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ISSN 2195-3171





Göttinger Predigten im Internet hg. von U. Nembach

19º Domingo após Pentecostes, 21.09.2008

Predigt zu Mateus 21:23-32, verfasst von Valmor Weingärtner

 

Querida comunidade!

"Com que autoridade fazes estas coisas", perguntaram os principais sacerdotes e os anciãos. Quem te deu esta autoridade?"

Jesus responde contando uma parábola:

Uma vinha precisa de cuidadores. O dono da vinha convida os dois filhos para o trabalho. Esta vinha é valiosa. Ela é futura herança. Um dia, ela será dos filhos. O pai faz um convite respeitoso, diria, amoroso. O pai fala. O pai não é patrão, não impõe, não grita, não força.

O pai não impõe nenhum fardo. Ele convida. Dá oportunidades. Aliás, oportunidades iguais. Deus dá a todos as mesmas oportunidades. Esta é a primeira boa e grande verdade desta parábola.

O pai diz: Filho: "Vai hoje trabalhar na vinha".

O primeiro filho é cordial. Concordância imediata. Nenhuma recusa. Ele diz: sim senhor! Mas não vai.

O segundo filho é revoltado, recusa imediatamente o convite. Ele diz: não quero. Arrependido foi.

O que aconteceu com estes filhos?

Será que o primeiro filho ficou doente, gripado, ou teve algum problema famíliar? Faltou-lhe fé e confiança? Ou será que ele disse: "Enganei o velho".

E o segundo filho? Será que a consciência pesou? Será que ele lembrou da herança? Um dia, uma parte desta vinha vai ser minha. Não posso jogar fora esta oportunidade.

O que aconteceu com estes dois filhos? Um aceita e volta atrás, o outro revolta-se,  mas vai.

 

Querida comunidade: antes de continuar, preciso lembrar que Jesus Cristo aplicou esta palavra aos judeus, o primeiro filho, e aos gentios, o segundo filho. Os judeus, filhos da aliança, aceitaram a aliança com Deus, mas não a cumpriram. Houve compromisso sem conseqüências; os gentios, o segundo filho, que outrora viveu na revolta e não aceitaram o evangelho, chegam a fé e a confiança em Jesus Cristo.

 

Querida comunidade: uma vinha precisa de cuidadores! Deus convida. Dá oportunidades iguais. Vinha valiosa. Herança valiosa.

 

Onde estão estes filhos hoje? Quem é quem? Como estes filhos se revelam em nossas comunidades?

O primeiro filho é a imagem do justo, do certinho, daquele que não precisa de médico. Aquele que não precisa do evangelho. Ele já "é justo". São todos aqueles que se comprometem com o evangelho, mas não cumprem a promessa.  É o " sim" fogo de palha, conversa enganosa; são aqueles que sempre dizem amém, aleluia! Sim Senhor! Sim, com a ajuda de Deus! Tudo isso, no entanto, é fogo de palha.

Este sim do primeiro filho pode ser, igualmente, a nossa linguagem piedosa. A linguagem daqueles que para tudo tem um versículo bíblico na boca, mas vivem de costas para Deus e não praticam a sua vontade. São todos aqueles que não produzem frutos. SE parecem com  uma árvore com folhagem exuberante. São os que ouvem e não praticam.

Jesus Cristo diz: "Nem todo o que diz Senhor, Senhor, entrará no reino dos céus".

O primeiro filho expressa a religiosidade de nosso tempo, são os donos da verdade. Aqueles que fazem sua própria auto-justificação. São aqueles que vivem uma religiosidade relativa, parcial, "meia piedade", 50% de obediência. Dizem, senhor, senhor, mas não praticam a fé.

São todos aqueles que crêem num Deus particular, que invoco de acordo com as minhas conveniências e necessidades particulares; que invoco quando necessito de um milagre. São todos aqueles que acham que títulos e filiação a uma comunidade garantem participação no reino de Deus. É a fé hipócrita, a religiosidade barata. É fé sem conseqüências, sem amor, indiferente. È preguiça cristã.

O primeiro filho é a imagem de todos aqueles que por sua auto-justificação se tornam surdos ao evangelho.

Logo pensei! Opa, isso não é comigo. Esse primeiro filho, longe de mim. Eu não sou esse filho. Eu sou muito mais o outro. Será mesmo? Não nos identificamos também com ele?

Querida comunidade, uma vinha precisa de cuidadores! Quem se habilita? Lembro que a vinha é herança preciosa.

O segundo filho: onde ele está? Como ele se manifesta hoje entre nós?

Este segundo filho é muito interessante. É a imagem do pecador que chega ao arrependimento via Jesus Cristo. Ele é um revoltado.

Como você lida com a sua revolta? Com as suas mágoas? Com seus machucados? Com suas feridas? O que você faz quando está revoltado? Segura a sua revolta? Fica com ela só para si? Engole tudo? Você diz: sim senhor ou põe o bicho a correr?

O segundo filho soltou a língua, sua última palavra foi não. Foi curto, grosso e sincero.

 Querida comunidade: esse é o não da resistência. É a resistência do coração humano ao convite de Deus. A natureza humana é revoltada desde sua origem. Adão e Eva que o digam.

O segundo filho também o revelou. Ele põe sua resistência à luz do dia, ele a põe na mesa. Pensei comigo: Como esse momento foi importante. Expressar a revolta é muito importante. Revolta engolida é a pior de todas as revoltas. Revolta revelada abre possibilidades, abre novos caminhos, novas portas e dá novas chances.

Creio que este é um dos maiores problemas de nossas comunidades cristãs. Elas vão engolindo, engolindo, até entrar em coma. E lá agonizam até o fim.

E agora prezada comunidade, acontece algo bem estranho. Estranho e bonito. Deus não acaba com o filho revoltado e desobediente. Deus não o despede, nem o joga para fora de casa. Deus pode transformar filhos revoltados em filhos obedientes. A história da igreja é prova disto. Lembrando, tão somente, o apóstolo Paulo. De manhã ele disse não e à tarde disse sim.

Deus perdoa filhos revoltados que dizem "não quero", e se alegra com o seu arrependimento, com sua ida à vinha.

O que aconteceu com este segundo filho? Um milagre. Por quê? Porque a sua resistência interna à vontade de Deus foi vencida. No seu "centro de comando" despertou a centelha da fé. E esta fé, produziu uma vontade de mudança, e uma saudade por obediência. Este filho percebeu: é bom ir à vinha. Cuidá-la, seguir as orientações sábias do pai.

Quanto nós temos deste segundo filho?

Ah! Esse sim! Esse é a minha imagem!

Não sei não, se esta conclusão não é precipitada.

Querida comunidade: verdade é que Deus continua convidando cuidadores para sua vinha. Convida com oportunidades iguais. Mas Deus não força. Deus não impõe cargas. Deus nos permite optar: obedecer ou não obedecer a sua vontade. Neste particular o cristianismo se distingue de todas as religiões. O cristianismo permite livre escolha. Jesus diz: "Há dois caminhos! Escolha! Um leva para a morte o outro para a vida". E aí pode acontecer de fato, que meretrizes e publicanos nos precederão no reino de Deus. Para que isso não aconteça é preciso tomar uma decisão: ir à vinha. Esta é a decisão a ser tomada. Lembro que a vinha é herança preciosa. Neste caso é 8 ou 80. Não há muro para isso, nem meio termo. É sim ou não, com suas conseqüências: vida ou morte.

Jesus Cristo fez a opção pela vida. Foi obediente até a morte. Foi para a vinha, num ato de amor, de entrega e de doação, e de obediência, que lhe deu autoridade para estas coisas. Ele nos convida a segui-lo. A viver um novo estilo de vida, onde o critério é a obediência total à vontade do dono da vinha. Por isso: vamos para a vinha. A herança será certa.

                                                                                                              Amém.

 

                                                                              

 



Pastor Valmor Weingärtner
Comunidade Evangélica Luterana de Blumenau ? Paróquia Centro
E-Mail: valmorweingartner@flynet.com.br

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