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ISSN 2195-3171





Göttinger Predigten im Internet hg. von U. Nembach

3. Domingo apos Pentecostes, 17.06.2007

Predigt zu Lucas 7:11-17, verfasst von Marcos Schmidt

 AS CREDENCIAIS DE UM VERDADEIRO PASTOR

Os textos bíblicos deste fim de semana falam sobre um assunto que, no final das contas, apontam para aquilo que foi lembrado no último dia 10 de junho - o dia do Pastor.

Em 1 Reis 17, está a história da ressurreição do filho da viúva de Sarepta. Depois do profeta Elias devolver a vida ao menino, a viúva confessa: "Agora eu sei que o senhor é um homem de Deus e que Deus realmente fala por meio do senhor".

Na epístola, Gálatas 1,11-24, o apóstolo Paulo defende seu chamado para ser um apóstolo. Na carta ele diz: "Deus, na sua graça, me escolheu antes mesmo de eu nascer e me chamou para servi-lo".

No evangelho, Lucas 7.11-17, Jesus ressuscita o filho da viúva de Naim. Diz o texto que aqueles que presenciaram o fato, "ficaram com muito medo e louvavam a Deus dizendo: Que grande profeta apareceu entre nós".

Poderíamos aqui hoje falar sobre a ressurreição dos mortos. Mas, vendo mais de perto o conjunto das leituras bíblicas, percebe-se que os textos apontam para o seguinte tema: aquele que é chamado por Deus tem as credenciais das palavras que livram da morte.

O próprio Salmo 116 é uma oração pedindo que Deus salve da morte. E em certo momento o salmista confessa: "Deus me livrou da morte".

Hoje alguém poderia me perguntar: "Marcos, mostre as tuas credenciais para tu seres um pastor".

E eu lhe entregaria o seguinte crachá: "Marcos Schmidt, servo de Deus que foi chamado para livrar as pessoas da morte pelo poder da ressurreição de Cristo Jesus".

Pensando bem, esta é a diferença entre pastor e pastor, entre profeta e profeta, entre tantos que se dizem chamados por Deus - a palavra da ressurreição, a palavra que livra da morte.

É evidente que aqui tem muitas coisas que qualificam ou desqualificam alguém para o ministério pastoral. Mas, se o pastor não tem em suas mãos a palavra que livra da morte, então é alguém que não foi chamado por Deus.

Foi assim com o profeta Elias. Num período triste da história de Israel, quando o perverso rei Acabe trouxe idolatria para dentro do culto e permitiu que profetas falsos do deus Baal assumissem o lugar dos profetas verdadeiros, Elias foi enviado por Deus para trazer arrependimento, vida e ressurreição ao povo.

Conforme ouvimos na história, Deus permitiu que a morte atingisse o filho de uma pobre viúva, uma mulher que ofereceu casa e comida para o profeta Elias.

Precisamos lembrar que a morte é conseqüência do pecado, é um castigo a todos nós, pecadores. "O salário do pecado é a morte", diz a Bíblia.

Quando alguém morre, isto está debaixo da permissão de Deus. Não como um castigo pessoal, individual, mas universal, a todos as pessoas.

Por isto, no desespero de ver seu filho morrendo, aquela viúva não estava certa ao dizer: "Homem de Deus, o que o senhor tem contra mim? Será que o senhor veio aqui fazer com que Deus se lembrasse dos meus pecados e assim provocar a morte do meu filho?" (1 Reis 17.18).

Na própria oração de Elias, depois quando ele pede em favor daquela pobre mulher, no fundo, percebe-se algo bem humano.

Aliás, por várias vezes Elias disse coisas sem sentido, conforme vemos registrado aqui no livro de 1 Reis. Mesmo sendo um profeta, ele nunca deixou de ser um pecador.

É o que acontece com o pastor hoje: mesmo sendo um homem chamado por Deus, ele não deixar de ter as suas imperfeições e, muitas vezes, diz e faz bobagens.

O lamento do profeta Elias aqui é uma oração bem nossa: "Ó Senhor, meu Deus, por que fizeste esta coisa tão terrível para esta viúva? Ela me hospedou, e agora tu mataste o filho dela?"

Percebemos aqui uma chantagem: Ela me hospedou, e foste tu, ó Deus, que me colocaste aqui. Como o Senhor agora permite que isto aconteça? Onde está o teu amor? 

Elias faz uma oração um tanto agressiva, e até arrogante.

Mas, Deus em sua graça, também perdoa este pecado. Os desabafos e bobagens que se diz nos momentos de sofrimento e desespero, e que também saem da boca de filhos de Deus, de cristãos, de profetas, pastores, felizmente são absorvidos pela misericórdia de Deus.

A prova disto está que Deus, através do profeta Elias, devolve a vida ao menino. E no final a mulher reconhece que Elias é um homem de Deus.

A história do apóstolo Paulo é parecida com a do profeta Elias, quando estamos dizendo que as credenciais do chamado de Deus são as palavras que livram da morte.

No livro de Atos dos Apóstolos está muita coisa sobre a vida deste apóstolo, que antes de pregar a Palavra de Deus, perseguia os cristãos. Aqui na carta aos gálatas ele mesmo confessa: "Vocês sabem como eu perseguia sem dó nem piedade a Igreja de Deus e fazia tudo para destruí-la".

Ele esteve junto quando Estevão foi apedrejado e se tornou o primeiro mártir cristão.

Mas agora, em vez de trazer a morte, ele trazia a vida. Antes ele matava, agredia, perseguia os cristãos, agora ele trazia ressurreição, amor e carinho às pessoas.

Mas havia outra credencial para ele ser um apóstolo. E esta é a diferença entre um apóstolo e um pastor. Apóstolos são apenas estes doze que foram chamados por Jesus. Hoje vemos pessoas que são chamadas por este título, como é o caso deste Estevam Hernandes da igreja Renascer, e sua mulher Sonia, que estão presos nos Estados Unidos. Ele é chamado de apóstolo, um título que ele mesmo se conferiu.

Paulo aqui na carta aos Gálatas diz onde ele tem as credenciais para ser um apóstolo: "Eu, Paulo, escrevo esta carta - eu fui chamado para ser apóstolo" (Gálatas 1.1). "Eu não recebi de ninguém, e ninguém o ensinou a mim, mas foi o próprio Jesus Cristo que o revelou para mim" (Gálatas 1.12).

Esta é a diferença entre um pastor e o apóstolo Paulo. Nós pastores, recebemos a mensagem de Jesus através dos apóstolos e profetas, estes que escreveram a Bíblia inspirados por Deus.

Paulo diz isto. Depois que ele foi convertido, ele não foi até Jerusalém onde estavam os outros apóstolos. Ele foi para a Arábia, e lá ficou três anos recebendo todas as orientações de Jesus. Jesus já tinha subido aos céus, mas da mesma forma como esteve três anos com Pedro e os outros discípulos, agora também com Paulo.

É por isto que Paulo escreve: "Eu não recebi a mensagem de homens, mas direto de Deus".

No entanto, o chamado para o ministério pastoral é o mesmo - com as mesmas palavras que livram da morte. Só que hoje um pastor não recebe revelação para escrever outra Bíblia. Ele apenas ensina e interpreta a Bíblia.

O texto do Evangelho aponta para o mesmo tema. É a história da ressurreição do filho da viúva de Naim, realizada por Jesus.

Aqui, no entanto, existe uma grande diferença com a história do apóstolo Paulo e do profeta Elias.

Infelizmente, esta diferença não foi vista pelas pessoas da história. Depois de Jesus ressuscitar aquele rapaz, o filho único de uma viúva, as pessoas que viram a cena disseram: "Que grande profeta apareceu entre nós" (Lc 7.16).  

Eles não acreditaram que Jesus era o próprio Deus, o Messias. Para eles, Jesus era um poderoso profeta, igual a Elias e outros que fizeram surpreendentes milagres.

Ainda hoje Jesus é reconhecido apenas como um profeta por muitas religiões, como no caso do judaísmo, islamismo, budismo, espiritismo, Testemunhas de Jeová, Mórmons, e outros.

Um detalhe importante que mostra a diferença entre Jesus e um profeta - são as palavras bíblicas: "Jesus tocou o caixão!" Isto, segundo a Lei de Moisés, significava: TORNAR-SE IMPURO! Ninguém deveria tocar num morto, muito menos um profeta.

Jesus fez isto intencionalmente, para mostrar que ele era santo, puro, sem pecado, e podia tocar no caixão. E também mostrar que ele estava voluntariamente carregando todas as conseqüências de nossas impurezas. As nossas dores, culpas e a própria morte, tudo para nos dar a pureza e a vida eterna.

Depois de todas estas análises e explicações dos textos bíblicos, alguém pode perguntar: "Mas pastor, o que tudo isto diz para mim? Qual é o proveito que posso ter para a minha vida?" 

Eu então pegaria o Salmo de hoje, 116, e daria a resposta com estas palavras, que são uma confissão de alguém, que deve ter feito a mesma pergunta:

"Ele me ouve sempre que eu clamo pedindo socorro. Os laços da morte estavam me apertando, os horrores da sepultura tomaram conta de mim, e eu fiquei aflito e apavorado. Então clamei ao SENHOR, pedindo: "Ó SENHOR Deus, eu te peço: Salva-me da morte!" O SENHOR é bondoso e fiel; o nosso Deus tem compaixão de nós".  

Esta é a conclusão que podemos tirar destes textos Bíblicos: as palavras que ouvimos hoje nos livram da morte.

Não só da morte física, quando um dia todos nós seremos ressuscitados com um corpo glorioso. Já nesta vida terrena, temos a nova vida em Cristo Jesus, que nos garante uma aproximação diante de Deus.

Podemos pedir, lamentar nossos problemas. Podemos sentir a bondade de Deus pelo seu constante cuidado e carinho por nós.

E se nós pastores temos o privilégio hoje de anunciar isto, e isto nos credencia, nos autoriza a sermos mensageiros de Deus, também é preciso lembrar que cada um de vocês também têm estas credenciais. Afinal, vocês também foram chamados por Deus para levar a este mundo que experimenta a morte e todas as conseqüências da morte - levar a palavra da vida.

Deixo aqui uma palavra para todos pensarmos: Onde eu estou buscando socorro neste mundo que vive sob o domínio da morte?

(Leituras: Salmo 116.1-9;      1 Reis 17.17-24;    Gálatas 1.11-24;    Lucas 7.11-17)

 

 



Marcos Schmidt
Novo Hamburgo RS
E-Mail: marsch@terra.com.br

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