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ISSN 2195-3171





Göttinger Predigten im Internet hg. von U. Nembach

15º Domingo após Pentecostes, 24.08.2008

Predigt zu Mateus 16:21-26, verfasst von Lindolfo Pieper

 

O VALOR DO SER HUMANO

Mateus 16.26: "O que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? O que dará o homem em troca de sua alma?"

Um cientista inglês fez um estudo sobre o valor químico do ser humano e chegou à conclusão que o ser humano não vale quase nada.

Com a gordura de um corpo adulto pode-se fabricar sete sabonetes. Nosso organismo tem açúcar suficiente para adoçar uma xícara de café e ferro para fabricar um prego de tamanho médio. O fósforo existente no organismo daria para dois mil e duzentos palitos. Além de outras matérias sem importância, mais de quarenta por cento do corpo humano é água. Se tudo isso fosse vendido como matéria-prima, daria em torno de dez dólares.       

Temos que reconhecer que não valemos grandes coisas. Com dez dólares não se compra uma cesta básica. Claro, poderia argumentar que é possível ganhar um bom dinheiro se prostituindo, ou negociando um órgão como o rim, o coração ou os olhos?

É verdade. Mas é um comércio baseado em critérios questionáveis, desumanos e passageiros. O real valor do ser humano não está no palpável, nem num valor relativo do mercado.  O valor do ser humano está no que ele tem de mais precioso, que é a sua alma.

Todo ser humano possui uma alma. Ninguém quer perdê-la. Por isso devia ser normal a preocupação quanto ao preço de uma alma. Nem os ministros da área econômica de um país sabem informar o valor de uma alma. Nem os mais capacitados cientistas.

O único que pode dar informação segura é aquele que nos colocou no mundo, dando-nos um corpo e uma alma: Deus. E Deus, através de Jesus, não deixa dúvidas. Diz ele na sua palavra: "O que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? O que dará o homem em troca de sua alma?" (Mateus 16.26).

Nem mesmo os mais sofisticados computadores conseguem calcular o valor material do mundo. As suas riquezas são incalculáveis.

E Deus nos diz na sua palavra que uma alma vale mais do que todas as riquezas do mundo. A alma é diferente dos tesouros materiais: ela é imperecível e imortal, o que faz distinção entre o homem e o animal.

Jesus considera a nossa alma um tesouro imenso e extraordinário. Ele se humilhou, morreu e ressuscitou com o objetivo de salvar a nossa alma. O preço da alma, portanto, é o sangue de Cristo derramado na cruz. Diz o apóstolo Pedro: "Não foi mediante coisas corruptíveis, como ouro ou prata, que fostes resgatados do vosso fútil procedimento, mas pelo precioso sangue, como de cordeiro sem mácula, o sangue de Cristo" (1 Pedro 1.18,19).

Lutero, no 2º Artigo do Credo Apostólico, usando as palavras de Pedro, explica muito bem o que isso significa. Diz ele: "Ele [Jesus Cristo] me remiu a mim, homem perdido e condenado, me resgatou e salvou de todos os pecados, da morte e do poder do diabo; não com ouro e prata, mas com o seu santo e precioso sangue, para que eu lhe pertença e viva submisso a ele em seu reino, e o sirva".

Muitos querem comprar o céu com dinheiro, penitências e boas obras. No entanto, o único preço capaz de nos adquirir a salvação é o sangue de Jesus. Diz o apóstolo João: "O sangue de Jesus, o Filho de Deus, nos purifica de todos os pecados" (1 João 1.7). E no livro dos Salmos lemos: "Ao irmão, verdadeiramente, ninguém o pode remir, nem pagar por ele a Deus o seu resgate, pois a redenção da alma deles é caríssima" (Salmo 49.7).

Em Lucas 15 Jesus conta três parábolas: da ovelha perdida, da dracma perdida e do filho pródigo. Nessas três parábolas encontramos a Trindade agindo em conjunto para salvar o ser humano. Em cada uma delas é enfatizada a obra de uma pessoa da Trindade.

Na parábola da ovelha perdida aparece Jesus como aquele que deixou o céu para buscar o perdido. Na parábola da dracma perdida aparece o Espírito Santo como aquele que, com a luz do Evangelho, ilumina o que está nas trevas para que ele encontre o caminho salvação. E na parábola do filho pródigo encontramos o Pai com os braços abertos para receber de volta o que se perdeu.

Isso é fácil de se entender. Como a vontade de Deus é a salvação de todos, a Trindade então reúne as suas forças para concretizar esse desejo.

Deus não apenas procura o perdido, mas ainda se alegra quando ele o encontra. Diz o Salvador Jesus: "Há júbilo no céu quando um pecador se arrepende" (Lucas 15.10).

O homem, quando foi criado por Deus, era feliz. Vivia no jardim do Éden, onde Deus o havia colocado. Nada lhe faltava.

Mas, abusando da liberdade que possuía, ele desobedeceu a Deus, comendo do fruto da árvore proibida. O pecado entrou no mundo, que começou a escravizar o homem. Em lugar da felicidade que possuía, o homem passou a ser escravo do pecado e réu da condenação eterna.

O homem foi expulso do jardim e tornou-se cego, morto e inimigo de Deus. A morte entrou no mundo e o homem passou a sofrer as conseqüências do seu pecado.

Deus, porém, é um Deus de amor. Viu o estado espiritual do ser humano. Não quis que o homem continuasse sob o peso do pecado e enviou o seu Filho Unigênito ao mundo, para que sofresse e morresse em seu lugar.

Jesus veio ao mundo e viveu aqui na terra durante trinta e três anos. Deus se tornou homem para poder pagar o preço que custava a redenção do ser humano. Cristo foi preso, humilhado, maltratado. Soldados o esmurraram na face e cuspiram no seu rosto, o coroaram com uma corroa de espinhos e zombaram dele.

Foi julgado sob Pôncio Pilatos que, depois de o mandar açoitar, ordenou que ele fosse crucificado. Uma cruz pesada foi posta sobre os seus ombros e ele foi obrigado a carregá-la até o lugar da crucificação.

Jesus Cristo, o homem que trilhava os caminhos empoeirados da Galiléia, levantando os caídos, fazendo os cegos ver e os aleijados andar, é morto da maneira mais cruel possível: pregado numa cruz entre dois malfeitores.

Jesus, como cordeiro paciente, não chora a sua sorte, antes roga ao Pai que perdoe aqueles que o estavam maltratando. E por fim, depois de ter agonizado por diversas horas, Jesus eleva a sua voz ao céu num grito de vitória, dizendo: "Está consumado!"

Ele entrega o seu espírito nas mãos de Deus. Jesus tinha vencido. Derramou o seu sangue em favor de todos os homens de todos os tempos e de todos os lugares. Ele morreu para nos salvar de todos os pecados, da morte e do poder do diabo.

Por natureza somos filhos do diabo. Nascemos no reino das trevas. Cristo, porém, mudou a nossa situação. Ele nos transportou do reino das trevas para o reino da luz. Ele nos fez filhos de Deus.

Ele não apenas nos tornou filhos de Deus, mais ainda nos constituiu reis e sacerdotes. Pela fé em Cristo, começamos a reinar. Começamos a reinar usando as chaves do reino, que é o Ofício das Chaves. E quando Cristo vier, nós iremos reinar com ele em toda a plenitude no novo céu e na nova terra.

Quando o imperador Constantino o Grande se converteu no ano 312 da nossa era, a primeira coisa que ele fez foi acabar com as perseguições e favorecer a igreja. Ele mandou trazer os cristãos, que estavam sendo perseguidos e maltratados, e os colocou no palácio para que o auxiliassem no governo. Assim, de uma hora para outra, muitos daqueles que antes eram escravos, se tornaram co-regentes com o imperador.

Nós não somos um João-ninguém. Nós somos filhos de Deus e futuros governadores da terra. Portanto, ergamos a nossa cabeça e não fiquemos por aí andando desanimados, cabisbaixos. Nós ainda vamos governar o mundo com Cristo. Somos reis e sacerdotes. É o que diz a Palavra de Deus.

A nossa alma custou a vida do Filho de Deus. Temos nós a mesma consideração? Damos nós o devido valor à nossa alma?

Judas vendeu a sua alma por dinheiro. Esaú trocou a sua alma por um prato de lentilhas. O jovem rico considerou os seus bens mais valiosos do que a sua alma. Jesus chorou sobre Jerusalém porque os seus habitantes não se preocupavam com a sua alma.

Milhares de pessoas trocam a sua alma pelos tóxicos, pelo alcoolismo, pela luxúria, pela prostituição, pela ganância - ou por qualquer coisa que satisfaz o corpo, porém mata a alma.

O cristão é responsável pela sua alma. Para não perdê-la ele estuda a palavra de Deus. Ele pratica a sua fé e não leva a sua alma onde Deus não pode estar.

O diabo é o maior inimigo das almas. Enquanto Deus quer conduzi-las ao céu, ele quer levá-las ao inferno. Por isso o conselho bíblico: "Sede sóbrios e vigilantes. O diabo, vosso adversário, anda em derredor como leão que ruge, procurando alguém para devorar. Resisti-lhe firmes na fé" (1Pedro 5.8).

Tenhamos, pois, muito cuidado com a nossa alma. Façamos aquilo que Deus nos recomenda na sua palavra: "Sê fiel até a morte e dar-te-ei a coroa da vida" (Apocalipse 2.10).

  



Lindolfo Pieper
Jaru, RO ? Brasil
E-Mail: piperlin@uol.com.br

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