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ISSN 2195-3171





Göttinger Predigten im Internet hg. von U. Nembach

5º Domingo após Pentecostes, 01.07.2007

Predigt zu Lucas 9:18-25, verfasst von Lindolfo Pieper

GANHE, MESMO PERDENDO!

Lucas 9.23-25: "[Jesus] dizia a todos: Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, dia a dia tome a sua cruz e siga-me. Pois quem quiser salvar a sua vida, perdê-la-á; quem perder a sua vida por minha causa, esse a salvará. Que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro se vier a perder-se ou causar dano a si mesmo?"

Era época de Carnaval. Um dos foliões, que morava no interior, se preparou para ir ao ensaio na cidade. Colocou uma máscara de Diabo no rosto, pegou o carro e saiu. No meio do caminho ele foi surpreendido por uma tempestade. O seu carro desgovernou, saiu da estrada e caiu num precipício. Apesar dos estragos, ele saiu com vida.

Desorientado, o folião procurou algum socorro. Caminhou um pouco e logo avistou, não muito longe, uma igreja com os fiéis reunidos nela. Os fiéis, vendo este homem mascarado, pensando que fosse o Diabo, se puseram a correr. Uns saíram pela frente, outros fugiram pelos fundos e ainda outros pularam pela janela.

Mas, uma senhora, meio idosa, por causa da sua idade, não conseguiu fugir. E foi a ela que o homem se dirigiu para pedir socorro. Ela, porém, com medo, não sabendo o que fazer, se ajoelhou diante do folião, exclamando: "Senhor Satanás, não me faça nenhum mal, pois somos amigos. Na verdade, nestes meus quase setenta anos de idade, embora tenha sempre procurado servir a Deus, nunca deixei de lhe servir também um pouco".

Esta história, meio pitoresca, nos mostra o que realmente acontece na vida de muitas pessoas. Elas se dizem cristãs, mas nunca deixam de servir também um pouco ao diabo. Elas estão sempre com um pé na igreja e o outro no mundo, isto é: querem servir a Deus e ao diabo ao mesmo tempo.

E isso, conforme a Bíblia, não é possível. Diz Jesus no evangelho de Mateus, capítulo 6, versículo 24: "Ninguém pode servir a dois senhores: porque ou há de aborrecer-se de um e amar ao outro; ou se devotará a um e desprezará ao outro. Não podeis servir a Deus e as riquezas".

Quando dois jovens se casam, eles abandonam a segurança e a tranqüilidade da sua casa paterna para formarem um novo lar. Eles abandonam a sua liberdade pessoal, o estilo de vida que estavam acostumados. Enfim, deixam de lado a vida fácil para ganhar um bem maior: a felicidade de viver com a pessoa que amam. Em certo sentido eles ganham muito, mesmo tendo que sacrificar alguma coisa.

Na vida há muitos exemplos de pessoas que ganham, mesmo perdendo. Muitos estudantes, ao entrarem na universidade, precisam sacrificar o seu tempo, as suas economias e até mesmo o convívio da família para um dia poder ser alguma coisa.

Outras pessoas precisam sacrificar o seu tempo de descanso para trabalhar num serviço extra a fim de sustentar a família.

Algumas mães precisam abandonar o seu emprego para cuidar melhor os seus filhos. Todas essas pessoas ganham muito pelo seu sacrifício, mesmo perdendo.

A Bíblia nos traz o exemplo de uma pessoa que também ganhou, mesmo perdendo. De um homem que teve que sacrificar fama, honra, riqueza, vida fácil, e até mesmo o trono real do país mais poderoso da época para poder ganhar - e ganhou muito! Este homem foi Moisés.

Lemos no livro de Hebreus, capítulo 11, versículos 24 a 26: "Pela fé Moisés, quando já homem feito, recusou ser chamado filho da filha de Faraó, preferindo ser maltratado junto com o povo de Deus, a usufruir prazeres transitórios do pecado; porquanto considerou o opróbrio de Cristo por maiores riquezas do que os tesouros do Egito, porque contemplava o galardão".

Moisés tinha 40 anos de idade quando tomou essa decisão, quando decidiu sacrificar tudo para ganhar um bem maior.

E qual foi essa decisão? Encontramo-la no texto citado: abandonar o trono do Egito, com todas as suas riquezas, para servir a Deus e ganhar um galardão nos céus.

Não foi fácil para Moisés tomar essa decisão. Poucas pessoas são chamadas a tomar uma decisão tão difícil como Moisés. Senão, vejamos.

Moisés era um homem muito instruído, educado em toda a ciência do Egito. Além disso, ele era rico e destacado. Na qualidade de filho da filha de Faraó, estava acostumado a receber toda honra, todo luxo e privilégio que um príncipe tinha direito.

Ele morava na casa do próprio rei no palácio real. E, o que era mais importante: o trono do Egito, o país mais rico e poderoso da época, estava ao seu alcance. Era só o rei morrer, que tudo passava a ser dele.

Diante disso, o que faz Moisés? Ele abandona tudo: o palácio, o trono e o conforto.

Foi uma decisão muito corajosa essa de Moisés. Para se ter uma idéia: imaginem uma vez um homem morando num palácio, cheio de luxo, todo dia comendo o que há de melhor e bebendo do mais puro vinho; e, além disso, tendo pela frente o trono de um país chamado Egito, como era o caso de Moisés!

E Egito não era um país qualquer. Na época o Egito dominava o mundo, tendo o melhor exército de então e as mais famosas universidades do mundo.

Era um país que fazia inveja nos outros, ao mesmo tempo em que causava medo pelo seu poderio. Enfim, era o Egito dos poderosos Faraós! E Moisés podendo ser um deles.

Pois imaginem um homem tendo tudo isso pela frente e dizer não a todas essas coisas, como o fez Moisés.

Uma pergunta: Será que nós, se fosse preciso, seríamos capazes de tomar a mesma decisão que Moisés tomou: de abandonar tantas coisas para seguir a Deus? De abandonar riqueza, fama, glória e poder?

E olhem que Deus pode estar pedindo isso de nós. É claro: não a mesma coisa que ele pediu a Moisés, como o de abandonar o trono de um país famoso, pois dificilmente chegaremos lá.

Mas ele poderá estar pedindo que abandonemos outras coisas que nos estejam atrapalhando de seguir ao Senhor, como por exemplo: freqüentar lugares indecentes, se envolver com negócios duvidosos, usar de desonestidade para subir na vida, passar o dia todo em portas de venda bebendo, ingerir drogas, trocar um momento devocional por uma novela ou um culto por um passeio na praia.

Essas e outras coisas, Deus pode estar pedindo que nós abandonemos para melhor poder segui-lo. Vamos nós abandonar essas coisas, que estão atrapalhando a nossa vida espiritual, como o fez Moisés?

Deixe-me dizer uma coisa: Moisés, quando foi preciso, abandonou o Egito, com todas as suas riquezas, mesmo de ser rei. No entanto, há gente que, quando Deus pede, não são capazes de abandonar uma garrafa de pinga, um rabo de saia, um trabalho indecente ou uma conduta indigna para seguir a Deus.

O que acontece é que muitas pessoas pouco estão ligando para as coisas de Deus, que não são capazes de fazer nenhum sacrifício em favor dele. O que elas querem é apenas comer, beber, divertir-se e ficar rico a qualquer custo.

Em 1923, quando o acúmulo de riquezas era o principal interesse de todos, um grupo dos mais bem sucedidos financeiramente do mundo, se reuniu no Hotel Edgewater Beach, na cidade de Chicago. Ali estavam: Charles Schwab, presidente da maior companhia de aço; Artur Cutten, presidente da maior companhia de utilidades domésticas; Richard Whitney, presidente da bolsa de valores de Nova York; Albert Paul, membro do gabinete do presidente dos Estados Unidos; Jessé Livermore, presidente do Banco de Soluções Internacionais; Leon Frazer, conhecido como o maior negociador do mundo; e Ivar Krüger, chefe do maior monopólio do planeta.

Juntos, esses homens controlavam quase toda a riqueza do mundo. A história dos seus sucessos era conhecida por todos, até pelos meninos da rua. Eram os heróis da época, assim como o foram Roberto Carlos, Michael Schumacher, Airton Senna, Pelé, Elvis Presley e Elis Regina.

Mas, em 1923 a história de suas vidas estava relatada apenas pela metade, os capítulos finais ainda haveriam de ser escritos.

Quando estavam ali juntos, se encontravam na situação de Moisés, na encruzilhada, podendo escolher o seu destino. Hoje conhecemos os capítulos finais de sua história, bem como a história de Moisés.

Charles Schwab e Artur Cutten morreram endividados; Richard Witney e Albert Paul passaram a maior parte de sua vida na cadeia; Leon Frazer, Jessé Livermore e Ivar Krüger cometeram suicídio.

Todos esses homens tinham dinheiro, poder, fama, honra, glória, prestígio e educação. Tinha de tudo, menos a fé. Por isso Moisés escolheu certo: ele escolheu o futuro, o futuro eterno.

Aqueles homens podiam achar que Moisés fosse um tolo. Poderiam até mesmo dizer: "Mais vale um pássaro na mão do que dois voando".

Mas não foi. Qual foi o fim deles? Prisão, dívida, suicídio e a condenação eterna.

E qual foi o destino de Moisés? Líder do povo de Deus e a salvação eterna. No Monte da Transfiguração encontramo-lo na glória eterna com o Salvador Jesus.

A Bíblia está cheio de exemplos de pessoas que foram solicitadas a escolher entre Deus e o mundo, mas que tomaram decisões erradas.

O jovem rico, por exemplo, quando Cristo pediu que ele vendesse tudo o que tinha para segui-lo, ele preferiu ficar com a riqueza. Judas trocou Jesus por trinta moedas de prata. E os judeus escolheram a Barrabás, em vez de Jesus.

Também nós somos solicitados a escolher. Diz Jesus no evangelho de Lucas, capítulo 9: "Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, dia a dia tome a sua cruz e siga-me. Pois quem quiser salvar a sua vida, perdê-la-á; quem perder a sua vida por minha causa, esse a salvará. Que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro se vier a perder-se ou causar dano a si mesmo?"

E, numa outra parte do evangelho, ele acrescenta: "Ninguém pode servir a dois senhores: porque ou há de aborrecer-se de um e amar ao outro; ou se devotará a um e desprezará ao outro. Não podeis servir a Deus e as riquezas" (Mateus 6.24).

Não podemos ficar neutros, em cima do muro. Temos que decidir: abandonar as coisas do mundo, que nos estão atrapalhando, e servir a Deus; ou servir o mundo e abandonar a Deus.

É muito conhecida a história daquele rapaz que, ao atravessar uma ponte perigosa, começou a pedir a ajuda de Deus. Mas, com medo de que o Diabo o pudesse derrubar, começou também a pedir a ajuda dele, dizendo, na medida em que ia atravessando a ponte: "Deus é bom, mas o diabo também não é ruim".

Na vida cristã não é possível, conforme se costuma dizer, acender uma vela para Deus e outra para o Diabo. Precisamos de nos definir. As duas coisas não se conciliam.

Deus não obriga a ninguém. Se alguém quiser seguir a ele, é bem-vindo. Mas se alguém quiser seguir o mundo, vivendo no pecado, é livre. Mas terá que pagar o preço, arcar com as conseqüências: que é a condenação eterna.

Se você ainda não se decidiu seguir a Cristo ou não está levando a sério esta decisão, eu lhe convido a decidir hoje.

Convido-lhe a abandonar os prazeres do mundo e toda forma de pecado para seguir a Cristo, o caminho, a verdade e a vida, somente através de quem é possível entrar no céu. Convido-lhe a tomar essa decisão hoje, sem medo e sem receio.

Você não precisa ficar com medo que vai perder alguma coisa, pois não vai perder nada.

Essas coisas, que o mundo lhe oferece, e que lhe parecem importantes, não vão lhe fazer falta nenhuma. Deus vai substituí-las por coisas melhores. E, finalmente, você terá a coisa mais importante que pode existir: que é o galardão eterno, o direito de morar com Cristo no céu, na mansão celestial. Diz o Salvador Jesus em Apocalipse 2.10: "Se fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida eterna".

Por isso, faça como Moisés: abandone tudo o que lhe está impedindo de seguir a Cristo ou viver uma vida mais santificada e siga a Cristo de todo o coração.

Vale à pena sacrificar-se por causa de Cristo, experimente. Ganhe, mesmo perdendo!



Lindolfo Pieper
Jaru, RO ? Brasil
E-Mail: piperlin@uol.com.br

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