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ISSN 2195-3171





Göttinger Predigten im Internet hg. von U. Nembach

24º Domingo após Pentecostes , 07.11.2010

Predigt zu Lucas 20:27-38, verfasst von Éverson Block

Prezada comunidade.

O texto bíblico previsto para a pregação de hoje, remeteu-me a uma série de novelas que são veiculadas nos meios de comunicação. Um bom observador há de constatar que nos últimos tempos um considerável número de novelas têm tido como tema a reencarnação e a vida após a morte. Essa temática ocupa o imaginário do povo brasileiro por demais. Impressiona como o nosso povo se ocupa com esta questão. Não é a toa que somos um campo fértil para o espiritismo e outras formas de enganação religiosa. Também nos sepultamentos ouvimos algumas frases que inconscientemente refletem um espiritismo enraizado na sociedade. A questão está tão encarnada nas pessoas que até mesmo irmãos com uma caminhada cristã acabam falando frases como: "Deus queria uma pessoa boa ao seu lado lá no céu", "Papai vai olhar por nós lá do céu" etc. Talvez essas afirmações sejam inconscientes, mas elas são ouvidas facilmente nos sepultamentos de pessoas de famílias luteranas.

A morte é de fato um enigma. Por isso ela é um tema interessante para as mais absurdas idéias e fantasias, tão bem encenadas nas novelas e nos filmes. Olhando com frieza a morte pode nos assustar. Mas a palavra bíblica para a pregação de hoje tem algo precioso a nos ensinar sobre esse assunto. Vejamos o que diz Lc 20. 27-38. (LEITURA DO TEXTO)

Quem eram os saduceus que se achegam a Jesus Cristo com uma parábola?

O próprio texto nos dá uma informação sobre eles, a de que eles não criam na ressurreição. Os saduceus eram um de grupo religioso, cujas idéias diferiam das dos fariseus e outros grupos minoritários da época. Pois é, mas se eles não criam na ressurreição, por que eles se achegam a Jesus com essa parábola da mulher que ficou viúva de sete maridos e não teve filho com nenhum deles?

Uma das maneiras de entender este texto é entendê-lo como uma forma sarcástica, isto é, debochada de lidar com algo que era comum entre as pessoas de sua época, a saber, a idéia de que haveria uma ressurreição de mortos. Também nós hoje cremos e a Escritura Sagrada nos dá uma porção de testemunhos para crermos nesta verdade, qual seja a certeza da ressurreição. Talvez também os saduceus quisessem fazer com Jesus uma espécie de "pegadinha", isto é, uma brincadeira, de maneira que sua resposta desagradasse os fariseus, defensores da ressurreição. Não é tão importante saber a razão do porque Jesus precisou ouvir isso dos saduceus. Fundamental é compreendermos a resposta do Senhor a estes saduceus. Depois de indagado pelos saduceus, Jesus dá-lhes uma resposta que talvez os tenha surpreendido e causado estranheza.

Jesus Cristo diz-nos que no céu, na era vindoura, não há matrimônio. Se não há matrimônio, logo, também, não mais se terá filhos e nem necessidade deles. Essa resposta do Senhor talvez tenha gerado certo mal-estar entre os seus ouvintes, porque era lei em Israel de que um irmão deveria suscitar descendência ao outro irmão. Em primeiro lugar, como poderia uma mulher sem filhos ir para o céu, haja vista a maternidade de uma mulher ser sinal da bênção de Deus. Se ela não tinha a bênção de Deus, logo não poderia ir para o céu. Segundo, como não causou estranheza aos ouvintes saber que o matrimônio não era fundamental para o Reino dos Céus?!

Jesus Cristo complementa sua resposta tocando na questão que era tão difícil para os saduceus - a ressurreição - quando ele cita Moisés e a experiência da sarça (Êx 3). (RELER O VERSÍCULO37) O que Jesus quis dizer com tudo isso? O v. 38 de nosso texto deixa claro o que devemos entender (RELER O VERSÍCULO 38). Nosso Deus é alguém que se preocupa com os vivos! Talvez alguns pensem: mas, e os mortos? Ora, também os mortos para Deus estão vivos. "Para ele todos vivem", inclusive Abraão, Isaque e Jacó que no tempo de Moisés já há tempo tinham morrido. Jesus não duvidava da ressurreição dos mortos.

Da mesma forma, porém, Jesus está sinalizando que não é assim tão importante saber o que e como será a ressurreição, se vai haver casamento, descendência, família etc. O mais importante é preocupar-se com os vivos. Isso não significa que devemos tratar a morte e os mortos com descaso. Jamais! Precisamos dar um sepultamento digno aos falecidos e é função do cristão permitir também um morrer digno para as pessoas e pregar a vitória sobre a morte.

Jesus Cristo aqui quer dizer aos saduceus, e a todos os seus ouvintes, que ele está mais preocupado com as pessoas, com os vivos, e que com eles quer ter um relacionamento. Essa resposta aos ouvintes de Jesus dá também para nós algo para pensar. Quanta energia, fantasia, dinheiro e tempo se empregam em criar as mais satânicas idéias e crendices sobre a "vida no além", enquanto à nossa volta estão milhares de pessoas que vivem sem conhecer o plano de salvação do santo triúno Deus, cuja revelação máxima se deu em Jesus. Aqui o Senhor diz aos seus ouvintes que não devemos nos preocupar demais com o porvir e com os mortos, mas antes nos preocupar com os vivos, para que ouçam o Evangelho de Jesus, experimentem seu amor por meio dos cristãos vivendo a diaconia e o perdão. Em suma, o que Jesus está dizendo aos saduceus é: não adianta desenvolver teorias sobre o que virá depois da morte. Importa não esquecer as questões terrenas e humanas. Vale aí a pena envolver-se.

Prezados irmãos em Cristo! Aqui reside a atualidade da questão. Gostaria destacar alguns pontos na temática que temos refletido.

  1. A humanidade é muito rápida em desenvolver baratos consolos para as almas aflitas, falando de reencarnação, de carma, de espíritos e de um céu que não é bíblico. No entanto, a questão que mais nos deveria ocupar não é esta, antes a evangelização, o amor ao próximo a partir da fé no Jesus bíblico e não a partir da fé na doutrina do espiritismo.

Muitas pessoas que encontramos vivem sua vida como se estivessem sempre se preocupando com a morte e os mortos e não com os vivos à sua volta. Suas palavras muitas vezes os denunciam, como, por exemplo: "precisamos ser pessoas boas para depois ter a recompensa lá no céu" etc. A estas pessoas falta a clareza da palavra de Deus. Mais importante do que se preocupar com a morte é viver o Evangelho. O resto pertence ao Senhor somente! Ele vai nos acolher se partirmos desta vida.

  1. Quem se preocupa demais com o além, esquece que Jesus Cristo na grande comissão enviou seus discípulos a irem aos vivos com uma tarefa específica, Mt 28. 18-20. A tarefa da evangelização! Também não se pode esquecer que precisamos evangelizar comunidades cristãs. O dito popular "filho de peixe, peixinho é" não se aplica aos filhos de cristãos convictos. Faz-se necessário evangelizar nossos filhos também!

  2. Não podemos esquecer que também já aqui a morte mostra sinais bem visíveis e faz suas vítimas. São milhares de dependentes químicos, deprimidos, abandonados em asilos e orfanatos, hospitalizados, além de muitos outros talvez esperando pela morte. Pessoas que já não vêem mais saída para seus dilemas e que não conseguem sentir esse amor do Deus que se preocupa com os vivos. Eles esperam por alguém que lhes apresente o santo triúno Deus que os ama e que se importa com cada pessoa. Milhares são as famílias experimentando a morte de relacionamentos que esperam por ajuda. Aqui está o papel diaconal e evangelizador da Igreja!

  3. A Igreja também não pode ignorar a confusão que há na cabeça das pessoas quanto à vida eterna e quanto ao além. Necessário se faz acolhê-las em nosso meio e com amor explicar-lhes qual a verdade bíblica sobre este tema. Não podemos jamais deixar este tema de lado dizendo que ele não é importante. Ele pode ser um tormento para quem está em dúvidas!

  4. A nós cabe silenciar diante dos mistérios do pós-morte e da vida do porvir. Qualquer esforço neste sentido sempre esbarrará na nossa fragilidade e na gloriosa majestade de Deus. O conselho do salmista Davi é muito consolador em toda e qualquer situação: "entrega teu caminho ao Senhor, confia nele e o mais ele fará" (Sl 37.5). Quem experimenta essa verdade se aquieta e sabe que Deus é Deus!

Consolemo-nos e animemo-nos com esta Palavra! Amém.



P. Éverson Block
Itaporanga, SC, Brasil
E-Mail: eversonblock@yahoo.com.br

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