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ISSN 2195-3171





Göttinger Predigten im Internet hg. von U. Nembach

2º Domingo após Pentecostes, 10.06.2007

Predigt zu Matthäus 8:5-10, verfasst von Lindolfo Pieper

FÉ VERDADEIRA

Mateus 8.5-10: "Tendo Jesus entrado em Cafarnaum, apresentou-se-lhe um centurião, implorando: Senhor, o seu criado jaz em casa, de cama, paralítico, sofrendo horrivelmente. Jesus lhe disse: Eu irei curá-lo. Mas o centurião respondeu: Não sou digno de que entres na minha casa; mas apenas manda uma palavra, e o meu rapaz será curado. Pois também eu sou homem sujeito às autoridades; tenho soldados às minhas ordens, e digo a este: Vai, e ele vai; digo ao outro: Vem, e ele vem; e ao meu servo: faze isto, e ele faz. Ouvindo isto, admirou-se Jesus, e disse aos que o seguiam: Em verdade vos afirmo que nem mesmo em Israel achei fé como esta".

Uma pesquisa do Datafolha, publicada na Folha de S.Paulo, no dia 5 de maio de 2007, mostra que 97% dos brasileiros acreditam em Deus. Entre os 3% restantes, 2% têm dúvidas e 1% não acredita.

Alguém, lendo esta estatística, observou de que se esqueceram de contar o diabo, que crê mais que todos os demais juntos de que existe Deus.

Tem razão, esqueceram do demo. Só acreditar que Deus existe não resolve nada. O diabo não apenas crê que Deus existe, mas ainda treme de medo ao saber da sua existência, segundo a Bíblia.

O que é decisivo na religião cristã é: reconheço que sou um pecador perdido e condenado e creio que Jesus é o único que pode me salvar de todos os pecados, da morte e do poder do diabo, e aceito isso pela fé; sim ou não? Diz a escritura Sagrada: "Quem crê e for batizado, será salvo; quem, porém, não crer, será condenado".

Além disso, conforme Tiago, a fé vem acompanhada de obras. Se eu sou cristão, se creio em Cristo, eu vivo também a minha fé. O que dizer desses 97% que dizem crer em Deus, dos quais muitos estão na cadeia, outros tantos então vivendo na prostituição, praticando crimes, ingerindo drogas e assaltando o próximo? Que tipo de fé têm eles?

Com certeza: não é a fé salvadora, pois, conforme Jesus: Pelos frutos se conhece uma pessoa. E os frutos pelos quais se reconhece o verdadeiro crente em Cristo são: "O amor, a alegria, a paz, a paciência, a bondade, a fidelidade, a humildade e o domínio próprio", conforme Gálatas 5.

À base do evangelho de hoje, vamos ver o que é realmente a fé, qual o seu fundamento e quais são os seus frutos.

Em primeiro lugar, queremos ver o fundamento da fé, em que ela se baseia.

Conforme Mateus, Jesus havia terminado o sermão do monte e estava descendo do morro quando um leproso se aproxima dele, o adora e diz: "Senhor, se quiseres, podes purificar-me".

Este leproso não pede por uma bênção espiritual, mas sim, material. Por isso ele diz: "Se você quiser, se for da sua vontade".

O leproso se submete à vontade de Deus, pois sabe que o sofrimento é uma conseqüência do pecado, e que se ele está sofrendo, é porque ele também é pecador. Ele não exige que Jesus o cure, pois sabe que não merece nada da parte de Deus, senão o castigo temporal e a condenação eterna. De outro lado, ele confia na misericórdia de Deus, sabe que ele é poderoso e, se for da sua vontade, ele o curará.

O leproso, portanto, fundamenta a sua fé em Deus, na sua graça e bondade. Sabe que Deus é bom, como igualmente poderoso e, se ele quisesse, poderia curá-lo.

E Jesus atende o seu pedido. Ele estende a sua mão, toca-lhe na ferida e diz: "Eu quero, fica limpo". E no mesmo instante o homem ficou curado.

Mal Jesus havia curado o leproso, vem ao seu encontro um centurião, implorando? "Senhor, meu criado jaz em casa, de cama, paralítico, sofrendo horrivelmente".

Quando Jesus se dispõe a ir a casa dele para curá-lo, ele responde, dizendo: "Senhor, eu não sou digno que entres na minha casa; mas manda apenas uma palavra, e o meu rapaz será curado".

O centurião não julga necessário Jesus ir até a sua casa para impor a sua mão sobre o rapaz a fim de que ele fique curado. Ele confia na palavra de Jesus. Sabe que a palavra de Jesus é poderosa, basta apenas que ele dê uma ordem e o rapaz ficaria bom novamente.

Esse centurião, além de uma fé muito grande, tinha muita experiência. Ele, como chefe de um grande número de soldados, não precisava ir pessoalmente a algum lugar para fazer alguma coisa: bastava dar apenas uma ordem a um soldado que estava sob o seu comando, que este iria. Se tivesse que prender alguém ou buscar alguma coisa, bastava apenas dar uma ordem aos seus soldados, que eles faziam isso para ele.

Ora, se ele, que era um simples ser humano, sujeito a limitações, podia fazer isso, quanto mais Jesus, que era todo-poderoso. Bastava apenas que Jesus desse uma ordem a um dos seus anjos, que esse iria fazer prontamente com que o rapaz ficasse bom.

Não tinha ele todo o poder, no céu e na terra? Pois então, que fizesse uso desse poder, que desse uma ordem, e ela teria que ser cumprida.

E diz a Bíblia que Jesus ficou admirado com a fé do centurião, e exclamou maravilhado: "Em verdade eu vos digo que nem em Israel encontrei fé como esta". E concluiu dizendo: "Vai-te em paz, será feita conforme a tua fé".

E o servo foi curado, o que mostra que o centurião realmente tinha fé.

Em que se baseava a fé do centurião? A sua fé estava fundamentada na palavra de Cristo. Ele confiava no poder e na promessa de Deus.

E você, em que você baseia ou fundamenta a sua fé? Está a sua fé fundamentada na palavra de Deus, como a do centurião?

Eu faço essa pergunta por que em nossos dias todo mundo se diz cristão, sem, no entanto, ter uma base segura para a sua fé.

Alguns acham que ter fé e ser cristão é sentir alguma coisa dentro de si. Baseiam-se na experiência, na emoção e nos seus sentimentos.

Mas, os sentimentos podem nos enganar. As religiões orientais, como o ioga e o seixonoê têm muitas experiências - chegam a falar em línguas estranhas - mas desconhecem o Deus verdadeiro.  Nas religiões de cunho pentecostal algumas pessoas fazem curas e expulsam demônios. Mas Jesus diz que nem todo o que faz milagre e usa o seu nome é filho de Deus.

Outras pessoas acham que ter fé e ser cristão é ser membro de alguma igreja, não ter vícios e evitar certos tipos de pecados. Mas elas se enganam. Os escribas e fariseus eram membros da igreja e evitavam todo tipo de pecado. E Jesus os chamou de hipócritas, afirmando que, se eles não se arrependessem dos seus pecados e não nascessem de novo, não entrariam no céu.

Finalmente há aquelas pessoas que acham que ter fé e ser cristão é crer em Deus, saber que ele existe. Isso para elas é tudo. Mas apenas crer em Deus não faz de ninguém um cristão. O diabo também crê em Deus e treme de medo ao saber da sua existência; no entanto, ele é um eterno condenado.

Ser cristão e ter fé verdadeira é muito mais do que crer que Deus existe, ser membro de uma igreja e evitar o pecado.

Ser cristão e ter fé verdadeira é crer na palavra de Deus, é confiar nas promessas que Deus faz na sua palavra. O único fundamento da fé é a palavra de Deus. Quem não fundamenta a sua fé na palavra de Deus, não tem a fé verdadeira.

É na sua palavra que Deus nos garante que os nossos pecados estão perdoados, que ele, mediante a vida, morte e ressurreição de Jesus, preparou a salvação para todo o mundo. E agora, todo o que nele crê, tem a vida eterna.

E esta palavra não falha. Os nossos sentimentos podem nos enganar, mas não a palavra de Deus.

Se Deus nos garante na sua palavra de que somos salvos pela fé em Jesus, então podemos confiar nele, pois ele não mente. Por isso é importante fundamentarmos a nossa fé na palavra de Deus, pois só ela nos pode dar segurança e tranqüilidade.

Em segundo lugar, vejamos os frutos que acompanham uma fé baseada na palavra de Deus.

O primeiro fruto é o amor. O amor não é apenas o primeiro fruto da fé, mas também o maior. Sem amor não há fé, e onde há fé há também amor.

O centurião não era judeu, mas sim romano. Os oficiais romanos normalmente não tinham nenhum amor pelos outros. Os empregados eram tratados como se fossem animais.

Mas, este comandante, contrariamente dos outros, amava os seus empregados e cuidava bem deles. Tão logo soube que o seu servo estava doente, procurou ajuda para ele. Ele foi até Jesus pedindo que curasse o seu servo, pois não podia vê-lo sofrendo.

E o evangelista Lucas nos informa ainda alguma coisa a mais sobre a bondade do centurião. Diz que ele era amigo dos judeus e que chegou a construir para eles uma sinagoga.

Isso mostra que o centurião realmente praticava a sua fé. O seu amor para com Deus, para com os empregados e para com o povo era uma demonstração viva da sua fé.

E você, meu irmão e minha irmã, você tem também uma fé assim, acompanhada de amor. Ama você, como aquele centurião, aos outros: os seus amigos, os seus vizinhos e, de maneira especial, os irmãos na fé?

Seria você capaz de socorrer uma pessoa necessitada? Ou, se tivesse recursos, seria você capaz de construir sozinho uma igreja? Até onde vai o seu amor?

O segundo fruto da fé é a humildade. Não existe fé sem humildade. Para se chegar à fé é preciso ter humildade; e a humildade acompanha a fé. Jesus diz que, quem não ser tornar humilde como uma criança, de modo nenhum entrará no reino do céu.

O centurião, como aquele leproso, era humilde. O leproso se submeteu à vontade de Jesus, dizendo: "Jesus, se você quiser, podes me curar". E o centurião romano, embora uma pessoa de destaque, se humilhou diante de Jesus, dizendo: "Senhor, eu não sou digno que entres na minha casa; manda apenas uma palavra e o meu criado será curado".

E nós, será que também somos humildes? Somos humildes a ponto de reconhecer de que não merecemos nada de Deus, de que não somos dignos dele?

Quando pecamos, somos capazes de reconhecer o nosso erro? Ou o nosso orgulho nos impede de admitir o nosso erro, de que erramos?

Irmãos e irmãs: se falta alguma coisa na nossa vida e no nosso cristianismo, é exatamente o amor e a humildade.

Se houvesse mais amor no nosso coração, não haveria tantas pessoas necessitadas, nem tanta falsidade, aquela velha mania de falar dos outros pelas costas. O amor faz com que a pessoa se compadeça dos outros. E, em lugar de falar mal dela, faz com ela procure essa pessoa para recuperá-la do seu erro.

A mesma coisa em relação à humildade. Se tivéssemos mais humildade, não estaríamos sempre procurando esconder os nossos erros. Não teríamos vergonha de reconhecer as nossas faltas, mesmo que ninguém descobrisse os nossos pecados.

Por isso, examinemos a nossa vida e o nosso coração se realmente temos a fé verdadeira, a fé que se apóia na palavra de Deus.

Se de fato temos a fé verdadeira, então pratiquemos o amor e a humildade, que são os frutos da fé. Amemos ao nosso próximo e sejamos humildes em tudo.

Que Deus Espírito Santo, que operou a fé em nossos corações mediante o batismo e a pregação da palavra de Deus, nos faça também produzir os frutos da fé, especialmente o amor e a humildade.

Que assim seja. Em nome de Jesus. Amém.



Lindolfo Pieper
Jaru
E-Mail: piperlin@uol.com.br

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