Göttinger Predigten

Choose your language:
deutsch English español
português dansk

Startseite

Aktuelle Predigten

Archiv

Besondere Gelegenheiten

Suche

Links

Konzeption

Unsere Autoren weltweit

Kontakt
ISSN 2195-3171





Göttinger Predigten im Internet hg. von U. Nembach

14º Domingo Após Pentecostes, 18.09.2011

Predigt zu Mateus 20:1-15, verfasst von Rosângela Stange

"Que a graça de nosso Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus e a comunhão do Espírito Santo estejam com vocês". Amém.

Querida comunidade

O texto do evangelho de Mateus que acabamos de ouvir parece ir contra tudo o que nós compreendemos e aceitamos como "justo".

Conta Jesus, que certo homem tinha uma plantação de uvas. Deveria ser uma plantação relativamente grande, pois necessitava de muitas pessoas para trabalhar na colheita. Por isso, bem cedinho, o dono da vinha vai até a praça, onde normalmente os diaristas, os bóias-frias ficavam e contrata um grupo de trabalhadores. O salário combinado é uma moeda de prata por dia. Dinheiro suficiente para manter uma família por um dia.

Mas o homem tem pressa. Por isso, às nove horas da manhã ele volta à praça e contrata mais um grupo de homens. Dessa vez, não fala em valores, mas em "salário justo" (v.4). A mesma coisa disse para os homens que contratou ao meio dia e às três horas da tarde.

Uma hora antes de encerrar o dia de trabalho, o dono da plantação passa pela praça e vê que ali estão alguns trabalhadores. O que fazem ali? Por acaso acordaram mais tarde? São pessoas preguiçosas? Ficaram no bar bebendo? Não! Eles estavam ali na praça, sem trabalhar porque "ninguém os havia contratado". Não sabemos o motivo. Podemos supor que fossem os mais fracos, franzinos... Talvez pessoas com alguma deficiência. Em todo caso, não havia trabalho para eles. E, sem coragem de voltar para casa e admitir o fracasso, ficaram ali, sentados, à espera de um milagre.

Parece que os céus estavam a favor deles. O patrão tem pressa na colheita e, mesmo faltando somente uma hora de trabalho, ele contrata aqueles que "sobraram". Não combina salário e não fala nada sobre dinheiro, nem que receberão uma quantia justa pela hora de trabalho. Mesmo assim, os trabalhadores vão.

No fim do expediente, é hora do acerto. Os últimos que chegaram são os primeiros a receber. E cada um ganha uma moeda de prata. Os outros então pensaram: se esses, que trabalharam somente uma hora, receberam uma moeda de prata, então nós, que trabalhamos todo o turno receberemos no mínimo o dobro! Mas, quando chegou à vez deles, receberam o mesmo valor: uma moeda de prata.

A raiva foi tão grande que eles não conseguiram ficar calados: "Estes homens que foram contratados por último trabalharam somente uma hora, mas nós aguentamos o dia todo debaixo deste sol quente. No entanto, o pagamento deles foi igual ao nosso!" (v.12). Em outras palavras: é injusto! Nós, que trabalhamos o dia inteiro, deveríamos ter recebido mais!

O dono da vinha ouve a reclamação e responde fazendo três perguntas:

1. Você não concordou em trabalhar o dia inteiro por uma moeda de prata?

2. Por acaso não tenho o direito de fazer o que quero com o meu dinheiro?

3. Você está com inveja somente por que fui bom para os outros?

A única resposta para essas três perguntas é: SIM. Eles haviam concordado com o salário; o dono da vinha tinha o direito de fazer o que bem entendesse com o seu dinheiro; e sim, o motivo da raiva era inveja. Inveja por causa da bondade que o dono da vinha havia demonstrado por aqueles que ficaram por último.

Os trabalhadores estavam no seu direito de expressar a sua indignação. Mas, diante da resposta do dono da vinha, temos que concordar que ele tinha razão. Ele não faltou com a sua promessa. Ele cumpriu com o que havia sido acordado. E, principalmente, foi extremamente justo. Pois ele sabia que a família de todos aqueles trabalhadores, necessitavam dessa moeda de prata para se alimentarem. Ele foi justo, porque não queria que as famílias daqueles homens passassem fome. Ele não queria o sofrimento. Jesus, com essa parábola, fala sobre a justiça de Deus e sobre como ela é diferente da nossa.

Certa vez alguém desabafou, dizendo: "eu não concordo com esse negócio de que Deus perdoa tudo! Então eu posso matar, estuprar, roubar e, no final, fica tudo numa boa!"

Estamos equivocados se assim cremos. Deus não é um "deus banana". Um deus que não está nem aí com o que fazemos e que é só "paz e amor". A salvação e o perdão que Deus nos oferece não são baratos. A salvação é, sim, gratuita, mas, como disse Lutero: "a graça é de graça, mas não é barata". Ela custou caro, muito caro. Custou a vida de Jesus Cristo. E isso não foi e não é pouco.

O que significa dizer que a salvação é gratuita, mas não barata, a partir do texto da parábola?

Para se alcançar, para se ter a salvação, é preciso que a pessoa, que cada um e cada uma de nós, tomemos uma decisão: decisão a favor da salvação. Aqueles últimos trabalhadores a serem contratados poderiam ter recusado o serviço, achando, talvez, que não valesse a pena ir trabalhar somente uma hora. Mas, não, apesar de faltar pouco, eles aceitaram o trabalho. Tomaram uma decisão. Importante é ressaltar, e não podemos nos esquecer ou minimizar isso, que aqueles trabalhadores foram contratados por último porque ninguém os havia contratado. E não por preguiça ou má vontade.

A mesma coisa se aplica à vida de fé. Não podemos ser preguiçosos ou negligentes com a nossa fé, achando que sempre haverá tempo para aceitarmos a salvação. Jesus, por diversas vezes, chamou a atenção para isso. Ele sempre dizia que não se deve deixar passar a oportunidade para viver a fé, para aceitá-lo como o Salvador. A nossa decisão, a nossa resposta positiva, se queremos, se desejamos ser salvos, deve ser dada hoje. Não podemos esperar pelo amanhã, porque o amanhã pode não existir.

Agora, a vontade de Deus, e assim Ele age, é que cada um e cada uma de nós tenha a liberdade para fazer de sua vida o que bem entender. Nós podemos e temos a liberdade de dizer: Deus, hoje eu não quero ter nada com o Senhor. A minha opção, nesse momento, nessa fase da vida, é deixar rolar. Tenho outras coisas que são mais importantes para mim no momento. Não quero me arrepender, não quero mudar de vida, quero continuar roubando, matando, mentindo, traindo, sendo preguiçoso ou preguiçosa com a fé.

Porém, da mesma forma que temos a liberdade de escolher o rumo que damos a nossa vida, temos a responsabilidade de arcar com as conseqüências. Se o amanhã não existir para nós, vai nos restar a condenação sim. Não é essa a vontade de Deus, mas foi opção nossa. Isso é que precisamos aprender. Deus não nos coloca contra a parede. Ele não quer um bando de seguidores e seguidoras amedrontados. Não quer um bando de gente que na frente dele diz que o ama e que saindo por essas portas acha que pode continuar vivendo como sempre viveu. Deus quer pessoas com coragem, coragem para defender a justiça e o direito; ele quer pessoas com coragem para viver uma vida honesta, fiel aos princípios cristãos, responsável consigo, com a sua saúde e com a integridade da criação. Essa é a vontade de Deus.

Outra coisa que a parábola nos ensina é que, ao invés de nos preocuparmos com o que Deus fará com as outras pessoas, como Deus as tratará, devemos olhar para nós. Julgar cabe somente a Deus. E diante de Deus estamos todos perdidos. Se não fosse por ele, o céu já teria deixado de existir há muito tempo e o inferno estaria com super-lotação.

Portanto, graças a Deus, a sua graça e a sua justiça são diferentes da nossa. Graças a Deus, somos convidados e animados a seguir o exemplo de Jesus Cristo, e não o exemplo de quem mata, rouba, estupra, trai, mente, é preguiçoso...

Só temos a ganhar mudando de vida, deixando de nos preocupar em julgar os outros e se ocupar com a nossa própria salvação. Se assim o fizermos, o mundo será melhor. Será um lugar mais agradável de viver. Se assim fizermos, quem ainda não optou por viver segundo a vontade de Deus, perceberá que está perdendo tempo e um tempo precioso. Porque é muito, muito ruim, muito triste viver na escuridão, viver afastado do amor de Deus. É e sempre será melhor com Ele!

Então, optemos por ele. Estejamos prontos e dispostos a ouvir o seu convite. E isso hoje! Não deixe para amanhã!

"E que o amor de Deus, que supera todo o nosso entendimento, guarde nossos corações, mentes e lábios em Cristo Jesus".

Amém.



Pa. Rosângela Stange
São José dos Pinhais, PR, Brasil

E-Mail: rosamgelastange@yahoo.com.br

(zurück zum Seitenanfang)