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ISSN 2195-3171





Göttinger Predigten im Internet hg. von U. Nembach

3° Domingo de Advento, 12.12.2010

Predigt zu Isaías 35:1-10, verfasst von Nádia Cristiane Engler

 

Queridos irmãos, queridas irmãs!

O texto previsto para a pregação de hoje é um texto lindo! Um texto que alimenta a esperança, que anima para a caminhada. É um texto que nos mostra de forma concreta que a presença de Deus transforma e vivifica, não apenas a nós, mas também o meio em que vivemos. É dirigido, originalmente, ao povo que estava na Babilônia. Depois de 70 anos de cativeiro eles estavam livres para retornar à Jerusalém. Mas, ao contrário do que poderíamos imaginar, eles não estavam animados com a perspectiva da volta à pátria. Não viam motivos de alegria e esperança com este retorno. Sabiam que Jerusalém estava em ruínas, que lá teriam vizinhos hostis, que a terra era árida e pouco produtiva, e que o que era produzido estava sujeito a altos impostos. Pareciam conformados de que a vida era assim mesmo. Talvez pensassem: Sofrer lá ou sofrer aqui, que diferença faz? Ir ou ficar, tudo dá na mesma. Não tinham mais força nem ânimo para colocar-se a caminho. Estavam desalentados de coração. Assim como nós, muitas vezes também estamos.

Isaías tem a incumbência de reacender a esperança no coração do Povo de Deus daquele tempo, também do nosso tempo. Não é por acaso que este texto é previsto para a pregação justamente no Advento. Pois, Advento é tempo de esperança. Tempo de esperar com confiança no Deus que em Jesus se fez Emanuel - Deus conosco. Convido, pois, para que leiamos o texto em conjunto: (Ler o texto Isaías 35.1-10)

Querida comunidade!

Diante de uma realidade de desânimo, conformismo e desesperança, Isaías anuncia o Advento, a vinda de Deus a este mundo. Ele diz: "Sede fortes e não temais. Eis o vosso Deus! (...) Ele vem e vos salvará!. Isaías anuncia que Deus virá e resgatará seu povo da opressão, conduzindo-o em segurança de volta para casa, para junto de si. Por isto, encoraja aquela gente: fortalecei as mãos frouxas, firmai os joelhos vacilante.! Em outras palavras, o que Isaías afirma é que a força para o povo de Deus se colocar a caminho, a força para transformar a realidade de ruína, miséria e injustiça que o cerca, brota da esperança da vinda de Deus com toda a glória e esplendor. A força brota da esperança do Advento de Deus que se torna Emanuel - Deus Conosco. Do Deus que não abandona seu povo à própria sorte, mas que vem ao mundo para redimir a criação.

E Isaías fala dos sinais da presença de Deus neste mundo. Ele afirma que a presença de Deus é percebida na transformação de pessoas e também da natureza, do meio em que as pessoas vivem. Primeiro, a terra seca, o deserto, a estepe ficam férteis e florescem. A presença de Deus se torna visível na fertilidade, na vida que brota onde só existe morte. Depois, a Palavra nos fala dos efeitos da presença de Deus na vida das pessoas: cegos veem, surdos ouvem, coxos pulam, mudos cantam. A presença de Deus se manifesta em restauração física, mas também espiritual. Olhos e ouvidos que se fechavam à Palavra, pés que não se punham no caminho da esperança, lábios que se calavam no anúncio da salvação, a presença de Deus em sua vidas, faz com que não possam mais deixar de falar daquilo que vêem e ouvem a respeito do Salvador (cf. Atos 4.20). Sim, querida comunidade! A presença de Deus em nossa vida traz transformação, nos vivifica e anima a testemunhar Aquele que vem trazendo salvação.

Na seqüência, nos versículos 6-7, Isaías compara a vinda de Deus - o Advento, com a chegada da água numa região desértica. Esta é uma imagem que podemos enxergar com clareza, mesmo que aqui não tenhamos desertos. Basta que pensemos nos períodos de seca. Dois ou três meses sem chuva. Como fica a paisagem neste tempo? E quando vem a primeira chuva? Não é impressionante o efeito que a água produz na paisagem quando alcança terra seca? A natureza revive, a paisagem é transformada, a sujeira que cobre tudo é lavada. E o verde, símbolo da esperança, brota com vigor!

Isaías nos ensina que Deus age em nossa vida da mesma forma: vivificando, transformado e purificando. E isto é dádiva. Assim como a água é dádiva. Sem ela tanto nós, seres humanos, quanto os demais seres vivos, não podemos sobreviver. Porém, vocês já pensaram no fato de que nós não possuímos água? Não podemos produzir água, assim como produzimos feijão, arroz, batata... Também não podemos substituir a água por outro elemento. Podemos apenas buscá-la onde está: em rios, lagos ou poços.

Ao fazer esta comparação, o profeta alerta para o fato de que assim como a vida depende da água, nós somos dependentes de Deus. Sua ausência é morte certa, sua presença traz vida em abundância (Jo 10.10). Daí o convite de Deus em Amós 5.4: Buscai-me e vivei! Sem Deus não temos vida neste mundo nem na eternidade. E, de novo, pelas águas do Batismo, Deus se dá a nós, nos vivifica (1João 5.12), transforma (2Co 5.17), purifica (Tt 3.5). Inclui-nos na sua família, nos torna seus filhos e suas filhas, e como tais, herdeiros e herdeiras do seu Reino. Isto é dádiva a ser acolhida em fé. Dádiva que fundamenta nossa esperança, nosso esperar com confiança no Deus que em Jesus se fez Emanuel.

Queridos irmãos, queridas irmãs! No final do texto, o povo é animado a deixar a esperança ocupar o lugar do conformismo, do desanimo e do desalento do coração e colocar-se a caminho - a agir. Deus vem até nós, seu povo. Ele nos vivifica, transforma, purifica. E nos encoraja a andar sem medo (ver. 9) pelo bom caminho, o Caminho Santo. O Caminho que Ele mesmo estabeleceu. Que Caminho é este?

"Eu sou o caminho a verdade e a vida; Ninguém vem ao Pai, se não por mim." João 14.6. Este é o bom caminho, o caminho da vida. O povo de Israel esperava que Deus viesse e que este caminho fosse aberto. E Deus veio. Ele abriu o caminho, em Jesus, no Menino de Belém, no Homem do Gólgota. Hoje, Jesus continua vindo até nós através da sua Palavra e dos Sacramentos. Deus é Emanuel para nós na face do próximo. É através do próximo e da ação do Seu Santo Espírito que Cristo cumpre a sua promessa: Eis que estou convosco todos os dias, até a consumação do século (Mt 28.20b).

Por isto, também nós somos chamados a deixar a esperança ocupar o lugar do conformismo, do desânimo e do desalento de coração e nos colocar a caminho no Caminho. Afinal, a sua presença é transformadora, vivificadora. Ela nos fortalece e nos capacita a buscar a transformação do meio em que vivemos e que muitas vezes acreditamos - assim como o Povo de Israel - que não adianta, que a vida é assim mesmo, que o mundo está perdido... A Palavra de hoje nos diz que não. Ela afirma que onde Deus é Emanuel, ali existe transformação. Ali existe esperança. E é esta certeza que nos encoraja a deixar que Deus use nossos olhos, ouvidos, pernas, bocas, mãos, corações - curados por Ele mesmo!- para transformar as realidades de deserto deste mundo, realidades de miséria, injustiça, desamor.

Amados irmãos e irmãs! Vencer o desânimo, deixar a esperança ocupar o lugar do conformismo. Deixar-se usar por Deus na transformação da realidade. É um grande desafio! Porém, sejamos fortes e não temamos! Deus é conosco! E, ao final, Ele promete: "Os resgatados do Senhor voltarão e virão à Sião com cânticos de júbilo. Alegria eterna coroará a sua cabeça. Gozo e alegria alcançarão e deles fugirá a tristeza e o gemido!" Esta é Sua promessa. Nela podemos confiar! Perseveremos, pois, no Caminho! Perseveremos na Esperança! Por que Deus é Conosco!

Amém.



Pa. Nádia Cristiane Engler
Umuarama/PR/Brasil
E-Mail: nanaengler@yahoo.com.br

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