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ISSN 2195-3171





Göttinger Predigten im Internet hg. von U. Nembach

2º Domingo após Pentecostes, 10.06.2007

Predigt zu Lucas 7:1-10, verfasst von Horst R. Kuchenbecker

O CENTURIÃO DE CAFARNAUM

O presente evangelho nos convida a refletir sobre a fé cristã. Há pessoas que se queixam da fraqueza de sua fé, dizendo: Há, se eu pudesse crer! Outras vezes ouvimos exclamações como: Esta pessoa tem uma fé admirável. Isto nos leva à pergunta: O que vem a ser fé? Quais as características de uma fé forte e/ou fraca? Como crescer na fé?

Após um árduo dia de trabalho, pregando o evangelho, Jesus estava voltando para Cafarnaum, cidade na qual fixara residência. Cafarnaum era uma cidade importante no mar da Galiléia. Ao entrar na cidade, uma delegação de anciãos, judeus nobres da cidade, vieram com uma intercessão, um pedido em favor do centurião de Cafarnaum, cujo servo estava doente. Este centurião era, provavelmente, a mais alta autoridade romana na cidade. Os anciãos disseram a Jesus: "Ele é digno de que lhe faças isso, porque é amigo do nosso povo, e ele mesmo nos edificou a sinagoga" (v. 4,5).    

Este Centurião era um gentio, isto é, não era judeu. Mas, em contato com os judeus, conheceu o Deus de Israel e se interessou por ele. E, pela história, vemos que ele chegou à fé no Deus de Israel e esperava o Messias. Sua fé se revela por diversas obras. Sim, a fé atua pelo amor. Vejamos as obras pelas quais a fé deste centurião brilhou.

Ele tornou-se amigo do povo. Isto não era comum. O povo opressor mantinha distância dos oprimidos. Revelava a eles mais sua dura autoridade e seu poder do que amizade. Mas aqui a fé o levou a ser amigo dos próprios inimigos, pois os judeus odiavam os opressores romanos. Jesus nos diz: Amai vossos inimigos e nos deu o mais sublime exemplo: ele nos amou quando ainda éramos os seus inimigos e deu vida por nós. Somos alvos deste amor, por isso, o seu amor nos constrange a amarmos os nossos inimigos. Esta força provém da fé.

Amigo do culto. Um segundo fruto, ele tem amor à casa de Deus. Os judeus atestam: "Ele nos edificou a Sinagoga". Isto revela seu amor a Deus, à sua palavra, à sua casa, em prol da qual não mede esforços. É um dos primeiros frutos da fé, o amor à palavra e a casa de Deus. Gostamos de ouvir e aprender a palavra de Deus. Gostamos de participar cultos divinos. Quem é de Deus ouve a palavra de Deus.

Ama seus servos - O amor às pessoas, mesmos aos mais humildes é outro notável fruto da fé. Por que a fé atua pelo amor. Amar seus subalternos. O seu servo estava doente. Ele se interessa por ele. Procura ajudar. Esgotou os meios normais, digamos, a medicina, e nada de melhoras. Ele ouve da vinda de Jesus, recorre a ele. Manda uma delegação de anciãos dos judeus, pedir auxílio a Jesus, a quem ele reconhece como o verdadeiro Filho de Deus, todo poderoso, o Salvador de Israel.

Jesus atende pedido e vai com eles. Um servo corre a frente para avisar ao Centurião: Jesus vem! O Centurião se assusta. Ele conhecia a discriminação que os judeus faziam aos gentios. Como ele, um gentio, poderia comparecer face a face diante do Messias, o enviado de Deus? Ele sabia ser um pecador indigno. Por essa razão já não foi pessoalmente, mas enviou uma delegação a Jesus.

Ele manda outro servo ao encontro de Jesus para lhe dizer: "Senhor, não sou digno de que entres em minha casa; mas apenas manda com uma palavra, e o meu rapaz será curado" (v.8,9). Aqui a fé adquire sua verdadeira expressão.

a) Reconhecimento de sua indignidade diante de Deus. "Não sou digno de que entes em minha casa". Isto é a confissão de pecados. Sou pecador. Não mereço. Isto é sinal de verdadeira contrição e arrependimento, de humildade.

b) Mas interessante, mesmo assim ele não desespera, ele não recua. Ciente de sua indignidade, ele confia plenamente na misericórdia de Jesus. Ele faz o pedido. Ele espera por misericórdia, por compaixão, por ajuda.

d) Ele confia no poder de Jesus. Ele tem poder para curar. E nisto não quer ver grandes realizações: "Diga somente uma palavra". Quem crê não foge, diz o profeta. E não confia só na misericórdia, mas no poder de Jesus. Diga só uma palavra e meu servo será curado.

Assim vemos que a manifestação e os frutos da fé são iguais em todas as pessoas. Vivo reconhecimento de sua indignidade diante de Deus, completa confiança e dependência da misericórdia divina. Confissão clara e aberta desta sua fé e confiança no ilimitado poder do Filho de Deus.

Jesus elogia a fé - Nem em Israel achei fé como esta. Impressionante. Em que consistia a grandeza de sua fé. Não era força humana, virtude humana, força de caráter, ou sua piedade, ou coragem. Mas no desesperar em si, confiar plenamente na misericórdia e no poder de Deus. Apoiar-se inteiramente na palavra de Deus. Graça e poder de Deus, revelados na palavra de Deus, são o objeto da fé.

Muitos em Israel e em Cafarnaum que ouviram sermões de Jesus e viram presenciaram seus milagres não creram. Jesus pronuncia pouco mais tarde seus "ais divinos" também sobre Cafarnaum e diz: "Ai de ti, Cafarnaum. Descerás ao inferno: porque se em Sodoma se tivessem operado os milagres que em ti se fizeram, teria ela permanecido até ao dia de hoje. Digo-vos, porém, que menos rigor haverá no dia do juízo para com a terra de Sodoma, do que para contigo" (Mateus 11.23,24).

A fé cristã é um dom de Deus. Não é força de caráter. Não é uma obra ou realização da piedade humana. É a confiança na palavra de Deus, que o Espírito Santo opera e concede. "Pois a fé vem pela pregação e a pregação pela palavra de Cristo" (Romanos 10.17).

Esta fé traz seus frutos, o amor à palavra de Deus e toda a missão da igreja, o amor ao próximo e o que isto envolve. A justificação do pecador é instantânea e completa, a santificação da pessoa tem altos e baixos. Precisamos recorrer diariamente à graça de Deus, meditar na palavra de Deus, com a súplica: fortalece-nos a fé. Amém.



Horst R. Kuchenbecker
Porto Alegre, RS ? Brasil
E-Mail: horstrk@cpovo.net

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