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ISSN 2195-3171





Göttinger Predigten im Internet hg. von U. Nembach

2º Domingo após Pentecostes, 06.06.2010

Predigt zu Lucas 7:11-17, verfasst von Rolf Roeder

Querida comunidade!

Nós queremos viver ou morrer?

Numa aula de Ensino Religioso para alunos do Ensino Médio, estava falando sobre a morte. Uma aluna me interrompeu e disse: "Pastor para de falar na morte, nós queremos viver!" O tema "morte" tornou-se insuportável para a aluna. Ouvir falar da morte, pensar sobre a morte, contar com a morte não é fácil para quem quer viver. A possibilidade da morte nos faz lembrar os entes queridos. Não queremos nos separar deles! A morte é separação. Laços de convívio profundo são cortados. O coração sofre e sangra. As lágrimas rolam pela face. O chão se abala. A vida se desestrutura.

Diante da morte, o ser humano se sente impotente. Não há o que fazer! Além disso, humanamente, não há como encontrar consolo, conforto, diante do sofrimento causado pelo falecimento de alguém. O que fazer? Simplesmente conformar-se? Levantar a cabeça e seguir em frente? Como? Como continuar a vida sem a companhia do ente querido? Não há substituição! Cada ser humano é único e insubstituível! Cada ser humano é um projeto especial do Deus Criador!

A situação é mais grave ainda quando a pessoa que morreu foi o esteio da família. É muito difícil quando alguém dependia da pessoa que faleceu. Como continuar a viver na dependência se não há mais de quem depender? Como continuar a vida se não há condições para a sobrevivência futura? Como continuar a caminhada terrena sem alguém que possa amparar e auxiliar? Esta era a situação da viúva da nossa história. Naquele tempo, não havia previdência e seguridade como hoje. Uma viúva se encontrava desamparada quando não tinha, pelo menos, um filho para ampará-la. A viúva do nosso texto não tinha mais quem pudesse olhar por ela no presente e no futuro. Assim, ela havia perdido não somente o filho, mas também o seu sustento e o seu amparo. Não havia como sobreviver.

Aí está uma pobre viúva, alguém que já havia perdido o marido e agora perde também o seu único filho. Ser viúva e não ter filho era grave. A mulher teve que entregar aquele que seria seu esteio na velhice. Teve que entregar aquele que poderia garantir os seus direitos de sobrevivência digna. Teve que entregar o que tinha de mais precioso, o mais querido. Ela estava levando o seu filho amado para ser sepultado. Mais ainda, ela estava levando parte de si mesma para ser sepultada. É um momento de grande perda, prejuízo, despedida! Só resta o choro! Chorar, chorar, chorar! O coração triste e abatido da viúva poderia desesperar diante da sua situação. Poderia acusar Deus de havê-la esquecido, pois levou o seu esposo e o seu filho amado.

Querida comunidade!

Quantas pessoas vivem situações semelhantes. Quantas pessoas choram a perda de um ente querido. Quantas pessoas sofreram e sofrem em conseqüência de catástrofes na natureza. Quantas pessoas questionam Deus. Quantas perguntam: Onde estava o Deus do amor ao permitir que tal acontecesse? O mundo está chocado com o número de tragédias naturais que ceifaram e estão ceifando muitas vidas. Os corações se inquietam e o choro de tristeza toma conta. As mesmas perguntas de sempre surgem: "Por que Deus permitiu isto?" "Onde estava o Deus do amor?"

A história da viúva faz parte de tais questionamentos. Contudo, nossa história não termina com a tristeza e o choro da viúva. Ela conta que duas procissões se encontraram na porta da cidade: A procissão de Jesus com os seus discípulos e a procissão da viúva levando seu filho amado. A multidão com Jesus e a multidão com a viúva se encontram no caminho. Uma multidão tem Jesus no seu centro e a outra tem o rapaz falecido no seu centro. Temos o encontro da procissão da vida com a procissão da morte. Jesus versus filho morto! O que acontece no encontro das duas procissões?

"Vendo-a, o Senhor se compadeceu dela e lhe disse: Não chores!" Como é possível não chorar quando o mais querido se encontra em um ataúde, num caixão? Como é possível não chorar quando se está levando o ente querido para fora da cidade, para fora da própria vida? Jesus é insensível? Não, ao contrário, o texto diz que Jesus se compadeceu dela! Jesus vê todo o sofrimento e todas as lágrimas! Jesus não é apático, indiferente ao sofrimento humano! Ele viu e tomou a sério o sofrimento e o choro da viúva. Ele viu a miséria em que a mulher se encontrava. Jesus, ao ver o sofrimento e o choro da viúva, se compadeceu dela. Esta é a resposta do Senhor ao sofrimento humano. Deus chora junto conosco. Ele leva o nosso sofrimento a sério e chora conosco. Muito mais: Ele age na vida dos que sofrem. O Senhor agiu na vida da viúva: "Chegando-se, tocou o esquife e, parando os que o conduziam, disse: Jovem, eu te mando: levanta-te!" Somente Deus pode dar tal ordem! Somente Deus tem poder sobre a morte! Jesus demonstrou o seu poder sobre a morte: "Sentou-se o que estivera morto e passou a falar; e Jesus o restituiu a sua mãe." Jesus consola a mãe ao dar-lhe de volta o que havia sido tirado: seu amado filho. Com a restituição do filho também recebe amparo e sustento. Agora, a alegria da viúva é muito maior do que toda a tristeza que havia tomado conta dela ao perder o filho. Poderíamos até imaginar que a mulher morresse de alegria. Tão grande era a alegria de ver o filho vivo!

Jesus apenas diz: "Jovem, eu te mando: levanta-te!" Lutero disse: "Um dia o Senhor virá e me chamará pelo nome: "Doutor Martinus" - e, num piscar de olhos, levantarei do túmulo e viverei feliz eternamente com Ele." Segundo nosso reformador Lutero, os mortos dormem de forma tão silenciosa para Deus que Ele pode acordá-los com um dedo. Lutero diz mais: "A morte ficará irada" com o poder de Deus. Deus é onipotente, tem todo poder! Diante de Deus a morte é como vida! Jesus Cristo diz no Evangelho de Lucas, no capítulo 20, versículo 38: "Ora, Deus não é Deus de mortos, e sim de vivos; porque para ele todos vivem." Para Deus os mortos estão dormindo. Assim, podemos ter a certeza de que com uma única palavra Ele nos chamará da morte para a vida. Mesmo mortos estamos vivos para Ele. Em Jesus Cristo vencemos a morte. Paulo diz: "Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão?" (1 Co 15.55) A partir desta certeza podemos perder o medo da morte e dizer com o apóstolo Paulo: "Ora, de um e outro lado, estou constrangido, tendo o desejo de partir e estar com Cristo, o que é incomparavelmente melhor." (Fp 1.23) Para Paulo "o viver é Cristo, e o morrer é lucro" (Fp 1.21). Assim, quem aceitou a Jesus Cristo como seu Senhor e Salvador pessoal, não precisa mais temer a morte. Ele sabe que a morte não pode separar do Senhor, conforme o lemos em Romanos 8.38-39. 

Importa aprender a desviar o olhar do túmulo e do sofrimento e olhar para Deus. Ele demonstrou o seu imenso amor para conosco ao entregar seu único Filho à morte na cruz por amor a nós. "Aquele que não poupou o seu próprio Filho, antes, por todos nós o entregou, porventura, não nos dará graciosamente com ele todas as coisas? (Rm 8.32)" Se o discípulo Pedro, ao sentir o vento, não tivesse olhado para as ondas e tivesse fixado o seu olhar em Jesus, ele não teria submergido no mar. Lemos no Evangelho de Mateus: "Reparando, porém, na força do vento, teve medo; e, começando a submergir, gritou: Salva-me, Senhor! E, prontamente, Jesus, estendendo a mão, tomou-o e lhe disse: Homem de pequena fé, por que duvidaste?" (Mateus 14.30-31) Assim somos nós! Contudo, a graça e a misericórdia de Deus são maiores do que os nossos medos e receios. É preciso aprender a não olhar tanto para as necessidades e dificuldades da vida, mas a olhar mais para o nosso Senhor e Salvador! Existe um ditado popular que diz: "Não diga a Deus o tamanho dos teus problemas, mas diga aos teus problemas o tamanho do teu Deus!"

O poder da ressurreição se manifestou não somente no filho da viúva de Naim, mas também na própria mãe. O poder da ressurreição de Jesus Cristo se manifesta, com sinal, na vida do cristão já aqui e agora! Em meio às situações difíceis da vida, quando sofremos e choramos, o poder de Deus se manifesta, carrega e faz superar a dificuldade. O Salmista diz: "Bendito seja o Senhor que, dia a dia, leva o nosso fardo! Deus é a nossa salvação." (Salmo 68.19)  Ou como diz o Salmo 23.4: "Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal nenhum, porque tu estás comigo; o teu bordão e o teu cajado me consolam."

Quanto mais soubermos nos entregar nas mãos de Deus e confiarmos Nele, tanto mais haveremos de experimentar, vivenciar, o quanto Deus é maravilhoso no seu agir. Tanto mais nos sentiremos chamados a louvar, agradecer, bendizer, enaltecer e adorar nosso Deus! Foi o que aconteceu na nossa história: "Todos ficaram possuídos de temor e glorificavam a Deus, dizendo: Grande profeta se levantou entre nós; e: Deus visitou o seu povo." O temor a Deus leva a glorificar a Deus!

Quanto mais vivenciarmos o agir amoroso e maravilhoso de Deus, tanto mais haveremos de sentir a necessidade de contar aos outros deste agir divino. Foi o que aconteceu com a multidão que acompanhou a Jesus e a viúva: "Esta notícia a respeito dele divulgou-se por toda a Judéia e por toda a circunvizinhança." A vivência do agir de Deus leva ao testemunho!

Que possamos ouvir Jesus dizer: "Eu te mando: levanta-te!" Que possamos vivenciar o poder da ressurreição não somente na volta de Jesus, mas já aqui e agora! Que a gratidão tome conta de nossos corações! Que saibamos testemunhar do agir de Deus! Que tudo seja para a honra e glória do Senhor!



P. Rolf Roeder
Pomerode, SC, Brasilien

E-Mail: r.roeder@terra.com.br

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