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ISSN 2195-3171





Göttinger Predigten im Internet hg. von U. Nembach

22º Domingo após Pentecostes, 12.10.2008

Predigt zu Mateus 22:1-14, verfasst von Erni Drehmer

  

Prezada comunidade!

Deus chama seu povo para junto de si. Essa é uma verdade que a história de Deus com o seu povo mostra sempre de novo. Neste nosso texto, ele faz isso de uma maneira alegre. Organiza uma festa. Uma festa de casamento. Ora, uma festa de casamento, no tempo de Jesus e hoje, mantidas as diferenças de época e costumes, no fundo tem a mesma motivação: comemoração, comunhão, convivência alegre entre os convidados.

Pois é assim que Deus quer trazer para junto de si seu povo, seus filhos e suas filhas. É uma imagem muito bonita: Deus se interessa pela criatura que o despreza, que lhe volta as costas, que constantemente fica a dever em amor a ele e, principalmente, ao próximo. E como faz isso? Não pelo castigo, pelo puxão de orelhas. Muito pelo contrário: Ele organiza uma festa. E qual é a resposta dos convidados (e muitas vezes também a nossa)? "Eles não quiseram vir", diz o nosso texto no versículo 3.

Será que poderíamos tentar imaginar a decepção de Deus? Justamente o seu povo, aqueles que o conhecem, aqueles que talvez até usem palavras piedosas e bonitas, aqueles que conhecem bem a história de Jesus, histórias de Natal, de Páscoa, justamente por este seu povo o convite foi rejeitado. E aí há belos argumentos para explicá-lo: não tenho muito tempo para essas coisas. Consegui me virar muito bem sem a ajuda de Deus. Posso ser uma pessoa decente que ajuda os pobres, mantém hábitos socialmente saudáveis, mesmo sem a fé em Deus. Afinal, não é isso que conta? Ter um nome reconhecido na sociedade? Se todos fossem como eu, o bom Deus de vocês não precisaria se preocupar com o mundo.

Prezada comunidade, talvez o pecado da auto-justificação seja o que mais destruição provoca entre a humanidade. Ela levanta muros, alimenta preconceitos, incha perigosamente o sentimento da auto-suficiência, isto é, o sentimento que me diz que não preciso de ninguém, muito menos de Deus.

A festa está organizada, a mesa posta, o cheiro gostoso de comida se espalha pelo ar. Mas o salão está vazio. E se nós negarmos a aceitar o convite, ele continuará vazio. Pois Deus não nos quer trazer à força para o seu lado. Deus nos concede a liberdade de escolha, e isso é o que diferencia a fé cristã de qualquer outra organização. Somos livres para aceitar o convite. Não somos máquinas programadas para reagir conforme o toque de Deus em nossa vida.

A verdade é: somos gentilmente convidados a fazermos parte da festa programada por Deus. Somos aceitos por graça, por amor, não por nossos méritos. Mas Deus tem mais gente na lista dos seus convidados. A parábola diz que foram convidadas todas as pessoas encontradas pelo caminho. Pessoas más e boas. Pessoas más também?

Eis a forma como Deus age. Em suas mãos está decidir a quem convidar. Não são os nossos critérios que definem quem deve fazer parte da festa. Deus convida e chama a quem ele quer. Assim como chama a mim, chama também a outros. E entre os outros talvez estejam aquelas pessoas que gostariam de fazer parte, mas não se julgam dignas, ou nós as classificamos como

não dignas. Muitas vezes usamos argumentos suficientemente "justos", na nossa opinião, para estabelecer critérios para admitir ou não pessoas no convívio da Igreja. Por causa do seu passado, por causa do seu presente, por causa da cor da pele, por causa do seu alcoolismo, por causa do seu cabelo comprido demais, das suas roupas extravagantes demais.

Mas Deus manda sair pelo caminho e convidar a todos e todas que se encontram aí pela frente. Também aquelas pessoas que talvez pensem que não existe lugar para Deus em sua vida e em seu pensar. Também aquelas onde a sucessão de frustrações, derrotas, perdas e enganos tornaram difícil continuar acreditando na existência de Deus para suas vidas. Também essas, e talvez essas em primeiro lugar, precisem ser convidadas para encontrar lugar na festa e alívio para suas frustrações e tropeços.

E qual é o nosso papel nessa parábola de Jesus? Somos convidados. Como tal somos desafiados a ter a coragem de saber que o convite é realmente de graça e por graça. Como dizia aquela inscrição na porta de uma igreja: "Ninguém é tão bom que não precise entrar. Ninguém é tão mau que não possa entrar." Não interessa como está a nossa vida, os nossos acertos, os nossos erros, os nossos problemas. Somos convidados, sempre, sob quaisquer circunstâncias.

Mas também somos servos e servas, mensageiros e mensageiras. Como tais, somos desafiados a convidar quem vier pela frente. Deus não quer ver lugar vazio em sua mesa. Ele quer a casa cheia. Ele se alegra em ver muita gente participando da festa.

Mas alto lá, um momento! A parábola continua. Um homem não está vestido de forma adequada, por isso é jogado para fora da festa. Será que aqui vem a exigência? Não falamos até aqui que todas as pessoas são convidadas, sem distinção? O dono da festa não mandou convidar bons e maus? Por que agora a exigência? Será que os críticos da fé cristã tem razão? Que, cedo ou tarde, vem a exigência? Que essa história de amor não está bem contada?

Deus continua não fazendo qualquer distinção. Podemos vir como somos, mas não ficar como somos. Deus quer pessoas transformadas. Ele nos convida a participar do seu reino, mas isso não deve ficar sem conseqüências. Não podemos participar da vida da comunidade, do culto, e sair como se nada tivesse acontecido. Não podemos, não porque seja uma imposição da lei, mas porque é ação transformadora do amor de Deus. Ele vem como oferta, como o convite. Aceitá-lo de verdade provoca inquietação, desafio. Desafio de não mais olhar para a exploração da pessoa mais fraca sem sentir indignação. Desafio de não conseguir mais aceitar que seja natural haver pobres e ricos num mundo globalizado e capitalista.

Aceitar de verdade o convite de Deus para participar da festa no seu Reino terá como conseqüência não mais poder olhar com naturalidade que sistemas sociais, políticos e econômicos continuem fazendo vítimas pelo caminho. Deus nos chama para vir assim como somos, mas nos quer ver transformados, levando seu amor a sério, entendendo sua graça e misericórdia para comigo não como um passaporte carimbado para levar a vida que bem entendemos. Seu convite é um divisor de águas. Uma mudança deve ocorrer que me abre os olhos para quantos ainda são convidados para fazerem parte da grande festa no Reino de Deus, e que ainda estão do lado de fora.

Atender o convite e convidar. Assim poderemos fazer parte de uma comunidade feliz e bonita como descrita em Filipenses 4, onde o que reina são os pensamentos a respeito do que é justo, puro, amável e respeitável. Assim poderemos também sonhar com um mundo feliz descrito pelo profeta Isaías, no capítulo 29, onde se fala de Deus que enxuga as lágrimas, onde não haverá dúvida quanto à salvação e à segurança decorrente da confiança em Deus.

Deus se alegra muito em ver todas as mesas cheias de convidados, felizes e satisfeitos com a festa. Sintamos-nos, pos, convidados e nos alegremos. Vamos sair, pois, por todos os lugares e dizer a quem encontrarmos, bons e maus, que para eles também tem lugar.

Amém.

 



P. Erni Drehmer
Três de Maio, RS, Brasilien
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