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ISSN 2195-3171





Göttinger Predigten im Internet hg. von U. Nembach

10° Domingo após Pentecostes, 05.08.2007

Predigt zu Lucas 11:1-13, verfasst von Lindolfo Pieper

O PRIVILÉGIO DE ORAR

 

Lucas 11.9-13: "Por isso eu vos digo: Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei e abrir-se-vos-á. Pois todo o que pede, recebe; o que busca, encontra; e a quem bate, abrir-se-lhe-á. Qual é o pai que, se o filho lhe pedir pão, lhe dará uma pedra; se lhe pedir um peixe, lhe dará uma cobra? Ou, se lhe pedir um ovo, lhe dará um escorpião? Ora, vós que sois maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais o Pai celestial dará o Espírito Santo àqueles que lho pedirem?"

Certa senhora, todos os dias tinha que virar o morro para levar comida para o seu marido. Certo dia ela foi ao culto, em que o pastor falou sobre o poder da oração. Numa certa altura ele citou Mateus 21, onde Jesus diz que, se tivermos fé do tamanho de um grão de mostarda, seremos capazes até mesmo de remover montes, fazendo-os se lançar no mar. Ela então, jubilosa, disse para si mesma: "Hoje à noite eu vou dar um jeito neste monte, que atrapalha tanto a minha vida. Vou mandá-lo para o fundo do mar".

Quando chegou em casa, à noite, antes de dormir, ela logo fez a sua oração, pedindo que Deus removesse aquele monte.

No outro dia, mal o dia havia clareado, ele abriu a janela e olhou para fora. E lá estava o monte, no mesmo lugar. E ela, num tom de revolta, disse: "Eu bem que sabia que isso não ia funcionar. Eu apenas orei para ver se o pastor estava falando a verdade!"

Muitas pessoas procedem como esta senhora nas suas orações. Oram, e não são atendidas. Por que será? Será que não é porque lhes falta a fé?

Jesus coloca a fé como o elemento indispensável para que a oração seja atendida. Sem fé, diz ele, não adianta nem começar, pois não será atendido nunca. Diz o apóstolo Tiago: "Se alguém necessita alguma coisa, peça a Deus. Peçam com fé e não duvidem de jeito nenhum, pois quem duvida é como as ondas do mar, que o vento leva de um lugar para outro. Quem é assim, não pense que vai receber alguma coisa do Senhor, pois não tem firmeza e não sabe o que quer" (Tiago 1.5-7).

E Jesus, em Mateus 21 diz: "Em verdade vos digo que, se tiverdes fé e não duvidardes, não somente fareis o que foi feito à figueira, mas até mesmo se a este monte disseres: Ergue-se e lança-te no mar, tal sucederá. E tudo quanto pedirdes em oração, crendo, recebereis".

O evangelho de hoje fala em oração. Nós, pobres pecadores mortais, temos o privilégio de nos dirigirmos em oração ao Criador de todas as coisas.

Pessoas comuns consideram um grande privilégio poder estar na presença de uma grande autoridade, como o governador do Estado, o presidente República ou de um rei. Porém, muito maior é o privilégio que é concedido a nós seres mortais de poder conversar com o Rei dos reis e o Senhor dos senhores, e lhe expor as nossas necessidades.

Estamos nós fazendo uso desse privilégio? Estamos orando, expondo a Deus as nossas necessidades?

Há pessoas que não oram. Os incrédulos, por exemplo, tratam a oração com escárnio e zombaria. Porém, essas mesmas pessoas, que zombam daqueles que fazem uso da oração, quando estão em grandes dificuldades, em apuros, num beco sem saída, clamam a Deus em oração. Mas, passadas as dificuldades, voltam a zombar dos que costumam orar a Deus.

No entanto, isso não é oração, mas sim um ato de desespero, ou até mesmo uma blasfêmia. Pois, como pode uma pessoa numa hora zombar de Deus e noutro momento buscá-lo em oração?

Porém, não é apenas o incrédulo que negligencia a oração. Freqüentemente também o cristão se esquece de orar a Deus, de fazer uso da oração. Mesmo sabendo que Deus é o nosso Pai bondoso, muitos cristãos não buscam a Deus em oração e, quando oram, o fazem de maneira errada.

Oram sem fé, não tem persistência, pedem apenas coisas materiais e não agradecem a Deus quando são atendidos nas suas orações.

Outros não oram a Deus porque acham que ele não pode atender o que está pedindo, que Deus está distante demais para atendê-los ou ocupado demais para se preocupar com os seres humanos.

Mas, será verdade isso? Será que Deus não atende mesmo as nossas orações, que ele não está interessado nos nossos problemas?

Jesus, em Mateus 6, diz para não nos preocuparmos com as coisas da vida, como: comida, bebida, vestes, calçados, pois assim como Deus cuida dos pássaros, ele também cuida de nós;  e que nenhum fio de cabelo cai da nossa cabeça sem o seu conhecimento. E ele pergunta: será que vocês não valem muito mais do que os pássaros?

Jesus, quando esteve aqui na terra deu muita importância à oração: ele orava com freqüência. Ele não apenas orava, mas também nos ensinou a orar.

Primeiro: Jesus diz que a oração não é um discurso, mas sim uma conversa com Deus. Não é através de gritos e repetições de palavras que vamos convencer a Deus a atender as nossas orações. Diz-nos a Bíblia que os profetas de Baal queriam convencer o seu deus no grito para que os atendesse; e que os fariseus faziam longas orações, achando com isso agradar a Deus.

Jesus nos recomenda, dizendo: "Tu, pois, quando orares, entra no teu quarto e, fechada a porta, orarás a teu Pai que está em secreto; e teu Pai, que está em secreto, te recompensará" (Mateus 6.6).

Em segundo lugar: Jesus diz que a oração é um ato de fé, que quem não crê que Deus pode atender a sua oração, está duvidando da palavra de Deus, fazendo-o de mentiroso. Diz o apóstolo Tiago: "Se alguém necessita alguma coisa, peça a Deus. Peçam com fé e não duvidem de jeito nenhum, pois quem duvida é como as ondas do mar, que o vento leva de um lugar para outro. Quem é assim, não pense que vai receber alguma coisa do Senhor, pois não tem firmeza e não sabe o que quer" (Tiago 1.5-7).

E em Mateus 21, Jesus diz: "Em verdade vos digo que, se tiverdes fé e não duvidardes, não somente fareis o que foi feito à figueira, mas até mesmo se a este monte disseres: Ergue-se e lança-te no mar, tal sucederá. E tudo quanto pedirdes em oração, crendo, recebereis".

Jesus, no nosso texto diz: "Por isso eu vos digo: Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei e abrir-se-vos-á. Pois todo o que pede, recebe; o que busca, encontra; e a quem bate, abrir-se-lhe-á".

A seguir ele compara a nossa relação com Deus como a relação entre pai e filho; que, assim como um pai trata bem aos filhos, dando-lhes coisas boas quando o pedirem, assim Deus também atenderá as nossas orações, visando sempre o nosso bem. Diz ele: "Qual é o pai que, se o filho lhe pedir pão, lhe dará uma pedra; se lhe pedir um peixe, lhe dará uma cobra? Ou, se lhe pedir um ovo, lhe dará um escorpião?"

Ele então conclui, dizendo: "Ora, vós que sois maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais o Pai celestial dará o Espírito Santo àqueles que lho pedirem?"

O Espírito Santo é a maior dádiva que podemos receber de Deus. Quem tem o Espírito Santo de Deus no seu coração, tem também a fé, remissão dos pecados, vida e salvação, pois é o Espírito Santo que nos chama pelo evangelho, congrega, ilumina e santifica. E o apóstolo Paulo pergunta: "Aquele que não poupou o seu próprio Filho, antes, por todos nós o entregou, porventura não nos dará graciosamente com ele todas as coisas" (Romanos 8.32).

Numa linguagem bem popular, diríamos: "Ora, se Deus foi capaz de nos dar o seu próprio Filho para nos salvar de todos os pecados, por que ele não nos poderá dar todas as outras coisas que precisamos, que para ele é café pequeno em comparação com o que já fez por nós?"

Em terceiro lugar: Deus quer que sejamos persistentes. Isto é: ele quer que não nos esmoreçamos, que não nos desanimemos, que não fiquemos frustrados quando ele não nos atende logo.

Quando recebemos tudo de mão beijada, com facilidade, normalmente não valorizamos aquilo que conseguimos. Quanto mais se luta para conseguir alguma coisa, mais se valoriza aquilo que se conseguiu.

A oração é uma luta. Deus quer que nós lutemos com ele em oração, como o fez o patriarca Jacó. Jacó lutou com Deus a noite inteira para conseguir o seu objetivo. E conseguiu.

Também Abraão era insistente nas suas orações. Primeiro, ele queria um filho; tanto insistiu que ele conseguiu o que queria. Depois ele quis evitar que Deus destruísse a cidade de Sodoma e Gomorra, para que o seu sobrinho Ló não morresse junto. Ele chegou a ser chato e importuno com Deus. Deus, entendendo a intenção de Abraão, destruiu as duas cidades, mas poupou a vida de Ló.

Jesus, no nosso evangelho, conta a história de uma pessoa que foi altas horas da noite na casa do seu amigo, pedindo que lhe desse alguns pães para comer. Mas, o seu amigo, que já estava dormindo, lhe respondeu dizendo que não podia levantar, pois se o fizesse iria acordar toda a família.

Porém, o homem lá fora tanto insistiu que o amigo dele se levantou da cama e lhe deu os pães que pediu, porque ele sabia que, se não o fizesse, o homem lá fora ia ficar à noite toda o importunando. E Jesus conclui, dizendo: "Digo-vos que, se não se levantar para dar-lhos, por ser seu amigo, todavia o fará por causa da importunação, e lhe dará tudo o de que tiver necessidade".

Deus gosta que nós o importunemos, que nós lutemos com ele em oração. Ele quer perseverança, quer ver até onde vai a nossa fé. Quem mal começa a oração e já está pegando no sono, não precisa pensar que vai conseguir alguma coisa.

Há pessoas que oraram a vida toda para conseguir alguma coisa. E Deus, a seu tempo, atendeu a sua oração.

Sejamos, pois, persistentes na oração. Façamos como Jacó, que lutou com Deus em oração, até que Deus o abençoasse; ou como Abraão, que insistiu com Deus em oração, até que ele poupasse a vida do seu sobrinho; ou ainda como o amigo importuno, que passou quase a noite toda lá fora implorando por um pedaço de pão, e o dono da casa o atendeu para se ver livre da importunação.

Deus é o nosso Pai. Através de Jesus nós nos tornamos seus filhos e herdeiros da vida eterna. Ele nos dá o seu Espírito Santo que, além de iluminar o nosso coração e nos manter na fé em Cristo, ora no nosso íntimo com gemidos inexprimíveis, enquanto aguardamos a redenção do nosso corpo (Romanos 9.23).

Por causa de Jesus podemos chegar até o trono da graça de Deus, e dizer: "Pai, meu Pai! eu preciso de ti. Preciso do teu perdão, do teu conforto e da tua paz. Lanço sobre ti todas as minhas ansiedades, na certeza que tens cuidado de mim. Ajuda-me nas minhas necessidades materiais, que são muitas. Sobretudo, ajude-me nas minhas necessidades espirituais, que são maiores ainda; para que, quando passar pelo vale da sombra da morte, eu possa habitar junto de ti, na casa do Senhor para todo o sempre".

Que assim seja. Em nome de Jesus. Amém.

 

 



Lindolfo Pieper
Jaru, RO ? Brasil
E-Mail: : piperlin@uol.com.br

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