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ISSN 2195-3171





Göttinger Predigten im Internet hg. von U. Nembach

17º Domingo após Pentecostes, 07.09.2008

Predigt zu Mateus 18:21-35, verfasst von Edson Ronaldo Tressmann

Duas histórias e um final feliz

Muitas biografias são lançadas no Brasil. Não sei se algum dos amigos(as) já leu alguma. Biografias têm o intuito de mostrar a vida de alguma pessoa. Há biografias que são verdadeiros exemplos de vida, valem à pena comprar e serem lidos. Uma dessas biografias é a de José, outra é de um de um empregado que Jesus usa para ensinar algo aos seus discípulos. E eu quero falar um pouco da biografia de cada um desses homens e quero que cada ouvinte, ou leitor, tente identificar sua própria vida em um desses personagens. Para isso convido a reflexão do tema: Duas histórias e um final feliz.

Primeiramente quero chamar a atenção para a história contada por Jesus. Jesus em uma parábola, acontecimentos que ele usava para ilustrar grandes ensinos. Jesus disse que certa vez um rei resolveu fazer um acerto de contas com seus empregados. Havia um que lhe devia milhões. Desesperado, angustiado, medo de perder a família que deveria ser vendida para saldar a dívida, pediu: "Tenha paciência comigo, e eu pagarei tudo ao senhor" (v. 26b). O rei compadecido resolveu perdoar a dívida.

O homem perdoado saiu e foi indo embora, quando encontrou um colega de trabalho, que lhe devia uma quantia insignificante, diante da sua dívida. O homem que fora perdoado de uma enorme dívida, agarrou seu colega pelo pescoço e começou a sacudi-lo, "Pague o que me deve!" (v. 28b). O companheiro fez o mesmo pedido a ele: "Tenha paciência comigo, e eu lhe pagarei tudo" (v.29b). O perdoado não concordou, e mandou prendê-lo até que pagasse a dívida.

O que você sente ou pensa ao ouvir essa breve biografia desse homem? (Pense um pouco, 30 segundos de silêncio).

A dívida do homem descrita no valor de 100 milhões supera a imaginação de todos. E foi assim colocada por Jesus para contrapor a pequena divida de seu companheiro. E quando rei diz para que sejam vendido a esposa e os filhos, quer ressaltar a sua ira, pois mesmo com a venda da família a dívida não seria paga.

O devedor pede um adiantamento da dívida, mas o rei vai além do pedido: "Perdoa a dívida."

Esse homem indo para casa ao encontrar com seu companheiro de trabalho, deveria ter lhe abraçado e dito: "Você está perdoado da sua dívida, acabei por ser perdoado de uma dívida tão grande, que eu perdôo a sua, esqueça o que me deve." Mas não foi assim que ele agiu. Agiu diferente. "Pague o que me deve - irás preso, seu malandro".

Vale lembrar que Jesus conta essa pequena parábola depois de um questionamento de Pedro. Como sempre ele toma a frente dos outros discípulos e pergunta: "Senhor, até quantas vezes meu irmão pecará contra mim, que eu lhe perdoe?" Segue Pedro em tom de pergunta, mas na verdade, se demonstrando saber da resposta, ele diz: "Sete vezes?"

Pedro, não queria ouvir o que Jesus lhe respondeu: "Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete." Creio que Pedro gostaria de ter ouvido de Jesus: Calma, Pedro, não seja tão bonzinho, não exagera. Sete vezes é demais.

Não há limites para o perdão. E por isso a história ressalta uma diferença enorme de dívida, de paciência, de amor e de perdão.

O que você sente ou pensa ao ouvir essa breve biografia desse homem? Penso que Jesus está se referindo a mim. Jesus no capitulo 18 de Mateus fala muito de perdão. Fala em sermos como uma criancinha, que depois de errar, volta e diz: me perdoa mamãe, me perdoa papai; também nos diz que nós somos a ovelha desgarrada buscada e perdoada por Jesus; também mostra a nossa atitude com o nosso irmão afastado, conversa, paciência, perdão; também a nossa atitude com o nosso próximo.

No culto recebemos perdão, aliás, perdão que não merecemos, Deus não é obrigado a nos perdoar, perdoa por amor. E esse perdão é distribuído a nós a cada culto na absolvição, na Palavra, no Corpo e no Sangue, é para ser compartilhado entre nós e as outras pessoas que nos cercam dia-a-dia.

Muitos vivem suas vidas, escrevem suas biografias assim como o empregado que deve milhões. O nosso pecado, que causa ira em Deus, é perdoado pelo amor de Deus manifestado em Jesus. E nós, que tínhamos essa dívida perante Deus, a cada culto ouvimos o perdão, ouvimos que nossa dívida está paga.

Mas, infelizmente quando estamos de caminho para casa, encontramos aquele que nos ofendeu ante ontem, ano passado, viramos nosso rosto, porque não suportamos olhar para cara dele ou dela. Muitos ainda querem se justificar: "Você não acha demais, já perdoei essa pessoa umas 20x. Chega! Não sou Jesus para perdoar tanto."

Qual foi o final da história desse homem perdoado pelo rei e que não perdoou o outro. Um final triste e infeliz.

Cada pessoa tem a sua vida, está escrevendo a sua biografia. Muitos estão preenchendo várias paginas com rancor, ódio, vingança. As paginas da biografia de muitos está cheia de tristeza, de falta de amor, incompreensão. Muitos querem e desejam ser tratados com paciência, mas tratam com desprezo. Qual será o final da história desse tipo de pessoa? (Silêncio 10 segundos).

O rei, Deus, enviou Jesus para perdoar a todas as pessoas. Inclusive pessoas como o empregado mau. E esse amor compartilhado, a paciência de Deus demonstrada a cada um de nós, o perdão dispensado a todos, é para ser vivido a cada novo dia com as pessoas que nos cercam. Pois é com amor, paciência e perdão que Deus trata conosco a cada novo dia.

Duas histórias e um final feliz. Entre as muitas biografias espalhadas pelas livrarias e bancas, é possível vermos os contrastes. Também há uma grande diferença entre as duas histórias de hoje. A primeira relatada acima, nos mostra um homem que recebeu perdão, foi amado, foi tratado com paciência, e perdoado. Esse mesmo homem, tratou com desprezo, foi impaciente e não perdoou.

Agora vamos ver uma outra biografia, até mais longa que a primeira. Essa biografia está registrada na Bíblia, se alguém quiser ler, está nos cap.35 - 50 de Gênesis. Uma biografia linda, com um final feliz. Vejamos:

Um jovem, amado pelo seu pai, um sonhador como se diz, que além de sonhar interpretava os sonhos. Seus irmãos acabaram sentindo inveja de José. E por ciúme, inveja, raiva, agiram violentamente contra ele. José foi mal tratado. Foi vendido aos ismaelitas, depois a Potifar. Lá ele foi caluniado e preso. Mas José sempre viveu um dia após o outro na confiança e no temor a Deus.

Como você agiria com alguém que lhe fizesse assim como os irmãos de José fizeram com ele?

José soube lidar com seus irmãos: "É verdade que vocês planejaram aquela maldade contra mim, mas Deus mudou o mal em bem para fazer o que hoje estamos vendo, isto é, salvar a vida de muita gente. Não tenham medo. Eu cuidarei de vocês e de seus filhos" (Gn 50.20-21).

Muitos devem pensar se eu estivesse no lugar de José, como governador, pelo menos um susto neles, eu ia dar. Sei lá, alguma coisa eu ia cobrar deles, não é justo o que fizeram. Aos que assim pensam José responde: "...; eu não posso me colocar no lugar de Deus" (Gn 50.19b).

José respondeu que o julgamento está nas mãos de Deus, não cabia a ele julgar, pois como disse Jesus: "Não julguem os outros para vocês não serem julgados por Deus" (Mt 7.1). Mas com toda a certeza José se colocou no rastro de Jesus. Sim! Apesar de ter sido tratado com violência, com injustiça. Ele tratou com amor, paciência e perdão.

Jesus também não foi recebido pelos seus, foi insultado, tratado com violência, mas mesmo na cruz pedia: "Pai, perdoa esta gente! Eles não sabem o que estão fazendo" (Lc 23.34). Sofreu por nós, morreu por nós, venceu por nós.

Não importa o que está te causando dor, raiva, desejo de vingança, o importante é saber aquilo que Paulo nos transmitiu: "Em todas essas situações temos a vitória completa por meio daquele que nos amou" (Rm 8.37), e também disse Jesus: "...No mundo, passais por aflições; mas tende bom ânimo, eu venci o mundo" (Jo 16.33).

Como disse Jesus aos 70 discípulos quando retornaram da sua missão que a alegria deles não devia estar em nada mais a não ser: "... porque o vosso nome está arrolado nos céus" (Lc 10.20). E na certeza que Jesus nos dá, "Eu lhes dou a vida eterna; jamais perecerão, e ninguém as arrebatará da minha mão" (Jo 10.28), podemos viver a nossa vida alegrando-nos no Senhor, na certeza do seu cuidado, de que tudo ele reverte para o nosso bem.

Que final feliz é o fim da nossa história. Em Jesus, temos a certeza da vida eterna. Não a fim mais bem aventurado que esse. Nossa biografia iniciou no batismo, onde fomos resgatados do pecado. Nossa biografia é vivida na Fé em Jesus. Nossa biografia é feliz, pois é alimentada na Palavra e Na Santa Ceia.

Quando disse que há biografias que valem a pena comprar e serem lidas, falava justamente de um livro que trata de inúmeras biografias, inclusive a de Jesus aquele que veio para nos resgatar e nos fazer ter uma biografia diferente daquela sem ele. Vivamos nossa biografia a cada novo dia no perdão de Jesus, na certeza de sua paciência para conosco.

Duas histórias em um final feliz. Um homem assim como tantos hoje ainda vivem suas biografias cercado de amor, cuidado e paciência da parte de Deus. Mas age com desamor, arrogância, impaciência, vingança, violência, raiva, etc. Como será o final dessa história?

Também há biografias como a de José. Há pessoas mal tratadas por outros homens como o descrito acima. Há os maus tratos pela violência, arrogância, impaciência, intolerância. E em meio a isso ainda agem com amor, respeito, bondade e perdão.

Que nós, os alcançados pelo amor de Deus, servidos com o perdão e com a paciência possamos SERVIR ao Senhor agindo em amor, paciência e perdão com o nosso próximo, para que eles vejam que Deus reverte o mal em bem, para conservar muita gente com vida, a vida eterna.

Desejo a todos um final de história feliz e abençoado com a presença de Deus. Amém!

 



Edson Ronaldo Tressmann
Alto Parnaíba, MA ? Brasil
E-Mail: cristo_para_todos@hotmail.com

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