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ISSN 2195-3171





Göttinger Predigten im Internet hg. von U. Nembach

16º Domingo Após Pentecostes, 02.10.2011

Predigt zu Mateus 21:33-46, verfasst von Wilfrid Buchweitz

 

Cara Comunidade:

Um agricultor planta um parreiral, acompanha seu crescimento e quando as mudas estão em condições de produzir uvas, monta uma infra-estrutura para fabricar vinho. Levanta uma cerca, constrói um tanque e uma torre para os guardas. Mas ele mesmo não pode cuidar do negócio porque decidiu viajar. Por isso faz um contrato de arrendamento com alguns lavradores. Eles vão administrar a propriedade e vão entregar ao dono os valores estipulados entre as partes.

Tudo anda bem até que no tempo da colheita o agricultor manda buscar a remuneração que lhe cabe. Os lavradores decidem não mais entregá-la. Resolvem embolsar para si todo o resultado daquele ano. Surram e matam os empregados do dono. Ele manda um novo grupo, maior que o anterior. Não adianta. Os lavradores fazem a mesma coisa. O dono manda o filho, pensando que o filho os lavradores vão respeitar. Não resolve. Os lavradores entendem que para eles o filho é perigo maior do que os empregados e que, por isso, tem que tirá-lo do caminho e o matam também. Raciocinam que só assim vão conseguir se apoderar da propriedade toda.

Não é uma história que aconteceu de fato. Jesus a cria para passar uma mensagem a seus ouvintes: Deus criou o mundo e colocou nele pessoas para administrá-lo. Mas elas se emanciparam de Deus e viveram do jeito delas, longe dos princípios do Criador. Depois Deus criou o povo de Israel, seu povo escolhido e fez com ele o pacto de viverem com amor, responsabilidade e justiça. Vocacionou Isaías e Jeremias, Amós e Miquéias e outros profetas para ajudarem este povo a não esquecer o pacto. Mas o povo rejeitou e maltratou os profetas, negou o pacto e se perdeu numa realidade de desamor e injustiça. E agora Deus quer criar um novo povo e fazer com ele uma nova aliança. Para isso agora está mandando seu Filho Jesus Cristo. Mas de novo os líderes religiosos e políticos do povo, os escribas e fariseus, estão rejeitando este Filho e estão ensaiando artimanhas para prender e matá-lo. E nós hoje sabemos que conseguiram matá-lo.

Na verdade nós, hoje, pessoas cristãs de 2011, sabemos de duas coisas: sabemos que conseguiram matar o Filho, condenando e levando-o à cruz, onde Jesus morreu. Mas sabemos também que não conseguiram matá-lo porque na manhã da Páscoa Deus o ressuscitou dos mortos e o Filho vive. Jesus Cristo crucificado e ressuscitado vive. Assim a história que Jesus conta, mas que não aconteceu de fato, que ele conta para passar uma mensagem, funde-se com uma história que aconteceu de fato e que torna a mensagem muito mais ampla.

Os lavradores "agarraram o filho, e o jogaram para fora da plantação, e o mataram" (v.39). Os chefes dos sacerdotes e os fariseus prenderam o Filho, levaram-no à cruz e o mataram. O agricultor da parábola, o dono da plantação, não vai se conformar com isso. Ele vai substituir aqueles lavradores por outros que honrarão o pacto e lhe darão parte da colheita no tempo certo. O Pai do Filho, Deus Pai, não vai se conformar com a cruz e vai ressuscitar o Filho e vai, com isso, estabelecer uma nova aliança com um novo Israel, um novo povo de Deus. É como se uma pedra que foi jogada fora, tivesse sido buscada de volta e tivesse sido aproveitada, e não só aproveitada como pedra qualquer, mas como pedra principal, pedra angular. "A pedra que os construtores rejeitaram veio a ser a mais importante de todas" (v.42). Jesus Cristo é a pedra mais importante na construção da nova aliança.

E agora poderíamos, e podemos, começar a nossa parábola de novo, como no início: Um agricultor planta um parreiral, acompanha seu crescimento, e quando as mudas estão em condições de produzir uvas, monta uma infra-estrutura para fabricar vinho. E chama lavradores para administrar a propriedade e eles vão entregar ao dono valores que resultam a partir das colheitas.

Só que os lavradores são outros, não são mais os mesmos. Agora os lavradores e as lavradoras somos nós, os cidadãos e as cidadãs da nova aliança. Nós somos os trabalhadores e as trabalhadoras do novo parreiral, da nova vinha. Agora é a nós que o Agricultor, e Agricultor com A maiúsculo, convida, convoca, escolhe, elege, para sermos trabalhadores e cidadãos no parreiral, na vinha dele. Desde nosso batismo nós estamos neste parreiral. Em nossa confirmação ou em nossa profissão de fé nós dizemos que queremos ser trabalhadores neste parreiral. Em cada culto nós buscamos instruções para viver neste parreiral. Em cada santa ceia nós nos alimentamos para termos forças para trabalhar neste parreiral e para nele produzir muitos frutos para produzir vinho.

O que seria neste caso ou onde estaria o parreiral, a vinha? Pode ser nossa casa e família. O Agricultor Deus nos incumbe de cuidarmos de nossa casa e de nossa família e que ali produzamos uvas para fazer vinho. O parreiral pode ser nossa Igreja, que aqui produzamos uvas para fazer vinho. O parreiral pode ser nosso local de trabalho. Cada um e cada uma de nós que aqui estamos, pense no seu local de trabalho e de vida como um espaço de produzir uvas para fazer vinho. O parreiral pode ser o mundo inteiro como um local de produzir uvas para fazer vinho. Cabe então a cada pessoa ou a cada grupo situar e delimitar os parreirais menores ou maiores no grande parreiral de nosso Agricultor Deus ou Deus Agricultor.

E o que seria cuidar do parreiral para que produza uvas para fazer vinho? Seria produzir ações, gestos, iniciativas, pensamentos, desejos de amor e justiça. Seria promover a construção de vida e de vidas em comunhão, liberdade, paz, arrependimento, perdão, renovação. Seria lutar contra desamor, injustiça, violência. Seria tudo isso em todos os níveis. Seria engajar-se na defesa da natureza, fauna, flora, ar e água.

Os novos lavradores, nós, no novo povo de Deus, no novo pacto, na nova aliança também vão receber em paz os empregados que o Agricultor manda para cobrar a sua parte. Vão acolher os profetas, os evangelistas e os apóstolos e vão ouvir as mensagens que o Agricultor quer passar. Não vão mais agredi-los e muito menos matá-los. Vão reconhecer que o Agricultor deu-lhes por graça um lugar no seu parreiral e em atitude de gratidão vão estar dispostos ofertar-lhe, ofertar ao Agricultor, frutos de amor e justiça. Mesmo quando os empregados do Agricultor forem apontar para pecados e chamar ao arrependimento, os novos lavradores, nós que aqui estamos, vão ouvir a mensagem e vão confessar os pecados e pedir e aceitar o perdão.

Nós como novos lavradores vamos também receber o Filho, sabendo que o Filho vai trazer o amor do Pai, que o Filho não vai nos tirar o lugar na vinha do Pai, mas, pelo contrário vai nos dar um lugar para toda a eternidade, vai nos tornar herdeiros da vinha do Pai. Vamos reconhecer que o Filho é a pedra mais importante na construção da nova aliança. Ou, para ficar na figura do texto: O Filho é a parreira mais importante de todo o parreiral. O evangelista João também usa essa figura (João 15.1). Ali Jesus diz: "Eu sou a videira (sinônimo de parreira) verdadeira, e meu Pai é o agricultor". "Continuem unidos comigo, e eu continuarei unido com vocês. Pois, assim como o ramo só dá uvas quando está unido com a planta, assim também vocês só podem dar fruto se ficarem unidos comigo" (vs.3 e 4).

Por que a Igreja nos faz ler a parábola de Mateus 21 de novo? Por que neste culto nós a lemos e ouvimos de novo? Com certeza já a tivemos outras vezes. Uma razão é que nós esquecemos coisas que já sabíamos. Outro motivo pode ser que às vezes somos tão rebeldes como as pessoas do povo de Israel, que freqüentavam assiduamente o templo, mas que em sua vida no dia a dia respeitavam muito pouco a vontade de Deus. Ou somos tão rebeldes como os lavradores da parábola de Jesus. Há muitos sinais na história no sentido de que na relação com Deus o ser humano não mudou muito. Em todos os tempos há exemplos de que o ser humano gosta de colher as uvas do parreiral de Deus e gosta do vinho que elas produzem. Mas gosta disso só para ele mesmo. Não gosta de repartir. E não gosta que o dono do parreiral se meta nisso. Não gosta de prestar contas. Na nossa relação com Deus não somos pessoas melhores do que os israelitas e nem os lavradores da parábola. É verdade que não surramos e não matamos mais os profetas, evangelistas e apóstolos. Achamos um método "mais civilizado". Nós os ignoramos. Não ouvimos. Não prestamos atenção. Ou só os ouvimos quando nos convém. E nossa gratidão a Deus muitas vezes também não é lá essas coisas. Os efeitos são muito parecidos.

Mas Deus não desiste. Ele plantou um novo parreiral. Ele, por amor e graça em Jesus Cristo, nos colocou dentro dele. E vai fazer isso o tempo todo. E nossa Igreja é perseverante. Ela também não se cansa de querer nos ajudar em nossa fé e vida de fé no dia a dia. Por isso temos de novo, mesmo que seja pela enésima vez, o importante texto de Mateus 21. Que ele nos oriente e fortaleça mais uma vez.

Amém.



Pastor Wilfrid Buchweitz
Porto Alegre – RS – Brasil
E-Mail: wbuchweitz@gmail.com

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