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ISSN 2195-3171





Göttinger Predigten im Internet hg. von U. Nembach

13º Domingo após Pentecostes, 10.08.2008

Predigt zu Romanos 10:5-15, verfasst von Gottfried Brakemeier

 

Prezada comunidade!

"Mestre, que devo fazer para conseguir a vida eterna?" Assim havia perguntado certa vez um jovem rico a Jesus. Nós conhecemos a história do evangelho de Mateus.          E Jesus lhe havia respondido: "Se você quer entrar na vida eterna, guarde os mandamentos."  São poucas as pessoas que hoje perguntam assim. A preocupação com a vida eterna cedeu espaço para a preocupação com a vida aqui e agora. Quem nos coloca a salvo das ameaças a exemplo da violência, da doença, da pobreza? É isto o que interessa. Mas a angústia de outrora e a angústia hoje é no fundo a mesma. Nós queremos salvar a nossa vida. Queremos viver bem, queremos segurança, queremos ter futuro. Que devemos fazer para alcançar esse objetivo?

É o que está em discussão também nesse texto da carta aos romanos. Paulo discute com seus compatriotas judeus. Que é preciso fazer para sermos salvos? Ora, a resposta é muito simples. "Se você quer assegurar a vida, guarde os mandamentos." Assim disse Jesus, assim já disse Moisés, e Paulo também o afirma. O apóstolo cita uma passagem do livro de Levítico (18.5), onde Deus promete pela boca de Moisés: "Se obedecerem às minhas leis e guardarem os meus mandamentos, vocês viverão. Eu sou o Senhor."

Que grande verdade! Imaginemos que revolução teríamos em nosso Brasil, se as leis de Deus fossem de repente respeitadas. Basta lembrar os dez mandamentos. Acabariam o roubo, o assassinato, a mentira e tantos outros males que infernizam nossa vida. Seria o fim da corrupção, o fim da injustiça, o fim da impunidade. Sim, é isto mesmo: Bem estar e saúde social se prendem à obediência aos mandamentos divinos. Paz, prosperidade, bênção, nada disso se consegue sem seguir a vontade de Deus. Quanto a isso há consenso entre Moisés, Jesus e Paulo. Deveria ser este um consenso também aqui no Brasil. Sem um mínimo de ética a sociedade se torna inviável. Existe aí um déficit a recuperar entre nós, bem como no mundo em geral. Sem o compromisso com o bem comum, com a honestidade e com outros valores humanos nós não vamos progredir. É bom enfatizar isto.

No entanto, Paulo afirma que a simples lei não basta, e também nisto ele pode respaldar-se em Jesus. Certamente estamos lembrados que aquela história do jovem rico terminou mal. Quanto ao cumprimento dos mandamentos aquele moço não se sentiu intimidado. Disse a Jesus que desde menino teria obedecido rigorosamente a todos eles. Queria saber: "O que mais me falta fazer?" E Jesus lhe responde : "Vá, vende tudo o você tem e dê o dinheiro aos pobres." Isto derrubou aquele jovem. Não disse mais nada e foi embora. Pois é! O que lhe faltou foi o amor. Não é necessário vender tudo e dar aos pobres. Se todo o mundo fizesse isto, a economia iria sofrer colapso. Não, o que Jesus quer dizer é que não adianta cumprir os mandamentos enquanto falhamos no amor. Jovem, se você é rico, veja o que você pode fazer para os menos favorecidos.

A lei, por si só, não salva. Ela precisa do amor. E mais: Ela precisa também da fé. É nisto no que o apóstolo Paulo insiste neste texto. A lei pode assegurar o bem estar, sim! Mas salvação, não! E mesmo o bem estar sem a fé em Deus está ameaçado. A lei não muda mentalidades, não ensina o amor, não faz as pessoas gratas. Os efeitos da lei são limitados. A lei diz que assalto é crime. Mas por que os índices não param de crescer? Por falta de policiamento? Ou haverá outras causas? Nós temos boas leis em nosso País. Mas os escândalos, se forem provocados por gente influente, acabam em ""pizza" como se diz. Vejamos como terminam as CPIs? A lei não tem chance contra o poder. Leis podem ser até mesmo injustas e favorecer o crime.

Pois é, a lei por si não salva. Ela é necessária, sim. Mas é fraca. E mesmo ali, onde ela é levada a sério, ela não consegue garantir a felicidade. Se eu me olho no espelho da lei de Deus, eu descubro o quanto fico em débito com ela. Foi este o caso de Lutero. Ele queria viver uma vida "santa", em conformidade com a vontade de Deus, e sempre de novo se flagrou pecador. Se não pecou em seus atos, pecou em seus pensamentos. Ele queria ter a consciência do "dever cumprido" junto a Deus. Mas as suas falhas, suas fraquezas, sua maldade o impediram. Lutero quase desesperou. Assim também hoje. Quem for honesto frente a si e frente a Deus não vai deixar de descobrir pecado sem sua vida. Por isto a confissão de nossa culpa faz parte de nossos cultos e do nosso cotidiano. Portanto, a lei não é capaz de matar o pecado na gente. Pelo contrário. A exigência de Deus até mesmo provoca a desobediência. Tudo o que é proibido desperta o apetite e o desejo de conhecer, assim como nós já o vemos em Adão e Eva no paraíso.

Então, não vamos esperar de leis o que elas não podem produzir. Por isto Paulo insiste tão energicamente na fé. Salvação vem pela fé, e somente por ela. Você não precisa subir ao céu para lá pegar Jesus Cristo e trazê-lo à terra. Você não precisa descer ao abismo para lá buscar Jesus. Todo esforço por apropriar-se da salvação é em vão. Jesus Cristo, e com ele a salvação, está bem perto de todos nós. É só acolher o que ele nos oferece. Cumpre crer somente. Por isto vale: "Se você disser com a sua boca : ‘Jesus é Senhor' e no seu coração crer que Deus ressuscitou Jesus, você será salvo." Quem crê espera a salvação já não de seu próprio esforço, mas sim da graça de Deus. Salvação é dom, jamais conquista.

É claro que não vamos conformar-nos com os nossos pecados. Vamos lutar contra eles. Mas não vamos desesperar se sofremos mais outra derrota. Deus nos oferece o perdão. E aí nós todos somos iguais. Quem aposta na lei sempre estará tentado a fazer uma distinção entre os transgressores e os cumpridores da lei, entre fariseus e publicanos, entre justos e pecadores. Quem aposta na graça já não pode fazer esta diferença. Não mais pode vangloriar-se. A fé apaga o desnível entre judeus e gentios, entre povos de todas as nações. Nós todos somos devedores de Deus.

Não raro tenho sido perguntado: Sim, e esta fé, como ela nasce? Como acontece a aprendizagem da fé? Também para isto o apóstolo Paulo neste texto tem resposta. A fé surge pelo anúncio da mensagem do evangelho. Quem dela não tomou conhecimento, também não pode crer. Por isto é tão importante ler e ouvir as histórias bíblicas, divulgar a história de Jesus, anunciar o evangelho. É este o nosso mais sagrado dever. Se não o cumprirmos, ficamos em débito com as pessoas. Aliás, seja lembrado que o anúncio da palavra não deve ficar limitado a uma questão puramente verbal. Deve incluir o exemplo de vida, o serviço, a prática cristã. Pais, mestres, a família, a comunidade, todos estão aí igualmente desafiados. Sem "missão" não vai haver fé cristã no mundo e em nossa sociedade. Na aprendizagem da fé, todos somos convidados a cooperar. Sem fé as pessoas sofrem prejuízos irrecuperáveis.

E a lei? As palavras de Paulo seriam mal entendidas como um desprezo a ela. Volto a dizer que leis são indispensáveis. Não por último a lei de Deus o é. A fé não anula a vontade de Deus. Esta quer ser feita "assim na terra como céu". Jesus o ensinou no Pai Nosso. Entretanto, não se deve esperar da lei o que ela não pode assegurar. Quem quiser salvar-se por ela, vai frustrar-se. Salvação exige a fé que se apega à promessa de Deus e sua ajuda. Salvação já nesta vida e na vida vindoura só pode provir de Deus. Quer ser recebido como presente divino. A lei como tal não é evangelho. É uma exigência a ser cumprida, um imperativo a ser seguido. Mas não é evangelho. Evangelho é a palavra que anuncia o que Deus fez por nós. É a promessa que nos reservou, de modo que as pessoas, assim esperamos, vão reagir, dizendo: "Como é bonito ver os mensageiros trazendo boas notícias."

                                                                                               Amém

 



P. Gottfried Brakemeier
Nova Petrópolis, RS
E-Mail: gbrakemeier@gmx.net

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