Göttinger Predigten

Choose your language:
deutsch English español
português dansk

Startseite

Aktuelle Predigten

Archiv

Besondere Gelegenheiten

Suche

Links

Konzeption

Unsere Autoren weltweit

Kontakt
ISSN 2195-3171





Göttinger Predigten im Internet hg. von U. Nembach

8º Domingo após Pentecostes, 06.07.2008

Predigt zu Mateus 13:1-9 (18-23), verfasst von Horst R. Kuchenbecker

A parábola do semeador

Para uma melhor compreensão deste texto é importante ler a história nos três evangelhos: Mateus, Marcos e Lucas. Que quadro os evangelhos nos apresentam nesta parábola?

Mateus relata que Jesus expulsou um demônio de uma pessoa que era ao mesmo tempo cega, muda e surda, e fez com que o homem voltasse a enxergar, ouvir e falar. O povo ficou maravilhado e as pessoas diziam: Não é este o filho de Davi, o Messias que haveria de vir (Mt 13.23).  Mas os fariseus acusaram Jesus de que ele estava fazendo isto pelo poder de Belzebu, isto é, pelo poder do diabo (v.24). Jesus lhes mostrou que isto era impossível, pois se um reino está dividido entre si, perecerá.

Então Jesus se retirou para o mar da Galiléia, nas imediações de Cafarnaum. Grande multidão o seguiu. Para poder falar melhor ao povo, Jesus entrou num barco, à beira do mar. Fez do barco o seu púlpito e começou a ensinar à multidão.  Um dos primeiros ensinos foi a parábola do semeador, sobre a qual queremos meditar sob o título:

Por que a pregação do evangelho trás, em alguns, tão poucos frutos? Porque em alguns corações, a semente divina da palavra de Deus cai: a) como que num caminho duro; b) como que em meio à rocha; c) como que entre espinhos; d) e em terra fértil. 

1 - Num caminho duro.

Jesus inicia a parábola dizendo: Eis que o semeador saiu a semear. E, ao semear, uma parte caiu à beira do caminho, e, vindo as aves a comeram (v.3,4). O próprio Jesus explicou a parábola. A semente é a palavra de Deus (Lc 8.11).

O semeador é o próprio Jesus. Ao pregar a palavra de Deus a esta multidão, ele faz a mesma coisa que o semeador faz no campo, só num sentido mais alto e espiritual. Ele espalha a semente, a palavra de Deus, no coração de seus ouvintes. E o que Jesus diz nesta parábola, ele o diz em primeiro lugar a seus ouvintes. O que ele lhes diz?

Ele lhes diz que a pregação em muitos de seus ouvintes não opera frutos. O pregador faz a mesma experiência que um semeador. Este lança boa semente, mas por uma parte cai no caminho, cuja terra é dura, a semente não pode penetrar e é comida pelos passarinhos.

Assim é o pregador. Ele tem a boa e poderosa semente da palavra de Deus que ele lança, claramente pregada. Mas, como o semeador, ele não tem o poder de fazer esta semente germinar, lançar raízes e frutificar. Este poder está na semente. Assim o pregador lança a poderosa palavra de Deus, mas não tem o poder de fazer esta palavra operar vida nova, a fé e produzir os frutos das boas obras. Mesmo tendo a Palavra este poder, muitos corações a rejeitam ou então crêem apenas por um tempo e não trazem os frutos desejados.

É importante notar que Jesus, nesta parábola, não está falando de pessoas que não tiveram a oportunidade de ouvir a palavra de Deus, mas de pessoas que ouviram a palavra de Deus, que querem ser cristãos. Destes Jesus está falando nesta parábola. A culpa de não terem chegado à fé não é do semeador, nem da semente, mas dos corações endurecidos. Mateus menciona dois fatores aqui: Não a compreenderam e vem o maligno e a arrebata.

O compreender é um processo. A palavra, que é poder de Deus (Hb 4.12), entrou em seus ouvidos, mas eles não permitiram esta palavra penetrar no coração. Sua consciência, que sentiu o ferrão da palavra de Deus, se fecha diante dela. Ou a razão a despreza como loucura, não permitindo que a palavra penetre, como um caminho que, como chão batido e duro, não permite que a semente penetre na terra. Então vêm as aves e roubam a semente.

Estas aves são as forças através das quais Satanás atua, para roubar a semente e impedir que ela penetre e germine. Por isso Estevão afirma: Homens de dura cerviz e incircuncisos de coração e de ouvidos, vós sempre resistis ao Espírito Santo; assim como fizeram vossos pais, também vós o fazeis (Atos 7:51 RA).

Na verdade, todos os corações humanos são, por natureza, inaptos para receberem a palavra de Deus. São duros. Confessamos na explicação do Terceiro Artigo do Credo Apostólico: "Creio que por minha própria razão ou força não posso crer em Jesus Cristo, nem vir a ele".

Mas a palavra de Deus é poder. O escritor aos Hebreus afirma: Porque a palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e propósitos do coração (Hebreus 4:12 RA).

Diante disto todos nós temos que nos provar se realmente estamos dando lugar à palavra de Deus, para que esta nos conduza e mantenha em diário arrependimento e fé, nos fortaleça para toda a boa obra. Mas há ainda outra classe de ouvintes.

II - Como que em rocha dura.

Outra parte caiu em solo rochoso onde a terra é pouca, e logo nasceu, visto não ser profunda a terra. Saindo, porém, o sol a queimou; e porque não tinha raiz, secou-se (v.5,6).

Todo o agricultor conhece esta situação. Entre as pedras se juntam folhas que apodrecem e até retém um pouco de umidade. A semente que cai ali germina logo. Mas depois, sob o sol, morre e seca. Jesus explica: O que foi semeado em solo rochoso, esse é o que ouve a palavra e a recebe logo, com alegria; mas não tem raiz em si mesmo, sendo, antes, de pouca duração; em lhe chegando a angústia ou a perseguição por causa da palavra, logo se escandaliza (Mateus 13:20-21 RA).

São pessoas que, quando ouvem a palavra, logo a aceitam. Jubilam. Crêem por um tempo, mas depois caem da fé.

Jesus diz que eles não têm raízes. Não permitiram que a palavra lance raízes. Foram levianos com a palavra de Deus. E vindo as tentações: desprezo, perseguições, problemas, eles abandonam a fé. Caem da fé.

A história da Igreja cristã está cheia de tais exemplos. Nos primeiros anos do cristianismo muitos que aceitaram a fé, tanto judeus como gentios, jubilaram; mas provindo as perseguições, caíram da fé. No tempo de Lutero, dois anos após a sua morte, quando o imperador Carlos V invadiu Wittenberg para derrotar o luteranismo, muitos abandonaram a fé.

Quantos são hoje confirmados, mas não permanecem. Cada ano as estatísticas das comunidades e da igreja registram abandonos. Seja isto um alerta a todos nós. Aproveitemos o tempo para crescer no conhecimento e na fé. Há ainda outra classe mencionada por Jesus.

III - Como que entre espinhos.

Outra caiu entre os espinhos, e os espinhos cresceram e a sufocaram. Jesus explica: O que foi semeado entre os espinhos é o que ouve a palavra, porém os cuidados do mundo e a fascinação das riquezas sufocam a palavra, e fica infrutífera (Mateus 13:7,22 RA).

É uma semente que caiu num coração onde graça ou impera o inço: espinhos e outras ervas daninhas. São as preocupações pela vida, o amor ao dinheiro, aos prazeres da vida. Ali a fé não pode se desenvolver. Ela é sufocada.

Muitos querem ser bons cristãos, mas não abrem mão do amor ao mundo. Muitos se iludem com uma falsa liberdade cristã, para continuarem vivendo em pecado. E não permitem que a palavra de Deus os conduza a uma compreensão melhor da lei de Deus, ao arrependimento, à fé e amor ao próximo. Finalmente Jesus menciona a quarta classe.

IV - Em terra fértil.

Outra, enfim, caiu em boa terra e deu fruto: a cem, a sessenta e a trinta por um... Mas o que foi semeado em boa terra é o que ouve a palavra e a compreende; este frutifica e produz a cem, a sessenta e a trinta por um (Mateus 13:8,23 RA).

O que é esta terra fértil? De primeira vista parece que o mérito é da terra, que estes ouvintes são por natureza melhores. Mas sabemos que por natureza somos todos iguais. Igualmente corrompidos pelo pecado, espiritualmente cegos, mortos e inimigos de Deus.

Mas, nestes ouvintes, por assim dizer, a lei fez o seu trabalho com profundidade. Penetrou. Quebrou a resistência natural. Lavrou como um arado que quebra a terra dura e arranca os espinhos, e o evangelho, a boa semente, pôde penetrar, germinar, criar a vida, a fé, e levar a planta da fé produzir os frutos.

Tais pessoas não ouviram somente com os ouvidos, mas também com o coração. E, uma vez levados à fé, se apegam à palavra, vivendo diariamente em arrependimento e fé, produzindo frutos dignos de arrependimento. Amando a Deus e ao próximo. Ainda em fraqueza, mas crescendo em amor, paciência, cordialidade e renúncia ao pecado e as tentações de nosso tempo.

Jesus termina esta sua parábola dizendo: Quem tem ouvidos para ouvir, ouça (v.9). Com isto nos exorta: Provai-vos, examinai-vos se estais na fé. Que coração é o meu: duro como um caminho pisado? Como uma rocha que não permite a semente lançar raízes, cheio de espinhos de amor ao mundo que sufoca a fé? Ou estamos apegados à sua palavra, crescendo na fé, trazendo os devidos frutos?

Que a nossa oração seja: Senhor, abre os nossos ouvidos e o nosso coração, para não sermos somente ouvintes, mas praticantes da palavra, para trazermos muitos frutos.                   

                                                                                              Amém.

                                                                      

                                                                       

 

  

  

 

 

 

 



Horst R. Kuchenbecker
São Leopoldo, RS ? Brasil
E-Mail: : horstkuchenbecker@gmail.com

(zurück zum Seitenanfang)