Göttinger Predigten im Internet
ed. by U. Nembach, J. Neukirch, C. Dinkel, I. Karle

Primeiro Domingo no Advento – 03 de devembro de 2006
Lucas 19.28-40 – Série Trienal C – Horst R. Kuchenbecker
(Sermões atuais: www.predigten.uni-goettingen.de)


Saúdo a quem lê ou ouve esta mensagem em nome do Rei Jesus!

Pela graça de Deus inicia-se, com este primeiro domingo de Advento, mais um Ano Eclesiástico. Mais uma vez, e isto já durante mais de dois mil anos, ecoa a mensagem:

Eis aí te vem o teu Rei!

Quantos, no entanto, são os que realmente iniciam este santo tempo com júbilo ao Rei Jesus? Talvez não muitos. Mesmo assim, Jesus vem. Ele vem incansável.

A vinda de Jesus a Jerusalém é ao mesmo tempo um quadro de sua constante e consoladora vinda a nós, neste tempo da graça.

Fundo histórico

Os três anos de ministério de Jesus, visível neste mundo, estavam chegando ao fim. Ele se prepara para sua última jornada a Jerusalém, para ali sofrer, padecer e morrer pela humanidade; preparou também seus discípulos para tanto, mostrando-lhes que lhe era necessário ir a Jerusalém para sofrer e morrer. Mas eles não entenderam nada, nem podiam captá-lo com sua razão.

Quando estavam ainda na Samaria, veio lhes o pedido de socorro por parte das irmãs de Lázaro, dizendo que Lázaro estava muito doente, à morte. Mas Jesus não se apressou. Lázaro faleceu e foi sepultado. Jesus chegou quatro dias após o sepultamento. Ele o ressuscitou. Após isso, retirou-se para as terras de Efraim, mais para o norte, à cidade de Betel. Mas após alguns dias retomou sua caminhada a Jerusalém.

Chegou numa sexta- feira novamente a Betânia, que ficava nos subúrbios de Jerusalém. Hospedou-se na cada de Lázaro. Descansou ali no sábado.

No primeiro dia da semana, o nosso domingo, dirigiu-se para Jerusalém.

Jesus já estivera algumas vezes por ocasião da festa da Páscoa em Jerusalém, mas como simples peregrino. Agora, no entanto, vinha como rei.

Interessante que, apesar de Jesus ser Rei, os evangelhos o mencionam somente quatro vezes como tal:

1ª vez, quando o anjo Gabriel anunciou à virgem Maria o nascimento de Jesus, ele disse: O Altíssimo Deus, o Senhor, lhe dará o trono de Davi, seu pai, ele reinará para sempre sobre a casa de Jacó, e seu reino para sempre (Lucas 1.32,33).

2ª vez, quando os Magos do oriente vieram, eles perguntaram: Onde está o recém-nascido Rei dos judeus? (Mateus 2.2).

3ª vez, quando Natanael encontrou Jesus e este lhe disse: Eu te vi debaixo da figueira, provavelmente um lugar bem cercado, onde ninguém poderia ter visto Natanael, por isso este exclamou: Mestre, tu és o Filho de Deus, tu és Rei de Israel (João 1.49).

4ª vez, por ocasião da multiplicação dos pães, lemos: Sabendo, pois, Jesus que estavam para vir com intuito de arrebatá-lo para o proclamarem rei, retirou-se, novamente, sozinho, para o monte (João 6.15).

Mas agora, ao iniciar a caminhada do seu sofrimento, Jesus se manifesta como Rei, para se cumprir a promessa de Davi: Eu, porém, constituí o meu Rei sobre o meu santo monte Sião. Proclamarei o decreto do Senhor: Ele me disse: Tu és meu Filho, eu hoje, te gerei. Pede-me, e eu te darei as nações por herança, e as extremidades da terra por tua possessão (Salmo 2.6-8). E: Ele dominará de mar a mar, e desde o rio até aos confins da terra (Salmo 72.18).

I – A entrada triunfal

Assim, ao sair de Betfagé, Jesus enviou dois de seus discípulos a um pequeno povoado à frente com a ordem: Ide à aldeia fronteira e ali, ao entrar, achareis presa uma jumenta, e com ela um jumentinho. Desprendei-a e trazei-mos (Lucas 19.30; Mateus 21.2). Por sua onisciência e onipotência, Jesus mostrou ser verdadeiramente o Filho de Deus, o Rei de Israel. Trazidos os animais, os discípulos colocaram suas capas sobre o animas, e Jesus montou, para seguirem rumo a Jerusalém. Um jumento nunca montado se mostra dócil e se deixa montar...

Em Jerusalém já havia muitos peregrinos e entre eles fervia a notícia da ressurreição de Lázaro e ao mesmo tempo a pergunta: Será que ele virá à festa?

Os fariseus por sua vez, tendo ouvido a respeito da ressurreição de Lázaro, convocaram uma assembléia na qual resolveram: É preciso matá-lo! E deram a ordem: se alguém souber onde ele está, deveria denunciá-lo, a fim de que o prendessem (João 11.53,57). Tudo isso era desnecessário. Jesus veio publicamente.

Quando Jesus chegou ao alto do monte das Oliveiras, de onde teve uma visão de Jerusalém e do majestoso templo, Jesus chorou, e disse: Ah! Se conheceras também tu, ainda hoje, o que é devido à paz. Mas isto está agora oculto aos teus olhos (Lucas 19.42). Jesus chorou por causa da dureza do coração e por causa do grande castigo que havia de vir sobre Jerusalém. (Teus inimigos) te arrastarão a ti e a teus filhos dentre de ti; e não deixarão em ti pedra sobre pedra, porque não reconheceste a oportunidade de tua visitação (Lucas 19.44). Então seguiu.

Em Jerusalém espalhou-se rapidamente a notícia: Jesus vem! E a multidão foi ao seu encontro.

Eles o aclamaram, deitando suas vestes no caminho, cortando ramos de árvores, e jubilaram cantando: Hosana, ao Filho de Davi. Bendito o que vem em nome do Senhor! Hosana nas maiores alturas (Mateus 21.9).

Os fariseus repreenderam Jesus, dizendo: Ouves o que estão dizendo? Jesus lhes respondeu: Sim, nunca lestes: Da boca de pequenos e crianças de peitos suscitaste perfeito louvor? (Mateus 21.16).

Os fariseus estavam cegados. Se tivessem dado atenção às profecias, como a de Zacarias (9.9), deveriam ter reconhecido que o Sinal do Messias será sua pobreza e humildade. Viria, não como os imperadores, com pompa, espada e poder, mas pobre e humilde. E como Zacarias ainda diz: justo e salvador.

Ele não veio para julgar, mas conquistar justiça, carregando ele mesmo sobre o madeiro os pecados da humanidade. E Salvador, para vencer os verdadeiros inimigos da humanidade: pecado, morte e Satanás. E assim erguer o seu reino da graça. Por isso ele disse: Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como a dá o mundo (João 14.27). E: O meu reino não é deste mundo” (João 18.36). E: “Não vem o reino de Deus com visível aparência (Lucas 17.20).

Assim Jesus vem ainda hoje, por sua Palavra e seus sacramentos, batendo na porta de nosso coração, chamando ao arrependimento, iluminando com seus dons, santificando e congregando seus eleitos.

Em sua oração sumo sacerdotal Jesus fala de seu reino e de seus discípulos. Ele diz: Eu lhes tenho dado a tua palavra, e o mundo os odiou, porque eles não são do mundo, como também eu não sou. Não peço que os tires do mundo; e, sim, que os guardes do mal. Eles não são do mundo como também eu não sou. Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade (João 17.14-17).

II – Será que ele vem também a nós, a mim? Temos que recordar o que o evangelista disse: Ora, isto aconteceu, para se cumprir o que foi dito, por intermédio do profeta: Dizei à filha de Sião: Eis aí te vem o teu Rei, humilde (Mateus 21.4,5). Sião é o monte sobre o qual estava construído o templo em Jerusalém. Filha de Sião são os que adoram no templo, em Espírito e em Verdade, portanto, todos os verdadeiros crentes, a Igreja cristã, enquanto durar o tempo da graça.

Mas será que muitos entre nós não precisam temer que ele não virá a eles por não serem membros reais da verdadeira igreja cristã? De fato nós tememos que mesmo muitos membros da igreja não sejam verdadeiros cristãos.

Mas precisamos lembrar que quando Jesus veio para Jerusalém, ele veio buscar e salvar o que estava perdido. Veio buscar todos. Assim ainda hoje. Enquanto durar o tempo da graça, Jesus vem buscar todos. Chamar todos ao arrependimento e oferecer a todos sua graça: Eis aí te vem o teu rei, humilde, isto vale para todos.

Talvez muitos entre nós dirão: Jesus foi tão gracioso para comigo durante o ano que passou. Aqui houve cultos todos as semanas, houve estudos bíblicos, reunião de departamentos, batismo, instrução de confirmandos, santa ceia, meios através dos quais Jesus vem, mas eu não participei como deveria ter participado. Fui negligente e desleixado para com os trabalhos no reino de Deus. Será que ele virá ainda a mim?

Um outro talvez dirá: “Eu não fui somente ingrato, eu amei o mundo e acumulei pecados. Não mereço mais a atenção de Jesus. Eu já sinto que sou rejeitado por ele”. Isto é compreensível, mas ouça o que Jesus mandou anunciar, mais uma vez no início deste novo ano da Igreja, neste primeiro domingo de Advento: Eis aí te vem o teu rei, justo e salvador.

Isto deve fazer com que saiamos ao seu encontro:

  • confessando-lhe nossos pecados e suplicando lhe por perdão;
  • apegando-nos à sua graça para nosso consolo;
  • unindo nos à multidão para jubilar neste tempo de advento e lhe cantar Hosana e ser consagrados a ele, para como membros do seu reino nos engajar no testemunho.

Deus nos conduza, abençoe e guarde neste tempo de Advento. A vinda do nosso Grande Rei está próxima! Amém.

Horst Reinhold Kuchenbecker
São Leopoldo – RS – Brasil
Igreja Evangélica Luterana do Brasil
horstrk@cpovo.net
www.ielb.org.br

 


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