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ISSN 2195-3171





Göttinger Predigten im Internet hg. von U. Nembach

7º Domingo após Pentecostes, 15.07.2007

Predigt zu Lucas 10:1 - 20, verfasst von Lindolfo Pieper

  

COMPAIXÃO PELAS ALMAS

Lucas 10.1-2: "Depois disto, o Senhor designou outros setenta; e os enviou de dois em dois, para que o precedessem em cada cidade e lugar onde ele estava para ir. E lhes fez a seguinte advertência: A seara é grande, mas os trabalhadores são poucos. Rogai, pois, ao Senhor da seara que mande trabalhadores para a sua seara".

Certa vez uma igreja foi invadida por um grupo de soldados comunistas. Todos ficaram com medo, pois sabiam que seriam mortos.

Os soldados, no entanto, para a surpresa de todos, apenas disseram: "Não precisam ficar com medo. Nós não vamos matar ninguém, a não ser os covardes, aqueles que de fato merecem morrer. Nós vamos colocar na frente de vocês, sobre o altar, uma imagem de Cristo. Quem conseguir olhar e cuspir no rosto dele, vai poder sair. Quem não o fizer, vai morrer".

Primeiro veio um senhor de meia idade na frente. Olhou o quadro, pensou um pouco, e cuspiu no rosto de Jesus. Depois veio uma senhora. Olhou um pouco, e cuspiu também.

Por fim veio uma moça na frente. Olhou para o quadro, e começou a chorar. Depois, pegou um lenço, e se pôs a enxugar o rosto de Jesus.

E então, para o espanto de todos, ela disse aos comunistas: "Podem me matar. Prefiro morrer que cuspir no rosto do meu Salvador".

Os saldados ficaram tão impressionados com o gesto dessa jovem, que foram embora sem prender ninguém.

Seria você capaz de um gesto deste, de preferir à morte que negar o seu Mestre?

Jesus nos ama. O seu amor para conosco foi tão grande que ele foi capaz de dar a sua vida por nós.

Jesus, quando esteve aqui na terra, sempre demonstrou muito amor pelos seres humanos. Certa vez, conforme o evangelista Mateus, depois de curar os doentes, "vendo as multidões, ficou com pena delas, porque estavam aflitas e exaustas, como ovelhas que não têm pastor" (Mateus 9.36).

E o evangelista Lucas, no nosso texto, acrescenta dizendo que ele se dirigiu aos seus discípulos, dizendo: "Rogai, pois, ao Senhor da seara que mande trabalhadores para a sua seara".

Jesus, além das necessidades físicas das pessoas, olha também para as suas necessidades espirituais. E as suas necessidades espirituais são maiores do que as necessidades materiais. Espiritualmente elas então aflitas e exaustas, como ovelhas que não têm pastor.

A ovelha é um animal muito frágil e sensível. Gosta de viver em grupo ou manada. Quando entra um animal estranho no meio, elas ficam espantadas e se espalham por todos os lados, correndo para qualquer direção.

Assim é o ser humano. Ele não pode viver sozinho, isolado. Ele precisa de companhia, de ajuda.

Com a entrada do pecado no mundo, o homem perdeu o seu rumo, a sua direção. Ele se afastou do seu pastor, do seu Deus e Criador. Só com muito trabalho o bom pastor Jesus consegue ajuntar novamente as suas ovelhas.

Há poucos tempos atrás a imprensa anunciou o nascimento do Bebê Seis Bi. Com o nascimento deste bebê o mundo chegou a seis bilhões de habitantes.

O mundo agora tem seis bilhões de habitantes. Mas destes, apenas dois bilhões pertencem a alguma igreja cristã.

Isto quer dizer que mais de quatro bilhões de pessoas estão sem Cristo, longe de Deus e do pastor Jesus.

É isso que faz Jesus entristecer. Se Jesus estivesse conosco hoje, visivelmente, com muito mais razão ele diria: "Estou com pena dessa gente. Estão sem Deus e sem salvação. Peçam a Deus que envie pregadores para anunciar o evangelho a essa gente toda".

Os discípulos fizeram o que Jesus lhes ordenou. Não apenas oraram, mas eles mesmos foram e transformaram a sua vida em oração.

Em apenas três séculos eles evangelizaram todo o Império Romano. O próprio imperador, Constantino o Grande, se converteu e se deixou batizar. E, como eles fizeram isso?

Eles fizeram três coisas, as quais nós também podemos fazer, se quisermos evangelizar o mundo.

Em primeiro lugar: eles falaram de Cristo aos outros.

Eles perderam todo o medo e acanhamento. Com quem quer que se encontrassem, o assunto de conversa era um só: Jesus.

Eles haviam se embebido com a palavra de Deus, estavam tão encharcados com ela que simplesmente não conseguiam ficar quietos: tinham que falar de Jesus. E, quando eram proibidos de falar de Jesus, eles respondiam: "Não podemos deixar de falar das coisas que vimos e ouvimos".

Se nós queremos evangelizar o mundo hoje, só há uma alternativa: temos que falar de Jesus aos outros, sem medo e sem acanhamento.

Ninguém pode crer em alguém que não conhece. Ninguém pode crer em Jesus se nunca ouvir falar dele. Paulo, depois de afirmar que a fé vem pelo ouvir, concluiu, dizendo: "Como crerão naquele de quem nada ouviram? E como crerão, se não há quem pregue" (Romanos 10.14).

Como é que um índio lá no mato, um japonês, um chinês, um muçulmano ou outra pessoa sem Deus pode crer em Cristo se o evangelho não chegar até ela? Podem até crer, mas num deus falso, como o Buda, o Alá, mas não no Deus verdadeiro.

E para que alguém possa falar de Jesus é preciso conhecê-lo. É preciso estar encharcado com a palavra de Deus.

Uma pessoa que não lê a Bíblia, que não freqüenta aos cultos, que não vai à Santa Ceia, é alguém vazio, que não tem nada dentro de si para transmitir. Ela vai falar muito bem de futebol, de política, de dinheiro, de novela, do qual está encharcado, mas não de Cristo.

"A boca fala do que está cheio o coração", diz a Bíblia. Como o coração de muitas pessoas está cheio de porcaria, só sai coisa que não presta da sua boca, nada de Cristo.

Em segundo lugar: os discípulos de Cristo testemunharam a sua fé.

Eles não apenas falaram de Cristo aos outros, mas também viveram o evangelho. Não eram cristãos apenas de boca, mas de verdade.

Conforme a ordem de Cristo, eles eram realmente o sal da terra e a luz do mundo. Eles faziam a sua luz brilhar onde quer que estivessem.

Não eram plantas amargas e espinheiros no meio do pomar de Deus, mas videiras frutíferas. O seu exemplo de vida cristã era admirado por todo mundo, até mesmo pelos inimigos do evangelho.

Como está o nosso testemunho hoje? Estamos realmente vivendo o evangelho, praticando a nossa fé? Estamos sendo de fato videiras frutíferas, ou ervas daninhas no reino de Deus? Como está a nossa luz: estamos brilhando como uma luz sobre uma candeia, ou estamos escurecendo tudo ao nosso redor com o nosso mau exemplo?

Para sermos sinceros, devemos reconhecer que o nosso testemunho anda um tanto fraco demais. Em vez de sermos a luz do mundo, estamos sendo trevas. Em vez de sermos árvores frutíferas, estamos sendo mato. Em vez de sermos exemplos para o mundo, estamos envergonhando a nossa igreja com o nosso mau comportamento. Ou não é assim na sua vida?

Será que, quando alguém freqüenta lugares indecentes, quando alguém vive em adultério, quando alguém enche a sua cara de cachaça, exalando um bafo de onça o dia todo, está sendo sal da terra e luz do mundo?

Será quando alguém não combina com ninguém, nem com a família, está sendo árvore frutífera? E, quando alguém tem o pavio curto, não consegue se controlar, estoura à toa feito pipoca, está dando um bom exemplo de sua fé para o mundo?

Um missionário estrangeiro, da Igreja Luterana, que esteve no Brasil anos atrás, disse que o maior empecilho da nossa igreja na evangelização do mundo é o seu comportamento anti-cristão: o povo não vive aquilo que é anunciado na igreja, não dá testemunho de sua fé.

Infelizmente isso é verdade. Mas nós, com a ajuda de Deus, podemos mudar isso. É só cada um fazer a sua parte, levar mais a sério o seu cristianismo.

Em terceiro lugar: os cristãos do primeiro século contribuíam para a igreja, a fim de que ela pudesse desenvolver o seu trabalho.

Eles não apenas ofertavam com 10% se sua renda, segundo a lei do Antigo Testamento, mas chegavam a vender os seus bens para trazê-los à igreja. Lemos em Atos 4.34,35: "Os que possuíam terras ou casas, vendendo-as, traziam os seus valores correspondentes, e depositavam aos pés dos apóstolos".

E houve até mesmo aqueles que vendiam tudo para dá-lo à igreja, como Barnabé, do qual lemos: "José, a quem os apóstolos deram o sobrenome Barnabé (que quer dizer: filho de exortação), natural de Chipre, levita, como tivesse um campo, vendendo-o, trouxe o preço e o depositou aos pés dos apóstolos".

Hoje, como estão as nossas ofertas? Seríamos capazes, em caso de necessidade, de vender tudo o que temos para ajudar a igreja?

Não é preciso vender os bens. Basta apenas cada um contribuir conforme as suas posses, de acordo com a vontade de Deus, que a igreja terá condições de fazer o seu trabalho, que é evangelizar o mundo.

O que acontece é que a grande maioria não contribui. Os que ainda contribuem, contribuem muito aquém de suas posses, não chegando nem a 1% de sua renda. Com contribuições assim, como é que a igreja vai fazer missão?

A igreja tem muito que fazer. Precisamos formar mais pastores, dividir paróquias e colocar mais missionários nos pontos estratégicos do país e do mundo.

Precisamos usar melhor os meios de comunicação, como o rádio, o jornal e a televisão.

Isto tudo custa dinheiro. Mas, se quisermos evangelizar o mundo, temos que estar dispostos a pagar o preço.

Deus, quando decidiu salvar o mundo, não mediu esforços: ele pagou o preço. E o preço que ele pagou foi o sangue do seu próprio Filho, Jesus Cristo. Conforme o Doutor Martinho Lutero, no Segundo Artigo do Credo Apostólico, baseando-se em 1 Pedro 2: "Não foi com ouro e prata que Cristo me resgatou de todos os pecados, da morte e do poder do diabo, mas com o seu santo e precioso sangue e sua inocente paixão e morte, para que eu lhe pertença e viva submisso a ele, em seu reino, e o sirva".

Segundo a Bíblia, é o amor de Deus que nos comove. A graça de Deus, revelada em Cristo Jesus, comoveu os cristãos do primeiro século a sacrificar a sua vida e todos os seus bens para evangelizar o mundo.

Foi movido pelo seu grande amor que Cristo se compadeceu daquelas multidões, que estavam perdidas e abandonadas, como ovelhas sem pastor, e disse: "A seara, na verdade, é grande, mas os trabalhadores são poucos. Rogai, pois, ao Senhor da seara que mande trabalhadores para a sua seara".

Os discípulos atenderam ao chamado de Jesus. Não apenas oraram, mas transformaram a sua vida em oração, incendiando o mundo com o evangelho de Cristo.

E nós, o que faremos? Entendemos a urgência da evangelização do mundo? Estamos orando, ofertando e trabalhando na obra da missão? Ou será que não fomos atingidos pela graça de Deus, pelo fato de não entendermos ainda o amor de Cristo?

Quando entendermos o amor de Deus, o que Cristo foi capaz de fazer por nós, seremos capazes de tudo pela causa de Cristo. Não seremos tímidos no nosso testemunho e nem mesquinhos nas nossas ofertas.

Então, conforme o hino das servas: "Com tudo o que somos e temos a ti nos sagramos, Senhor. Chamaste à seara e viemos servir-te com zelo e fervor. Com as mãos trabalhamos, com os pés te seguimos, com a voz te louvamos, com os lábios te servimos, e dos bens te trazemos para as almas salvar; e com tudo queremos teu amor proclamar. A bênção vem dar na igreja e no lar nesta obra de fé e de amor".

(Neste momento convida-se a congregação para cantar o hino 308 do Hinário Luterano de pé).

Que o amor de Deus nos constranja a nos engajar na obra missionária da igreja; e que façamos deste hino o nosso lema do dia a dia, a fim de voltarmos a incendiar o mundo novamente com o evangelho de Cristo, como fizeram os apóstolos. Em nome de Jesus. Amém.



Lindolfo Pieper
Jaru, RO- Brasil
E-Mail: piperlin@uol.com.br

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