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ISSN 2195-3171





Göttinger Predigten im Internet hg. von U. Nembach

Véspera de Ano Novo, 31.12.2012

Predigt zu Mateus 18:1-5, verfasst von Manfredo Siegle

 

 

Prezada comunidade!

A atmosfera natalina está presente e seus símbolos marcam as nossas casas e também as comunidades. O visual nas ruas e nos pátios, em nossas vilas e cidades, permanece e lembra a festa do Natal.

O Natal foi bem compreendido, quando a cada ano, traz à memória o nascimento da criança na manjedoura de Belém. O Deus-Criança nasceu semelhante às demais crianças que nascem a cada dia no Brasil ou em qualquer outra parte do mundo. Celebrar esta Boa Notícia da vinda do Salvador dá motivos para alegria e é a razão principal para a nossa festa.

A cada ano repete-se a mesma história, a mesma notícia. Nasceu o Salvador! Deus se tornou como um de nós, sem deixar de ser Deus. Deus nos visitou para ficar entre a humanidade, como jamais pensávamos encontrá-lo. O Deus das pessoas cristãs não nos atraiu às alturas, ao céu. Embora, Senhor do Universo, foi Ele que desceu das alturas e veio ao muno na condição humana.

A tentação humana é subir na vida, subir os degraus do sucesso, firmar os passos da fama, buscar a glorificação própria. Muito forte é a vontade de conquistar um lugar ao sol, ser festejados pelo que temos, fazemos e podemos. A sociedade humana festeja o amor ao poder que manda, domina e conquista. O anúncio do poder do amor revelado a partir de uma criança, destoa, parece sem sentido no mundo tão desigual.

(Faz-se a LEITURA DO TEXTO)

Apesar de que o texto lido e ouvido, seja um daqueles "chinelos velhos", abordado por pregadores e pregadoras em muitas outras ocasiões, ele é, por demais, atual. Seu conteúdo revela uma atenção especial de Jesus às crianças. Seu conteúdo mexe com as nossas convicções e traz novidade. O Natal mostra a que Deus é capaz de realizar: nascer como Deus-Menino. Em verdade, é uma grande provocação para a sociedade humana! Os detentores do poder, no tempo do nascimento do Salvador, esperavam tudo menos a vinda do Messias em forma de criança. O Salvador nasceu à margem do poder. O enviado de Deus para restabelecer a unidade do povo de Deus, Israel, e aguardado com ansiedade vem destituído de força e de poder guerreiro, capaz de expulsar a força militar de ocupação romana. Não pode ser verdade que o Salvador esperado forte e dotado de espírito revolucionário, nasça de uma jovem mulher, Maria. José, seu parceiro, homem simples e carpinteiro de profissão; são notícias que ferem a lógica e o bom senso, não dá para acreditar.

Natal continua sendo a festa da provocação de Deus. Aliás, as palavras anunciadas aos discípulos, em nosso texto, soaram provocativas nos ouvidos dos discípulos e também nos adversários de Jesus. "Eu afirmo a vocês que isto é verdade: se vocês não mudarem de vida e não ficarem iguais às crianças, nunca entrarão no reino do Céu. A pessoa mais importante no Reino do Céu é aquela que se humilha e fica igual a esta criança" (Mateus 18. 3 e 4). Os dizeres de Jesus fundamentam uma das principais teses formuladas pelo reformador da Igreja, no século 16|: "toda a vida dos cristãos e das cristãs deve ser vida de arrependimento".

O texto de prédica, neste último dia de 2012, abre as portas à novidade. É fermento novo na massa. Na passagem de um ao outro ano, aguardamos novidades. Jesus valoriza a vida da criança. Os doutores da Lei e os homens religiosos, no tempo de Jesus cobriram os seus corações com camadas de pedras fazendo para que se tornassem ainda mais resistentes; o que resultou foram verdadeiros "corações de pedra", insensíveis aos fracos e humildes de coração.

Aconteceu o contrário, Deus veio ao mundo, nasceu em Belém como criança para trazer novidades. As novidades tem nome: foi no jardim da humanidade que Jesus semeou a esperança e paz, vida justa e equilibrada, de atitudes sábias, foi neste jardim que Jesus cuidou da árvore da humildade. "A pessoa mais importante no Reino do Céu é aquela que se humilha e fica igual a esta criança" (V. 4). A convivência com crianças abre o caminho para um aprendizado muito importante e renovador.

O Evangelho quebra paradigmas, supera preconceitos e estimula o bom espírito, além de reativar a memória. Crianças são excelentes professores e professoras para gente vivida, adulta e cheia de experiências. Quem se dispõe a aprender com as crianças terá novidades a cada dia. Uma das maiores lições que crianças nos oferecem é a liberdade de confiar. A criança vive em segurança e confiante, alimenta esperança, dorme tranquila e brinca com alegria, quando experimenta no ninho doméstico, em casa, na companhia dos pais e das mães, calor humano e sente que alguém nela investe tempo e dedicação.

Jesus não se manifesta sobre o jeito de ser das crianças, tampouco, louva a obediência cega das crianças em relação aos adultos. Ele demonstra profunda solidariedade para com as crianças. Louva e valoriza a criança ao ponto de afirmar "aquele que receber uma criança estará recebendo a mim" (V. 5).

"Que toda a vida seja vida de arrependimento"! Será verdade que os pais se dispõem a ficarem assim como são as crianças? A lógica de relacionamento parece dizer o contrário, das crianças se espera que se assemelhem à pessoa adulta.

"Ficar igual às crianças" afirma Jesus. Como assim? Aos olhos de muitos adultos, as crianças devem amadurecer e crescer para, também, se tornarem como os adultos. Vale o ditado: "Cresça e apareça"! O amadurecimento aconteceu quando se deixa de chorar ou quando aconteceu a submissão total e cega, frente à autoridade da mãe e do pai, ou diante dos professores e das autoridades públicas. Há quem identifique a maturidade na vida a partir do momento da independência financeira de casa. As exigências, assim ditas, podem ter cheiro de idolatria. Não será esta prática exigida das crianças e dos jovens o início do divórcio da confiança em Deus? O Deus das pessoas cristãs se oferece como fonte daquela confiança original e primeira; é aquela plantinha de confiança desde o nascimento dos filhos e das filhas. Dessa confiança nasce o profundo amor voltado a Deus. Jesus insiste: nada é mais importante e necessário do que aprender com as crianças. Quem já não foi tirado do sério mediante atitudes ou palavras de crianças? A sabedoria e a espontaneidade das crianças quebram resistências. Nascem pensamentos e convicções que, possivelmente, nem desejávamos pensar ou viver.

Crianças não são como "matéria bruta" que primeiro precisa ser trabalhada e moldada, segundo a vontade das pessoas adultas. O jeito das crianças organizarem, no futuro, as suas vidas demonstra o quanto se espelham em gente adulta. E não faltam surpresas, também as desagradáveis!

Os conflitos e as dificuldades que podem se manifestar na vida futura das crianças, de hoje, refletem as nossas próprias lacunas como mães e pais.

O nascimento do Deus-Menino ajuda a quebrar o círculo vicioso. As crianças que deixaram de ser amadas e que não experimentaram em tempo o investimento da dedicação, em especial dos pais e das mães, também repartirão pouco amor e dedicação aos seus próximos. A ausência de amor transformará as criaturas humanas em pessoas cínicas, indiferentes; o estágio do ódio, do desamor e da violência não está distante.

No raiar de um novo ano, Jesus traz uma Boa Notícia, oferece vida nova, promove uma nova liberdade de compromisso. Jesus-Salvador traça um novo perfil para o ser humano, para que seja transformado em pessoa diferente e mais humana. Assim como Jesus foi e é! O novo perfil da pessoa humana leva a marca da confiança em Deus, viverá como instrumento da paz e terá em Deus um "ombro amigo".

A novidade salvadora que Cristo oferece, precisa reverter em missão, em serviço, em cooperação, tanto na vida em comunidade como na sociedade toda! Nessa perspectiva desejo um frutífero e abençoado novo Ano.

Amém.

 



P. Manfredo Siegle
Joinville, SC, Brasil
E-Mail: manfredo_siegle@hotmail.com

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