Göttinger Predigten

Choose your language:
deutsch English español
português dansk

Startseite

Aktuelle Predigten

Archiv

Besondere Gelegenheiten

Suche

Links

Konzeption

Unsere Autoren weltweit

Kontakt
ISSN 2195-3171





Göttinger Predigten im Internet hg. von U. Nembach

6º Domingo após Pentecostes, 22.06.2008

Predigt zu Mateus 10:24-33, verfasst von Gottfried Brakemeier

    

Prezadas irmãs e irmãos!

"Missão de Deus - nossa paixão"! Sob este tema a IECLB está lançando nova campanha missionária. Todos nós o sabemos. O que se pretende é uma igreja mais dinâmica, que sai da sua toca, que enfrenta a sociedade brasileira, uma igreja mais "apaixonada". Nesse esforço por reavivar o "Plano de Ação Missionária da IECLB", o PAMI, o texto da prédica para este domingo é de grande ajuda. Trata-se de um trecho do assim chamado "sermão missionário de Jesus", contido no décimo capítulo do evangelho de Mateus. Jesus envia seus discípulos para pregar, curar, expulsar maus espíritos, ou seja, para afastar maus poderes, mudar mentalidades. Por enquanto ele envia apenas seus discípulos mais achegados, os doze, e seu campo de ação fica restrito ao povo de Israel. Mais tarde, porém, os horizontes iriam expandir-se. O Jesus ressuscitado disse: "Ide a todas as nações..." Também o grupo dos enviados se torna maior. Missão é tarefa que cabe a todo seguidor e seguidora de Cristo. Portanto, ela quer ser abraçada também por nós. Quer transformar-se em nossa paixão. 

O tema da missão não é novo na IECLB. Já foi trabalhado por diversas vezes, mas sempre de novo é urgente. Por quê? Certamente queremos o crescimento numérico dos membros das nossas comunidades. Estagnação deve ser motivo de preocupação. Quando as nossas comunidades encolhem, algo precisa ser corrigido. E, no entanto, nem sempre o Espírito Santo está do lado do sucesso. O que impulsiona de fato a missão é a convicção de termos uma palavra de peso a anunciar. Sem o evangelho este mundo seria mais pobre, miserável mesmo, afundado ainda mais em seus problemas, num beco sem saída. As pessoas precisam da mensagem evangélica que lhes fortalece e orienta a fé, que lhes concede força para vencer os obstáculos, que as motiva para o amor e lhes mostra um caminho mesmo face à morte. Era esta a convicção de Jesus. Foi por isto que enviou seus discípulos. Está aí a causa da missão cristã. Quem não se engaja na divulgação do evangelho, fica devendo às pessoas algo realmente vital.    

Por isto vale: "Missão de Deus - nossa paixão." É interessante, e isto cabe enfatizar em primeiro lugar, que se fala na missão de Deus e não na missão da igreja. Isto para não confundir: É a causa de Deus, com a qual a igreja está comprometida, seja qualquer a sua denominação. É o reino de Deus, não qualquer reino nosso que deve ser proclamado e promovido. Trata-se do compromisso comum de todas as igrejas, sejam luteranas, católicas, metodistas, batistas ou outras. Devem ser igrejas cristãs! A pergunta é qual das igrejas o faz melhor. Sobre isto devemos falar. De qualquer maneira: Nossa paixão é levar a público a causa de Deus, sua vontade, seu projeto de salvação e testemunhar em atos concretos a sua misericórdia. Nós percebemos isto neste texto: Jesus envia seus discípulos, não para que eles façam seus próprios negócios e criem uma igreja a seu gosto, mas sim para espalhar o que na companhia dele, aprenderam. Eles são multiplicadores do evangelho. Toda boa missão é isto.

Para tanto é significativo, e eu o ressalto em segundo lugar, que Jesus envia (!) seus seguidores. Ele quer que eles vão, assim como também ele ia. Ele não espera as pessoas chegar. Não monta um consultório ou um escritório, aguardando clientela ou freguesia. Médico pode e deve fazer assim. Pois a doença faz com que as pessoas busquem socorro. Mas muitas vezes as pessoas não sabem que estão "doentes". Precisam ser visitadas. Algo semelhante acontece no mundo do comércio e da indústria. Quem não busca freguesia, quem não faz publicidade, quem não se engaja em propaganda, não vai vender seu produto. Eu não quero confundir a comunidade cristã com uma empresa. Mas há o que aprender. As pessoas não vêm, se não forem procuradas. Se nós como IECLB não convidarmos nossos vizinhos, amigos e pessoas de nossas relações para compartilhar a nossa fé e para se integrar na comunidade, estaremos faltando com a nossa missão. Nós vamos ficar parados no tempo, permaneceremos como que enguiçados no caminho. Antes de mais nada, porém, aprendamos com Jesus que teve uma sede, sim, em Cafarnaum, para onde se podia recolher. No mais, porém, ele ia ao encontro das pessoas, procurando-as e ajudando-lhes em suas necessidades.

Supérfluo repetir que o convite à missão se dirige a todos os membros da comunidade indistintamente. É verdade que neste texto é falado dos discípulos. Os "doze" mais tarde iriam ocuparam cargos de liderança nas primeiras comunidades. Mas discípulo não é sinônimo de pastor ou pastora. Discípulos somos todos nós. Evidentemente, também pastores devem fazer missão, assim como pode e deve haver "missionários" na igreja, isto é, pessoas especialmente encarregadas dessa função. Na nossa igreja existe tal ministério. Entretanto, seria fatal, se a missão ficasse delegada a poucas pessoas apenas. Não! Igreja missionária exige a missão de cada um de seus membros, exige o membro atuante, o membro que "veste a camiseta" da missão de Deus. O missionário mais eficiente sempre tem sido o membro leigo. Esperamos que a missão de Deus se torne uma "causa popular" na IECLB, um grande mutirão, uma paixão de todos.

Aliás, chamou-me atenção que Jesus por diversas vezes diz: "Não tenham medo!" Será missão de fato algo tão perigoso? Sob determinadas circunstâncias, sem dúvida alguma. Há países em que cristãos correm risco de vida. Ou então sofrem diminuição de seus direitos. Perseguição aos cristãos de modo algum é coisa do passado. Em certas partes de nosso globo ainda hoje é preciso ter muita coragem para confessar-se cristão e cristã. No Brasil é diferente, graças a Deus. Não precisamos temer aqueles "que matam o corpo, mas não podem matar a alma", como diz aqui no texto, pelo menos não por causa de nossa fé. A violência entre nós tem antes causas sociais do que religiosas.

Mesmo assim, me parece ser muito oportuno o alerta de Jesus. Pelo que pude observar, muitas pessoas sentem um estranho constrangimento para falar da sua fé. Elas se acanham, sentem vergonha, não gostam de revelar o que crêem. Na opinião de muitos, fé é assunto particular, sobre o qual não se fala. Pergunto: Vamos deixar a missão a cargo das seitas e de outros propagandistas de bens religiosos? Isto seria altamente deplorável. Pois "fé" é a maior força na vida das pessoas e na sociedade. O ser humano sempre age conforme crê, desde que sua ação seja livre e não forçada. São as nossas convicções que determinam nossa conduta. A mídia também o sabe. Por isto quer fazer a cabeça das pessoas, prescrever-lhes os valores a seguir e os produtos a comprar. Fé, uma questão particular? Não, ela não o é. A privatização da fé desconhece a força social que ela tem. Por isto mesmo não podemos deixar a fé ao arbítrio de cada qual. Devemos saber em que as pessoas crêem para evitar desastres. Crês tu que o dinheiro compra tudo? Veja as conseqüências de tal credo.

Jesus quer encorajar seus discípulos a uma confissão destemida. "Se uma pessoa afirmar publicamente que pertence a mim, eu também, no dia do juízo, afirmarei diante de meu Pai que está no céu que ela pertence a mim." São estas as suas palavras. Portanto, tenhamos mais coragem para confessar que somos cristãos, sim, que somos cristãos de confissão luterana. Isto não precisa acontecer de modo espetacular nem de modo impertinente. Entretanto, nós vamos ajudar a muitas pessoas, se elas percebem quem nós somos e por quê e se lhes damos o testemunho evangélico cristão. Disse o apóstolo Paulo, o maior missionário de todos os tempos, no início de sua carta aos romanos: "Eu não me envergonho do evangelho, pois ele é o poder de Deus para salvar a todos os que crêem..." Também hoje o testemunho do evangelho exige alguma coragem. Quem dele se envergonha trai a missão de Deus.

Jesus quer ajudar seus discípulos a vencer o medo em suas vidas, principalmente o medo de se identificar como "cristãos". Deus nos dá o seu amparo. Ele nos conhece melhor do que nós mesmos. Jesus, quase exagerando, diz que até os fios dos nossos cabelos estão contados. Tão bem somos conhecidos por Deus. E se ele cuida até mesmo dos pássaros, porventura não vai cuidar também de nós? O que Jesus quer, está claro: Ele quer animar para a confiança em Deus que mesmo em dificuldades vai encontrar saídas para nós. Nós não temos a promessa de que não vamos enfrentar dificuldades. Os discípulos, no exercício da missão de Deus, vão ter que vencer obstáculos. Mas Deus está acima de tudo que nos pode amedrontar. Por isto, mãos às obras! Vamos levar um pouco de luz às trevas deste mundo, vamos animar gente para seguir o missionário Jesus, vamos fortalecer a fé das pessoas, vamos construir IECLB.

Prezada comunidade! Creio que, assumindo a missão de Deus com paixão e dedicação, vamos beneficiar não somente outras pessoas. Vamos sair nós mesmos enriquecidos dessa experiência, homens e mulheres, gente das mais diversas regiões desse país, para a glória de Deus. Termino citando a quarta estrofe do hino 76 de nosso hinário que diz: "No tempo em que vivemos, imprescindível é que sempre confessemos bem claro a nossa fé. Ainda que soframos perseguição e dor - que sempre enalteçamos o teu eterno amor!"   

                                                                               Amém!

 

 

 

 

 

   

 

 

 

  

  

 

 

 

 

 

 

   

 

 

 

  

  

 

 

 

 

 

   

 

 

 

 



Pastor Gottfried Brakemeier
Nova Petrópolis, RS
E-Mail: gbrakemeier@gmx.net

(zurück zum Seitenanfang)