquezas. Ele não foi pecador, mas passou por “poucas e boas”. Sentiu na carne dores, na alma desprezo e a “não simpatia do povo”. A Palavra de Deus diz isso assim: “Ele não era bonito nem simpático, não tinha nenhuma beleza que chamasse a nossa atenção ou que nos agradasse. Ele foi”. (Isaías 53.2,3) Ele compartilhou da experiência nada simpática da dor e do sofrimento, impostos pelo pecado. Ele colocou os chinelos dos homens, ele caminhou nos passos de todos nós. Ele abriu mão de tudo, para servir.

Cada junta, cada nervo, cada orifício deste físico foi atingido e cotado como fraco, debilitado pelo pecado. É neste aspecto que Deus se mostra misericordioso, entra neste vale de ossos secos, e quer restaurar vidas. O texto de Hebreus nos diz: “a Palavra de Deus é viva”. Esta Palavra viva é Jesus, vivo, simpático para com seu povo.

A palavra de Deus é como uma espada que corta dos dois lados. Ela é precisa. A medicina atual é fantástica. Abre-se uma veia na perna e se introduz uma mola até o coração. Pelo que nos conta seu Edgar, não é muito agradável, mas faz o milagre, um bem enorme e salva da morte a muita gente.

Deus introduz seu cateter, sua palavra no mundo. Deus envia Jesus ao mundo. Nada de simpático. Paulo diz isso em Gálatas 4.6: “Deus enviou o Espírito do seu filho ao nosso coração”. E isto não é um processo agradável, mas quando chega lá, que resultados. Deus derramou o seu amor em nosso coração. (Romanos 5.5) Para o povo de Belém não gerou nenhuma simpatia.

Os resultados Jesus os identificou e eles se mostram visíveis. Haverá divisão por causa de Jesus. As famílias irão se dividir, um pró e outro contra. No final haverá separação entre as ovelhas. Jesus vai conhecer os seus simpatizantes. São todos os que o seguem, os que caminham com ele, e após ele. Até pelo vale da sombra da morte.

Nós, querendo ou não, nem sempre somos simpáticos. Corre nas nossas veias o sangue do desprezo, do desamor, do nojo, da antipatia. Nós temos dificuldades em caminhar com os outros, de levantar os cansados, de falar com mendigos, de abrir nossos bolsos para ofertas generosas. Não é isso antipatia? Com todas as letras.

A simpática mãe de Tiago e João vem de forma muita sutil e esperta e diz: “Deixe que cada um de nós possa sentar-se no seu trono, um a sua direita e outro a sua esquerda?” Jesus na tem cabide de empregos. Jesus não negocia cargos ou privilégios. Ele não tem simpatia por pecados, mas por pecadores sim. Tanto que ele se entrega na cruz, de braços abertos, e abraços a todos, simpáticos e antipáticos. Em resumo, o Filho do homem veio para servir e dar sua vida por muita gente.

Enquanto não podemos sentar ao lado de Jesus, no descanso, na aposentadoria definitiva, nós temos um convite. Ele está no texto de hoje: “Cheguemos perto do trono divino e ali receberemos a graça de Deus”. Ao trono da graça. Onde há graça, não há antipatia, não há desprezo. Pelo contrário, “ali receberemos misericórdia e encontraremos graça sempre que precisarmos dela”.

Contava-me um senhor da congregação que um vendedor luterano se separara de sua esposa, dos filhos, e passava pelo desespero, pela tentação. Estava lá embaixo. Saiu com seu carro, passou na frente de uma igreja pentecostal. Entrou, e o pastor o atendeu e disse: “Você está triste. Pois, olha, vá para casa, para o seu quarto, e converse com Deus. Entregue seus problemas a ele”. Ele o fez.

A conclusão: foi a receita. Os luteranos pensam: “Isso é coisa de ‘crente’”. Não é. Não quero dizer que somos antipáticos, mas temos dificuldades em dar soluções simples, para pessoas simples, e que precisam do trono da graça. Não só para os pecados, mas para os problemas de todos os dias, mas principalmente para os pecados.

Ele achou o trono da graça. Alguém disse para ele como fazer. E ele encontrou o mais simpático de todos os homens: Jesus, que se compadeceu dele, como de tantos outros. Também na santa ceia. Isso não é apenas um rito, mas é o encontro do trono da graça. A querida Laura vai encontrar o trono da graça hoje no seu batismo...

Ele é simpático. Ele caminha conosco. E se um simpático caminha conosco, eu aprendo com ele, eu pratico com ele e sou simpático como Ele. Ele simpatiza contigo. E você simpatiza com Ele? Amém.

Pastor Ilmo
Gramado – RS – Brasil
Igreja Evangélica Luterana do Brasil
pastor.ilmo@ibestvip.com.br


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