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ISSN 2195-3171





Göttinger Predigten im Internet hg. von U. Nembach

7º Domingo após Pentecostes, 29.06.2008

Predigt zu Romanos 7:14-25, verfasst von Horst R. Kuchenbecker

A luta pela santificação

Neste texto o apóstolo Paulo fala sobre a vida santificada do cristão. Ele mostra como se processa esta vida santificada, melhor: esta luta interna no coração daqueles que foram batizados em Cristo. Isto é, eles foram colocados na morte de Cristo e ressuscitados com ele pala fé, para andarem em novidade de vida. Para isso o apóstolo abre seu próprio coração, para compreenderem como se processo a vida santificada. Por isso ele fala aqui no tempo presente. Ele fala de si mesmo. E o que ele diz de si vale para todos os cristãos.

Ele nos mostra a mais alta psicologia cristã, que difere radicalmente da psicologia do mundo. Ele expõe a luta que se trava no coração de cada cristão, desde o momento do seu renascimento.

Este texto tem dado trabalho aos teólogos. Há muita discussão em torno desse trecho. Muitos dizem: "Não pode ser que o apóstolo esteja falando de si como apóstolo, ele deve estar falando do seu estado anterior à sua conversão. Ele não pode estar falando dele como nova criatura em Cristo". Não nos deixemos enganar.

O apóstolo Paulo está falando aqui dele como cristão renascido. Isso precisa ser bem compreendido. Só o renascido pela fé tem a correta compreensão da lei de Deus e do poder do evangelho. Somente quem renasceu pela Palavra e pelo Espírito tem a nova vontade, o novo homem que luta contra a natureza carnal. Somente quem está na fé em Cristo luta corretamente contra o pecado.

O problema. Muitos cristãos, no seu primeiro amor a Cristo, após a conversão, passada a primeira euforia, ao voltarem a sentir em sua carne a "lei do pecado", isto é, a força do pecado, eles começam a se perturbar a ponto de caírem em crises e desespero.

Isto acontece também com adolescentes. Eles desesperam em si e dizem: "Ai de mim, eu não sou cristão. Caí da fé. Se eu fosse cristão não poderia ter tantos maus pensamentos e sentir tantas tentações, o pecado não poderia se manifestar com tanta força em meu coração. Onde está o Espírito Santo? Onde está a nova vida? Quanto mais leio e estudo a palavra de Deus, tanto pior me sinto! Parece que agora tenho menos paz do que antes, quando não era cristão?"

Nesta situação, alguns buscam, então, novas experiências e correm de uma igreja para outra em busca de alguém que tenha mais poder.

E há também aqueles que foram batizados, mas se distanciaram da palavra de Deus e dizem: "Por que se preocupar com o pecado. Deus é amor. Cristo perdoa tudo. Um pecado a mais ou a menos pouca diferença faz. Não sou pior nem melhor do que os outros cristãos".

Tais pessoas não conhecem a luta interna entre a fé e a carne, porque são muito fracos na fé ou já caíram da fé.

Todos os cristãos que renasceram pela graça de Cristo, no entanto, conhecem esta luta e encontram na palavra do apóstolo Paulo grande consolo. Vamos, por isso, analisar o presente texto.

A lei é espiritual (v.14). O apóstolo afirma: Sabemos que a lei é espiritual. O apóstolo fala da lei de Deus, dos Dez Mandamentos, expostos na Bíblia. Esta lei tem origem divina. Ela requer de nós perfeição absoluta, para vivermos em comunhão com Deus. Ela não exige somente uma obediência mais ou menos, uma obediência exterior, certa ética. Não, ela requer santidade plena e absoluta do coração. Por isso Deus diz: Santo sereis, porque eu o Senhor vosso Deus sou santo (Lv 19.2). E: A alma que pecar, morrerá (Ez 18.20).

No início da vida o apóstolo Paulo não compreendeu a lei. Ele julgou, como todos os fariseus, ser capaz de cumprir a lei. Mas o Espírito Santo lhe mostrou a verdadeira profundidade da lei, como Jesus o mostrou: Quem olhar para uma mulher com intenção impura, no coração já adulterou com ela (Mt 5.28). Todo aquele que sem motivo se irar contra seu irmão estará sujeito a julgamento (Mt 5.22).

Quem não amar seu próximo desinteressadamente como a si mesmo é réu do inferno e que todo o orgulho, cobiça, vaidade é pecado. Sim, a lei exige que sejamos santos em nosso íntimo desejar, querer, pensar, falar e agir, no que fazemos ou deixamos de fazer. Diante dessa lei divina, o apóstolo Paulo estremeceu. Ele confessa: Eu sou carnal, vendido à escravidão do pecado.

Pelo pecado de Adão e Eva todos nós fomos vendidos ao pecado. O que significa isto? Há diferença quando o apóstolo diz que alguém é escravo do pecado e alguém que foi vendido como escravo. Uma coisa é alguém gostar do pecado e viver com gosto a pecar; outra coisa é alguém que renasceu, e não quer pecar, mas sente em si a força do pecado. Por isso ele diz: Não compreendo o meu proceder. Por que não?

Nova criatura. O apóstolo renasceu. Jesus o chamou no caminho a Damasco (At 9). Ele sabe agora que a lei é boa e ama a lei de Deus. Como todo o cristão ele tem prazer na lei de Deus. E como nova criatura em Cristo ele não quer pecar mais, ele quer andar segundo a lei.

Mas, ao querer fazer o bem, ele encontra em seu corpo, na sua carne, uma outra lei, um outro querer. Ele quer fazer o que é correto, mas sua própria natureza carnal o empurra ao pecado. Ele tem prazer na comunhão com Deus, mas sua natureza carnal, que chamamos de "velho homem", gosta de estar longe de Deus. Como Lutero o disse em certa ocasião: "Preciso me esforçar para ir ao culto como o agricultor força seus bois para debaixo da canga". Por isso o apóstolo Paulo exclama: Eu sei que em mim, isto é, na minha carne não habita bem nenhum (v.18). Psicólogos falam aqui de uma dupla personalidade. Mas não se trata disso.

Alguém poderá dizer: "Isto não é forte demais? Eu não sou tão ruim assim. Eu tenho virtudes e faço o bem. Precisamos pensar de forma mais positiva". Aqui, no entanto, o grande apóstolo faz uma confissão tremenda, que é a confissão de sua bancarrota total.

Alguém poderia perguntar: "Mas onde está o "novo homem", a nossa nova natureza, a fé? O jugo do pecado não foi quebrado?"

Sim. E o primeiro sinal da vitória é alguém fazer o reconhecimento da casa que conquistou. Este reconhecimento do seu ser, de sua pecaminosidade, é obra do Espírito Santo que habita nos fiéis. O levantar-se contra o pecado, lutar contra ele e amar a Deus e o estar em companhia de Deus, esta nova mentalidade é o sinal do renascimento, de ser templo do Espírito Santo. O novo homem é agora nossa verdadeira personalidade. 

Nesta luta reconhecemos também que a raiz do pecado está tão arraigada em nós que, qual inço, mesmo sendo cortado, brota sempre de novo. Daí a confissão: O pecado habita em mim. Na minha carne não habita bem nenhum. Nesta luta encontro dentro em mim o pecado, a lei que guerreia contra o espírito, a fé. Um cristão pode ficar 50 anos ou mais cristão, sua carne, porém, não muda, ela sempre se levanta contra a fé e puxa para o pecado.

Esta luta é árdua. O apóstolo diz que é preciso lutar e afogar; sim, crucificar a carne, nosso eu corrupto. Isto nos dói. Esta luta é tão forte que não conseguimos uma obra sequer perfeita, nem mesmo orar um Pai Nosso sem pecado. Todo o nosso pensar e agir, mesmo nossas orações precisam ser purificados pela graça de Cristo. Miserável homem que eu sou. Esta é nossa confissão dominical: Eu pobre e miserável pecador, réu da eterna condenação. Isto não é um pensamento pessimista, mas um ato corajoso para colocar o pecado à morte. O apóstolo Paulo continua:

Graças a Deus por Jesus Cristo nosso Senhor. O apóstolo Paulo conhece a fonte da água de refrigério, a graça de Cristo. Ele conhece seu Salvador que o purifica, consola e fortalece diariamente nesta luta. 

O apóstolo tem saudade do céu, de ser totalmente purificado e estar com Cristo. Mas, enquanto Deus o deixa aqui na terra, ele próprio luta pelo apego a Cristo, à sua palavra e aos sacramentos, para crescer na fé; luta por vida santificada, luta para propagar a Cristo.

Esta é a vida cristã, não só de um apóstolo, mas de todos nós. Cada qual no lugar onde Deus o colocou: na família, na sociedade, no trabalho, em sua pátria.

Que sublime consolo podermos dizer e jubilar com o apóstolo Paulo: "Graças a Deus por Jesus Cristo nosso Senhor!" Amém.

 

            

 



Horst R. Kuchenbecker
São Leopoldo, RS ? Brasil
E-Mail: horstkuchenbecker@gmail.com

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