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ISSN 2195-3171





Göttinger Predigten im Internet hg. von U. Nembach

5º Domingo após Pentecostes, 15.06.2008

Predigt zu Romanos 5:1-8, verfasst von Günter Boebel

  

Prezada Comunidade!

Ao contemplar este texto, quero focalizar algumas palavras que chamaram minha  atenção. São elas: Aceitos - paz - graça de Deus - glória.

A palavra "aceitos" pressupõe uma separação anterior. Eu só posso ser aceito se antes estava separado daquilo para o que agora fui aceito ou se eu o ignorava. Paulo está se referindo ao fato que Deus, através de Jesus Cristo, dá o primeiro passo para superar a separação entre ele e nós. Ele ama e perdoa. "Aceita"! Isto tem conseqüências para o relacionamento que nós temos com as pessoas. Quem ama, dialoga, confessa e perdoa. Restabelece comunhão. Daí porque a condição de vida se tornou diferente. Há um antes e um depois.

Deus toma uma atitude que é de perdoar, sem haver qualquer merecimento. Quando nós temos inimizade com alguém, necessário se faz pedir perdão, e quando pedimos perdão, confessamos culpa. Entre o reconhecer o erro cometido e a concessão do perdão houve o momento da conversão. A aceitação que Deus nos concede e que Paulo chama de justificação, exige em contrapartida a nossa mudança. Não podemos continuar na maneira de ser como antes. Todos sabemos como nossa vida é cheia de egoísmo, de obstinação e pecado. Sim, eu sou e continuo sendo pecador, mas agora sou aceito e justificado por este amor demonstrado por parte de Deus. É nisso que cremos.

 

Portanto, a novidade se expressa numa vida de pessoa justificada. Ela resulta do amor de Deus, amor este que nós não merecemos. Mas se nós cremos nesse amor, ou seja, se cremos que Jesus nos reconciliou com Deus através da sua morte, Deus nos faz viver em paz. Esta é mais do que simples ausência de guerra. É paz vivida com Deus sem inimizades do que resultam mudanças radicais na nossa maneira de ser. Pois a paz com Deus nos leva necessariamente em direção ao próximo. E este próximo está mais próximo do que podemos imaginar. É o amigo, o vizinho, esposa, esposo, filhos, pais. Mas são também os "outros", os que nos são menos simpáticos, os "inimigos".   Imaginem quanta inimizade existe até mesmo no pequeno círculo das pessoas de nossas relações. Será que isto não interessa? Será que o nosso semelhante não vale tanto quanto nós mesmos? Mudanças de vida são conseqüências do perdão de Deus que nos leva a perdoar uns aos outros. Ele nos ensina a vivência do amor, da fé, da esperança no nosso dia-a-dia. Já no círculo das pessoas à nossa volta precisamos do perdão tanto de Deus como das pessoas entre si.

 

O fato de eu ter sido aceito por Deus e justificado por ele naturalmente não me dispensa dos compromissos. Por outro lado não é por causa de meus compromissos cumpridos que sou aceito por Deus em Jesus Cristo. Não são as minhas obras que me justificam. Deus nos aceita gratuitamente. Ele ama a nós a ponto de dar a vida de seu filho. Esse amor é inesgotável, é incrível para minha pequena inteligência. É por isto que nós temos dificuldades em nossa fé no dia-a-dia. É difícil compreender ser aceito e ser justificado por graça, por amor somente.

Quero mencionar um episódio particular em minha vida. Em 2001 foi constatado que eu tinha um carcinoma no intestino. A cirurgia foi marcada e realizada com muitas esperanças, mas as complicações que aconteceram não estavam nos meus planos e nem nos planos da equipe médica. Os momentos passados e vividos entre a vida e a morte fizeram-me reconhecer duplamente a graça de Deus, quando após um mês de hospital em grave situação eu pude voltar para casa. Estava esperançoso para iniciar a nova vida que Deus, em Jesus Cristo, me havia dado. Mas o sofrimento, a tribulação e as dúvidas persistiram durante mais dois anos.

Quero dizer com isto que a fé não isenta ninguém de sofrimento, de tribulação, de dúvidas e de perguntas. Mas ela alimenta esperanças que para mim não deixam dúvida nenhuma de que essa dor, este sofrimento fortaleceram a minha fé e a fé da minha família para enfrentar o novo que se desdobrava diante de nós. Quando descobri que eu tinha um câncer chorei e perguntava pelo por quê. Interessante: antes da cirurgia eu queria saber do por que ter um câncer. Quando eu estava melhor surgiu a pergunta por que Deus me deixou viver. Será que isto faz parte da nossa insatisfação cotidiana? Por que nós temos dificuldades em aceitar o que é de graça? Vida é graça de Deus. Isto é palpável na nossa vida de fé. Não foi por este presente de vida que agora eu digo: Deus precisa de mim, eu sou bom. Nem me glorio dos acontecimentos. Não! A glória é de Deus e eu me alegro simplesmente em poder continuar a servir.

Prezada Comunidade, certamente muitos de vocês que aqui estão já passaram por dificuldades, quem sabe até maiores que as minhas. Sabem então como é importante a vivência da fé no Deus que nos aceita em Jesus Cristo, que me justifica por graça e permite servir. Por isto o apóstolo Paulo fala em gloriar-se, não daquilo que nós fazemos, do que somos, mas ele fala em gloriar-se naquilo que Deus fez por mim e por você. Veja prezada comunidade, é o amor, é a graça e o perdão que Deus demonstra em nós que faz a diferença entre o antes e o depois.

O tema da justificação e aceitação é literalmente incrível, e eu diria altamente teológico. Ao mesmo tempo, porém, é simples, muito simples. É só aceitar o que Deus nos dá de graça e tirar daí as conseqüências. Assim como uma criança recebe um presente de braços abertos, ri e fica feliz, assim queremos receber este presente Deus com alegria e com satisfação. Nós temos dificuldades em aceitar que Deus fez isto por mim e por você, mas não esqueçamos o que Paulo diz no versículo 5, ele derramou "seu amor em nosso coração por meio do Espírito Santo que ele nos deu". A fé, portanto nos leva a uma esperança que não nos deixa decepcionados nem frustrados. Pois dá-nos a certeza da presença de Deus em nossa vida.

Por isto este texto bíblico se torna um grande desafio para nós, no nosso relacionamento entre pessoas e no nosso relacionamento com o próprio Deus. Ele convida a rever o nosso relacionamento entre pais e filhos; a viver sem inimizades; a construir um casamento de compreensão e perdão; a aprender a viver na comunidade de Jesus Cristo, dando-nos em tudo a possibilidade de nos gloriar daquilo que Deus fez por nós.

Que Deus nos conceda sempre de novo a força para aceitar aqueles e aquelas que nos rodeiam, assim como ele nos aceitou em Jesus Cristo. Justificação e aceitação se vivem na prática diária. Experimente!                                                                                                                                                                                                               Amém.

  



Pastor em. Günter Boebel
Itapoá ? SC
E-Mail: gunterboebel@onda.com.br

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