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ISSN 2195-3171





Göttinger Predigten im Internet hg. von U. Nembach

4° Domingo após Pentecostes , 20.06.2010

Predigt zu Lucas 8:26-39, verfasst von Bianca Goede Giesch

 

Saudação do púlpito: Que a graça e a paz de nosso Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus, o Pai e a comunhão do Espírito Santo seja com todos vocês. Amém

Querida comunidade, estimados irmãos e irmãs em Cristo:

Neste domingo temos diante de nós, proposto para nosso estudo e reflexão, um trecho do evangelho segundo Lucas, que nos narra um encontro profundamente significativo. Naquela ocasião, para um homem, e hoje igualmente importante para nós. Aliás, querida comunidade, "encontro" é um termo bastante adequado, considero eu, para definir o ministério de Jesus Cristo junto à humanidade. O ministério de Jesus é o ministério dos encontros. Ele é Deus que se identifica conosco: é o divino que vem ao encontro do humano, é o encontro da misericórdia com a desesperança, é o perdão que vai ao encontro do pecador E esse é também um aspecto destacado pelo evangelista Lucas. Ele quer dar testemunho de Jesus Cristo como o Senhor, que vai ao encontro das pessoas em suas necessidades e aquele com quem, tendo um encontro, não saia transformado. Indo ao encontro e acolhendo quem vai ao seu encontro, nosso Senhor Jesus Cristo rompe fronteiras, quebra barreiras e aproxima os/as afastados/as.

Então, que encontro temos diante de nós hoje, segundo o texto bíblico que lemos há pouco? Conta-nos o evangelista que Jesus acabara de desembarcar do barco quando veio ao seu encontro um homem daquela cidade, um geraseno. Era alguém profundamente atormentado. Fazia muito tempo que sofria, que não encontrava paz, saúde e dignidade. Era atormentado por muitos demônios, diz o texto bíblico. Poderíamos agora, queridos irmãos e irmãs, prender nossa atenção nesse aspecto, querendo entender que fenômeno seria esse, procurando descrever como se dá tal acontecimento na vida de uma pessoa, mas quero convidá-los a permanecermos percebendo e refletindo acerca dos encontros e desencontros que esse momento na vida deste homem com Jesus nos dá testemunho.

O homem geraseno é alguém em constante desencontro. Está afastado da convivência com as pessoas de sua cidade, ninguém vem ao seu encontro naquela situação. Atormentado, anda nu e perdeu a sua dignidade. Sem roupas que protegem seu corpo, assim também sem proteção e cuidado para sua vida. Há um desencontro entre ser humano e ser digno para esse homem. Atormentado pelos demônios, ele vai ao encontro dos túmulos no cemitério. Seu lugar é o lugar da morte, onde, na compreensão da época, não há encontro com Deus.

Esse é o ser humano sofrido que vai ao encontro de Jesus. Será o acaso que promove tal encontro? Certamente que não, pois estando diante de Jesus, o geraseno se põe aos pés dele e clama alto, reconhecendo Jesus como Filho do Deus Altíssimo. Clama também reconhecendo sua indignidade, clama por compaixão. O indigno teme o encontro com o divino. Virá deste encontro castigo ou libertação? Até ali, as experiências das pessoas vindo ao encontro deste homem tão atormentado foram de intensificação do seu sofrimento. Nas vezes em que as pessoas da cidade tinham ido até ele, amarram seus pés e mãos com pesadas correntes de ferro. Não foram encontros de acolhida no sofrimento, de misericórdia, de libertação, não foram encontros, foram desencontros, foram apenas alternativas para a preservação das pessoas da convivência com aquele homem endemoniado. Procuravam jeitos de mantê-lo bem distante deles.

E, no entanto, onde se dá o encontro com Jesus, se dá trasformação. Em seu sofrimento, este homem é acolhido por Jesus Cristo. Ele não permite mais que tais espíritos impuros, demônios tantos que se denominavam "multidão", possuíssem e atormentassem aquele ser humano. A vida é dádiva de Deus, o Pai, e assim, precisa haver um reencontro entre a mera existência daquele homem e a vida digna e plena como filho de Deus. E isso só no encontro com Jesus lhe pode ser restituído. Antes disso, aquele geraseno tem uma mera existência, agora, experimenta vida plena, liberta pela compaixão divina. Os dêmonios são enviados a porcos, animais considerados impuros na época, e o seu fim é o abismo, a derrota. Vida que resulta do encontro com Jesus é a confiança na e o compromisso com a denúncia dos tormentos, dos sofrimentos, da indignidade e exclusão. Aquele homem experimenta o agir restaurador e reconciliador de Deus através do Filho Jesus. E dessa experiência brota o testemunho daqueles que ouviram e viram tal acontecimento. Não puderam deixar de falar a todos do que viram e ouviram e logo toda a região de Gerasa soube daquele encontro transformador.

Era de se pressupor, querida comunidade, no meu entendimento, que se alegrassem com o ocorrido e, no entanto, temem a Jesus como também temiam aquele homem enquanto endemoniado. Não vão ao encontro de Jesus ansiando por libertação e transformação, não, ao contrário, temem este encontro, temem o rompimento de suas fronteiras excludentes, temem construir novas relações... Quem sabe quantos temores e apegos impedem o encontro de Jesus Cristo com as pessoas, naquela época e também nos nossos dias... Aquele povo não quer um encontro com Jesus, não o quer em sua cidade. Antes, queriam manter aquele homem afastado, agora querem que Jesus se afaste. Pedem a Jesus que vá embora dali. E, estimados irmãos e irmãs, nesse texto também aprendemos com Jesus que ele não força encontros. Não o querem ali, ele vai embora. Aquele único homem que foi ao seu encontro, este foi acolhido e libertado. E a tarefa deste homem, dada por Jesus, é dar testemunho do agir de Deus através de Jesus à sua gente, àqueles e àquelas que não quiseram com ele se encontrar. É de um jeito novo que este homem vai agora ao encontro da gente da sua casa. Ele não é mais o atormentado nu, mas o único liberto e revestido do agir compassivo e libertador de Jesus Cristo naquela região. Que transformação!!

Querida comunidade, este texto suscita em nós muitos questionamentos, merece nosso estudo e aprofundamento e, no entanto, essa complexidade não impede de sermos questionados: A fé cristã que cremos e confessamos tem nos motivado para encontros com aqueles e aquelas que tantas vezes são deixados para trás e de lado? A fé no Trino Deus nos fortalece na disposição de ir ao encontro dos irmãos e irmãs em suas necessidades? Sob a orientação do Evangelho, nossa comunidade tem promovido encontros libertadores, restauradores, acolhedores para quem nela congrega ou apenas se preocupado em se preservar de "encontros inconvenientes" (com aquela gente que não queremos nos misturar)?

Conceda-nos o misericordioso Deus o seu Espírito Santo, para que o nosso testemunho seja um ser e viver encontros e não um semear desencontros.

E a paz de Deus, que excede todo o nosso entendimento, guarde a nossa mente e o nosso coração em Cristo Jesus. Amém.



Pastorin Bianca Goede Giesch
Campo Bom – RS, Brasil.
E-Mail: biancafabiano@terra.com.br

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