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ISSN 2195-3171


Predigtreihe: Reformationstag , 2010

Da série de prédicas para o Dia da Reforma, verfasst von Christian Erdmann Schott

Göttinger Predigten im Internet 

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Da série de prédicas para o Dia da Reforma:  a história de uma igreja luterana pertencente ao patrimônio cultural da humanidade.

Christian Erdmann Schott 

Prezada comunidade!

Por ocasião do Dia da Reforma do ano em curso seja lembrada uma igreja que é parte do patrimônio cultural mundial, amparado pela UNESCO. Ela é um impressionante símbolo da fé evangélica. Trata-se da "igreja do Espírito Santo" em Jauer/Silésia, hoje Javor na Polônia. Por duas vezes esta igreja se destacou, aliás, muito em concordância com o seu nome. 

Isto se deu em primeiro lugar na época da contra-reforma, quando de sua construção nos anos após a guerra dos trinta anos. A Paz da Westfalia, firmada em 1648, permitiu aos evangélicos a construção de um só templo nos ducados de Glogau, Schweinitz e Jauer, respectivamente. Por esta razão estas três igrejas foram chamadas de "igrejas da paz". Havia condições discriminantes a respeitar. As igrejas poderiam ser construídas somente ante as portas da cidade, sem torre, sem pedras, somente de madeira e barro e deveriam ser concluídas no prazo máximo de um ano. Enquanto isso as comissões imperiais de reconstituição, por ordem da corte católica de Viena, desapropriavam as igrejas evangélicas e, depois de expulsos os pastores, as "re-catolizavam". Somente as "igrejas da paz", num âmbito de cinqüenta a setenta km, deveriam estar à disposição dos evangélicos para lá poderem celebrar seus cultos.

Por isto mesmo foram acomodadas na igreja da paz em Jauer quatro tribunas uma em cima da outra para abrigar cerca de seis mil pessoas. Com tais proporções ela é ainda hoje a maior igreja com estrutura de madeira da Europa. Tudo foi financiado pelas comunidades já em si empobrecidas pela longa guerra, principalmente pela nobreza e as corporações da área. Elas receberam auxílio por ofertas e coletas das demais regiões, do império e de comunidades evangélicas do exterior. Elas também cuidaram da decoração do recinto da igreja - nas tribunas 2 e 4 com pinturas do Antigo e do Novo Testamento, nas tribunas 1 e 3 com os brasões das famílias da nobreza e as insígnias das corporações participantes.

O que impressiona não é apenas o engajamento de todas as camadas sociais da população na construção da igreja, como também a freqüência aos cultos. A despeito das longas distâncias a serem vencidas normalmente a pé os cultos, sempre superlotados, tinham que ser realizados em várias seqüências. A fim de poder visitar um culto, os evangélicos formavam aos domingos nas regiões imperiais católicas da Baixa Silésia verdadeiras caravanas. Desconsiderando as condições climáticas e as estações do ano eles se reuniam durante todo o ano aos domingos de manhã em determinado horário na saída da localidade, juntavam-se em grupos e marchavam até a igreja evangélica mais próxima. Tal igreja podia ser uma das 20 igrejas situadas nas fronteiras para a Lausitz, para Brandenburgo ou para a Polônia. Ou podia ser uma das "igrejas de refúgio" que na Silésia haviam sido ampliadas nas fronteiras para os ducados não "re-catolizados". Mas podia ser também uma das "igrejas da paz". Entre outras mandavam batizar seus filhos nestas igrejas evangélicas. Diz-se que na "igreja da paz" de Schweinitz foram batizadas 1.500 crianças somente no ano de 1708. Em Glogau e Jauer não terá sido diferente.

As caravanas dos fiéis duraram cerca de 90 anos - até a entrada de Frederico o Magno  na Silésia em 1740 com o que inicia um novo tempo para os evangélicos naquela região. Permitia-se agora, por exemplo, a construção das assim chamadas "igrejas fredericianas de oração". Seu número chegou a 220, distribuídas por toda a área e financiadas pelos próprios evangélicos.

As igrejas da paz são até hoje símbolos da fidelidade dos evangélicos silesianos à sua confissão reformatória. Entrementes as duas igrejas da paz remanescentes, a de Jauer e Schweinitz, foram declaradas patrimônio cultural da humanidade pela UNESCO. Elas estão sendo usadas pelas comunidades luteranas da Polônia. Em respeito à história elas preservaram estas igrejas em seu estado original, de modo que também as passagens bíblicas alemãs e as inscrições são bem legíveis. Com isto, porém, a história ainda não terminou.

Pois o segundo período em que a igreja da paz em Jauer adquiriu particular importância para o protestantismo, é aquele depois de 1945, quando da fuga e da expulsão da população alemã da Siléia e do assentamento de poloneses. Pretendo ilustrar isto em dois exemplos:     

Primeiramente será necessário falar de pessoas em Letmathe, hoje uma parte da cidade de Iserlohn. À semelhança de muitas outras comunidades, Letmathe experimentou em 1945 em curtíssimo tempo a mais radical mudança de sua ordem de vida com conseqüências ainda hoje sensíveis. Foi extremamente difícil juntar os que haviam permanecido em sua terra e os que haviam sido despejados da sua. Mas a tentativa deu certo. Foram estações neste caminho a "carta dos desterrados alemães" de agosto de 1950, bem como a nível local a construção da igreja evangélica e sua inauguração sob o nome de "igreja da paz" no ano de 1957. Na discussão sobre esse nome a lembrança da igreja da paz em Jauer desempenhou o papel decisivo. Outro ponto alto no esforço por reconciliação dos desterrados com a população local foi alcançado no quadragésimo jubileu da igreja da paz em Letmathe. Na época, em 1997, organizou-se uma corrida de estafeta de Berlin oriental a Letmathe sob o tema: "Em favor da paz - contra o esquecimento". Nesse estafeta participaram mais que 80 atletas.

Nasceu daí, dez anos depois, a "Tour da lembrança e reconciliação - construindo pontes na Europa." A idéia foi do pastor de comunidade Burckhardt Hölscher. Queria lembrar da expulsão dos alemães da localidade silesiana de Streckenbach/Swidnik. Em memória à expulsão dos moradores de Streckenbach, ele, entrementes com 50 anos, queria mais uma vez percorrer aquele trajeto da Silésia  a Letmathe, dessa vez a pé, a bicicleta e de ônibus. Para a variante esportiva se inscreveram 47 ciclistas que se subdividiram em quatro grupos e que foram acompanhados por um ônibus e um avião de transporte. Ademais participaram nessa "tour" histórica 50 pessoas, em sua maioria mais idosas, que viajaram de ônibus, entre eles muitos oriundos de Streckenbach. Aproveitaram a oportunidade para rever sua aldeia natal bem como a de Jauer a tão somente 30 km de distância. Um culto ecumênico, dirigido por oficiantes de ambas as igrejas e nações na igreja de Streckenbach/Swidnik, outrora evangélica hoje católica, congregou os diversos times e grupos, poloneses e alemães, católicos e evangélicos. Uma ex-cidadã de Streckenbach, que hoje vive em Letmathe, resumiu suas emoções nas palavras: "Nós, gente de Streckenbach, sepultamos nosso ódio e ansiamos por uma convivência pacífica, não somente na Alemanha e Polônia. Além do significado permanente para os próprios participantes, essa Tour também teve como fruto positivo a oficialização de uma parceria entre as comunidades da paz de Jauer e Letmathe. A parceria foi firmada no culto de jubileu, no dia 11 de novembro de 2007 em Letmathe.    

Outro exemplo é o 1º de setembro de 2009. Recordando a invasão da Polônia por tropas alemães e o início da segunda guerra mundial há 70 anos,  teve lugar em Jauer um culto memorial, do qual participaram e no qual cooperaram bispos poloneses católicos, bispos poloneses evangélicos além de bispos alemães evangélicos, religiosos e membros das igrejas. Foi pregador o presidente do Conselho da Igreja Evangélica da Alemanha, Bispo Wolfgang Huber. Ele concluiu sua alocução com as palavras:

"Celebramos este culto na igreja da paz em Jauer. Com o seu nome ela nos lembra da Paz da Westfalia no final da guerra dos trinta anos...Mas ela permaneceu e congregou um pequeno grupo de fiéis em torno de si. Ela continua a nos testemunhar a paz de Deus e conclama à paz no mundo. A igreja da paz de Jauer foi dedicada ao Espírito Santo. É este o Espírito, no qual nós andamos e vivemos e cujo fruto é a paz."

Literatura:

Katja Hofbauer, Erinnern und Versöhnen. Die Lethmather Friedenskirche und die Vertriebenen. Hg. aus Anlass des 50. Jubiläums der Evangelischen Kriedenskirche Letmathe, Iserlon 2007, 208 S.

Heinrich Graf von Reichenbach (Hg). Die Emporenbilder in der Friedenskirche zu Jauer in Schlesien. Dokumentation, BD I: Die biblischen Darstellungen an der zweiten und vierten Empore, Wenningsen 2006, #13 S.; Bd II: Die Bilder an den Logenbrüstungen der ersten und dritten Empore - Adel, Geistlichkeit, Zünfgte. Wenningsen 2008, 174 S.

Christian-Erdmann Schott, Die Bedeutung des Westfälischen Frieden für die Evangelischen in Schlesien. In: Bernd Hey (Hg), Der Westfälische Friede 1648 und der deutsche Protestantismus. (Studien zur deutschen Landeskirchengeschichte 3), Bielefeld 1998, S. 99-111

 

 

  

 

 

  



Pfarrer em.Dr Christian Erdmann Schott
Mainz
E-Mail: ce.schott@arcor.de

Bemerkung:
A Portugese: Pfarrer Dr. Gottfried Brakemeier
Nova Petrópolis, RS, Brasilien
E-Mail: gbrakemeier@gmx.net


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