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ISSN 2195-3171





Göttinger Predigten im Internet hg. von U. Nembach

Prédica para o Dia de Natal, 25.12.2009

Predigt zu Tito 3:4-7, verfasst von Gottfried Brakemeier

Prezada comunidade!

 

Conforme um conhecido provérbio brasileiro, "alegria de pobre dura pouco". Eu me atrevo a dizer que ela sempre dura pouco, não só no caso dos pobres. Alegria costuma ser coisa passageira. Trata-se de uma verdade que se aplica a todo o mundo, inclusive a nós. Ou estarei enganado? Claro, nós rimos e nos divertimos. Mesmo assim, o nosso astral por demais vezes sofre desastrosas quedas. Ficamos mal humorados, tristes, desanimados. Isto porque há demais motivos para se incomodar. Aliás, pior! O que de fato estraga a nossa alegria são as preocupações. Nós temos medo. Medo do futuro, medo da violência, medo de tragédias, ultimamente cada vez mais motivadas pelas mudanças climáticas. Será que podemos ainda a tempo reverter a destruição do nosso planeta? Televisão e jornais alimentam o pânico. Só oferecem notícias ruins. Como vamos ser alegres nessas condições? Parece que na vida humana costumam prevalecer os aborrecimentos, as decepções, os temores. Talvez este diagnóstico seja exageradamente pessimista. Mas o que eu vejo é muita raiva, muito medo, muito cinismo na sociedade de hoje. O barulho é grande, mas a alegria é pouca.  

 

Natal é a festa da alegria. "Eis aqui vos trago boa nova de grande alegria, que o será para todo o povo." São essas as palavras do anjo aos pastores nos campos de Belém. E os reis magos ao reencontrar a estrela que os conduziu à estrebaria, onde está o recém nascido menino Jesus, são tomados de grande e intenso júbilo. Lembro, enfim, os nossos maravilhosos hinos de Natal. São uma grande sinfonia de júbilo que nos cativa e faz a alma vibrar. "Rejubila, filha de Sião..." Ou: "Com júbilo cantai, alegres anunciai..." E ainda: "Jubiloso, venturoso tempo santo de Natal..." São estes apenas uns poucos exemplos da nossa rica tradição de hinos natalinos. Todo ambiente de Natal é festa, alegria, emoção. Isto apesar de que o comércio ameaça afogar o Natal e transformá-lo num evento puramente econômico. Natal é mais! É sua mensagem que continua a comover o mundo. Mesmo quem não simpatiza com a religião não consegue ficar imune ao fascínio dessa festa. Acaba se rendendo à alegria que ela irradia.

 

Dessa alegria fala também o texto para a prédica de hoje. É verdade que a palavra "alegria" não ocorre uma única vez. Mesmo assim a gente percebe o entusiasmo com que o apóstolo Paulo escreveu este trecho. Dirigindo-se a seu colaborador Tito, ele exalta a bondade de Deus e seu amor por sua criatura. Trata-se de uma clara referência ao Natal. Pois foi isto o que naquela noite santa aconteceu: No menino Jesus e por meio dele Deus se aproximou do ser humano, estendeu-lhe a mão, devolveu-lhe o ânimo e a esperança. Paulo fala da "filantropia" de Deus. Assim o lemos na língua original que é o grego. Deus é um amigo do ser humano. Por isto ele envia Jesus para se colocar ao nosso lado e nos socorrer em nossas dificuldades. Natal revela a amizade que Deus nos tem. Ele não quer que afundemos em nossos temores, em nossas angústias, em nossos pecados. Deus se tornou o nosso próximo. Ele vem para nos salvar. Esse texto respira os ares de Natal, está imbuído de seu espírito, transborda da alegria que é própria da celebração do aniversário de Jesus.   

 

Vale destacar que não existe nada igual em outras religiões. Natal não tem paralelos no mundo religioso, nem no de ontem nem no de hoje. Natal é uma particularidade cristã, e a alegria que o acompanha também. Outras religiões podem atrair pessoas por outros motivos. Mas desconhecem algo semelhante aos nossos hinos de Natal tão exuberantes em alegria e júbilo. E não é por acaso. Pois o Deus a quem adoramos e que fez nascer Jesus há mais que dois mil anos atrás, como filho de Maria, na cidadezinha de Belém da Judéia, este Deus é bondoso, misericordioso, compassivo. Este Deus é muito humano. Dele não precisamos ter medo. Antes de castigar, ele perdoa. Antes de rejeitar vai em busca do perdido. Antes de exigir, ele dá. Paulo é muito enfático nesta questão. Ele diz neste nosso trecho que Deus nos salvou não porque o merecêssemos, mas porque teve compaixão de nós. Deus não pergunta por méritos. Ele não olha a cara das pessoas, não privilegia uns em favor de outros. Não, Jesus não nasceu para salvar somente as pessoas boas. Ele veio para salvar pecadores, gente imperfeita, gente que às vezes sofre sob baixo astral, depressão, sob angústia, complexos de inferioridade e outros males, gente como eu e você.  

 

E vejamos! Sinal desta graça de Deus é o batismo. O texto fala dele como lavar regenerador, mediante o qual o Espírito Santo atua e nos renova. Em outros termos, se nós batizamos, tanto crianças como adultos, é porque houve o Natal. Sem o nascimento de Jesus Cristo e sem a sua posterior atuação, morte e ressurreição, o batismo perderia sua força e seu sentido. Pois quem nos falaria da "filantropia de Deus", de sua compaixão e de seu amor? Foi Jesus quem nos ensinou a nos dirigir a Deus como "Pai Nosso", sim, como amigo, diante do qual não precisamos esconder as nossas falhas e fraquezas. O Deus que se revelou em Jesus Cristo nos aceita assim como somos, para então nos ensinar como devem comportar-se seus filhos. Nós adoramos o Deus da graça. 

 

Está aí o motivo da alegria do Natal, seu fundamento. A lembrança da graça de Deus protege a alegria do Natal a tornar-se fictícia. É este um grande perigo. As luzes, o brilho das velas, os presentes - para não esquecer o Papai Noel - poderiam produzir uma alegria apenas aparente. Esta de fato iria durar muito pouco. Não passaria de uma sensação momentânea. Ora, eu não nego que o enfeite de Natal é sedutor. E as músicas também. Mesmo assim, Natal não é isto. E a nossa alegria precisa de razões mais convincentes. Se for autêntica, ela é mais do que simples euforia. Também eu acho bonito o enfeite de Natal, também eu gosto de uma árvore ornamentada na minha sala, também eu vibro com o mar de luzes em nossas cidades. Mas o texto da prédica de hoje me alerta a não confundir o essencial e o periférico. Importante mesmo não é o Natal que nós montamos, e, sim, o Natal que Deus fez por nós. Natal é Jesus Cristo, é aquela criança na manjedoura, Jesus nos braços de sua mãe Maria. Natal é o amor que Deus nos revelou há dois mil anos atrás. Por isto nós rejubilamos.

 

Este amor faz a diferença em nossas vidas. E mais uma vez eu recorro ao texto da prédica de hoje. Ele fala da promessa de vida eterna. Quem crê no amor que Deus nos tem, jamais precisa desesperar. Desde o Natal ninguém mais está realmente sozinho neste mundo. Deus está aí para nos segurar. E isto não só agora, como também no futuro. São graves as ameaças que pesam sobre o futuro da humanidade e da nossa vida em particular. Há muitas coisas que nos inspiram temor. As trevas nos ameaçam e nos assustam. Mas em meio às trevas surgiu uma luz, fraca sim, pequena, frágil como o é uma criança recém nascida. Mas esta luz veio para ficar. E ela se mostrou mais poderosa do que a escuridão em nosso mundo. Natal nos promete a ajuda de Deus no futuro, uma esperança que não frustra, vida eterna em meio à morte. Não é isto motivo para se alegrar? Nesse sentido um feliz Natal a nós todos.               

Amém



Dr. Gottfried Brakemeier
Nova Petrópolis, RS, Brasilien
E-Mail: gbrakemeier@gmx.net

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