Göttinger Predigten im Internet
ed. by U. Nembach, J. Neukirch, C. Dinkel, I. Karle

Noite de Natal – 24 de dezembro de 2006
Lucas 2.10 – Horst R. Kuchenbecker
(Sermões atuais: www.predigten.uni-goettingen.de)


Noite de Natal

Lucas 2.10: Não temais: eis que vos trago boa nova de grande alegria, que o será para todo o povo: é que hoje vos nasceu na cidade de Davi, o Salvador, que é Cristo, o Senhor.

Deve ter sido uma noite inesquecível para aqueles pastores nos campos de Belém da Judéia.

Eles cuidavam de suas ovelhas. Normalmente, nesta época, já deveriam tê-las recolhido aos estábulos. Mas parece que o frio atrasou, o que permitiu que ficassem por mais alguns dias fora.

Os acontecimentos políticos, como o domínio romano, o recenseamento, levou muitos fiéis e, sem dúvida, também os pastores a comentarem as profecias. Tudo indicava que o tempo da vinda do Messias prometido, deveria estar perto. Oh! se de Sião viesse já o livramento (Sl 53.6), assim os poucos fiéis em Israel oravam.

De repente uma luz iluminou a noite. Não era luz comum. “Era a glória do Senhor que brilhou ao redor deles” (Lucas 2.9). Eles ficaram tomados de grande temor. Não era simplesmente medo do extraordinário; mas era o temor da alma, o terror da consciência diante da manifestação da santidade de Deus.

O anjo se apressou em dizer: Não temais! Não vim para julgar e condenar. Eu vim para vos anunciar uma boa notícia. Eis aqui vos trago boa nova de grande alegria, que o será para todo o povo: é que hoje vos nasceu na cidade de Davi, o Salvador, que é Cristo, o Senhor.

Este é o único e verdadeiro consolo e lenitivo para a alma aflita. Muitos confiaram nesta promessa. Muitos reis e fiéis, ao longo dos 4 mil anos de espera, confiaram e gostariam de ter visto este dia. Agora o dia chegara. Vindo a plenitude do tempo Deus enviou o seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, para resgatar os que estavam sob a lei (Gálatas 4.4).

Os anjos disseram ainda aos pastores: E isto vos servirá de sinal: Encontrareis uma criança envolta em faixas e deitada em manjedoura (Lucas 2.12). E subitamente apareceu uma multidão de anjos, louvando a Deus e cantando: Glória a Deus nas maiores alturas e paz na terra aos homens, a quem Deus quer bem (ou sobre quem paira o favor de Deus). Esta paz só pode ser recebida pela fé, em arrependimento e confiança na graça de Cristo.

Foram apressadamente e acharam Maria e José, e a criança deitada na manjedoura (v.16).

Maria e José eram pobres. Que suplício quando ficaram sabendo do decreto de César Augusto, a respeito do recenseamento. Podemos entender Maria, olhando para José com a interrogação: O que? Subir a Belém da Judéia, nesta última semana de minha gravidez! Isto são aproximadamente 120 km. Impossível. Temos que ir, respondeu José. É decreto de César.

Após, talvez cinco ou seis dias de caminhada, chegaram a Belém. Era noite. Exaustos, procuraram pousada. Não havia lugar para eles. Pareciam abandonados por Deus e pelos homens.

Batendo em mais uma porta, José disse: “Por favor, minha mulher está para dar à luz”. E um homem lhe respondeu: “Abriguem-se ali no estábulo, ali nos fundos”. Sozinhos - será que nem a mulher do dono foi dar uma olhada? parece que não.

Ali nasceu Jesus. Maria tomou a criança em seus braços e o enrolou em panos. Este é o menino, o ente santo, o Deus forte, o Pai da eternidade, o Príncipe da paz? A razão e os sentimentos humanos não pode compreender este mistério da humanação e humilhação do eterno Filho de Deus. Verdadeiro Deus gerado do Pai desde a eternidade. Deus de Deus, luz de luz e verdadeiro homem nascido da virgem Maria – Nem pode aceitá-lo, exceto se Deus Espírito Santo o revele e leve a pessoa à fé nesta verdade.

Os pastores encontraram o menino. Eles creram e o adoraram. Voltaram louvando e glorificando a Deus por tudo o que tinham visto, divulgando-o. Maria e José também foram fortalecidos em sua fé. Diz o texto: Maria, porém, guardava todas estas palavras, meditando-as no coração.

Bem-aventurados os que crêem e não se escandalizam na humilhação de Cristo. Os que crêem, desfrutam da paz. Da paz do perdão, da paz com Deus, da esperança da vida eterna. Uma paz que nem infortúnio, nem dor, nem sofrimento podem perturbar, pois nela vemos o céu aberto. Mas quem rejeitar o Filho, será rejeitado por Deus eternamente.

Que Deus Espírito Santo nos ilumine para guardarmos estas palavras em nosso coração, meditando nelas ao longo de nossa vida, recebendo delas a força, como a árvore a seiva da raiz, para crescer e florescer em boas obras. Amém.

Horst R. Kuchenbecker
São Leopoldo – RS – Brasil
Igreja Evangélica Luterana do Brasil
horstrk@cpovo.net
www.ielb.org.br

 


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