Göttinger Predigten

Choose your language:
deutsch English español
português dansk

Startseite

Aktuelle Predigten

Archiv

Besondere Gelegenheiten

Suche

Links

Konzeption

Unsere Autoren weltweit

Kontakt
ISSN 2195-3171





Göttinger Predigten im Internet hg. von U. Nembach

3º Domingo de Advento, 13.12.2009

Predigt zu Lucas 3:7-18, verfasst von Vera Maria Immich

 

"O Senhor Deus vem vindo cheio de força; com seu braço poderoso, ele consegue a vitória." Is 40.10

A GRAÇA DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO, O AMOR DE DEUS E A COMUNHÃO DO ESPÍRITO SANTO SEJAM COM TODOS. AMÉM!

Queridos irmãos e irmãs em Cristo!

Chegamos ao terceiro Domingo de Advento. A terceira vela da coroa já foi acessa. E neste Domingo ouvimos a passagem do profeta Isaías, proclamando:... "voz do que clama no deserto: "preparai o caminho do Senhor". Esta passagem que fala de um caminho que se interliga ao caminho de João Batista, aquele que anunciava o batismo de arrependimento para remissão dos pecados; aquele que preparava o caminho do Senhor.

João Batista pregava nas imediações do Rio Jordão e muitas pessoas iam até ele. Após ouvir a sua pregação, retornavam para as suas casas e vilas, para junto de suas famílias. As margens do Rio Jordão são planícies que permitem ver longe. Dali, as pessoas que ouviam João Batista, voltavam para as suas casas, geralmente localizadas nas regiões montanhosas.

A pregação de João Batista continua ecoando em nossas comunidades. Nesta manhã proponho acompanhar de modo hipotético dois ouvintes da pregação do próprio João Batista. Poderia ser no Brasil atual em uma comunidade Luterana ou de outra denominação. Após ouvir a pregação, duas pessoas se põem a caminho de suas casas, ainda intrigadas com o teor daquela pregação. Após longa caminhada, param para descansar às margens do Rio Jordão e estabelecem uma troca de impressões entre si. Vamos acompanhar este diálogo:

Um deles diz: Estou muito alegre por ter vindo ouvir o João Batista pregar. Sabe, ele causa grande curiosidade e fala palavras lindas, mas também muito duras. Quando eu ouvi sua pregação confesso que me choquei. Quando se fala de João Batista, eu me recordo da Boa Nova que foi o nascimento desta criança, como Deus se fez presente naquela família e como o mudo Zacarias voltou a falar ao escrever o nome João Batista numa tábua. Foram dias de grande alegria naquela família e com todos os seus vizinhos. Naqueles dias muitos se questionavam: O que será deste menino? (Lc 1.66).

O segundo personagem olha e diz: Ali estava João Batista, de pé, diante de mim e de um grande número de pessoas que o foram ouvir. João Batista passou a pregar. Falava com grande liberdade, de modo simples e claro. Quando eu ouvi a sua voz, quando o vi pregando, então repentinamente me veio à mente aquilo que o profeta Isaías anunciou: "voz do que clama no deserto, preparai o caminho do Senhor".

Para mim naquele momento ficou claro: o que eu vi com meus próprios olhos, aquilo que eu ouvi com os meus ouvidos, preenchia e cumpria um anúncio profético. Era a voz de Deus que se manifestava por meio de João Batista, aquele que preparava o caminho do Senhor. Ali percebi que aquela criança nascida na região em que eu moro agora estava adulto. Desejava me preparar para que também eu encontrasse o meu Senhor. João Batista, ali no deserto, perto do Rio Jordão, pregava para mim e toda humanidade, pois para todos tinha validade aquela promessa da salvação vinda de nosso Deus.

Neste momento o primeiro personagem do dialogo entra novamente em cena e diz: agora eu quero te dizer o que senti com este pregador do deserto. Eu fiquei bem assustado quando ele falou às pessoas. Fiquei assustado quando ele começou dizendo: Raça de víboras (Lc 3.7). Eu logo imaginei o que ele queria dizer: Vocês todos estão distantes de Deus, não o ouvem e não o seguem. Sabe, primeiro eu achei não ter ouvido bem, pois sou acostumado a ouvir no começo de uma pregação o pregador dizer: Prezada comunidade! Prezados irmãos e irmãs!

Mas aquele pregador no deserto começa dizendo: Raça de víboras. Fiquei assustado. Pensei: Deixe-o falar, nem sei se ele conhece as promessas que Deus fez a Abraão, nosso Pai. E eu repetia baixinho essa promessa, que diz "de ti farei uma grande nação e te abençoarei e te engrandecerei o nome. Sê tu uma bênção" (Gn 12.2). Mas enquanto eu fazia isto, veio a segunda agressão, quando ele disse: "E não comeceis a dizer entre vós mesmos: temos por Pai Abraão". E logo em seguida foi ainda mais duro: "o machado está posto à raiz da árvore; toda árvore, pois, que não produz bom fruto é cortada e lançada ao fogo".

Esta comparação, mesmo sendo assustadora, eu compreendi. Ela fala de árvores, mas se refere a pessoas e seu jeito de agir. Isto é assustador. Tudo é ameaçado. Então, com tais ameaças, machado perto, e com tal pregador que anuncia lançar tudo no fogo, com tal pregação eu não posso fazer nada e ela para nada me serve!

A isto o companheiro de diálogo respondeu: Você tem razão: o que João Batista disse foi muito claro e objetivo, foi muito sério. Confere que ele disse: "o machado está posto à raiz da árvore". Mas as árvores ainda não foram cortadas. Sabe, naquelas palavras senti que ele não era um simples pregador, mas que era o próprio Deus que falava comigo por intermédio de João Batista. Eu já te disse antes que tenho certeza de que a palavra de Deus se manifesta em João Batista. Eu sinto que Deus quer me despertar. Por isto tomei aquelas palavras a sério e as recebi como um convite de Deus para mim.

Eu te digo como estas palavras chegaram para mim: "alto lá, toma consciência, volta-te a Deus. Viva com Deus e não afastado dele." Com isto eu também entendi o batismo para remissão de pecados. Deus mesmo lavou e apagou aquilo que me afastava dele. Quando isto ficou claro para mim, também eu clamei: "O que havemos, pois, de fazer?"

Então o outro interlocutor disse: Este clamor do povo, também eu o achei muito bom. A partir dali a pregação tornou-se bem viva, em especial quando soldados e publicanos puderam falar. Mas sejamos sinceros: o que podes fazer com tudo isto que João Batista falou? Ora, reagiu o companheiro, o que João Batista falou e anunciou são para mim orientações claras e objetivas para o dia a dia de minha vida. Eu entendi estas palavras da seguinte forma: É preciso repartir e compartilhar, atuar com justiça e em verdade, opor-se a toda a forma de violência. João Batista falou claramente: estejam preparados e dispostos a compartilhar roupas e alimentos, ou seja, dignidade de vida. Aos publicanos, os cobradores de impostos da época, João Batista alertou: não cobreis mais do que o estipulado; aos soldados ele pede para não aplicar violência nem dar falso testemunho. Tentemos imaginar o que isto significa para nós hoje?

O companheiro de diálogo ainda insistiu: Você acha mesmo que nós humanos sejamos capazes de vencer a injustiça, a violência e a falta de humanidade? Respondeu-lhe o amigo: Certamente não somos capazes de tal feito! Contudo, isto não significa que devamos ficar inativos e paralisados. Isto, a profecia de João Batista, nos mostrou. Eu acho suas profecias libertadoras, pois me mostram como posso ser uma árvore que dá bons frutos lá onde estou. E eu espero que você também tenha ouvido o centro da mensagem de João Batista.

O companheiro olha e diz: o que foi para você o centro da mensagem nesta pregação? O outro reagiu: Bem, no momento em que eu refletia e pensava se João Batista era o Conselheiro, O Deus Forte, O Maravilhoso, o Pai da eternidade e o Príncipe da Paz, ele falou: Eu batizo com água, mas virá aquele que é mais forte do que eu e os batizará com o Espírito Santo. Para mim isto foi o mais importante em sua pregação, ou seja, que ele apontou para o Cristo que virá. Cristo, por meio do Espírito Santo, porá em nós a fé e a confiança que a ninguém jamais abandonará. Cristo virá e por isto, para Deus ninguém está perdido. Ele virá e trará consigo a paz, o amor e a justiça para todos os povos. Nisto eu confio. E espero que você também.

Por isso eu gosto tanto do hino, que é também uma poesia:

"Então se verá" (309 - HPD 2 - IECLB)

/: Então se verá o Filho do Homem

Vindo sobre as nuvens com poder e glória. :/

Porque assim como o relâmpago

Que sai do oriente e se mostra no ocidente,

Assim há de ser a vinda do Filho do Homem. :/

E então chega ao fim o tempo de descanso destes dois amigos e eles seguem a sua jornada em direção à sua casa. Seguem para o seu dia a dia. Ao menos um dos companheiros de diálogo segue na certeza de que Cristo virá. Segue na esperança. O outro segue na certeza de que é possível preparar o caminho do Senhor sempre que se reparte, sempre que se é solidário, fraterno e justo.

Também nós seguimos adiante e ao final deste nosso encontro retornamos às nossas famílias e ao nosso trabalho. Levamos conosco a esperança de que Cristo virá. E com esta esperança podemos preparar o caminho do Senhor, repartindo, compartilhando, sendo justo e fraterno. Isto é a plenitude do Advento.

Amém!

 



Pa. Vera Maria Immich
Curitiba, PR, Brasil
E-Mail: veraodair@terra.com.br

(zurück zum Seitenanfang)