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ISSN 2195-3171





Göttinger Predigten im Internet hg. von U. Nembach

2º Domingo na Quaresma , 28.02.2010

Predigt zu Lucas 13:31-35, verfasst von Lindolfo Pieper

 

O PERIGO DE SE REJEITAR A GRAÇA DE DEUS

Conta-se que certa vez um incêndio queimou totalmente um galinheiro. Ao caminhar entre as cinzas, o dono encontrou a carcaça torrada de uma galinha. Embaixo dela havia seis pintinhos que sobreviveram ao fogo. A galinha tinha ajuntado os seus pintinhos debaixo das suas asas. Ela morreu para que eles pudessem viver.

Quando foi avisado que Herodes queria matá-lo, Jesus lembrou às pessoas ali presentes que vários mensageiros de Deus já haviam sido mortos em Jerusalém. Jesus, o Filho de Deus, o Salvador prometido no Antigo Testamento, não ficou assustado com a ameaça. O Evangelho de Lucas, no capítulo 13, versículo 34, nos mostra que, com tristeza e amor, Jesus lamentou dizendo: "Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas e apedrejas os que te foram enviados! Quantas vezes quis eu reunir teus filhos assim como a galinha ajunta os seus pintinhos debaixo das suas asas, e vós não o quisestes!".

Jerusalém era a capital do povo de Israel e a sede espiritual do povo de Deus. Os olhos e os corações dos filhos de Deus estavam voltados para lá e as orações a Deus eram feitas na direção de Jerusalém. Por que isso?

É porque em Jerusalém estava o grande templo do Senhor, a casa de Deus. Lá era o lugar especial da presença de Deus. No templo Deus se manifestava ao povo. Ali era o lugar em que os profetas de Deus transmitiam ao povo a palavra de Deus.

Também ali no templo era o lugar em que os filhos de Deus depositavam as suas ofertas e os sacerdotes sacrificavam animais e aspergiam o seu sangue para purificação dos pecados dos que esperavam pelo Messias prometido.

No templo de Jerusalém eram realizadas as grandes festas espirituais do povo de Deus, e para lá centenas de pessoas se dirigiam diariamente.

Portanto, as portas abertas do grande templo desta cidade era uma prova visível da presença de Deus no meio deste povo. O Senhor se fazia presente como um pai que ama, corrige e perdoa os seus filhos. Sem dúvida alguma, o povo de Israel foi um povo abençoado por causa dessa presença graciosa de Deus no seu meio.

Esta presença de Deus no meio do seu povo atingiu a sua plenitude quando o Senhor cumpriu a sua promessa e enviou ao mundo o seu Filho Jesus, o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo.

Então sim, o povo viu a misericórdia de Deus na pessoa de Jesus, como o descreve o aposto João: "E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como a do unigênito do Pai".

E Jesus, para mostrar ao povo de que ele era realmente o Filho de Deus, o Salvador do mundo, fez numerosos milagres diante dele: curando doentes, ressuscitando mortos, multiplicando pães, andando sobre o mar, acalmando tempestades e expulsando demônios.

Mas, qual foi a reação do povo? Qual foi a sua atitude diante dessa abençoada presença de Deus? Será que o povo soube aproveitar esta fartura espiritual?

Infelizmente não. Aconteceu justamente o contrário. Em vez de aceitar o Messias de Deus, o povo o despreza e rejeita. O povo que se chamava povo de Deus não reconhece, não quer ouvir, nem quer dar atenção ao que Deus tinha para lhe oferecer.

Jesus, apesar de todos os milagres, sinais e maravilhas que fez entre o povo, não foi bem aceito por ele. Não o aceitaram porque o povo não estava interessado na salvação de sua alma, mas apenas em viver bem aqui na terra. Eles não queriam um Jesus Salvador, mas sim um Jesus libertador, que os livrasse do império romano.

Quando ele fazia milagres, curas e outras coisas que beneficiava o corpo, eles o aplaudiam. Mas quando ele falava em pecado, arrependimento e inferno, eles o abandonavam.

Esse paradoxo se registra várias vezes ao longo da vida de Jesus. Vejamos apenas alguns exemplos.

Certa vez, depois de fazer muitos milagres e atrair uma multidão de pessoas, Jesus resolve atravessar o mar da Galiléia e libertar um homem da escravidão do diabo. Como os demônios pedissem que os deixassem entrar numa manada de porcos, Jesus o permitiu, pois achava a alma humana mais importante do que os porcos. Mas, o povo, quando viu o prejuízo que Jesus lhes dera, deixando os porcos se afundar no mar, não quiseram saber mais nada dele: o mandam embora.

Numa outra ocasião Jesus ensinava numa sinagoga, mostrando por meio de parábolas o que é o reino dos céus. Enquanto ele falava dos céus, vida eterna e da glória celestial, o povo o ouvia atentamente. Mas quando ele começou a falar em pecado, juízo final e condenação eterna, os fariseus logo se revoltam e o mandam embora dali, com a desculpa de que Herodes o queria matar, dizendo: "Retira-te e vai embora daqui, porque Herodes quer matar-te".

Mesmo na entrada triunfal de Jesus em Jerusalém esse paradoxo se evidencia. Vendo Jesus montado num jumento, entrando como rei na cidade, eles o aclamam como aquele que havia sido enviado por Deus. Mas logo depois, quando o vêem preso, fraco e indefeso, esse mesmo povo, que antes o aclamara rei, grita dizendo: "Fora com ele. Crucifica-o!"

E a própria cidade de Jerusalém, sede espiritual do povo, onde Jesus fizera inúmeros milagres e testificara do amor de Deus, não aceita a Jesus como o Messias prometido. Não quiseram saber nada de Jesus, do amor de Deus e da salvação de sua alma. Estavam apenas interessados em se ver livres dos romanos e viver bem aqui na terra.

E foi justamente por essa razão que Jesus, já quase no fim do seu ministério, lamenta profundamente sobre Jerusalém e clama com grande tristeza: "Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas e apedrejas os que te foram enviados! Quantas vezes quis eu reunir teus filhos assim como a galinha ajunta os seus pintinhos debaixo das suas asas, e vós não o quisestes!".

Hoje parece que o mundo não mudou muito, pois o povo continua rejeitando a Jesus. Muitos ainda hoje, como o povo judeu, só estão interessados em viver bem aqui na terra e pouco estão ligando para a salvação de sua alma.

Quantas pessoas procuram a Jesus apenas quando estão doentes, quando têm algum problema na vida e logo depois o abandonam. Quantas pessoas desejam um dia viver no céu em alegrias eternas, mas aqui na terra não querem saber nada de Deus, não querem ouvir a sua palavra e andar em sua companhia. Quantas pessoas querem ser salvas, mas não querem abandonar o pecado, pelo qual Cristo morreu.

O povo de Israel foi grandemente abençoado com a presença de Deus. Além de se manifestar no templo, enviou-lhes ainda Jesus, que andou entre eles e lhes falou do amor de Deus.

Embora Cristo hoje não esteja entre nós de maneira visível, ele se manifesta e vem a nós através da sua palavra e dos santos sacramentos. Ele oferece a todos a sua graça e o seu perdão. A todos ele oferece paz, alegria, vida e salvação. Tudo aqui na terra se torna pequeno e insignificante em comparação com a alegria que Deus nos oferece no céu.

A igreja, como mensageira de Deus, procura da melhor maneira possível orientar a todos para que depositem a sua confiança em Deus. Pois quem deposita a sua confiança em Deus há de encontrar, através do estudo da Bíblia, respostas para as suas angústias, porque Cristo está de braços abertos, dizendo: "Vinde a mim todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei".

Quando a gente pensa em tudo o que Deus nos oferece, parece impossível haver alguém que não queira aceitar esta oferta preciosa. Mas, por incrível que pareça, há os que rejeitam essa dádiva. E por que a rejeitam?

É porque eles estão presos às coisas do mundo e não conseguem se libertar delas. Outros pensam que ainda há tempo, e vão adiando a sua decisão. E quando, de repente, chega o dia do juízo, à hora de prestar contas a Deus, nada têm para apresentar. Então os que rejeitaram a Deus serão por sua vez também rejeitados por ele.

A cidade de Jerusalém sentiu o juízo de Deus alguns anos após ter crucificado o Salvador Jesus, quando a cidade foi destruída pelos soldados romanos de maneira cruel e desumano.

A destruição de Jerusalém é uma advertência para nós hoje. Aquilo que Jesus disse aos judeus por ocasião da queda da torre de Siloé, vale também para nós: "Se não vos arrependerdes, todos igualmente perecereis".

O mundo progrediu em muitas coisas: na ciência, na tecnologia e no conforto. Mas no seu relacionamento com Deus ele está cada vez pior. São muitos os que continuam a rejeitar a graça de Deus, que não dão ouvidos ao seu convite amoroso.

O povo de Israel rejeitou a graça de Deus e foi castigado por ele. Não façamos o mesmo, para que também não sejamos punidos por ele.

Em vez disso, demos valor a sua palavra, vivamos de acordo com a sua vontade, para que Deus nos possa abençoar, conforme ele nos promete na sua palavra: "Buscai, pois, em primeiro lugar o reino de Deus e a sua justiça, que todas as coisas vos serão acrescentadas". Amém.

 

 



Lindolfo Pieper
Jaru, RO, Brasil
E-Mail: piperlin@uol.com.br

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