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ISSN 2195-3171





Göttinger Predigten im Internet hg. von U. Nembach

19º Domingo após Pentecostes, 21.09.2008

Predigt zu Mateus 21:28-32, verfasst von Lindolfo Pieper

  

BOAS INTENÇÕES APENAS NÃO BASTAM

Mateus 21.28-30: "Um homem tinha dois filhos. Chegando-se ao primeiro, disse: Filho, vai hoje trabalhar na vinha. Ele respondeu: Sim, senhor; porém não foi. Dirigindo-se ao segundo, disse-lhe a mesma coisa. Mas este respondeu: Eu não quero; depois, arrependido foi. Qual dos dois fez a vontade do pai?"

Certo comerciante tinha uma loja de peças de carro. O negócio ia bem, mas o seu gerente não inspirava confiança. Havia suspeitas de que ele estava roubando. Este comerciante tinha dois filhos morando na capital.

Num feriado prolongado, quando os filhos foram para casa, aquele comerciante chamou o filho mais velho e lhe pediu: "Filho, você poderia cuidar dos negócios para mim. Preciso de um gerente de confiança". Ele prontamente respondeu ao pai: "Claro que sim, pai. É isso mesmo que eu gostaria de fazer. Vou assumir a loja". Só que aquele filho deu um jeitinho. Voltou à cidade: foi enrolando, enrolando e nunca voltou para assumir a gerência.

O pai então foi falar com o filho mais novo. Porém, este logo lhe disse: "Eu não, pai. Esse negócio não é para mim. Prefiro ficar onde estou. Não gosto dessa história".

O pai não forçou nenhum dos filhos a fazer algo. Fez o convite, mas respeitou a decisão deles. Tempos mais tarde ele recebeu um telefonema. Era o filho mais novo dizendo que estava voltando. Ajudaria seu pai nos negócios. Havia pensado bem e resolveu fazer o que o pai lhe pedira.

Esta é uma forma moderna da parábola dos dois filhos contada por Jesus (Mateus 21.28-32). Ela é o retrato do relacionamento entre pais e filhos, entre Deus e as pessoas.

Na parábola de hoje Jesus está diante dos líderes religiosos de sua época. Gente de boa fama, de boa aparência, mas sem muita religiosidade interior.

O pai disse ao primeiro filho: "Filho, vai hoje trabalhar na vinha". Ele respondeu: "Sim senhor; porém não foi". Teve boa intenção, mas qual o valor de uma boa intenção? A vida humana está cheia de boas intenções. "Eu tinha planejado visitar meu amigo enlutado, mas não foi possível". "Eu queria ter pedido desculpas, mas não tive coragem".

Boa intenção é muito semelhante ao quase. Alguém, de forma criativa, descreveu o quase da seguinte maneira: "O quase é uma figura bastante conhecida. Ele costuma acompanhar o nosso dia-a-dia. Se você pensar bem, o quase não é nem meio caminho andado. Quem quase está salvo, na verdade ainda está perdido. A pessoa quase curada ainda está doente. Em se tratando da fé, o quase é fatal. Você quase crê em Jesus como seu Salvador, então você quase está salvo, porém ainda não está salvo".

Boa intenção somente não edifica. Não leva a nada. Não ecoa. Não chega a realizar seu intento. Não produz. Fica o dito pelo não dito.

Na vida espiritual, faltando fé e arrependimento verdadeiros, somos conduzidos para longe de Deus. "Sem fé é impossível agradar a Deus" (Hebreus 11.6). Diz um ditado popular: "O caminho para o inferno está marcado por pessoas que tiveram boas intenções na vida". Verdade ou não, é no mínimo preocupante.

Não tem nenhum sentido aparentar uma vida religiosa, sustentar uma fachada que esconde a descrença. Deus vê além das aparências. Deus vê os corações.

Os fariseus, os escribas e os sacerdotes no tempo de Jesus não o reconheceram, pois a mensagem da salvação anunciada por ele não era a mesma que eles pregavam e anunciavam ao povo. Eles ensinavam a salvação através das obras, por isso exigiam coisas, que muitas vezes nem eles mesmo conseguiam fazer.

Para os fariseus, Jesus não passava de um beberrão e comilão que se assentava à mesa com os pecadores. Para os escribas, Jesus não passava de um iletrado. Por inúmeras vezes os escribas e os fariseus estavam unidos nas diversas armadilhas que fizeram a Jesus, tentando fazer com que ele afirmasse alguma coisa contra a lei de Moisés ou mesmo a favor do jugo romano. É que eles não aceitavam a autoridade com que Jesus ensinava o povo, chamando-o ao arrependimento.

Estes eram gente de boa fama. Cumpridores das leis de Moisés; participantes assíduos da sinagoga; ofertantes de sacrifícios e dízimos; doadores de esmolas aos pobres; praticantes de orações diárias em particular e em público. Gente boa, de religião intocável.

Mas Deus, que vê os corações, enxerga o que os olhos humanos não são capazes de ver: o orgulho espiritual que lhes dava o aparente direito de se julgarem melhores que os outros. Eram vidas aparentemente transformadas porque não havia arrependimento verdadeiro. Eles se julgavam justos, perfeitos, então quem é este que vem falar em arrependimento?

Muitos hoje também pensam assim: Eu não mato, não roubo, não bebo, não fumo, vou aos cultos regularmente e pago em dia a minha contribuição. Portanto, eu estou tranqüilo, estou salvo. Pessoas assim se esquecem da verdade que a Bíblia nos ensina no Salmo 14: "Do céu olha o Senhor para os filhos dos homens, para ver se há quem entenda, se há quem busque a Deus. Todos se extraviaram e juntamente se corromperam: não há quem faça o bem, nem um sequer". E o profeta Isaías acrescenta: "Todos nós somos como o imundo e as nossas justiças como trapos de imundície. Todos nós murchamos como a folha e as nossas iniqüidades como um vento nos arrebata" (Isaías 64.6).

Fariseus, escribas e sacerdotes são iguais ao primeiro filho, que usa de toda boa política familiar e diz estar disposto a realizar as ordens do seu pai, mas não vai. São os que prometem facilmente as coisas, prometem tudo, mas na hora da verdade não vão, não fazem; arrumam mil e uma desculpas, e ainda se consideram melhores do que os outros.

Estas pessoas julgam-se justas e não vem necessidade de seguir a Palavra de Deus. Julgam-se salvas através das suas obras e não olham para a cruz de Cristo como necessitados do perdão e da salvação.

Na parábola que Jesus contou, diz que o pai foi e deu ao outro filho a mesma ordem. E este respondeu: "Eu não quero ir". Mas, depois mudou de idéia e foi.

O segundo filho revela a mesma oposição da natureza humana às coisas espirituais, pois ele disse: "Eu não quero ir". Mas, então, o que existe de novo? Sim, algo novo acontece. É o arrependimento produzido por Deus. "Mas, arrependido foi executar a tarefa indicada pelo pai".

Agora, a intenção é cumprida na ação. A diferença é esta: Deus mesmo moveu o coração. O filho faz a vontade do pai depois do arrependimento. Deus transforma seus filhos em pecadores penitentes.

Quem são os pecadores penitentes? Pecadores penitentes são aqueles que se arrependem dos seus pecados, que crêem em Jesus Cristo como seu Salvador e que ao mesmo tempo procuram corrigir a sua vida com a ajuda do Espírito Santo.

Esta conversão é verdadeira. Não é de fachada. Não é vã aparência. Esta conversão foi operada nos corações de gente má. Era gente má antes do arrependimento; depois foram transformadas em filhos obedientes ao Pai do céu.

Os publicanos e as prostitutas, dentro do povo de Israel, eram considerados pecadores públicos e, portanto, estavam excluídos do convívio religioso.

Os publicanos eram considerados pecadores impenitentes. Não cumpriam os rituais judaicos. Entre eles estavam os cobradores de impostos, considerados pelos líderes religiosos como traidores da nação judaica, pois eles se uniram aos romanos, colaborando na arrecadação dos impostos a Roma. Também estes não contavam com a simpatia popular, pois sempre cobravam mais do que deviam. Eram tratados como ladrões e traidores da nação judaica; eram considerados aliados dos romanos.

As prostitutas eram tanto excluídas do convívio social como do religioso. Eram consideradas pecadoras públicas, pois transgrediam o sexto mandamento da lei de Deus.

Foi justamente dentro deste grupo que a mensagem de Jesus teve seu maior efeito. Temos vários exemplos bíblicos de publicanos e prostitutas que mudaram a sua vida após ouvirem a mensagem de arrependimento pregada por Jesus.

Mateus, um dos doze discípulos de Jesus, é um exemplo desta mudança. Ao ser chamado por Jesus não hesitou em deixar a sua função de cobrador de impostos e seguir o Mestre.

Zaqueu, outro publicano, chamado por Lucas como o maioral dos publicanos, é também um exemplo do efeito da pregação de Jesus. Jesus vai ao seu encontro e hospeda-se na sua casa. Zaqueu, pela ação do Espírito Santo, compreendeu que a salvação estava chegando até ele, considerado pelos líderes religiosos um pecador sem perdão. Zaqueu muda de atitude. Resolve dar a metade dos seus bens aos pobres e parar de roubar dos outros, como era o costume dos cobradores de impostos. Ele reconhece o seu pecado, arrepende-se e muda a sua forma de viver. É uma resposta de amor ao amor generoso de Deus, que primeiro veio ao seu encontro.

Em Lucas temos o exemplo de uma prostituta que se chega a Jesus, lava-lhe os pés com suas lágrimas e beija-os. Jesus prontamente lhe anuncia o perdão: "A tua fé te salvou; vai-te em paz" (Lucas 7.50).

Outro exemplo é a mulher adúltera. Esta mulher estava para ser condenada por adultério. Jesus não a condena e nem permite que os líderes a condenem: "Nem eu tão pouco te condeno; vai e não peques mais" (João 8.11).

Estas pessoas são semelhantes ao filho que de um modo brusco disse ao pai: "Não quero", mas que depois se arrepende e faz a vontade do seu pai.

É somente pela ação do Espírito Santo nos corações humanos que se opera este arrependimento. É o Espírito Santo quem cria a fé; quem mantém a fé; quem produz o arrependimento diário; quem cria coração novo; quem transforma; quem nos faz renunciar ao diabo e a todas as suas obras; quem nos faz afogar, por contrição e arrependimento diários, o velho homem; quem faz sair e ressurgir novo homem; quem nos faz viver e crescer diariamente na fé verdadeira e em boas obras diante de Deus.

Segundo a parábola de Jesus, existem dois tipos de filhos. Aquele que quer fazer a vontade do Pai, mas acaba não fazendo. E aquele que, apesar de dizer não, depois se arrepende e acaba fazendo.

Que tipo de filho somos nós? A nossa mente foi transformada pela ação do Espírito Santo? Esta transformação está sendo vivida em nossos corações: na nossa vida diária, na educação dos nossos filhos, no relacionamento marido e esposa, patrão e empregados, membro e igreja? Ou preferimos ensaiar uma vida aparentemente religiosa, mas sem fé e arrependimento verdadeiros?

Que Deus transforme os nossos corações através da sua Palavra, fazendo de nós verdadeiros filhos seus, para que não apenas digamos sim quando ele nos pede alguma coisa, mas que também façamos o que ele nos manda. Amém.

Observação: Adaptado de um sermão escrito pelo pastor Milton Buss Leitzke postado neste site.

  



Lindolfo Pieper
Jaru, RO ? Brasil
E-Mail: piperlin@uol.com.br

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