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ISSN 2195-3171





Göttinger Predigten im Internet hg. von U. Nembach

Último Domingo do Ano Eclesiástico, 23.11.2008

Predigt zu Mateus 25:31-46, verfasst von Valério Guilherme Schaper

 

 

Introdução: "qual a esperança do seu chamamento"?

Que a graça do Nosso Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus o pai e a comunhão do Espírito Santo esteja com todos nós. Amém.

Prezadas irmãs e irmãos!

O texto do evangelho que ouvimos e que serve de base para nossa reflexão neste último domingo do ano da igreja, o domingo Cristo Rei, não é, seguramente, novo para nenhum de nós. Em algum momento já o ouvimos ou lemos. Na verdade, a imagem deste grande julgamento, em que Jesus, do "trono de sua glória", separa os "benditos" dos "malditos" já se tornou parte do nosso imaginário sobre o fim dos tempos, o conhecido juízo final. Não é das imagens mais simpáticas que encontramos nas Escrituras. No fundo, ela faz parte daquelas imagens que povoam nossos sonhos e que nos enchem de medo. Assusta pensar que estaremos, no fim dos tempos, diante deste julgamento aterrador.

Teria sido esse o objetivo desta passagem, desta imagem grandiosa do julgamento final? Teria o evangelista a intenção de infundir medo e horror às/aos crentes para que permanecessem fiéis? Com segurança podemos afirmar que não era esse o propósito deste texto. Além disso, como poderíamos encerrar o ano da igreja com uma palavra de desânimo e de medo? Este também não poderia ser o propósito desta pregação. Como, porém, encontrar palavra de esperança e ânimo diante deste grande julgamento final (conforme pudemos ouvir de Efésios 1.18-19)?

Jesus Cristo, do trono de sua glória, julga as nações.

É importante que se perceba que o texto inicia descrevendo a vinda de Jesus Cristo, o Filho do Homem, em grande poder e glória. Quando vier, com os seus anjos, ele sentará num trono de glória e reunirá diante de si todas as nações, isto é, os povos da terra. Nesta imagem Cristo aparece como o Filho de Deus exaltado em todo o seu poder e autoridade. Os povos estão diante dele para serem julgados. Ele tem poder sobre o mundo e julga os povos e as nações. Esta imagem inicial deveria ser, para nós, confortadora: Deus em Cristo tem o poder e o controle sobre a história humana. A fome, a sede, a separação, as injustiças, as maldades, enfim, os sofrimentos deste mundo não durarão para sempre nem ficarão impunes. Cristo, Rei entronizado, julga o mundo, julga as nações e os povos (conforme ouvimos também do texto de Efésios 1.20-23).

A imagem do julgamento é a de um pastor que, ao fim do dia, reúne e separa, do rebanho único, bodes de ovelhas. Nesta parte, o texto nos remete ao que ouvimos do profeta Ezequiel. O profeta apresenta Deus como um pastor cuidadoso, zelando diligentemente por suas ovelhas. Ele buscará todas as ovelhas espalhadas, cuidará das machucadas, das enfermas e as apascentará em bons pastos com justiça (Ez 34.11-16, 20-24). Neste ato de separar o rebanho vemos o empenho cuidadoso e generoso do pastor que está atento e faz tudo para que o seu rebanho tenha bom pasto e esteja a salvo de todos os perigos. Ele cuida principalmente daquelas ovelhas que são fracas, que se perderam, que se feriram, que estavam doentes, enfim, as ovelhas que precisavam de maior cuidado e que, vulneráveis, não tinham como cuidar de si.

O julgamento: a misericórdia para com os "pequeninos"

Na imagem do grande julgamento que o texto apresenta é preciso destacar que o critério é justamente este: como as ovelhas do rebanho se relacionaram umas com as outras. Mas o fundamental é que o cuidado ou a falta de cuidado de uns para com os outros é interpretado por Cristo como algo que foi feito a Ele mesmo. As ovelhas fracas, sedentas, famintas, perdidas, sem abrigo, nuas, prisioneiras são descritas como "pequeninos irmãos" do próprio Filho do Homem, o Filho de Deus, Cristo.

Na verdade, tanto os que tiveram cuidado com os "mais pequeninos" como os que não tiveram não tinham conhecimento do que faziam. Ambos perguntam quando cuidaram e quando deixaram de cuidar. Desconheciam o critério do grande julgamento?

O Evangelho de Mateus mostra em diversas passagens que esta linguagem (pequeninos) indicava um critério claro no anúncio de Jesus (Mt. 18. 2-6; 20. 25-28; 23.11-12; conforme também Mc 10.42-45; Lc 22.24-27). Diante dos que querem ser grandes, primeiros, importantes Jesus chama a atenção para o espírito da  "diakonia" que deve guiar aqueles que querem ser contados como parte do rebanho dos benditos. Jesus não propõe que todos se tornem "pequeninos", mas que "benditos" são, além deles, aqueles que conseguem servir, ajudar, cuidar. De fato, a misericórdia que se transforma em serviço, em cuidado é o critério que orienta o grande julgamento.

O texto do grande julgamento é muito duro com aqueles que não conseguiram agir com misericórdia para com os "pequeninos". Eles são o alvo do cuidado do Cristo Rei. Ele são "irmãos" de Cristo e o descuidar deles é descuidar do próprio Cristo.

Os pequeninos hoje

As imagens do texto são muito concretas ao falar dos pequeninos: são os que têm fome, têm sede, não têm onde morar, não têm como vestir, estão doentes, estão presos. Claro, é possível fazer uma grande reflexão para tornar ainda mais concreto o perfil destes despossuídos, mas o que se pode dizer de forma mais ampla é que eles são os mais vulneráveis. Para eles precisa voltar-se o olhar cuidadoso.

O grande julgamento não quer se tornar uma sombra assustadora na vida dos crentes ou da comunidade, da igreja. O grande julgamento é mensagem de ânimo para os que sofrem tão violentamente, bem como de esperança para aqueles que misericordiosamente ouvem seu clamor e atendem suas necessidades. Para os pequeninos e para os benditos, os justos está reservada a vida eterna.

Resta, então, rezarmos como o encontramos em Efésios, a saber: "que o Pai da glória, vos conceda espírito de sabedoria e revelação no pleno conhecimento dele, iluminados os olhos do vosso coração, para saberdes qual a esperança do vosso chamamento, qual a riqueza da glória da sua herança nos santos e qual a suprema grandeza do seu poder para com os que cremos, segundo a eficácia da força do seu poder (...). (Ef. 1.18-19).

Amém.  

 



P. Valério Guilherme Schaper
São Leopoldo ? RS
93032-179 Brasil

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