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ISSN 2195-3171





Göttinger Predigten im Internet hg. von U. Nembach

3º Domingo após Epifania, 23.01.2011

Predigt zu Mateus 4:12-23, verfasst von Cristina Scherer

 

Estimados irmãos e irmãs em Cristo!

Estamos vivendo a época da Epifania de nosso Senhor. Epifania lembra a manifestação de Deus neste mundo, a forma como Deus vem a nós, como ele aparece e se manifesta em nosso meio. Recentemente, no Natal, recordamos este ato salvífico e amoroso de Deus por nós, quando ele se tornou gente no humilde menino nascido em Belém. Agora, no tempo da Epifania, lembramos acontecimentos concretos da vida de Jesus de Nazaré, como ele apareceu ao povo e manifestou a sua mensagem de vida nova e salvação a partir do anúncio do Reino de Deus.

Um texto comum para este tempo da epifania é o de Mateus 4.12-23. Vamos ouvi-lo:

Jesus inicia seu ministério. Em que consiste? Isto é descrito no v.23. Ali diz que Jesus veio para anunciar o Reino de Deus através da pregação da boa nova do evangelho, ou seja, da boa notícia que Deus oferece às pessoas com a possibilidade do arrependimento e da salvação; para ensinar, (Mateus destaca que este ensino se realizava especialmente na sinagoga) e para curar doenças e enfermidades entre o povo.

Quando, em que contexto Jesus inicia seu ministério? Logo após a prisão de João Batista, o profeta que veio para preparar o caminho do Senhor e que batizava as pessoas com água. Agora veio Jesus para batizar com o Espírito. Jesus Cristo dá continuidade à pregação do Batista, porém com a diferença que nele o Reino de Deus se concretiza. Ele veio como cumprimento das profecias, para trazer luz ao povo que jazia em trevas. Assim o profeta o havia anunciado. Superando os preconceitos contra os galileus, Jesus pôs-se a anunciar a chegada do Reino, e, com ele, a salvação de Deus. O povo que vivia no norte de Israel, na região da Galiléia, era considerado impuro e menos digno pelos habitantes do sul. Mas estas pessoas foram as primeiras chamadas a se converterem ao Reino de Deus que, por Jesus, se fez presente na história humana.

Ao iniciar sua atuação pública, Jesus deixa sua família, em Nazaré, e vai morar em Cafarnaum, próximo à terra dos gentios, pagãos, na região da Galiléia. A palavra Galiléia vem do hebraico galil, que significa "anel, círculo, região", pois era um círculo de cidades em volta do mar da Galiléia. A palavra aparece no Antigo Testamento (Js 20.7, etc). O rei da Assíria cercou Samaria, e levou em cativeiro as 10 tribos do Norte, em 722 a. C. (2 Rs 17.6) e trouxe gentios para povoarem a região (2 Rs 17.24). Isso deu origem a uma população mista com minoria judaica. As descobertas arqueológicas revelam a presença de cultos pagãos em Samaria, Fenícia, Síria e nas grandes cidades da Galiléia. A região era habitada predominantemente por esses gentios de modo que era chamada de "Galiléia dos Gentios". Era uma área de terra fértil e bem regada por ribeiros. Exportavam-se cereais e azeite de oliva. A atividade pesqueira representava também uma parcela considerável da economia da região. Era densamente povoada. A Galiléia esteve sob o governo da Fenícia durante 50 anos. Pela diversidade da população com seus cultos e costumes pagãos aquele povo era friamente desprezado pelos judeus que seguiam a lei mosaica (Jo 1.46; 7.52).

Jesus anunciava a vinda do Reino de Deus e curava muitos enfermos, endemoninhados, lunáticos, paralíticos provenientes da Galiléia, da Decápolis, de Jerusalém, da Judéia, da costa marítima, de Tiro e Sidom, e de além do Jordão (Mt 4.25; Lc 6.17). Ninguém pode negar que Ele tenha operado mais sinais e maravilhas na Galiléia do que em qualquer outra região. Isso para que se cumprissem as profecias de Isaías (9.1,2) e porque a necessidade da Galiléia era maior. Cafarnaum, na Baixa Galiléia, é ainda hoje conhecida como a Cidade de Jesus (4.13; Mt 9.1). Mas, porque Jesus escolheu exatamente a Galiléia como ambiente privilegiado para a sua ação missionária?

Jesus se apresenta ao mundo como um missionário itinerante: ensina, prega a boa notícia do Reino, cura os doentes, chama os discípulos. Começa a sua missão, porém, não em lugares importantes como Jerusalém, mas em zonas de periferia, pobres, entre os afastados, os menos religiosos, os quase pagãos, os impuros, como eram considerados os habitantes da Galiléia. Com esta escolha Jesus mostra que os primeiros destinatários do seu Evangelho e do Reino não são os justos, os observantes da lei ou aqueles que se acham os tais, mas os afastados, os excluídos, os pecadores. Este é o início humilde de uma missão que terá horizontes universais, e que será levada adiante pelos discípulos e pelos seus sucessores, chamados a seguir Jesus para serem, em qualquer parte do mundo, "pescadores de gente".

Nesta região menos favorecida, Jesus dá especial atenção ao povo que parecia como ovelhas sem pastor. Com ele se importa, ouve seus clamores e anseios, cura suas feridas e chagas, ampara e fortalece suas almas, dá sentido e valor às suas vidas. Para isso quer contar com a ajuda de outros que se juntam na missão do Reino de Deus. Jesus chama pescadores, profissão abundante naquela região banhada pelo lago de água doce, chamado de mar da Galiléia, ou também lago de Genesaré ou Tiberíades.

E o ministério de Jesus começa a surtir efeitos. A sua pregação dá frutos visíveis. Os primeiros que são chamados a seguir Jesus são os pescadores Simão Pedro e André e, mais tarde, Tiago e João, estes últimos irmãos. Agora já não mais pescam peixes, mas se dedicam à vida, aos anseios, aos sofrimentos e sonhos das pessoas. O encontro com o Messias produz vida nova e acaba em serviço concreto. Novos desafios lhes eram propostos, novos horizontes se abriram com a vinda do Mestre, novos caminhos são trilhados. A pregação do Reino de Deus produz mudanças. Diante dela não ficamos inertes, algo deve mudar. Assim como Jesus iniciou sua atuação pública convidando as pessoas ao arrependimento e ao seguimento, também nós somos constantemente desafiados pelo convite de Jesus de Nazaré. Ele veio salvar quem se encontra perdido, sem sentido na vida, vazio de amor e fraco no serviço ao próximo. Assim ele continua fazendo hoje e sempre.

Compartilho ainda, como complemento, a letra de uma canção que acompanhou meus passos na fé, por vezes trilhados em âmbitos ecumênicos, desde minha juventude. Que esta canção envolva também a nós na missão que Jesus iniciou na Galiléia.

Amém.

Há Um Barco Esquecido na Praia

Composição: Pe. Zezinho

Há um barco esquecido na praia
Já não leva ninguém a pescar
É o barco de André e de Pedro
Que partiram pra não mais voltar
Quantas vezes partiram seguros
Enfrentando os perigos do mar
Era chuva, era noite, era escuro
Mas os dois precisavam pescar
@

De repente aparece Jesus
Pouco a pouco se acende uma luz
É preciso pescar diferente
Que o povo já sente que o tempo chegou
E partiram sem mesmo pensar
Nos perigos de profetizar
Há um barco esquecido na praia
Um barco esquecido na praia
Um barco esquecido na praia

Há um barco esquecido na praia
Já não leva ninguém a pescar
É o barco de João e Tiago
Que partiram pra não mais voltar
Quantas vezes em tempos sombrios
Enfrentando os perigos do mar
Barco e rede voltavam vazios
Mas os dois precisavam pescar

Quantos barcos deixados na praia
Entre eles o meu deve estar
Era o barco dos sonhos que eu tinha
Mas eu nunca deixei de sonhar
Quanta vez enfrentei o perigo
No meu barco de sonho a singrar
Jesus Cristo remava comigo
Eu no leme, Jesus a remar

De repente me envolve uma luz
E eu entrego o meu leme a Jesus
É preciso pescar diferente
Que o povo já sente que o tempo chegou
E partimos pra onde ele quis
Tenho cruzes mas vivo feliz
Há um barco esquecido na praia
Um barco esquecido na praia
Um barco esquecido na praia

 



Pa. Cristina Scherer
São Francisco do Sul, SC, Brasil
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