Göttinger Predigten
Göttinger Predigten im Internet hg. von U. Nembach
17º Domingo após Pentecostes, 07.09.2008
Predigt zu Romanos 14:5-10, verfasst von Leandro Daniel Hübner
Como devemos tratar nosso irmão?
Um filho faz algo errado em casa, sem querer - quebra um prato, por exemplo. O pai ou a mãe logo lhe batem ou lhe dão um castigo. Um membro da igreja passa muito tempo sem vir ao culto, e, quando vem, alguém lhe diz: "Já era hora de você aparecer, não é mesmo?" Outra pessoa tem o costume de dizer: "Ninguém pode me repreender, pois eu sempre participo das coisas da igreja, oferto, colaboro em tudo e sou um bom cristão; não sou como muitos que são relaxados".
Estes são alguns exemplos de atitudes erradas de repreensão, de orgulho e impaciência para com as fraquezas e erros de nossos irmãos e próximos, seja na família, no trabalho ou na igreja. São exemplos de como nós muitas vezes tratamos um ao outro.
Pois os textos do culto de hoje falam exatamente deste tema: Como devemos tratar nosso irmão? É sobre isso que queremos ser ensinados pela Palavra de Deus neste momento de reflexão.
Na verdade, se analisarmos bem nossas atitudes, veremos que muitas e muitas vezes tratamos ao irmão, ao nosso próximo, com atitudes de orgulho, crítica e impaciência. Muitas vezes agimos como os irmãos de José, desprezando o irmão quando ele tem ou recebe algum dom ou bênção especial. Ou somos como Pedro, que pensava que havia um limite para o perdão - sete vezes. Ou ainda, julgamos o irmão por beber ou não beber alguma coisa, por comer ou não comer, por guardar ou não certos dias, como diz o apóstolo Paulo.
Esta nossa atitude de orgulho e desprezo na verdade demonstra nossa falta de compreensão sobre a graça de Deus para nós, e também um coração para o que Deus nos oferece através de Jesus Cristo. Não compreendemos de verdade o que é o profundo amor de Deus por nós.
E qual é a atitude de Deus com a gente? É uma atitude de amor e doação total, pois Ele nos salva unicamente por sua graça, sem merecermos absolutamente nada dele. Jesus nos demonstra o infinito amor de Deus e a falta de amor das pessoas com a parábola dos dois devedores, no evangelho de hoje.
Um rei foi acertar as contas com seus servos. Um deles, que lhe devia pelo menos o que hoje seriam 16 milhões de reais (+ ou - 10 milhões de dólares), suplicou ao rei que tivesse paciência com ele, pois achava que um dia poderia pagar todo esse dinheiro. O rei, vendo seu lamento, teve misericórdia e lhe perdoou toda a dívida. Este homem então, saindo dali, encontrou outro que lhe devia muito pouco, mais ou menos 32 reais (20 dólares). O homem lhe pediu paciência, pois com tempo poderia pagá-lo. Mas, o primeiro homem não aceitou, não perdoou a dívida do outro e ainda lhe pôs na cadeia.
O rei da história é Deus. Assim como nenhum de nós teria como pagar uma dívida de 16 milhões, nenhum de nós pode pagar a grande dívida que tem com Deus, que são nossos pecados. Deus, porém, movido por seu amor, perdoa essa nossa dívida impagável. O homem perdoado pelo rei representa os cristãos, eu e você. Nós somos os que receberam o amoroso perdão de Deus para o pecado, que já nasce com a gente e que nos afasta totalmente de Deus. Mas, assim como o homem da história, muitas vezes não queremos perdoar o nosso próximo, mesmo sendo uma pequena falta ou erro que ele comete contra nós. Recebemos perdão sem medida de Deus, mas medimos muito na hora de perdoar.
Deus muito nos perdoou e ainda continua nos perdoando. Mas, quando não perdoamos ao que peca contra nós, Deus deseja, mas não pode continuar nos perdoando, como lemos nos vv. 32-35: LER. O apóstolo João também nos adverte, dizendo: Se alguém diz: "Eu amo a Deus", mas odeia o seu irmão, é mentiroso. Pois ninguém pode amar a Deus, a quem não vê, se não amar o seu irmão, a quem vê. O mandamento de Cristo nos deu é este: quem ama a Deus, que ame também o seu irmão (1Jo 4.20-21).
Assim como Deus nos perdoa, Deus espera que perdoemos nossos irmãos. Foi isso que fez José, que perdoou seus irmãos por todo o mal que lhe haviam feito (comentar). Assim também diz Jesus, que devemos perdoar não sete vezes, mas 490 vezes, isto é, sempre, cada vez que o irmão precisar do nosso perdão, assim como Deus nos perdoa sempre de novo, e de novo, e de novo.
Como devemos tratar nosso irmão? A atitude de Deus em relação a nós deve nos levar a uma relação de amor e perdão com nossos irmãos, ajudando-os em suas fraquezas com paciência, assim como nós gostamos de ser tratados quando nós erramos. Somente uma alma cheia da graça de Deus pode refletir o amor de Deus aos outros. Um cristão perdoado também perdoa, evitando as atitudes de orgulho e impaciência com seus irmãos.
Em nossa epístola Paulo diz: LER Rm 14.7-9. Vivemos para Deus porque Cristo morreu e ressuscitou por nós. Por isso, quem guarda certo dia ou não come certo alimento, não deve julgar o que não guarda esse dia e come de tudo. O que come de tudo também não deve julgar o que não come, e os dois não devem brigar por suas opiniões, pois esses são assuntos que estão dentro da liberdade cristã, como Paulo explica bem nas epístolas de Gálatas e Colossenses.
Como devemos tratar nosso irmão? Não devo julgar nem desprezar meu irmão, mas devo respeitá-lo e ajudá-lo em sua fraqueza, e conduzi-lo de volta ao caminho de Cristo quando ele se desvia, com amor e desejo de salvá-lo, como vimos no evangelho do domingo passado. E fazemos isso por quê? Porque primeiro Deus me perdoa e me ajuda, me dando a salvação através de Jesus Cristo. Mas, quando não faço isso, devo me lembrar do Paulo diz em Rm 14.10: Todos nós estaremos diante de Deus para sermos julgados por ele.
Como devemos tratar nosso irmão? Paulo nos ensina, dizendo: Irmãos, vamos tratar uns aos outros com gentileza. As pessoas não são iguais umas às outras, e não é com a lei, apontando-a com orgulho aos irmãos mais fracos, que vocês vão libertá-los e ajudá-los. Não é em uma relação moralista com seus irmãos, repreendendo-os toda hora, que vocês os ajudam. É pela graça, com muita paciência, com muito amor e bondade, com muito perdão, com a mesma atitude que Deus teve e ainda tem conosco, é desta forma que vocês vão ajudar seus irmãos a crescer e amadurecer em sua caminhada na graça de Cristo.
Mais uma vez, então, vamos pedir o perdão de Deus por nossa impaciência e desprezo aos irmãos. Deus, através de seu filho Jesus Cristo, vai nos perdoar e mais uma vez nos dará seu Espírito Santo. Com ele, podemos tratar ao irmão com amor, perdão e paciência, exatamente como Deus trata conosco.
Como devemos tratar nosso irmão? Assim como Deus nos trata: com muito amor verdadeiro! Que Deus nos conceda sermos cristãos verdadeiros, que compreendem e incorporam o perdão de Deus e, por isso, perdoam sinceramente o irmão, refletindo o amor de Deus para todas as pessoas. A igreja e o mundo precisam muito desse amor!
Amém.